Muita gente odeia futebol. Outros confundem a sua beleza e emoção com a estupidez e mediocridade que há no meio esportivo e entre as torcidas. Eu tenho paixão por futebol desde que sou gente, papai era apaixonado por Pelé, e ensinou-me a gostar de futebol quando o jogo era um som no rádio e muitas fotografias nas páginas das revistas O Cruzeiro, Manchete e Fatos & Fotos. Aliás, eu aprendi a ler, antes de entrar na escola, lendo estas revistas.
A minha infância incluía um ritual dominical sagrado: missa das oito e matinê das duas. Quando a imensa cortina de veludo se abria e soavam as badaladas que anunciavam o apagar das luzes e o começo do filme, todo mundo já sabia: era hora do canal 100. Era tão bom quanto o filme. Aliás, o filme, às vezes, podia não ser bom, o Canal 100 era. Sempre.
Interesses econômicos, jogadores mascarados, whatever, não tiram a magia do futebol, o êxtase do gol. Que importância tem, na hora em que o jogo está rolando, se Neymar gosta de pagode ou namora uma bunduda? Wagner era um ser humano desprezível (e não adianta dizer que música clássica é superior à arte do futebol, quais os parâmetros para comparar? Não tem, não pode. Naldo e Richard Wagner, sim).
Antes da reforma do Maracanã (não esta, a anterior) ali cabiam até 200 mil pessoas. Este era o público que foi assistir, em 79, a um jogo entre as seleções do Brasil e da Argentina, no primeiro confronto entre as duas equipes, depois da Copa de 78, em que a Argentina ganhou (sabemos como) e o Brasil ficou em terceiro lugar, invicto, sem ter perdido uma única partida.
Eu sou santista, eu amo o futebol, eu não quero me livrar dele. Até porque não consigo. Pelé não deixa.
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