quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O roubo da moto e os filhos pela janela

           Torcer para que bandido morra e ter vontade de descarregar uma 'ponto 40' em cima do safado é reação normal de pessoas submetidas à violência e impunidade. Estes bandidos debocham de nós. Naquele roubo da moto Hornet, na Zona Leste, aqui em São Paulo, não tinha oprimido, famélico, nem excluído nenhum. Eram dois rapagões bem alimentados e na boa vida.

          Há diferença entre torcer e fazer. Torcer para que o sujeito morra não é o mesmo que linchá-lo. Mães têm vontade de torcer o pescoço dos filhos ou atirá-los pela janela. Mas a gente não torce seus pescoços nem os joga pela janela 

          Quanto ao policial, cumpriu seu dever e agiu corretamente; e a prova de que ele não queria matar é que o bandido sobreviveu. Ele atirou nas pernas e no abdômen - é bom lembrar que o meliante apontou-lhe uma arma, ele poderia ter atirado para matar, seria legítima defesa. Se o bandido tivesse morrido em conseqüência dos tiros, ainda assim a ação seria legítima e de dever.

          Tem mais: se cidadãos decentes e honestos tivessem o direito de andar armados, outros assaltantes seriam baleados e impedidos de consumar assaltos. Mas é a bandidagem que está armada. E eles não torcem para que a gente morra. Eles nos matam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário