segunda-feira, 7 de abril de 2014

Marighella em Havana


    Carlos Marighella concedeu esta entrevista à Radio Havana em agosto de 67, quatro meses antes da edição do AI-5. Em quase 15 minutos de duração, ele não pronuncia uma única vez a palavra democracia. 

    Desmentindo a falácia de que a esquerda só optou pela luta armada depois do endurecimento do regime com a edição do AI-5, Marighella confessa que a sua expulsão do Partido Comunista (em 66) deveu-se à sua decisão de pegar em armas e promover a guerrilha, como única forma de combater a ditadura e implantar o socialismo no Brasil. São palavras textuais de Marighella:

    "Não é possível lutar através da via pacífica. Nas condições atuais, a burguesia não tem condições de dirigir a revolução. As reformas de estrutura, reformas de base de que necessita o Brasil, só se pode conseguir através da luta revolucionária, ou melhor, através da tomada do poder pela via revolucionária, quando então, e com as forças armadas do povo em ação, podemos dominar a ação das forças reacionárias e a ação do imperialismo, realizar estas reformas e levar o país ao socialismo".

     Isto significa explicitamente a instalação de uma ditadura do proletariado. Um revolucionário não toma o poder pelas armas e, em seguida, convoca os partidos burgueses para apresentar seus candidatos à eleição ao Executivo e ao Legislativo. 

     Revolucionários tomam o poder para acabar com ' a ordem 'burguesa'. Não tem PT, PSDB, PSOL, nada. Só tem o Partido. Entendeu porque trocar Médici por Marighella não é bom negócio? Ouve a entrevista e tu ouvirás da boca do próprio Marighella o que ele pensa de 'democracia burguesa".

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