segunda-feira, 4 de junho de 2012

Muita carne e pouco cérebro

        "Vadia", se tivesse cérebro, não saía pelas ruas marchando e cuspindo estupidez. Basta raciocionar: quem estupra é um sujeito ruim, que age de modo irracional, bestial e imoral. 

    À exceção dos casos patológicos (no caso, não é crime, é doença), estuprador sabe que o que ele faz é mau, abjeto, violento e indigno. Pouco se lhe dá se a mulher, qualquer uma, tem direito sobre o seu corpo e não pode ser violentada.
       

    Agora, me digam: um animal deste, um estuprador, vai se comover e se sensibilizar e deixar de estuprar por causa de discurso e cartaz de "vadia" pedindo respeito? Vai nada, ele vai ficar excitado vendo tanta 'carne' em oferta. Homem que presta não precisa ser conscientizado. Ele não estupra.

        David Carvalho, que é homem que presta,  escreveu, num comentário no Facebook: "Foi o primeiro "paradoxo" que detectei nesta marcha: afinal, a marcha é para mostrar algo para os estupradores? Não faz o menor sentido.
É a marcha a favor de usar roupas curtas "sem ser estuprada"... o que também não faz o menor sentido.

     Então, no fim das contas, é só uma marcha a favor das roupas curtas contra qualquer pessoa que falar mal de roupas curtas e disser que as roupas curtas excitam a sexualidade... o que é óbvio. Em resumo, é uma marcha imbecil em toda a linha."

       Bingo!

5 comentários:

  1. como você está desinformada a respeito da marcha, aconselho que antes de resolver publicar algo, procure estar bem informada a respeito daquilo que irá publicar! Sinceramente fiquei com vergonha por você, é triste ver pessoas se posicionando contra coisas que simplesmente não sabem..supere esse senso comum!

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      "Supere esse senso comum"! Putz, essa eu nunca tinha lido ou ouvido!
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      Cara Ana Karina vadia (ou simpatizante, apenas?) supere essa sua histeria coletiva, porque o que dá vergonha mesmo são a sua ignorância e a pretensão de estar "abafando"!
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      Barbaridade, tchê!

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  2. Nossa, a pessoa acha que todos os homens que comentem estupro só podem ser "doentes",então não adianta nada fazer protestos, marchas. Ficar quieta e criticar é que resolve né? Uhummm...
    Então me explica melhor aquele caso, cujo não me lembro a cidade, onde 10 homens planejaram um estupro coletivo, com 5 vítimas, onde 2 foram mortas. Como é que esses 10 doentes psicopatas tiveram tanta sorte de se conhecerem e serem amigos, devem fazer parte de algum grupo de psicopatas anônimos né? Então quer dizer que o machismo não tem nada a ver com isso? O direito e o poder que homens acham que tem sobre a mulher não tem nada a ver com isso? O machismo então não deve ser combatido, pq ele não é responsável por isso? Só quem comete crime é doente?! Nossa! Realmente você sabe muito o que fala...

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    Cara Carla, você está confundindo as coisas. O "estuprador-modelo" é aquele que age sozinho, como um predador e fica esperando a oportunidade de cometer o ato com uma vítima solitária e desprotegida. Pode ser numa favela, numa habitação coletiva, ou na via pública, após tê-la abordado e conduzido para um lugar ermo, como um terrono baldio ou uma obra em construção.
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    Nestes casos, é provado que o estupro, no mais das vezes trata-se da manifestação de uma patologia mental, ligada à psicose sadista, ou seja, o estuprador-tipo, age por violento complexo adquirido na infância, geralmente ligado ao abuso e/ou à humilhação sexuais que fazem com que ele "tenha" de abusar de alguém para satisfazer a sua sanha. Tais tipos, não o fazem pela busca do prazer sexual, mas pela necessidade de OPRIMIR e de se "vingar", impondo a outrem a violência da violação.
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    Em outro contexto, existem os psicopatas a quem o sofrimento alheio não causa remorso algum e que buscam prazer sexual também ligado ao prazer do sofrimento intenso da vítima. Em geral, ests casos acabam até na morte da pessoa violentada, ou como sequência do paroxismo do prazer (o sádico, claro) ou por mêdo de eventual delação.
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    Existem também os estupros cometidos propositalmente, como vingânça ou como forma de um marginal inibir a comunicação de outros crimes pela vítima, pelo fator humilhação (o caso do famoso "Bandido da Luz Vermelha", por exemplo).
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    Finalmente, há os bandos de mercenários, mujaheddins, elementos de outras tribos, etc. que num contexto de conflito, "descoisificam" os adversários e querem inclusive lhes impor a dor da humilhação da violação de suas mulheres.
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    E há também os casos de abuso familiar. No estado do Pará por exemplo é corrente a noção de que "como plantei a árvore posso comer a fruta" por parte de muitos "pais" (um lixo destes é apenas co-gerador, nunca um PAI). A incidência de gravidezes incestuosas e provenientes deste tipo de abuso são tão grandes - e socialmente aceitas! - que constituem um verdadeiro tabú por parte dos pesquisadores e sociólogos, tamanho o peso da abominação de tal comportamento.
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    Com relação ao caso por você citado, diversos estudos forenses já provaram que grupos ou quadrilhas tendem a agir com comportamento de "manada", a qual sempre tem um líder, ou "Macho-Alfa". Nestes relacionamentos de marginalidade violenta a tendencia é a supressão da vontade e dos "pruridos" morais em função das vontades do chefe, as quais, se forem a de um psicopata, exercerão enorme influência nos demais. É famoso o estudo acerca do caso relatado por Truman Capote no seu livro-reportagem "À Sangue Frio" aonde é narrado o massacre de uma família do Kansas na década de 60, por dois "loosers" incapazes, individualmente, do cometimento de crime tão bárbaro, mas que juntos fundiram estímulos que os levaram a isso. Assim sendo, e levando-se em conta a "moral" hoje reinante, a relativização extrema de valores, a sociopatização coletiva da Sociedade, masi o sentimento de impunidade, o "embalo" causado por drogas, etc., não é estranho que casos como o do estupro quase ritual das pobres moças (os frios assassinatos foram posteriores, para impedir denúncias) possam ocorrer.
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    Não há que se esquecer que a própria "coisificação" da mulher nos dias atuais, promovida pela mídia e, lastimavelmente, por elas próprias, tende a torná-las mais vulneráveis, á medida em que são vistas como meros "objetos de consumo" e não, como antigamente, como pessoas delicadas que deveriam ser objeto de nossa veneração, amor e proteção incondicionais.
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    Será que deu para aclarar alguma coisa?
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    Passar bem.

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  4. Hahahaha, eu me divirto aqui! Seu blog é muito bom, Mírian. Parabéns!

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