sábado, 27 de abril de 2013

Uma coisa e outra coisa: russos e a Chechênia

       Eu vou reler Morte de Um Dissidente, eu o li em 2010, preciso refrescar a memória. Ad ogni modo, os russos sempre manipularam muito bem a questão Chechênia. No livro Morte de um Dissidente, o líder moderado checheno Zakaiev denuncia que os wahabitas foram para a Chechênia pelas mãos dos russos; com o radicalismo terrorista deste grupo, os russos tinham a justificativa para invadir e destruir o país que lutava pela sua independência. 

     Quando Putin faz questão de usar a palavra 'terrorista', no lugar de 'freedom fighters" ( resistência, insurgentes, rebeldes), ele quer misturar as coisas. O movimento original separatista, do tipo nacionalista laico e guerrilha clássica, representada por Dudaiev, Maskhadov, Zakaiev) é uma coisa; Basaiev e companhia é outra. 

     De Bassaiev se diz que era ligado a Al Qaeda e sua linha é a da "ideologia integralista wahabita e a guerra santa com o recurso do terrorismo, inclusive contra os civis russos e com um objetivo que não é mais a independência da Chechência de Moscou, mas a "libertação das mãos dos infiéis' de todas as repúblicas do Cáucaso Russo (o que inclui a Ingushétia, o Daguestão, a Cabárdia Balcária etc) e a instalação do Emirado Islâmico Settentrional. Esta linha extremista não encontrou apoio popular porque os chechenos são islãmicos moderados de tradição sufi, que é o mais diferente que pode existir do wahabismo de origem árabe".
     Bassaiev é o mentor e executor do atentado à escola de Beslan, do ataque ao teatro Dubrovka e contra habitações civis russas, nos quais morreram mais de 300 pessoas. Litvinenko acusa o governo russo de Putin de ser o autor deste atentado aos apartamentos em Moscou. Pode ter sido obra conjunta Bassaiev/Putin.

Nenhum comentário:

Postar um comentário