terça-feira, 29 de março de 2011

Honestino Guimarães: o coração e as pilhas

Ossário de vítimas do Khmer Vermelho
      
      Eu não trato aqui do 'coração' de Honestino Guimarães. Não o conheci, vai ver ele achava sinceramente que a sociedade comunista sem classes era o paraíso a que ele deveria levar a classe trabalhadora. E, como Che, pensava que o revolucionário é o estrato superior da raça humana, a quem é permitido tudo em nome da nobreza de seus ideais.
     
     Isto não muda o fato de que, em menos de cem anos, o comunismo tenha matado mais pessoas do que todas as guerras, epidemias e catástrofes naturais da história anterior da humanidade. 

     A conta é de um grupo de historiadores de esquerda ou ligados a ela, à frente Stéphane Courtois. É uma pilha de, no mínimo, cem milhões de cadáveres. Está N'O Livro Negro do Comunismo. Há outras fontes incontáveis.
     

      O problema da esquerda é que estes corações cheios de amor para dar empacam e esfriam diante dos grandes crimes com uma rapidez impressionante. Basta ver o que aconteceu no Sudeste Asiático depois que os corajosos pacifistas mundo afora forçaram a saída dos Estados Unidos do Vietnã (os EUA não estavam perdendo a guerra, esquece).
     
      O Khmer Vermelho de Pol Pot invadiu o Cambodja e fala-se em até dois milhões de civis cambodjanos exterminados pelos comunistas. Nós, esquerdistas anti-americanos, ficamos caladinhos.
     
      Cuba tem uma população quase 20 vezes menor que o Brasil. Com nome e sobrenome, a tal Revolução Cubana matou 17 mil pessoas (sem contar as que foram comidas por tubarões, muitas delas porque helicópteros cubanos afundaram os barcos improvisados, jogando sobre eles sacos de areia). Somando fuzilados e afogados, o número é próximo de oitenta mil.Isto é fato.
     
      Apesar disto (ou por causa disto?), Fidel Castro é incensado no Brasil e Che Guevara estampa camisetas, fazendo chorar os amantes da justiça e dos direitos dos oprimidos.
      
      A coisa que comunista mais faz é falar de liberdade, luta contra opressão, fim às injustiças, direitos do povo e igualdade. E a primeira providência no poder é entronizar uma 'casta' de revolucionários de vanguarda para comandar o povo. A sociedade sem classes começa com a criação de uma classe dominante.        
     
      Apolônio de Carvalho confessava, em um dos seus últimos depoimentos à TV Câmara, que, na pátria do socialismo, a URSS, ele constatou que existiam pessoas de primeira classe (a nomenklatura) e pessoas de segunda classe (o povo). Nem isto o demoveu de continuar defendendo esta forma brutal de opressão que é a sociedade socialista.
      
      Para um comunista, não importa o número de mortos, a culpa pelo socialismo perfeito não existir é sempre do povo. Se ainda não deu certo, não tem importância, vamos continuar insistindo na experiência. O que é uma pilha de cem milhões de mortos? Ora, um incidente. Afinal, não se pode fazer omelete sem quebrar os ovos.

* http://bit.ly/i98cJC

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