tag:blogger.com,1999:blog-33093238839609288352024-03-04T20:36:49.481-08:00Blog de Mírian MacedoMirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.comBlogger570125tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-29225046870203282602022-09-12T13:35:00.003-07:002022-09-12T13:35:51.822-07:00A verdade: eu menti(Ao confessar ter
mentido sobre torturas que
eu inventei, eu não quero fazer de
conta que ninguém foi torturado
no Brasil. Ao contrário. Mentir,
neste caso, é escarnecer de
quem padeceu e experimentou na
própria carne o horror do
suplício. E foram muitos.
Mas não foram tantos
e nem foram todos.)
Eu, de minha parte, vou dar uma contribuição à Comissão da Verdade, e contar tudo: eu era uma subversivazinha medíocre e, tão logo fui aliciada, já caí(jargão entre militantes para quem foi preso), com as mãos cheias de material comprometedor.
Despreparada e festiva, eu não tivera nem o cuidado de esconder os exemplares d’A Classe Operária, o jornal da organização clandestina a que eu pertencia (a AP-ML, aliada ao PC do B, linha maoísta, a mesma que fazia a Guerrilha do Araguaia, no Pará).
Os jornais estavam enfiados no meio dos meus livros numa estante, daquelas improvisadas, de tijolos e tábuas, que existiam em todas as repúblicas de estudantes, em Brasília naquele ano de 1973.
Já relatei o que eu fazia como militante*. Quase nada. A minha verdadeira ação revolucionária foi outra, esta sim, competente, profícua, sistemática: Menti descaradamente durante quase 40 anos*. (O primeiro texto fala em 30 anos. Eu fui fazer as contas, são quase 40 anos, desde que comecei a mentir sobre os ‘maus tratos’. Façam as contas, fui presa em 20 de junho de 73. Em 2013, terão se passado 40 anos.)
Repeti e escrevi a mentira de que eu tinha tomado choques elétricos (por pudor, limitei-me a dizer que foram poucos, é verdade), que me deram socos e empurrões, interrogaram-me com luzes fortes, que me ameaçaram de estupro quando voltava à noite dos interrogatórios no DOI-CODI para o PIC e que eu passava noites ouvindo “gritos assombrosos” de outros presos sendo torturados (aconteceu uma única vez, por pouquíssimos segundos: ouvi gritos e alguém me disse que era minha irmã sendo torturada. Os gritos cessaram - achei, depois, que fosse gravação - e minha irmã, que também tinha sido presa, não teve um único fio de cabelo tocado).
Eu também menti dizendo que meus algozes, diversas vezes, se divertiam jogando-me escada abaixo, e, quando eu achava que ia rolar pelos degraus, alguém me amparava (inventei um 'trauma de escadas", imagina). A verdade: certa vez, ao descer as escadas até a garagem no subsolo do Ministério do Exército, na Esplanada dos Ministérios, onde éramos interrogados, alguém me desequilibrou e outro me segurou, antes que eu caísse.
Quanto aos 'socos e empurrões’ de que eu dizia ter sido alvo durante os dias de prisão, não houve violência que chegasse a machucar; nada mais que um gesto irritado de qualquer dos inquisidores; afinal, eu os levava à loucura, com meu enrolation. Eu sou rápida no raciocínio, sei manipular as palavras, domino a arte de florear o discurso. Um deles repetia sempre: “Você é muito inteligente. Já contou o pré-primário. Agora, senta e escreve o resto”.
Quem, durante todos estes anos, tenha me ouvido relatar aqueles 10 dias em que estive presa, tinha o dever de carimbar a minha testa com a marca de “vítima da repressão”. A impressão, pelo relato, é de que aquilo deve ter sido um calvário tão doloroso que valeria umanota preta hoje, os beneficiados com as indenizações da Comissão da Anistia sabem do que eu estou falando. Havia, sim, ameaças, gritos, interrogatórios intermináveis e, principalmente, muito medo (meu, claro).
Torturada?! Eu?! Ma va! As palmadas que dei em meus filhos podem ser consideradas 'tortura inumana’ se comparadas ao que (não) sofri nas mãos dos agentes do DOI-CODI.
Que teve gente que padeceu, é claro que teve. Mas alguém acha que todos nós que saíamos da cadeia contando que tínhamos sido 'barbaramente torturados’ falávamos a verdade?
Não, não é verdade. A maioria destas 'barbaridades e torturas’ era pura mentira! Por Deus, nós sabemos disto! Ninguém apresentava a marca de um beliscão no corpo. Éramos 'barbaramente torturados’ e ninguém tinha uma única mancha roxa para mostrar! Sei, técnica de torturadores. Não, técnica de 'torturado’, ou seja, mentira. Mário Lago, comunista até a morte, ensinava: “quando sair da cadeia, diga que foi torturado. Sempre.”
(A frase de Mário Lago é citada pelo coronel Brilhante Ustra, em entrevista à Rede Genesis (NET/Canal 26, em 2008)*, e num artigo do ex-ministro, governador e senador Jarbas Passarinho, publicado no Correio Braziliense, em 2006). **
Na verdade, a pior coisa que podia nos acontecer naqueles “anos de chumbo” era não ser preso(sic). Como assim todo mundo ia preso e nós não? Ser preso dava currículo, demonstrava que éramos da pesada, revolucionários perigosos, ameaça ao regime, comunistas de verdade! Sair dizendo que tínhamos apanhado, então! Mártires, heróis, cabras bons.
Vaidade e mau-caratismo puros, só isto. Nós saíamos com a aura de hérois e a ditadura com a marca da violência e arbítrio. Era mentira? Era, mas, para um revolucionário comunista, a verdade é um conceito burguês, Lênin já tinha nos ensinado o que fazer.
E o que era melhor: dizer que tínhamos sido torturados escondia as patifarias e 'amarelões’ que nos acometiam quando ficávamos cara a cara com os “ômi”. Com esta raia miúda que nós éramos, não precisava bater. Era só ameaçar, a gente abria o bico rapidinho.
Quando um dia, durante um interrogatório, perguntaram-me se eu queria conhecer a 'marieta’, pensei que fosse uma torturadora braba. Mas era choque elétrico (parece que 'marieta’ era uma corruptela de 'maritaca’, nome que se dava à maquininha usada para dar choque elétrico). Eu não a quis conhecer. Abri o bico, de novo.
Relembrar estes fatos está sendo frutífero. Criei coragem e comecei a ler um livro que tenho desde 2009 (é mais um que eu ainda não tinha lido): “A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça”, escrito pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Editora Ser, publicado em 2007. Serão quase 600 páginas de 'verdade sufocada"? Vou conferir.Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-71455880991778072302021-05-23T10:57:00.005-07:002021-05-23T10:57:47.540-07:00O Reino de Deus não é do mundo , mas está no mundo<div dir="auto" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18.75px; white-space: pre-wrap;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLLBDpEopoJyCfXd1Ev0eXGCwtL3I2dsLSq9x0cNnSh0HSP67RkYYHausSU13PTPjqMsKxu5wOISp9jTIzWsls8GxcPguwlHw5uSmDKzeMfglO24K8RWBEb1gtyVe7nHWPQPwvwpdS7Zw/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="540" data-original-width="810" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLLBDpEopoJyCfXd1Ev0eXGCwtL3I2dsLSq9x0cNnSh0HSP67RkYYHausSU13PTPjqMsKxu5wOISp9jTIzWsls8GxcPguwlHw5uSmDKzeMfglO24K8RWBEb1gtyVe7nHWPQPwvwpdS7Zw/" width="320" /></a></div> O que atraiu as multidões no início do cristianismo não foi a promessa de 'ir para o céu' nem 'a 'salvação da alma'. Estes eram conceitos que não faziam qualquer sentido para judeus ou pagãos. O que fez com que pessoas se sentissem atraídas pela Boa Nova foi ver sua dignidade humana resgatada, sua condição de ser humano valorizada e acolhida, fosse a viúva, o órfão, o estrangeiro, a prostituta, o paralítico,o leproso ou a criança. </div><div dir="auto" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18.75px; white-space: pre-wrap;">
Foi isto que a Igreja nascente fez, porque foi isto que Jesus pregou e Ele mesmo praticou: amou o homem, cuidou dele, principalmente daquele homem excluído, desprezado, o nada. </div><div dir="auto" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18.75px; white-space: pre-wrap;">O Reino de Deus anunciado por Jesus de Nazaré não é deste mundo, mas está neste mundo. </div><div dir="auto" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18.75px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18.75px; white-space: pre-wrap;"> Quando Jesus Cristo, em sua primeira fala pública, no Evangelho de São Marcos, anuncia que o Reino de Deus está próximo, e convida aos que querem segui-Lo a vir e ver, Ele está afirmando que a hora do homem se colocar de pé e viver a plenitude da dignidade humana é já, a partir de então. E Ele é o modelo. </div><div dir="auto" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18.75px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18.75px; white-space: pre-wrap;"> Basta fazer o que Ele fez, não como Deus, mas como homem que Ele era verdadeiramente. Ele, que é Deus, em Sua Sabedoria, não nos indicaria um modelo impossível de ser imitado. O modelo de homem que Jesus quer que sigamos não será um modelo divino, visto que não somos Deus.</div><div dir="auto" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18.75px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18.75px; white-space: pre-wrap;"> As imagens são simbólicas: Jesus cura para libertar o homem, para que ele enxergue com seus próprios olhos, caminhe com suas próprias pernas, se livre de seus demônios (hoje, sabemos das doenças psíquicas, das neuroses, depressões, causas internas e externas, traumas). Jesus toma o homem pela mão e levanta o que estava caído, o que estava morto. </div><div dir="auto" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18.75px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18.75px; white-space: pre-wrap;">O Deus (de) Jesus é Amor.<br />
</div>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-80605432569178578712020-03-04T07:40:00.003-08:002020-03-04T07:40:44.303-08:00Doce ilusão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdGyfPzyfdylUhLA2yBJyP3jqEam78y5G4JdhLTxBKJ6win9nhksA4TYlKO2i9Fg3vGOr-YUGyoYkzYdp24CJL2CNqV6wLEWktql1JmymR_mbXtUOsARz5kLYVCYjsZlZqSqNG761vyG0/s1600/FB_IMG_1583336181313.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="243" data-original-width="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdGyfPzyfdylUhLA2yBJyP3jqEam78y5G4JdhLTxBKJ6win9nhksA4TYlKO2i9Fg3vGOr-YUGyoYkzYdp24CJL2CNqV6wLEWktql1JmymR_mbXtUOsARz5kLYVCYjsZlZqSqNG761vyG0/s1600/FB_IMG_1583336181313.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="_3x-2" data-ft="{"tn":"H"}" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<div data-ft="{"tn":"H"}" style="font-family: inherit;">
<div class="mtm" style="font-family: inherit; margin-top: 10px;">
<div style="font-family: inherit; position: relative;">
<div class="_1ktf" data-ft="{"tn":"E"}" style="font-family: inherit; margin-left: -12px;">
<a ajaxify="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10214488682804711&set=a.3237686554909&type=3&eid=ARCqmfN-6ycjXKrhXwQAt4oNO7m86_SZMhlI0aqpCUOCgzxclGPkxvY_-typO49ekqEtkS9r5IPcMNfR&size=208%2C243&source=72&player_origin=unknown" class="_4-eo _2t9n _50z9" data-ft="{"tn":"E"}" data-ploi="https://scontent.fcgh13-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/88347094_10214488682844712_8550326395006353408_n.jpg?_nc_cat=100&_nc_sid=8024bb&_nc_ohc=7NoAwMHKGSEAX8kq7Hq&_nc_ht=scontent.fcgh13-1.fna&oh=536037b7a0b7de7d6bff0b20a765892b&oe=5E994862" data-render-location="timeline" href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10214488682804711&set=a.3237686554909&type=3&eid=ARCqmfN-6ycjXKrhXwQAt4oNO7m86_SZMhlI0aqpCUOCgzxclGPkxvY_-typO49ekqEtkS9r5IPcMNfR" rel="theater" style="box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.05) 0px 1px 1px; color: #385898; cursor: pointer; display: block; font-family: inherit; position: relative; text-decoration: none; width: 514px;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<br />
<div class="_5pbx userContent _3576" data-ft="{"tn":"K"}" data-testid="post_message" id="js_93j" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #1c1e21; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 1.38; margin-top: 6px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_5e5fc9f43d9757095718476" style="display: inline;">
<div style="display: block; margin: 0px 0px 6px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Papinha doce feita de Leite Ninho não é muito diferente de cocaína. Pode parecer exagero, mas não é. A 'alegria' de infância, representada pela papinha de Leite Ninho em pó, é um perigo muito mais grave do que se pensa: quando se retira a água do leite para fazer o leite em pó, há concentração da lactose, o açúcar do leite. É este sabor docinho que vicia a criança, que desenvolverá 'preferência' por alimentos açucarados.</span></div>
<div style="display: block; margin: 0px 0px 6px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> A lactose (como todo açúcar/carboidrato) é imediata <span class="text_exposed_show" style="display: inline;">e rapidamente digerida quando chega ao estômago. Os cientistas descobriram que, neste momento, é enviada ao cérebro uma mensagem para a produção de dopamina, o hormônio da felicidade e do bem estar. Assim, o corpo relaciona a presença do açúcar à 'felicidade'. E vai querer estas substâncias doces.</span></span></div>
<div style="display: block; margin: 0px 0px 6px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;"> A questão é que o cérebro começa a pedir mais quantidade de glicose para produzir a mesma quantidade de dopamina (o mesmo acontece com a cocaína, por isto, açúcar e cocaína viciam mesmo). Daí, a compulsão por chocolate e doces. E até por comida salgada, feita de carboidrato simples, farinhas refinadas (pão, macarrão, bolachas, pizza etc). Tudo vira açúcar/glicose quando chega ao estômago.</span></span></div>
<div style="display: block; margin: 0px 0px 6px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;"> E ainda tem o perigo da diabetes mellitus tipo 2 (adquirida). As bombas de glicose acionam as bombas de insulina e o corpo entra em desequilíbrio metabólico, provocando o que hoje a medicina chama diabesidade, doença que combina a diabetes e a obesidade, a mais grave epidemia mundial, muito mais grave que coronavirus.</span></span></div>
</div>
</div>
Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-66338250593093707972018-11-06T12:54:00.003-08:002018-11-08T08:19:30.678-08:00Olavo de Carvalho foi piorando, piorando...<span style="background-color: white; color: #1d2129; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> A um tempo, Olavo de Carvalho chegou a ser um crítico cultural de visão aguçada, humor inteligente e palavra afiada. Fisgou-nos com sua análise certeira sobre a devastadora dominação da esquerda nos meios de comunicação, universidades e esfera da cultura. </span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Pôs tudo a perder quando achou que era filósofo e, nos moldes de seu inspirador, o bruxo Gurdjieff, criou uma seita disfarçada de Curso Online de Filosofia. </span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Dali, partiu para a submissão e controle das inteligência ingênuas e desarmadas através da estimulação contraditória, defendendo, por exemplo, o ressurgimento da alta cultura ao mesmo tempo em que utilizava uma linguagem de sarjeta ou fazendo crer que levava as almas perdidas de volta à Santa Madre Igreja enquanto excomungava até o Santo Padre, a quem não poupava os mais reles e ralés epítetos e ofensas, e por aí vai. </span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Sobre seu 'vasto'conhecimento acumulado em mais de 40 anos (sic) de leitura sobre tudo, a conta não fecha. Sua pedagogia malandra consiste no falar desconectado sobre assuntos diversos, que encanta qualquer platéia sem consistência intelectual ou disposta a confiar no 'professor. </span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Sem contar que é mentiroso a toda prova. Principalmente sobre seu nebuloso e escandaloso passado esotérico tariqueiro.</span></span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-66389088417023455442018-11-06T12:26:00.001-08:002018-11-06T12:28:33.176-08:00Olavo é vulgar e despreparado. Igual Bolsonaro.<span style="background-color: white; color: #1d2129;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Olavo de Carvalho se ofereceu 'desinteressadamente' para ser embaixador do Brasil nos EUA. Dizer que ele é o 'menos diplomático' para o cargo é fugir da verdade. </span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Olavo de Carvalho não tem compostura social, traquejo cerimonial, preparo intelectual, experiência politica e conhecimento técnico para ser embaixador nem em Vila Nhocunhé. Aliás, para nenhum cargo de governo algum.</span></span><span style="background-color: #5d3fda; color: white; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 30px; font-weight: 700; text-align: center;"><br /></span><br />
<span style="background-color: #5d3fda; color: white; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 30px; font-weight: 700; text-align: center;">Pensando bem, Olavo de Carvalho tem credenciais para ser embaixador em Vila Nhocunhé.</span><br />
<span style="background-color: #5d3fda; color: white; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 30px; font-weight: 700; text-align: center;"><br /></span>
<span style="background-color: #5d3fda; color: white; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 30px; font-weight: 700; text-align: center;">Ter Olavo de Carvalho como embaixador do Brasil nos EUA dá bem a medida da vulgaridade e despreparo do governo Bolsonaro.</span><br />
<span style="background-color: #5d3fda; color: white; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 30px; font-weight: 700; text-align: center;"><br /></span>
<span style="background-color: #5d3fda; color: white; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 30px; font-weight: 700; text-align: center;">Ter Olavo de Carvalho como embaixador do Brasil nos EUA dá bem a medida da vulgaridade e despreparo do governo Bolsonaro.</span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-6478038387185618932018-11-06T12:21:00.005-08:002018-11-06T12:23:29.911-08:00Olavo de Carvalho é igual daime<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Olavo de Carvalho é igual daime: um e outro iluminam a inteligência, aumentam o discernimento e expandem a consciência. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> 'Apois': a ser verdade a conversa, a primeira coisa que adeptos e ditos 'alunos' deveriam fazer era largar o daime e abandonar as hostes olavéticas. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;">No caso de OdeC, não sem antes desmascarar o referido guru, expondo suas vigarices intelectuais e excrescências morais</span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Melhor estar preparado. Quem ousa cair fora do domínio escravizador do iluminado guru, come o pão que o diabo amassou. Olavo de Carvalho reage a seu modo: nível sarjeta. E a turba submissa e degradada urra aplaudindo o escroque. </span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Olavo escolheu seu caminho e, para o abismo aonde vai, ele quer levar quem ele puder. Parir e eleger Bolsonaro é a coroação de seu destino: "eu vim para 'f#*er com tudo". Olavo de Carvalho (quase) conseguiu.</span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;">*</span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<br />Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-64377865889453499612018-08-25T09:06:00.004-07:002018-08-25T09:06:54.767-07:00'Escândalos sexuais na Igreja' por Carlos Ramalhete <ul class="c-creditos" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(230, 230, 230); border-bottom-style: solid; border-image: initial; border-left-color: initial; border-left-style: initial; border-right-color: initial; border-right-style: initial; border-top-color: rgb(230, 230, 230); border-top-style: solid; border-width: 1px 0px; box-sizing: border-box; color: #5a5a5a; font-family: "Roboto Slab", sans-serif; font-size: 0.875em; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; height: 48px; line-height: 16.8px; list-style: none; margin: 30px auto; max-width: 860px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline; width: 860px;">
<li style="border: 0px; box-sizing: border-box; display: inline-block; float: none; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: 36px; margin: 0px; padding: 5px 7px; vertical-align: middle;"><div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
[ 23/08/2018 ]<br /><br />"Há já alguns anos que vêm vindo à tona escândalo após escândalo de abusos sexuais cometidos por sacerdotes e mesmo bispos da Igreja Católica. Recentemente, o resultado de uma investigação feita pelo governo norte-americano apontou que em uma única diocese, ao longo de décadas, houve cerca de 300 padres abusando de pelo menos mil menores de idade. Seminaristas de Honduras escreveram uma carta denunciando uma claque homossexual que dominava os seminários. E por aí vai. O que agora vem se tornando claro, ainda que disso pouco se falasse no começo do escândalo, mas que eu vinha falando desde que estes horrores inomináveis começaram a vir à luz, é que as vítimas, em sua imensíssima maioria, não eram criancinhas, mas rapazinhos. Em outras palavras, não se trata, nunca se tratou, de um escândalo de pedofilia, sim de efebofilia. Ou, em outras palavras, de homossexualismo.</div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
Cabe notar que não estou falando da condição de quem tem desejo sexual por pessoas do mesmo sexo de modo geral, e sim de uma incompatibilidade real entre este desejo e a vida sacerdotal. É como um gigante que queira ser jóquei ou uma pessoa da minha parca altura que queira jogar basquete: com muita dificuldade ele pode chegar em último, por haver uma incompatibilidade básica entre como ele é e o que se espera que ele faça. Este engano pode em muitos casos ser traçado a um engano de boa vontade, em que uma pessoa realmente religiosa, por ter atração sexual exclusivamente pelo mesmo sexo, não vê na proibição do casamento dos padres um obstáculo e decide dedicar-se à vida religiosa, indo para o seminário como outro iria para o Exército ou para o Banco do Brasil. Mas, como veremos, isso não dá certo. Este texto não é nem poderia jamais ser, assim, uma acusação geral às pessoas que têm atração sexual pelo mesmo sexo – o que, aliás, a doutrina católica ensina não ser pecado –, e sim à mistura indigesta desta peculiaridade pessoal com a vida sacerdotal.</div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
E o sacerdócio católico foi infiltrado, nas últimas décadas, por homossexuais impenitentes, contrariamente às leis da Igreja, que proíbem terminantemente a ordenação de pessoas com desejo sexual por pessoas do mesmo sexo, e à própria lei divina. Na tradição católica, a sodomia é um dos quatro crimes que bradam aos Céus por vingança, comparável ao assassinato de um inocente. E, nestes casos, almas inocentes foram assassinadas.</div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
Tenho experiência pessoal com isso. Fui seminarista décadas atrás, e meu seminário parecia a gaiola das loucas. Um colega uma vez me perguntou, suspirando, o que eu faria se um colega pusesse a mão na minha perna quando estivéssemos estudando lado a lado (eu era bonitinho, por incrível que pareça). Outro colega foi sexualmente atacado por um seminarista mais adiantado no provador de roupas de uma loja (!) e, indignado, saiu levando o sujeito aos bofetões para fora (é no que dá tentar agarrar um ex-paraquedista, como meu bom amigo e colega) e depois o denunciou ao reitor. O tarado foi expulso, mas a máfia cor-de-rosa de que ele fazia parte dedicou-se, então, a tornar a vida de meu amigo impossível. Chegaram ao ponto de dar sumiço no histórico de estudos dele, atrasando sua ordenação em um ano (ele teve de conseguir cartas de cada professor que já havia lhe dado aula, declarando que ele fora aprovado em cada matéria lecionada!). Dois colegas, imediatamente após a ordenação diaconal, foram comemorar em uma boate gay e foram reduzidos ao estado laical. Um colega, muito querido, tornou-se travesti, mandou cortar fora a própria genitália e construir uma vagina artificial, e hoje se dedica a ministrar hormônios a rapazinhos para afeminá-los. Pelo menos este não foi ordenado. Mas muitos foram. Dos cerca de 50 seminaristas do primeiro ano, com certeza pelo menos 40 eram homossexuais. Destes, uns 20 foram ordenados. Num convento com que eu tinha contato, ouvi de um frade que ele sofria tremendo “preconceito” (sic) por ter uma namorada, enquanto todos os demais frades tinham “namorados”(!)…</div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
A subcultura criada por estas pessoas, que não têm absolutamente nada que fazer como padres, é um veneno que corrói e corrompe a instituição eclesial. Afinal, são pessoas que estão vivendo uma mentira, dentro de uma instituição cujo princípio, meio e fim é a adoração d’Aquele que é a Verdade, o Caminho e a Vida. Pessoas que poderiam ser felizes vivendo no mundo colocaram-se, e colocam-se ainda, numa situação insustentável. Primeiro, o próprio seminário. Imagino o que seria para mim viver por sete a dez anos em um ambiente fechado com belas mulheres, dividindo o banheiro e passando todo o meu tempo em contato próximo. Certamente eu ficaria atraído por elas; seria muito mais difícil manter-me casto e fiel aos meus votos que na sociedade em geral. Pois é essa a situação de uma pessoa que tem atração sexual pelo mesmo sexo em um seminário.</div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
Havendo já uma claque corrupta lá dentro, é quase inevitável que ele acabe caindo em tentação. Ao fazê-lo, ele se torna membro da claque, partilhando dos segredos e do <em style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">frisson</em> da vida dupla, e mesmo que, no início, tivesse a firme intenção de viver castamente, acaba por corromper-se completamente. É comum que as práticas sexuais dentro de um tal meio cheio de segredos e excitações tornem-se compulsivas.</div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
E aí o sujeito é ordenado e vai para uma paróquia. Vê-se livre, com um automóvel à disposição, mas com a alma já corrompida por anos de vida dupla. O ambiente de panela de pressão sexual em que viveu nas sombras do seminário não o preparou para uma vida casta aqui fora. Muito pelo contrário.</div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
São esses que irão atacar sexualmente rapazinhos, pela simples razão de que os rapazinhos estão ao alcance e confiam neles. Mesmo o próprio confessionário acaba se tornando, para estes, local de caça de parceiros. Um rapaz que vá confessar um pecado de natureza homossexual acaba se tornando alvo dos desejos e ataques de alguém colocado em uma posição de autoridade e confiança. E são esses que, por conta da vida dupla que levam, vão acobertar os poucos corruptos cuja sexualidade os leva para outros lugares. A máfia cor-de-rosa acaba servindo também para acobertar padres que vivem maritalmente ou fornicam compulsivamente (um colega meu de seminário foi justamente expulso por ter fornicado com uma mocinha da paróquia onde fazia trabalho pastoral, usando a torre do sino para seus encontros sexuais; se fosse ordenado, provavelmente continuaria com o mesmo comportamento). A proteção de quem já vive uma vida dupla acaba por estender-se – pois uma mão lava a outra – até aos raríssimos verdadeiros pedófilos, os que são atraídos sexualmente por crianças que ainda não chegaram à puberdade. Estes, evidentemente, tampouco têm algo a fazer num seminário ou no clero, ainda que sua depravação seja mais facilmente escondida, ou mesmo sufocada temporariamente, no ambiente do seminário.</div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
O papa Francisco vem falando sobre este tema, reiterando que não se deve aceitar num seminário ninguém sobre quem paire sequer uma sombra de dúvida quanto à orientação sexual (isso a mídia não conta) e, mais importante, apontando a diferença entre o pecado e a corrupção. Uma coisa é a pessoa ter uma tentação, e mesmo cair nela. A tentação – pelo outro ou pelo mesmo sexo – não é pecaminosa. Mas qualquer ato sexual cometido fora do casamento é pecaminoso. A mim, que sou casado, são proibidas todas as outras mulheres do mundo. A todas as pessoas são proibidas todas as demais pessoas que não são seu legítimo cônjuge. Mas digamos que uma pessoa tem atração sexual pelo mesmo sexo. Vê uma outra pessoa que a tenta e cai em tentação, tendo relações sexuais com ela. Ela pecou, e pecou gravemente. Se ela se arrepender, contudo, ela não está fora do reto caminho. Há casos e mais casos de pessoas que pecam, arrependem-se, caem de novo no mesmo pecado, arrependem-se, e por vezes passam décadas assim. Mas o foco delas, o objetivo delas, continua sendo não pecar. Continua sendo fazer a coisa certa.</div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
Já a pessoa que se convence de que o errado é certo, que tem um <em style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">frisson</em>em fazer a coisa errada às escondidas, levando uma vida dupla, ou mesmo às claras, tornando-se publicitário do Inimigo, esta é uma pessoa que se corrompeu. Ela saiu do caminho. Ela está agindo contra ela mesma e contra seus melhores interesses. E, se sua impenitência a leva a pregar o erro, no confessionário ou no púlpito, o problema fica ainda mais grave. E isto não é raro.</div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
Falharam os mecanismos de controle e discernimento das vocações na Igreja, e vão continuar falhando enquanto houver claques de padres e bispos corruptos aceitando rapazes com atração sexual por pessoas do mesmo sexo nos seminários. Este é o problema com que se deve lidar. Não é a primeira vez que isto ocorre, aliás: no dito Renascimento houve problema semelhante. Na ocasião, livros foram escritos sobre isso, lançando luz sobre o problema e ajudando a combatê-lo. O que realmente resolveu a crise de então, praticamente igual à de hoje, foi o surgimento de ordens e congregações santas, como os jesuítas, que atraíram as boas vocações e fizeram a Igreja se reerguer da lama em que um clero corrupto a havia mergulhado.</div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
Mas lançar luz sobre o problema é um primeiro passo inevitável. Seria recomendável também retirar desses padres corruptos a capacidade de ouvir confissões e, em muitos casos, mesmo a de pregar. Melhor missa sem homilia que missa com homilia moralmente corrupta. Os casos mais graves poderiam ser levados a viver uma vida de penitência e oração em lugares onde não houvesse tentações para seus desejos sexuais. É o que a Santa Sé fez com alguns bispos nesta situação; esta prática poderia se estender aos padres, fazendo um bem a eles, à Igreja e ao mundo.</div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "Source Sans Pro", sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 27px; padding: 10px 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
No fim das contas, <em style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">sub specie aeternitatis</em>, é bom que estes horrores tenham vindo à luz. É um tumor lancetado, com o pus vazando: feio de ver, mas melhor que se ele ficasse oculto, pulsando e envenenando o resto do corpo. Compete-nos, agora, fazer como orientava Santo Inácio de Loyola – justamente o fundador dos jesuítas –, e trabalhar como se tudo dependesse de nós e confiar como se tudo dependesse de Deus. Assim a Igreja, no seu lado humano, estará menos longe de corresponder plenamente ao seu lado divino."</div>
</li>
</ul>
Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-52126150875848204672018-08-21T16:43:00.001-07:002018-08-21T16:43:25.670-07:00Ordenar mulher é contrariar Jesus Cristo<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: #eff1f3; color: #1d2129;"><br /> Nenhum papa pode permitir a ordenação de mulheres. Foi Nosso Senhor Jesus Cristo que constituiu o colégio apostólico, integrando-o só por homens. Impôs-lhes as mãos e deu-lhe poderes específicos de sacerdotes. Ele poderia ter escolhido mulheres entre os doze: Maria Madalena, Marta e Maria, as duas irmãs de Lázaro, e até mesmo a própria mãe, Maria. Não o fez.<br /><br /> Dizer que Jesus não o</span><span style="background-color: #eff1f3; color: #1d2129;">rdenou mulheres porque a sociedade da época era machista, misógina, patriarcal, whatever, não se sustenta. Basta lembrar o fato de que foi uma mulher - Maria Madalena - que primeiro viu o Senhor ressuscitado. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: #eff1f3; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: #eff1f3; color: #1d2129;"> Bom lembrar que, naquela época, o testemunho de uma mulher não tinha valor perante um tribunal, valia menos que a palavra de uma criança. Se Jesus Cristo quisesse que a Ressureição fosse aceita mais facilmente, deveria escolher um homem para anunciá-la. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: #eff1f3; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: #eff1f3; color: #1d2129;"> Mas escolheu Madalena como quisesse elevar a mulher e mostrar que ela era igual em dignidade. E a Igreja tem mulheres entre seus Doutores, as santas canonizadas se contam aos milhares. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: #eff1f3; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: #eff1f3; color: #1d2129;"> O sacerdote age in persona Christi, e Jesus Cristo é o Noivo, o Esposo; a Noiva é a Igreja. Uma 'mulher' não pode ser casar com a Noiva. A Noiva tem um Noivo, a Esposa tem um Esposo.</span></span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-76550110694440266062018-08-17T12:36:00.002-07:002018-08-17T12:36:41.076-07:00Aborto e neopaganismo<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Neguinho se acha iluminado e considera obscurantismo primitivo ser cristão - pior, católico! - e rezar pedindo a intercessão da Virgem Maria para proteção dos bebês na barriga de suas mães. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> São os mesmos que consideram patamar superior de espiritualidade fazer oferendas à Deusa Mãe, a Pachamama e ao Eterno Feminino, revivendo práticas do paganismo primitivo e idólatra. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Pode conferir: os adoradores da Grande Mãe são geralmente empedernidos e combativos militantes do 'direito</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: "Courier New", Courier, monospace;">' ao aborto.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;">Ignoram (ignoram?) que o direito à vida foi garantido pelo cristianismo. Na 'civilizada' Roma, o pai tinha o direito de (até) matar o filho, sem ser acusado de homicídio. Era o pater familias.<br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Como já nascemos no que precisamente e acertadamente chamamos de 'civilização ocidental CRISTÃ", não se percebe mais as origens cristãs da civilização que se formou a partir da queda do Império Romano, ali pelo final do século IV.<br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Um pouco de informação e honestidade não faria mal a ninguém. Mas o diabo não deixa ninguém conhecer a própria história. Mas há sempre tempo.</span></span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-54412107984904268872018-08-03T10:15:00.002-07:002018-08-03T10:17:17.140-07:00Nem mãe nem madrasta.<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Feminismo acha que é moderno mas faz o mesmo que a patriarcal sociedade romana pagã. Naqueles tempos, o pater familias dava ao pai direito de vida e morte sobre os filhos (e esposa e escravos). Bastava ao pai querer para poder matar. </span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Hoje, é igual. Se a mulher quer matar o filho na barriga, pode. O mundo regride. Estamos de volta ao mundo antigo, ao paganismo. Mulheres que abortam porque têm vontade também podem decidir engravidar e abortar para oferecer à Pachamama, à</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Deusa-Mãe, ao Eterno Feminino, o mais nobre dos holocaustos: um ser humano. </span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Para quem devolve à Mãe Terra o sangue menstrual ('a lua'), em ritual hoje praticado em parques públicos por 'sacerdotisas, pode achar a maior nobreza e gesto sublime oferecer o próprio filho em retribuição à Energia do Feminino, ao Poder da Magia e outras excelsas intenções e propósitos.</span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Se a mulher pode abortar porque foi estupro, porque não tem condições de criar o filho, porque a casa só tem um quarto, porque já tem outro filho, porque quer o quarto para fazer atelier, porque não quer estragar o corpo, porque não quer ser mãe, por que não quer o filho porque sim, qual o problema de gerar o filho, e abortar para oferece-lo a Deusa-Mãe? Maior nobreza.</span></span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-61004371278461751862018-07-29T10:41:00.001-07:002018-07-29T10:41:33.646-07:00OdeC é fraude<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="uiGrid _51mz _5f0n" style="border-collapse: collapse; border-spacing: 0px; border: 0px; color: #1d2129; table-layout: fixed; width: 648px;"><tbody>
<tr class="_51mx"><td class="_51m- vTop _5ep6" style="padding-bottom: 0px; padding-right: 16px; padding-top: 0px; vertical-align: top; width: 300px;"><div class="fsm" style="font-family: inherit;">
<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_5b5df56426d790e36119361" style="display: inline;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Publicado no Facebook 1 de maio de 205.</span></div>
</div>
<div class="fsm" style="font-family: inherit;">
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="display: inline;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
</div>
<div class="fsm">
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="display: inline;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="font-family: inherit;"> </span>"</span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Olavo de Carvalho, que se apresenta como o 'filósofo da sinceridade, não passa de uma fraude. "</span><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">No fundo, a sua 'filosofia', aquela de verdade, que coincide com o homem Olavo, é esta: criar uma rede de confusões, de conselhos e orientações contraditórias e conflitantes, que acabe por render ao estado de subserviência e submissão a maioria daqueles seguidores sem retaguarda psicológica e intelectual. </span></div>
<div class="fsm" style="font-family: inherit;">
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="display: inline;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
</div>
<div class="fsm" style="font-family: inherit;">
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="display: inline;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Naquele mar de 'sabedoria', que encanta os neófitos e incautos, os peixinhos<span class="text_exposed_show" style="display: inline;"> vão como carneirinhos para a boca do tubarão. Alguns escapam e conseguem ver de fora, tempos depois, como é que a arapuca funciona. </span></span></div>
</div>
<div class="fsm" style="font-family: inherit;">
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="display: inline;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br /></span></span></div>
</div>
<div class="fsm" style="font-family: inherit;">
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="display: inline;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;"> É bom dizer: outros, que têm estofo e sabem do que se trata, permanecem por covardia, falta de coragem de enfrentar a Besta, e por interesses mesquinhos de vender uns livrinhos ou cursos de qualquer coisa sublime."<br /><br /> O busílis é que Olavo de carvalho repete sempre que a filosofia surgiu como 'filosofia moral'. A filosofia é o homem. Por isto, Olavo de Carvalho afirma que Marx é uma impostura. Pois, burguês, Marx escreve que só a classe operária compreende, interpreta e muda a história de forma verdadeira. O mais é ideologia, que é o mundo invertido visto pelos olhos do burguês. Ou seja, a teoria de Marx teria de refletir os interesses de sua classe - dos burguese, e nunca a do proletariado. </span></span></div>
</div>
<div class="fsm" style="font-family: inherit;">
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="display: inline;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br /></span></span></div>
</div>
<div class="fsm">
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="display: inline;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><span style="font-family: inherit;"> </span><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> O mesmo ele diz sobre Foucault. Que denuncia o poder, e, sado-masoquista, extraía</span></span></div>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> prazer do exercício do poder. </span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-83076931845658673392018-07-29T10:03:00.004-07:002018-07-29T10:03:40.808-07:00Fazendo vista grossa para OdeC<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;">Publicado no Facebook em 1 de maio de 2015</span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> "Ninguém foi mais poupado e bem tratado que Olavo de Carvalho durante todos estes anos. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Pelo respeito que lhe devotavam e pela credibilidade que lhe atribuíam, seus alunos e admiradores fizemos vista grossa aos seus destemperos verbais, grosseiros e dispensáveis;</span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> aos arroubos megalomaníacos de auto-valorização; </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> aos furos evidentes na (im)possibilidade de ter lido todos os livros e todos os autores </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;">por 'mais de 40 anos';</span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> nas incontáveis versões, informações e afirmações contraditórias sobre o mesmo assunto (levando-o a estar sempre certo sobre o que quer que fosse);</span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> ao modo ambíguo e escorregadio com que sempre tratou temas como a maçonaria, que, para um católico não tem meio-termo; </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> ao modo desrespeitoso e vulgar, blasfemo e inadmissível com que se referia à hierarquia da Igreja (sob o pretexto santarrão de defender a ortodoxia); </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> ao exagero mentiroso sobre os Estados Unidos serem um país maravilhosamente bom e solidário, e não uma gente poderosa que discute com o porrete na mão. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> E por aí vai.."</span></span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-30605792491460075442018-07-29T09:45:00.000-07:002018-07-29T09:48:28.392-07:00Chorumelas olavianas *<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;">*Publicado no Facebook em 18 de maio de 2015.</span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> "A gente tem de combater o que não presta, o que é deletério e nocivo. Fazer o quê? Eu, durante bom tempo, louvei e incensei as virtudes de Olavo de Carvalho. Devo ter contribuído para convencer pessoas a admirá-lo e segui-lo. Agora, eu tenho dever moral de combatê-lo, para minimizar danos. </span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Eu já confessei que a 'filosofia' de OdeC encantou-me a princípio propriamente porque eu so</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;">u tosca e analfabeta no assunto. Todo mundo que não manja nada de matéria filosófica acha aquela chorumela olaviana a suprema maravilha. Uns manés, como eu, ficam se achando quando dizem que fazem um 'curso de filosofia'.</span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Depois, eu afastei-me dele, porque começou a cheirar mal aquele papo de que, para criticá-lo ou discutir com ele, era preciso ler 30 mil páginas e para nominá-lo o maior filósofo da humanidade bastava dar um like nos seus posts do Facebook. </span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Ah, sim: eu também compreendi o que era paralaxe cognitiva quando constatei que ele, que reivindicava o papel de restaurador da alta cultura, (ab)usava da linguagem de sarjeta e esgoto - pornografia é pouco - no trato de qualquer assunto e referindo-se a quem quer que fosse, de um Eli Vieira ao Vigário de Cristo na terra. </span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> E mais: eu provei que o 'filósofo da sinceridade e da confisssão' mente o tempo todo. Na sua biografia, não há um dado ou data que se sustente. Um(a) nega o/a outro/a. Distração? Ma va... Ma-fé. </span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> E mesmo a sua 'crítica cultural', que, a um tempo, era brilhante, original e bem escrita (falo do primeiro Imbecil Coletivo), virou um samba do crioulo doido em que OdeC - como faz atualmente - passou a se contradizer e a dizer e se desdizer, ao mesmo tempo, simultaneamente, no momento mesmo em que escreve sobre qualquer assunto. </span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Eu desafio qualquer um a dizer o que raios é, por exemplo, 'comunismo' para Olavo de Carvalho. Ele, espertamente, formulou um conceito sobre 'mentalidade revolucionária', que é muito bonito quando expresso, mas que permite que ele, e qualquer um, enquadre tudo e qualquer coisa dentro do conceito.</span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> A propósito, uma sua (ex) aluna, brilhante e que também caiu fora, observou com propriedade: o que Olavo faz, e como faz, é exatamente isto: mentalidade revolucionária. Ele prepara o terreno para o seu senhor, que atende por O Coiso. Alguém duvida?</span></span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-45606916750621194542018-07-29T09:36:00.000-07:002018-07-29T09:36:12.710-07:00Aprender é (re)lembrar - Platão<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;">Escrevi no Facebook dia 1º de maio de 2015 21:01</span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> "Não há qualquer estranheza no fato de que muitos de nós nos derramamos em rapapés a Olavo de Carvalho, naqueles tempos que antecederam a recusa em continuar a ser seu admirador ou aluno. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> A bem da verdade, alguma coisa boa aprendemos: Olavo diz sempre que não basta ser ex, é preciso ser anti. Por exemplo, não basta ser ex-co</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;">munista, é preciso ser anti-comunista. É dever moral, segundo OdeC, reparar o mal que fizemos, ao aliciar pessoas e fazer propaganda das virtudes de ser comunista. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Lição aprendida, é assim que eu faço diante da farsa intitulada Olavo de Carvalho. Denuncio e desmascaro. Se ele preferiu sacrificar a cultura que acumulou e seus talentos como professor para tornar-se um homem a caminho da degradação sem limites e sem medidas, acometido de vaidade atroz e descaradamente mentiroso, ele que arque com o resultado. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> E ninguém se engane: Olavo é amoral, mas não é burro. O que ele está fazendo é empreitada seletiva. Os que ficarem a seu lado são os que lhe servem e de que ele precisa. Para onde ele vai, ele sabe quem é que ele leva.<br /> </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;">PS: Bem pouco tempo antes de rejeitar radicalmente o marxismo e as idéias comunistas, eu vivia enaltecendo os feitos dos países socialistas e alçando às excelsas alturas homens da 'estirpe' de Fidel Castro. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Era uma atitude inconsciente de defesa, uma compensação pela insegurança de abandonar um terreno seguro, abrir mão de códigos e clichês que identificam (e te identificam perante) o grupo.</span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Em relação a Olavo de Carvalho, foi igual. Elegias e elogios à mancheia, antes de tomar vergonha na cara e cair fora."</span></span><br />
Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-36427292428493817812018-03-18T19:14:00.002-07:002018-03-18T19:19:38.294-07:00A coisa (não) está preta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNcnHtbfOjopyFTYpaUgzBnxqUJnTa8LaprCgfrhQBwF96w2O5e0M4SeKapzdAKon4LAhcDThIgY1DWjFggWYZ7rHg1V6cUHGbMECwclu1mSTNBtWH0Yuk47SxuVk6I8hHs9LsLJFBxMg/s1600/13880197_1546207255395774_4007492126195008418_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="959" data-original-width="956" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNcnHtbfOjopyFTYpaUgzBnxqUJnTa8LaprCgfrhQBwF96w2O5e0M4SeKapzdAKon4LAhcDThIgY1DWjFggWYZ7rHg1V6cUHGbMECwclu1mSTNBtWH0Yuk47SxuVk6I8hHs9LsLJFBxMg/s320/13880197_1546207255395774_4007492126195008418_n.jpg" width="318" /></a></div>
<br />
<div class="_3x-2" data-ft="{"tn":"H"}" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<div data-ft="{"tn":"H"}" style="font-family: inherit;">
<div class="mtm" style="font-family: inherit; margin-top: 10px;">
<div style="font-family: inherit;">
<div style="font-family: inherit; position: relative;">
<div class="" data-ft="{"tn":"E"}" style="font-family: inherit;">
<a ajaxify="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10210265324223386&set=a.3237686554909.118240.1649103363&type=3&size=956%2C959&source=13&player_origin=story_view" class="_4-eo _2t9n _50z9" data-ft="{"tn":"E"}" data-ploi="https://scontent.fcgh13-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/29342886_10210265324263387_7514547202820145152_n.jpg?_nc_eui2=v1%3AAeEifnQm1GuHRGTyWodgJXHZ9iVx7AMoeQXQECjJ6RzuP5gAKU9XbvbOktu0phuPrAbngv8jGAG_ka8W9yUqun5pN0lwdcvcfdAJObDD37W1uQ&oh=a4dc3f3ac0689636b24aa6beddcdce55&oe=5B4B55D6" data-render-location="permalink" href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10210265324223386&set=a.3237686554909.118240.1649103363&type=3" rel="theater" style="box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.05) 0px 1px 1px; color: #365899; cursor: pointer; display: block; font-family: inherit; position: relative; text-decoration: none; width: 476px;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<br />
<div class="_5pbx userContent _3576" data-ft="{"tn":"K"}" id="js_j" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #1d2129; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 1.38; margin-top: 6px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px 0px 6px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;">A estudiosa Alba Zaluar expõe magistralmente a questão racial no Brasil, no artigo abaixo. Convém ler:</span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;">"DEDICO ESTE POST AOS MILITANTES DOS MOVIMENTOS NEGROS:</span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Em um campo mais próximo das realidades políticas, um debate como o da “raça” e da identidade dá lugar a semelhantes intrusões etnocêntricas. Uma representação histórica, surgida do fato de que a tradição americana calca, de maneira arbitrária, a dicotomia entre brancos e negros em uma realidade infinitamente mais complexa, pode até mesmo se impor em países em que os princípios de visão e divisão, codificados ou práticos, das diferenças étnicas são completamente diferentes e em que, como o Brasil, ainda eram considerados, recentemente, como contraexemplos do “modelo americano”. </span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> A maior parte das pesquisas recentes sobre a desigualdade etno-racial no Brasil, empreendidas por americanos e latino-americanos formados nos Estados Unidos, esforçam-se em provar que, contrariamente à imagem que os brasileiros têm de sua nação, o país das “três tristes raças” (indígenas, negros descendentes dos escravos, brancos oriundos da colonização e das vagas de imigração européias) não é menos “racista” do que os outros; além disso, sobre esse capítulo, os brasileiros “brancos” nada têm a invejar em relação aos primos norte-americanos. </span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Ainda pior, o racismo mascarado à brasileira seria, por definição, mais perverso, já que dissimulado e negado. É o que pretende, em Orpheus and Power (1994), o cientista político afro-americano Michael Hanchard: ao aplicar as categorias raciais norte-americanas à situação brasileira, o autor erige a história particular do Movimento em favor dos Direitos Civis como padrão universal da luta dos grupos de cor oprimidos. </span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Em vez de considerar a constituição da ordem etno-racial brasileira em sua lógica própria, essas pesquisas contentam-se, na maioria das vezes, em substituir, na sua totalidade, o mito nacional da “democracia racial” (tal como é mencionada, por exemplo, na obra de Gilberto Freyre, 1978), pelo mito segundo o qual todas as sociedades são “racistas”, inclusive aquelas no seio das quais parece que, à primeira vista, as relações “sociais” são menos distantes e hostis. De utensílio analítico, o conceito de racismo torna-se um simples instrumento de acusação; sob pretexto de ciência, acaba por se consolidar a lógica do processo (garantindo o sucesso de livraria, na falta de um sucesso de estima). </span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Em um artigo clássico, publicado há trinta anos, o antropólogo Charles Wagley mostrava que a concepção da “raça” nas Amé- ricas admite várias definições, segundo o peso atribuído à ascendência, à aparência física (que não se limita à cor da pele) e ao status sociocultural (profissão, montante da renda, diplomas, região de origem, etc.), em função da história das relações e dos conflitos entre grupos nas diversas zonas (Wagley, 1965). </span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Os norte-americanos são os únicos a definir “raça” a partir somente da ascendência e, exclusivamente, em relação aos afro-americanos: em Chicago, Los Angeles ou Atlanta a pessoa é “negra” não pela cor da pele, mas pelo fato de ter um ou vários parentes identificados como negros, isto é, no termo da regressão, como escravos. Os Estados Unidos constituem a única sociedade moderna a aplicar a one-drop rule e o princípio de “hipodescendência”, segundo o qual os filhos de uma união mista são, automaticamente, situados no grupo in- ferior (aqui, os negros). </span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> No Brasil, a identidade racial define-se pela referência a um continuum de “cor”, isto é, pela aplicação de um princípio flexível ou impreciso que, levando em consideração traços físicos como a textura dos cabelos, a forma dos lábios e do nariz e a posição de classe (principalmente, a renda e a educação), engendram um grande número de categorias intermediárias (mais de uma centena foram repertoriadas no censo de 1980) e não implicam ostracização radical nem estigmatização sem remédio. </span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Dão testemunho dessa situação, por exemplo, os índices de segregação exibidos pelas cidades brasileiras, nitidamente inferiores aos das metrópoles norte-americanas, bem como a ausência virtual dessas duas formas tipicamente norte-americanas de violência racial como são o linchamento e a motim urbano (Telles, 1995; Reid, 1992). Pelo contrário, nos Estados Unidos não existe categoria que, social e legalmente, seja reconhecida como “mestiço” (Davis, 1991; Williamson, 1980). </span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Aí, temos a ver com uma divisão que se assemelha mais à das castas definitivamente definidas e delimitadas (como prova, a taxa excepcionalmente baixa de intercasamentos: menos de 2% das afro-americanas contraem uniões “mistas”, em contraposição à metade, aproximadamente, das mulheres de origem hispanizante e asiática que o fazem) que se tenta dissimular, submergindo-a pela “globalização” no universo das visões diferenciantes.</span><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> </span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Mas todos esses mecanismos que têm como efeito favorecer uma verdadeira “globalização” das problemáticas americanas, dando, assim, razão, em um aspecto, à crença americanocêntrica na “globalização” entendida, simplesmente, como americanização do mundo ocidental e, aos poucos, de todo o universo, não são suficientes para explicar a tendência do ponto de vista americano, erudito ou semi-erudito, sobre o mundo, para se impor como ponto de vista universal, sobretudo quando se trata de questões tais como a da “raça” em que a particularidade da situação americana é particularmente flagrante e está particularmente longe de ser exemplar. </span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Poder-se-ia ainda invocar, evidentemente, o papel motor que desempenham as grandes fundações americanas de filantropia e pesquisa na difusão da doxa racial norte-americana no seio do campo universitário brasileiro, tanto no plano das representações, quanto das práticas. Assim, a Fundação Rockefeller financia um programa sobre “Raça e Etnicidade” na Universidade Federal do Rio de Janeiro, bem como o Centro de Estudos Afro-Asiáticos (e sua revista Estudos Afro-Asiáticos) da Universidade Candido Mendes, de maneira a favorecer o intercâmbio de pesquisadores e estudantes. </span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></div>
<div style="margin: 6px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Para a obtenção de seu patrocínio, a Fundação impõe como condição que as equipes de pesquisa obedeçam aos critérios de affirmative action à maneira americana, o que levanta problemas espinhosos já que, como se viu, a dicotomia branco/negro é de aplicação, no mínimo, arriscada na sociedade brasileira."</span></div>
<div style="display: inline; margin: 6px 0px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"></span></div>
<div class="_5pbx userContent _3576" data-ft="{"tn":"K"}" id="js_j" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #1d2129; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 1.38; margin-top: 6px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<div style="display: inline; margin: 6px 0px 0px;">
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><br /></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Dedico este post aos militantes dos movimentos negros.<br />Eu não esperava apoio para o que venho dizendo há pelo menos 30 anos, assim como os colegas Peter Fry e Yvonne Maggie entre vários outros, de Pierre Bourdieu e Loïc Wacquant, dois intelectuais reconhecidamente de esquerda. Eles dois não citam nossos trabalhos, mas estão de pleno acordo com eles. O texto completo está em Estudos Afro-Asiáticos, Ano 24, no 1, 2002, pp. 15-33.</span></div>
Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-41983738845397663832018-01-31T13:40:00.002-08:002018-01-31T13:40:33.844-08:00Igual ao mensalão não<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> </span><span style="color: #1d2129;"><span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody _1n4g"><span style="font-family: inherit;">Vê bem: eu não penso o que penso porque concordo com tudo o que Reinaldo Azevedo diz. No tempo em que Reinaldo Azevedo já apontava as permissividades e ilegalidades do juiz Sérgio Moro e dos procuradores da turma de Dallagnol e Carlos Fernando, eu discordava dele, eu era 'somos todo Moro' e escrevi com todas as letras que os procuradores da Repúbli</span>ca de Curitiba eram iluminados por Deus e bonitos por natureza. </span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="color: #1d2129;"><span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody _1n4g"><br /></span></span></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="color: #1d2129;"><span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody _1n4g"> Adorei o Power Point e cheguei a escrever a RA afirmando que eu duvidava de que Sérgio Moro não tinha gostado daquela presepada, como informava o colunista. </span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="color: #1d2129;"><span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody _1n4g"><br /></span></span></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="color: #1d2129;"><span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody _1n4g"> Com o andar da carruagem e diferenciando entre a noção e percepção do que é Justiça e processo legal para nós - leigos e povo em geral - e quem o opera e aplica - fui, por dever de honestidade, mudando a minha visão da Lava Jato. </span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="color: #1d2129;"><span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody _1n4g"><br /></span></span></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="color: #1d2129;"><span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody _1n4g"> Sou filha de advogado, tenho um faro para a coisa. E sou jornalista, somos perdigueiros. Acompanhei todo o mensalão, quase sessenta sessões e assisti a (quase) todos os depoimentos da Lava Jato, especialmente os do triplex do Guarujá. Mensalão foi outra coisa. Teoria do Domínio do Fato é discutível? É. Mas aquela corja não foi condenado pela teoria. Foi por provas. E os acusados foram condenados de acordo com a denúncia.</span></span></span></span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-62333071151242830602018-01-31T13:37:00.001-08:002018-01-31T13:37:08.983-08:00Malfeito sobre malfeito<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Lula não é acusado de mentir sobre a propriedade do apartamento (todo mundo sabe que é dele, mas isto é outra história). A acusação é que as reformas são fruto de propina da Petrobrás. E além de não haver prova (no sentido jurídico) nem d</span><span style="background-color: white; color: #1d2129;">a posse do apartamento - o que dizer da propriedade - Moro diz que não afirma que o imóvel e suas benfeitorias são frutos destes contratos da estatal com a OAS. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Quem o confessa é Léo Pinheiro. Um delator informal, que ganhou o semi- aberto depois de entregar Lula. É sua palavra - e o contexto (sic) - o que vincula o triplex à propina da Petrobrás. É muito perigoso aceitar sem maiores aprofundamento que a prova de que há corrupção é não existir prova. E que não tem importância que a denúncia tenha sido ignorada porque - afinal, todos sabemos que Lula é o chefão da quadrilha (e é). </span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Por que Moro não juntou o triplex e o sítio? Queria ver Lula negar a posse de seu recanto de Atibaia. Morou lá, construiu casa para seus seguranças, botou cisne no lago, foi 130 vezes, por aí. O triplex? Ora, ele não morou, não usufruiu, não tem papel no nome dele, a OAS tem a propriedade formal, a Justiça do DF penhorou num processo da empreiteira. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Mesmo com todas as visitas, reformas e depoimentos de engenheiro, porteiro e executivos falando que era para Lula, ele pode dizer que não é dele. Porque pode. Se o armazenamento do acervo - uma grana! - foi um mimo legal (trocadilho bonitinho) da OAS a Lula, o apartamento do Guarujá também poderia ser. Como afirmava Léo Pinheiro nas quatro ou cinco tentativas (recusadas) de delação premiada do empreiteiro. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Sergio Moro deveria ter ouvido Vaccari sobre sua versão do acerto de contas. Ele negaria. Mas ficaria uma palavra contra a outra. A palavra que valeu foi a de Renato Duque. Então, 'tá. Lula deveria ter sido condenado exemplarmente num processo impecável em que fosse respeitado o devido processo legal. Não foi.</span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-26161639992578734022018-01-30T08:59:00.003-08:002018-01-30T08:59:26.904-08:00"Entre fatos e convicções: análise da sentença do juiz Sérgio Moro que condena o ex-presidente Lula". Alexandre Araújo Costa<i><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> </span><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; white-space: pre-wrap;">"o problema central é que duas batalhas se desenrolavam ao mesmo tempo. Uma batalha penal, que poderia ter sido ganha com o argumento de que os benefícios foram recebidos, mas não foram criminosos. Uma batalha política, que era incompatível com essa estratégia e exigia construir uma imagem de vítima para Lula."</span></i><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i> </i> </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /> "Li vários comentários que criticavam a decisão de Sérgio Moro que condenou o ex-presidente
Lula por causa de seu resultado e de suas consequências. Porém, li poucas
análises que avaliaram a consistência dos argumentos, inclusive porque as mais de 200
páginas do documento dificultam a elaboração de análises mais completas, que
exigem um bom tempo de leitura e reflexão. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Considerando que minhas atividades de
docência fatalmente me exigirão o desenvolvimento de uma opinião mais elaborada
sobre esse tema, decidi ler a sentença e escrever um pouco sobre ela.
Assim, em vez de começar dizendo que eu não li a sentença, mas discordo dela mesmo
assim, começarei de outro modo: eu li a sentença e a condenação me pareceu
absurda. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Cabe ressaltar que achei bem feita a descrição dos fatos, a explanação dos
argumentos e a construção das narrativas. Existe uma clareza na exposição que tem
muito mérito, especialmente porque se torna evidente que Sérgio Moro quis tornar a
sentença compreensível para cidadãos comuns que se dessem ao trabalho de ler a
decisão. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Também cabe ressaltar que a decisão esclarece muito bem que os argumentos
utilizados pela defesa foram muito frágeis, provavelmente porque a narrativa
verdadeira provavelmente seria muito indigesta para as pretensões políticas do ex-presidente. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Apesar disso, creio que as conclusões que Sérgio Moro infere não estão
devidamente baseadas nos fatos que ele narra e nas provas que ele explicita.
As provas indicam que Lula obteve benefícios da OAS que ele não quer admitir isso?
Sim. A OAS fez uma reforma em benefício dele? Fez. Esse tipo de recebimento causa
danos à sua imagem? Causa. Ele mentiu negando tudo isso? Sim. É lícito que réus
mintam em seu próprio benefício? Sim, mas essa mentira pode ter impactos políticos
relevantes. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Mas a pergunta central é: há comprovação de recebimento de benefício em função do
cargo de Presidente da República? E penso que aqui a resposta é negativa.
Há comprovação de fatos que podem ter sido corrupção. Verdade. Há comprovação de
que Lula recebeu da OAS uma série de benefícios em 2014. Existem indícios que esses
benefícios seriam pagos com verba decorrente da corrupção da Petrobrás? </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Nesse
sentido, existe um indício: a afirmação de Léo Pinheiro de que ele acertou com Vaccari
Neto em maio de 2014 que a OAS doaria o imóvel para Lula e debitaria isso da conta
de corrupção (item 529).
Se as palavras de Léo Pinheiro forem verdadeiras, não haveria indícios de que Lula
recebeu benefícios da OAS em função do seu cargo, mas que a OAS serviu como
intermediária para pagamentos do PT a Lula, redistribuindo para ele parte do que o PT
recebeu de forma ilícita da OAS. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Não há, porém, provas dessa operação, para além das
palavras de Léo Pinheiro, que são insuficientes para justificar uma condenação por
corrupção.
Além disso, o que Léo Pinheiro afirma expressamente é que, em maio de 2014, ele
acertou com Vaccari que certos custos que a OAS teve deveriam ser cobertos com o
dinheiro que seria pago pela OAS para o PT em função de contratos da Petrobras. Isso
quer dizer que primeiro a OAS pagou as obras e somente depois ajustou com Vaccari a
compensação, o que quer dizer que talvez não fosse esse o ajuste final do acordo e o
custo das reformas ficasse por conta da OAS, não da conta de corrupção do PT. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Tudo isso pode indicar que Lula foi beneficiado por dinheiro originado de corrupção,
mas isso não indica que ele praticou atos de corrupção. Não há mais indício de
corrupção nesses fatos do que há no pagamento pela OAS do depósito do acervo
presidencial. E, nesse caso, Moro absolveu Lula, por considerar que não havia indícios
de que o pagamento foi feito com dinheiro ligado à corrupção. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Percebe-se, portanto, que o critério de condenação utilizado por Moro não é aquele
definido pela lei (o recebimento de benefício em função do cargo), mas um critério
bastante diverso (o recebimento de benefícios oriundos de dinheiro ligado à
corrupção). Por mais que seja imoral o recebimento desse tipo de benefício, ele não
configura crime de corrupção, como reconheceu o próprio juiz Sérgio Moro ao analisar
o pagamento da OAS pelo depósito do acervo. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> E em 2009, quando Lula era presidente, existe algum indício de recebimento ilícito de
benefícios? A única coisa que existe é uma afirmação de Léo Pinheiro no sentido de
que João Vaccari Neto e Paulo Okamoto lhe disseram que em 2009
“O apartamento triplex, essa unidade é uma unidade específica, você não faça
nenhuma comercialização sobre ela, pertence à família do presidente, a
unidade tipo você pode vender porque eles não vão ficar com essa unidade, a
unidade seria o triplex” (item 525). </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Esse “pertence”, no meio da frase, é a palavra central do processo, pois foi com base
nisso que Sérgio Moro concluiu que a propriedade “de fato” do apartamento era de
Lula. Todavia, esse pertence parece ter sido usado de forma demasiadamente
ambígua, pois a narrativa toda não indica claramente que deveria haver uma
transferência gratuita do apartamento ao ex-presidente. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Tanto que, na continuidade
do depoimento, Léo Pinheiro afirmou que conversou com Vaccari e Okamoto depois
da reportagem da Globo sobre o triplex e que lhe foi dito:
“ [...]a orientação que foi me passada naquela época foi de que 'Toque o
assunto do mesmo jeito que você vinha conduzindo, o apartamento não pode
ser comercializado, o apartamento continua em nome da OAS e depois a gente
vê como é que nós vamos fazer para fazer a transferência ou o que for', e assim
foi feito. Isso, voltamos a tratar do assunto em 2013, se não me falha a
memória.” (item 525).</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Essa conversa torna evidente que não havia clareza alguma no que deveria ser feito
com o imóvel, exceto que ele não deveria ser comercializado. Todavia, não havia
clareza sobre pagamentos, sobre compensações, sobre propriedade, sobre quem
pagaria. O que Léo Pinheiro diz é que lhe foi pedido para não vender o apartamento e
ele o fez, mas não existe em nenhum dos diálogos contidos na sentença uma indicação
clara de que ele deveria ter transferido o apartamento gratuitamente para Lula.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> A OAS beneficiou Lula ao manter esse apartamento fora do comércio? Sim. Fez isso
intencionalmente? Fez, e há indícios fortes nesse sentido, já que o comportamento
com relação a esse imóvel foi muito particular durante todo o período. Todavia, não há
nesses fatos nenhum indício claro de que a OAS estaria repassando a Lula em 2009
qualquer benefício em função do cargo que ele exercia, exceto a reserva do
apartamento, que é um benefício deveras pequeno para justificar uma condenação
penal por corrupção. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> E os benefícios posteriores, especialmente os de 2014, não são
em momento algum ligados diretamente ao exercício do cargo de presidente.
Inobstante, Moro evidentemente faz a leitura de que os benefícios da OAS a Lula no
caso do triplex ocorreram em função de seu cargo de presidente. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Todavia, o próprio
Moro foi levado a considerar que os benefícios da OAS ao presidente com relação à
manutenção de seu acervo (que têm vulto maior do que as reformas do triplex) não
podem ser consideradas corrupção porque a OAS tinha interesse em manter a
proximidade com Lula por ser ele um ex-presidente. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Benefício pago a ex-presidente, em função de sua influência política, pode ser de uma
imoralidade atroz. Pode ser uma situação política desgastante para os envolvidos. Mas
não é crime de corrupção. E foi somente esse tipo de benefício que está devidamente
comprovado nos autos. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Os benefícios da OAS para Lula podem ser o pagamento de ajustes feitos durante o
exercício do cargo? Podem. Mas, de fato, os benefícios efetivamente parecem muito
pequenos para justificar essa interpretação, pois eles são muito compatíveis com
presentes da OAS para conquistar a boa vontade do ex-presidente. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Os fatos apresentados são graves e mostram uma série de irregularidades. E mostram
também as mentiras que Lula disse para tentar desqualificar as acusações. E indicam
também que a estratégia da defesa foi lícita, mas indicadora da falta de melhores
caminhos: atacaram o juiz, atribularam a audiência, tentaram deslocar o debate para a
mídia. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Acho que o problema central é que duas batalhas se desenrolavam ao mesmo tempo.
Uma batalha penal, que poderia ter sido ganha com o argumento de que os benefícios
foram recebidos, mas não foram criminosos. Uma batalha política, que era
incompatível com essa estratégia e exigia construir uma imagem de vítima para Lula. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Não obstante as provas de obtenção de benefícios, Sérgio Moro opera uma série de
malabarismos para condenar Lula com especial gravidade e para caracterizar como
“corrupção passiva” os atos do ex-presidente. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> A tese de Moro é de que Lula era proprietário “de fato” do triplex desde 2009 e isso é
necessário para justificar a condenação por corrupção. Mas não há nada de claro na
afirmação de que ele e Marisa eram proprietários do famoso triplex. As provas, de
fato, não são plenamente compatíveis com essa leitura, que força os fatos para se
encaixarem nas pretensões do juiz. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Todos os fatos poderiam ser rearranjados em uma versão mais leve: Lula consegue
com João Vaccari Neto (presidente da BANCOOP - Cooperativa Habitacional dos
Bancários) a reserva de um apartamento maior. Lula estava pagando por um
apartamento menor, mas queria um maior. Como vai ser pago? Sabe-se lá. Mas não é
um imóvel especialmente caro. Era um imóvel compatível com a renda de Lula. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Ele
queria ganhar o apartamento de presente? Talvez. Mas não é claro. E não se pode
condenar ninguém por um talvez.
O que mostra a sentença? A instrução probatória oferece sólidos indícios de que o
interesse de Lula e Marisa em um dos apartamentos de cobertura do prédio do
Guarujá fez com que a cooperativa BANCOOP, presidida por João Vaccari Neto,
reservasse o apartamento 174 para a família Lula da Silva. Uma cooperativa quebrada
deixa de vender um dos seus ativos para beneficiar o presidente da república que é
amigo do presidente da cooperativa... já acho isso bem irregular, mas nada disso foi
abordado no processo. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Há indícios variados de que a OAS respeitou essa reserva e tratou o apartamento como
“reservado” para Lula. Ocorre que “reservado” não é “doado”. Há indícios de que a
OAS estava disposta a continuar disponibilizando o apartamento para Lula, sem custos.
Mas “disponibilizar” não é “doar”. Emprestar seria um verbo mais adequado, pois não
se tratava em momento algum de um ajuste definitivo. </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Portanto, é falso um dos
pressupostos básicos da sentença: “Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa eram
proprietários de fato do apartamento” (item 850).
É evidentemente estranho que Lula não tenha optado por continuar pagando, por
mudar o objeto do contrato (e pagar mais pelo apartamento maior) nem por receber
de volta o que tinha pagado. Não fica claro o que ocorreria com o dinheiro pago se não
houvesse investigação. </span><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Tudo isso é estranho, mas todos os benefícios foram
posteriores ao mandato. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Não há provas claras de corrupção.
Aí entra outro salto lógico da sentença. Mesmo que o benefício tenha sido obtido
depois do mandato, a sentença considera evidente que ele foi recebido “em função do
mandato”. Esse é o ponto em que se faz o salto:
“852. Definido que o apartamento 164-A, triplex, era de fato do ex-Presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e que as reformas o beneficiavam, não há no álibi do
acusado Luiz Inácio Lula da Silva o apontamento de uma causa lícita para a
concessão a ele de tais benefícios materiais pela OAS Empreendimentos,
restando nos autos, como explicação única, somente o acerto de corrupção
decorrente em parte dos contratos com a Petrobrás.” </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Esse é o ponto mais absurdo da sentença. Mostra que houve um benefício, OK. Mostra
que as justificativas de Lula eram insubsistentes, OK. Mas diz que, se o réu não provou
sua inocência, resta uma única explicação: a de que se tratava de acerto de corrupção
decorrente, em parte, dos contratos com a Petrobrás. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> São furos demais em uma frase só. Não resta uma única explicação, pode haver outras.
Pode até ser corrupção, mas há outras versões possíveis, como o próprio Moro indica
na decisão sobre o depósito dos bens. A corrupção é atribuída em parte a ajustes
decorrentes dos contratos com a Petrobras, mas não mostra nada nesse sentido. Pode
até ser que o benefício viesse totalmente de outros ajustes de corrupção. Até pode ser
que fosse corrupção mesmo, mas é inadmissível condenar alguém porque o ato “pode
ser” corrupção. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> No ponto 856, Moro esclarece de fato o motivo da condenação “O ex-Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva foi beneficiado materialmente por débitos da conta geral de
propinas”. Não há provas de que ele praticou atos de corrupção, mas que ele foi
beneficiado pelo dinheiro da corrupção. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Mas isso também é falso. </span><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Existe a palavra de
Leo Pinheiro de que ele havia ajustado com Vaccari que os custos seriam debitados da
“conta geral de propinas” (item 529), mas não há mais nada nesse sentido. Lula sabia
que estava sendo beneficiado pela OAS, e a OAS tinha muitos motivos para beneficiá-
lo diversos do dinheiro decorrente da corrupção na Petrobras. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Se formos levar a sério a argumentação de Moro, o que ocorreria aqui seria o fato de
Lula receber benefícios do PT, que seria quem de fato arcaria com os custos
envolvidos. A OAS teria apenas atuado como executora de um ajuste entre Lula e
Vaccari, a ser custeado com dinheiro do PT que estava em suas mãos. Mas não foi essa
a narrativa de Moro. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Ademais, se a situação houvesse se consolidado, com uma utilização do apartamento
de forma dissimulada, talvez se consumasse um crime de lavagem de dinheiro, mas
não de corrupção. Ocorre, todavia, que Lula está correto ao afirmar que a transmissão
do bem (de fato ou de direito), nunca se operou. Não parece verdade que ele era
apenas um potencial comprador, mas parece razoável que ele tenha desistido do
negócio quando percebeu o tamanho do problema que poderia vir a ter com ele. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Assim, a dissimulação da propriedade não chegaria a se consumar.
De toda forma, em vez de caracterizar o ato de Lula como uma recepção de benefícios
pagos com dinheiro de corrupção, Sérgio Moro procura estabelecer uma narrativa
muito diferente: a de que Lula recebeu benefícios em função de ter nomeado certos
diretores para a Petrobras. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> A tentativa de estabelecer essa narrativa gerou vários
problemas para a argumentação da sentença.
Seria razoável indicar a existência de corrupção (por receber valores indevidos,
independentemente da fonte) se a OAS tivesse feito as reformas em 2009 e Lula
tivesse ocupado o apartamento. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Mas isso não ocorreu e Moro faz toda uma ginástica
para afirmar que se tratou de “um crime de corrupção complexo e que envolveu a
prática de diversos atos em momentos temporais distintos de outubro de 2009 a junho
de 2014, aproximadamente” (item 878). Ele precisava retroagir o fato para outubro de
2009 para caracterizar que Lula recebeu o benefício em razão do cargo ocupado. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Como a retroação para 2009 ficou frágil, a argumentação foi complementada no item
881:
“881. Não importa que o acerto de corrupção tenha se ultimado somente em
2014, quando Luiz Inácio Lula da Silva já não exercia o mandato presidencial,
uma vez que as vantagens lhe foram pagas em decorrência de atos do período
em que era Presidente da República.” </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Aqui novamente há um grande salto entre os fatos e a interpretação. Moro considera
claro que se trata de recebimento decorrente da corrupção na Petrobras, mas não há
nada nesse sentido. Ele retoma a ideia de que o dinheiro seria debitado da conta da
corrupção, mas o único indício nesse sentido é uma afirmação tangencial de Léo
Pinheiro. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> De todas as explicações possíveis, ele escolhe aquela que convém a suas
convicções.
São convicções compatíveis com os fatos, há de se reconhecer. Mas há muitas
interpretações possíveis do fato que permitem outras narrativas, mais sólidas inclusive
do que a de Moro. É muito razoável descrever todos os fatos como favores prestados
pela OAS a uma pessoa que, a despeito de ter saído do cargo, era provavelmente o
político mais influente da República. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Essa escolha interpretativa fica ainda mais frágil quando se verifica que Lula foi
absolvido no caso do depósito do acervo presidencial porque Leo Pinheiro “negou, em
Juízo, que os pagamentos pelo Grupo OAS da armazenagem do acervo presidencial
estivessem envolvidos em algum acerto de corrupção” (item 934). E continua
afirmando que “as declarações do acusado, de que não vislumbrou ilicitude ou que
não houve débito da conta geral de propinas, afastam o crime de corrupção” (item
935). </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Torna-se evidente, portanto, que Lula foi condenado no caso do triplex porque Léo
Pinheiro afirmou ter ajustado com Vaccari Neto que benefícios da OAS seriam pagos a
partir da “conta geral de propinas” (item 529) e que foi absolvido na mesma sentença
porque o mesmo Léo Pinheiro disse que a intenção da OAS nesse caso não tinha a ver
com o cargo (item 935). </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Parece-me absurdo esse modo de lidar com as provas e construir narrativas descoladas
dos fatos. Não creio que o juiz atuou com má-fé, mas parece-me clara a operação de um
viés de confirmação a partir do qual ele enxergou “provas” em todos os indícios que
eram simplesmente “compatíveis” com sua narrativa pessoal sobre o evento. </span><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Ao
desconsiderar as narrativas alternativas, que ele levou em conta na avaliação do caso
do depósito, as conclusões da sentença se tornaram arbitrárias. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Assim, resta claro que
a condenação por corrupção se deveu menos aos fatos do que às convicções de Moro.
E a condenação por lavagem de dinheiro é ainda mais frágil. Moro afirma que a
“atribuição a ele de um imóvel, sem o pagamento do preço correspondente e com
fraudes documentais nos documentos de aquisição, configuram condutas de ocultação
e dissimulação aptas a caracterizar crimes de lavagem de dinheiro” (item 893). </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Por considerar que houve corrupção (e, portanto, infração penal), Moro considera que
se tratou de ocultação patrimonial a atribuição do imóvel (que não ocorreu de forma
definitiva) e as fraudes documentais (com documentos pré-datados), voltada a
dissimular os bens decorrentes da infração penal. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Todavia, uma vez que se entenda
que não há provas de corrupção, essa acusação se esvai.
Além disso, a justificativa de que é possível cumular os crimes neste caso é muito
frágil. Uma coisa é receber dinheiro como corrupção e “lavá-lo” por operações
autônomas de dissimulação e ocultação. Coisa diversa é quando o próprio benefício
recebido é justamente a disponibilidade do bem. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> O diagnóstico de Moro é de que
“através de condutas de dissimulação e ocultação, a real titularidade do imóvel foi
mantida oculta até pelo menos o final de 2014 ou mais propriamente até a presente
data” (item 899).
Assim, a narrativa é de que Lula recebeu o bem em outubro de 2009 e que o ocultou
até 2014. </span><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Porém, essa narrativa não é plenamente adequada às provas, pois não há
indicação clara de que ele recebeu o imóvel de forma definitiva e que todos os atos
posteriores foram uma dissimulação do recebimento. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Creio que é plenamente razoável
a leitura de que o imóvel estava sendo reservado para ele, mas que não havia sido
transferido para ele.
Talvez seja verdade o que diz Léo Pinheiro, que ele acertou com Vaccari em 2014 que a
OAS doaria o imóvel para Lula e debitaria isso da conta de corrupção. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Mesmo que isso
tenha ocorrido, não seria suficiente para caracterizar crime de corrupção. Ademais,
talvez não seja verdadeira essa afirmação, que não é corroborada por outros
elementos probatórios. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Não são apresentados indícios de que o dinheiro foi debitado
da conta de corrupção.
Só há indícios de que o bem foi reservado para Lula em 2009 e que sofreu uma série de
benefícios a partir de 2010. E há a afirmativa de Léo Pinheiro de que somente em 2014
ficou acertado que o pagamento desses benefícios seria feito por meio de uma
compensação com a conta de corrupção do PT. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Parece-me evidente que a reserva do apartamento e as obras de melhoria não
caracterizam uma “propriedade de fato” e que, mesmo que tenha havido uma
disponibilização de bens da OAS para Lula nesse período, não há indicação concreta de
que isso ocorreu em função do exercício do cargo de Presidente. </span><br />
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> Tal como no caso dos
depósitos, todos esses favores e presentes poderiam ser caracterizados como
estratégias para agradar um ex-presidente que tinha influência muito grande no
governo e no PT.
Por tudo isso, não vejo como entender que a base fática apresentada por Sérgio Moro
seja uma justificativa razoável para suas conclusões jurídicas e, portanto, que a
condenação de Lula não foi baseada nas provas, mas em certas convicções pessoais de
Moro que não estão assentadas diretamente nos fatos e que não se adequam às leis
penais brasileiras.
<br /><br />Brasília, 14 de julho de 2017</span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-78147982428531520242018-01-29T16:27:00.003-08:002018-01-31T13:42:13.275-08:00E se eu for o réu?<span class="_36rj" style="background-color: #f2f3f5; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; font-style: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"></span><br />
<div class="_10la _10lg" style="background-color: #f2f3f5; color: #1d2129; display: inline-block; font-style: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; min-width: 0px; position: relative; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px; word-wrap: break-word;">
<span class=" UFICommentActorAndBody" style="background-color: white; border-radius: 18px; display: block; line-height: 16px; padding: 8px 10px;"><span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody _1n4g" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> O problema não é Lula ser culpado. É, todos sabemos. Ele merece cadeia. O busílis é aplicarem o mesmo fundamento e o mesmo (ind)devido processo legal para julgar a mim ou a qualquer outra pessoa. </span></span></span><span class=" UFICommentActorAndBody" style="background-color: white; border-radius: 18px; display: block; line-height: 16px; padding: 8px 10px;"><span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody _1n4g" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></span><span class=" UFICommentActorAndBody" style="background-color: white; border-radius: 18px; display: block; line-height: 16px; padding: 8px 10px;"><span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody _1n4g" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Ora, se Lula foi julgado porque "ora, todo mundo sabe que foi propina da Petrobrás, o contexto o prova", então, não precisa esta trabalheira toda. Condena o meliante em todos os processos à pena máxima, já que ele é o Comandante Supremo da Propinocracia (e é hehe)</span></span></span></div>
Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-45187167765160226752018-01-29T12:29:00.001-08:002018-01-29T12:29:26.758-08:00TRF-4: o Calcanhar de Aquiles<br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> "O grande Calcanhar de Aquiles é a ausência de conexão entre a propina paga através do triplex e o contrato obtido pela OAS junto à Petrobrás. E isto é um problema de mérito, e um problema formal também, porque afeta a própria competência do juiz Sérgio Moro e a competência estabelecida no âmbito da Operação Lava Jato para julgar este caso. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Este processo veio do Judiciário estadual paulista porque a juíza, à época, entendeu que o caso tinha conexão com a Lava jato; e desde então, este caso ali ficou, em Curitiba, e agora em Porto Alegre. Mas não há a conexão, esta conexão não é evidente e isto afeta tanto o mérito da questão quanto a própria existência do crime de corrupção consubstanciado neste ato, de quid pro quo, de troca, entre a obtenção do contrato e o pagamento da propina. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> E afeta a própria formalidade, a adequação formal do processo - que chamamos de devido processo legal - porque, se não há esta conexão evidente, não há nenhuma razão para que este processo seja julgado em Curitiba e não em São Paulo. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> A OAS é uma empreiteira paulista, o apartamento é no Guarujá, no Estado de São Paulo, e não existe nenhuma razão para este processo ser julgado em Curitiba se não a suposta conexão com a Petrobrás. Este é o principal Calcanhar de Aquiles, que afeta tanto o mérito da sentença quanto a adequação formal do processo. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> (não estar na 13ª Vara, com o juiz Sérgio Moro, em Curitiba, mas em São Paulo) Mudaria tudo porque seriam outros procuradores, outra investigação, outro regramento para a possibilidade de utilização de provas de outros processos. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Talvez os procuradores em São paulo não tivessem a mesma impressão que os procuradores da Lava Jato sobre a palavra de Léo Pinheiro, por exemplo. Um cara que mudou de versões quatro ou cinco vezes no meio de uma negociação de acordo e, no final, acabou sendo o fiel da balança numa condenação tão importante. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Ouvi todos os votos, tive o desprazer de ouvir os votos, porque este é um julgamento que é preciso entender, pelo precedente que ele gera de cima para baixo, principalmente por esta flexibilização dos requisitos necessários para uma condenação pelo crime de corrupção. (o acórdão do TRF-4) Vai gerar, com certeza, um impacto de cima para baixo nos processos que ainda estão em andamento e que não passaram pela primeira instância nem pelo tribunal. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Porque, querendo ou não, esta decisão hoje do tribunal é uma mudança da jurisprudência do tribunal com relação à própria tipicidade - os elementos típicos do delito de corrupção. Até então, esta necessidade de comprovar a existência de uma vantagem e uma contrapartida, ainda que a vantagem não tenha sido efetivamente concretizada e a contrapartida não tenha sido efetivamente realizada, esta correlação entre um e outro fazem ou faziam parte da definição do crime. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> É fundamental demonstrar esta correlação. E hoje a fundamentação utilizada pelo desembargador-relator, e acompanhada pelos demais desembargadores, vai no caminho de que Lula era o líder de uma organização criminosa que atuou nos bastidores como garantidor de um processo de corrupção. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Ou seja, é uma loucura, é um nível de abstração em que simplesmente se entendeu por bem superar a necessidade de comprovar esta correlação entre contrapartida e vantagem. O que é uma mudança brusca dentro da própria Lava Jato. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Até então, as condenações tem sido cravadas por contratos, por fatos, por atos. Na última condenação de José Dirceu, ainda que se veja ali uma fragilidade, o que se estava discutindo era uma correlação que fazia sentido no tempo e no espaço, entre a obtenção de um determinado contrato e um determinado pagamento. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Agora, nesta condenação, com esta fundamentação, abre-se uma mão para uma arbitrariedade tamanha. Porque, se eu não preciso comprovar esta correlação para funcionar o crime de corrupção, basta uma argumentação de que o cara atuava como líder nos bastidores para poder condená-lo por isto. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Vale lembrar que neste caso Lula não foi acusado de integrar uma organização criminosa. Por isto, a argumentação de que era um líder que atuava nos bastidores, um garantidor, isto é completamente despropositado, não fez parte da acusação, não fez parte da sentença, não fez parte do recurso do Ministério Público e agora integra o fundamento da decisão do tribunal. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> O que é uma loucura porque, a cada momento, o fundamento desta condenação vai mudando. Do ponto de vista de segurança jurídica e seriedade de instituições e o respeito ao devido processo legal, tem-se uma grave violação. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Todos nós sabemos que Lula tem culpa grave no cartório por diversos malfeitos mas talvez não estes que lhe estão sendo imputados. Hoje, infelizmente foi uma derrota muito forte para nossas instituições. Eu não gostaria de vê-lo candidato, mas gostaria de vê-lo derrotado de outra forma, não desta, com completo atropelo da nossa legislação, atropelo de nossos valores jurídicos."</span><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;">(Comentário de um brilhante, competente e promissor advogado e amigo sobre o veredicto do TRF-4 ao julgar sentença de Sérgio Moro condenando Lula (fiz a degravação de áudio que este advogado mandou-me pelo Whatsapp, de maneira informal e sem preocupação com rigor estilístico ou elaboração do texto. O que só aumenta o brilho do comentário)</span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;">.</span></span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-9137820709493830232017-05-03T11:29:00.003-07:002017-05-03T11:29:49.317-07:00Moro X Mendes: justa medida<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Ou Sérgio Moro (não) é um crápula e (não) julga sob critérios políticos, (não) perseguindo quem lhe é oposto, ou Sérgio Moro é o juiz rigoroso, mas sereno e firme, respeitador do devido processo legal e que sabe que a decisão do STF tem seus fundamentos legais e tem que ser acatada. Fosse outra a estatura de Moro e ele teria imposto a José Dirceu medidas cautelares desproporcionais e com sabor, digamos assim, de vingança. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Penso mesmos que ao juiz de Curitiba fez bem que a Sup</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;">rema Corte agisse como tal. Sérgio Moro conhece Gilmar Mendes, em outros processos o ministro do STF já criticou seus excessos. Os dois são grandes juízes, sabem o papel que cabe a cada um e se respeitam. São homens da lei. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> A Justiça não é ciência matemática e a eficácia e respeitabilidade da Lava Jato se estabeleceram muito em função do desassombro e coragem do juiz Sérgio Moro em enfrentar e não temer poderosos, impondo-lhes prisões preventivas, necessárias e oportunas, dada à dimensão e gravidade dos seus crimes. E elas foram efetivas. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Mas o que foi necessário e tempestivo, sem ser ilegal, como exceção, não necessariamente tem que virar a regra. A Lava Jato pode, e vai, continuar produzindo seus frutos porque ela está encontrando a 'justa medida'. Que Deltan Dallagnol e seus companheiros mantenham-se nos estreitos limites definidos por suas funções de agentes públicos. Os holofotes os estão deixando cegos. De vaidade.</span></span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-65699937685232517612017-04-04T15:35:00.000-07:002017-04-04T15:35:08.105-07:00Aborto: ser ou não ser<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129;"> Direito ao aborto: muitos defensores do aborto lançam mão do argumento de que a ciência não chegou à conclusão de que um zigoto de um segundo de existência, um embrião de poucos dias ou um feto de várias semanas é um ser humano. Mas a mesma ciência tamb</span><span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129;">ém não concluiu - e nunca afirmou - que um zigoto de um segundo de existência, um embrião de poucos dias ou um feto de várias semanas não é um ser humano. Logo, pode ser (todo mundo sabe que é, mas deixemos assim). </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129;"> Se não for ser humano, quem é contra o aborto pagará no máximo um mico de ter defendido um amontoado de células indeterminadas e amorfas, assim como cutículas, cabelo ou calo. Se for ser humano, aí não pode matar. Ponto final. Tem 50% de chance de ser e 50% de chance de não ser. Matar um ser humano inocente e indefeso é assassinato. Crime hediondo. Não dá para justificar sob hipótese alguma. Na dúvida se é ou não um ser humano, não pode matar.</span></span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-77958541501101533102017-04-04T14:53:00.003-07:002017-04-04T14:53:19.735-07:00Casa, separa; casa, separa. Ah, para que casar?<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Há uma frase do pregador oficial da Casa Pontifícia e do Papa, o frade franciscano Raniero Cantalamessa, que eu costumo repetir: o mal é mal porque faz mal. Quando o Congresso Nacional aprovou a lei do divórcio, em 77 (eu estava lá, assisti de corpo presente), o seu maior defensor, o senador Nelson Carneiro, repetia insistentemente que a medida não era para os casais felizes no matrimônio. O divórcio seria para os que não tinham conseguido salvar o casamento e eram discriminados - a mulher era 'concubina' e os filhos eram chamados 'naturais, vistos como 'bastardos'. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Era, assim, a segunda chance. Permitia-se o divórcio uma única vez. É claro que a coisa não ficou por aí. Ora, se pode uma vez, por que não duas? Se pode duas, por não trinta? E é assim. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;">Pior, ninguém se casa mais, nem no civil. As famílias constituídos por núcleo tradicional - pai, mãe e filhos - vão rareando. As composições - meios irmãos, filhos da namorada de meu pai, filho do ex-marido da minha mãe com outra mulher e vai por aí - hoje é a regra. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Pois é, o que é que tem, não é? O que importa é o amor. Nunca vi sociedade para se amar mais que a nossa. E (não) espanta e (não) intriga que esta mesma sociedade, em que comprovadamente há menos escassez e muito mais bens à disposição da grande maioria da população (dizer o contrário é mantra de esquerdista desonesto, não há mais pobreza no mundo. Ponto), produza níveis de violência cada vez maiores.</span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> E o fator determinante -em que a miséria e desigualdade contam como agravantes - é a desestruturação familiar. Lares desfeitos, filhos sem pai, sem noção de autoridade, mães obrigadas a trabalhar para sustentar a casa porque os pais dos filhos abandonam a casa ou nem chegam a formar família porque os filhos são fruto de 'sexo casual', geralmente na adolescência, e outras situações como estas. Filhos são criados pelos avós ou por 'padrastos', estes também casuais, romances efêmeros. É comum notícia de estupro de meninas por 'padrastos' pouco mais velhos que elas, os tais 'namorados de minha mãe'. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Hoje, não há mais empenho dos casais em salvar o casamento em vista do bem da família e dos filhos. Mulher não precisa mais de homem, senta-lhe um pé na bunda logo na primeira vez em que alguma coisa não está boa, assim naquela vibe de que "ninguém deva ficar preso em uma relação infeliz se não desejar". </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> E a fila anda. </span></span><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Deixou filhos pelo meio? Problema nenhum. Hoje, é normal, criança não se importa de mudar de mãe, de pai, de casa, de família, de irmãos. Tempos modernos.</span><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Courier New", Courier, monospace;"> </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> A Igreja Católica tem dois mil anos. Ela nunca mudou o seu entendimento sobre o matrimônio. É indissolúvel. E ninguém como a Igreja acolhe e ampara os casais que se separam. Mas permissão para casar duas, três, trinta vezes? Não.Só uma perante Deus. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;">Por que? Porque a Igreja acredita em Nosso Senhor Jesus Cristo e nas Sagradas Escrituras, onde está escrito que 'o que Deus uniu o homem não separe'. A Igreja tem em vista a eternidade, ela não é moderna, é eterna. </span></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Os maus frutos da dissolução do casamento estão aí. Só não vê quem não quer. Hoje, o tal 'amor' justifica aberrações como as mostradas no Fantástico: um filho gerado por um homem vestido de mulher e uma mulher vestida de homem. O 'homem' gerou, pariu e amamenta o filho. Nós estamos ensandecendo? Nós vamos ver coisas assim e dizer que isto é normal, porque o amor é lindo? (to be continued)</span></span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-8830750441508799522017-03-25T17:30:00.000-07:002017-03-25T17:35:44.790-07:00Stars Wars e chumbo na cabeça<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnGGvSQfWxQFJlCO_hoXMS9yDCiUQLsNikJcqfk1IkL1NuxuqhKyvUzA9yA0L85cdAqbo2pSAmCP3x8r768ohqnHSh3hrhOQGghfWRhsM6_cb6Offrv7u_BDeXCSQ0Q5IcVwNMjLr_RKs/s1600/millenium-falcom.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnGGvSQfWxQFJlCO_hoXMS9yDCiUQLsNikJcqfk1IkL1NuxuqhKyvUzA9yA0L85cdAqbo2pSAmCP3x8r768ohqnHSh3hrhOQGghfWRhsM6_cb6Offrv7u_BDeXCSQ0Q5IcVwNMjLr_RKs/s320/millenium-falcom.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"> Quando lançaram no Brasil o primeiro filme (que era o IV) da série Guerra nas Estrelas, em 1978, fui uma das primeiras a correr para as salas de cinema. Saí maravilhada, encantada, seduzida e deslumbrada por aquela aventura cósmica estelar (e apaixonada por Hans Solo, por supuesto).</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "courier new" , "courier" , monospace; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "courier new" , "courier" , monospace; white-space: pre-wrap;"> Eu era jornalista d'O Globo, fazia cobertura no Congresso e lembro-me de chegar à sala de Imprensa da Câmara dos Deputados contando e falando do filme. Ninguém vai acreditar: quem ousasse gostar de Star Wars era desprezado, discriminado e xingado, por gente da esquerda, de capacho do imperialismo hollywoodiano alienante e manipulador e fantoche do capitalismo fetichista desumano e opressor. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "courier new" , "courier" , monospace; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifOEb8EkUdZxulgFeX1i9S41nnbc9IzQhMzAhA26oaYgWxSDFqPvQcdBE0Uexk1YzXzNtNn-c3PgvrP8AHVTeMadwMeym9qOc5lqgnP1yIojo2fgOexBqDZbFhErNsK0Hlv2b27tdkDh4/s1600/lego_halcon_5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="209" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifOEb8EkUdZxulgFeX1i9S41nnbc9IzQhMzAhA26oaYgWxSDFqPvQcdBE0Uexk1YzXzNtNn-c3PgvrP8AHVTeMadwMeym9qOc5lqgnP1yIojo2fgOexBqDZbFhErNsK0Hlv2b27tdkDh4/s320/lego_halcon_5.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "courier new" , "courier" , monospace; white-space: pre-wrap;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "courier new" , "courier" , monospace; white-space: pre-wrap;"> Os militantes revolucionários de esquerda - de que os jornalistas eram a face mais barulhenta e movimentada - olhavam com absoluto desprezo para a cultura pop americana e para a sociedade de massas. Para estes iluminados, filmes como Star Wars consolidavam todos os componentes da narrativa mitológica do Império para subjugar os povos do Terceiro Mundo e os deserdados da Terra. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "courier new" , "courier" , monospace; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "courier new" , "courier" , monospace; white-space: pre-wrap;"> No meu caso, para piorar eu tinha também assistido - e adorado - Superman - The Movie, com Christopher Reeves como Superman, Marlon Brando no papel de Jor-El, seu pai biológico e Gene Hackman como o vilão Lex Luthor. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "courier new" , "courier" , monospace; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "courier new" , "courier" , monospace; white-space: pre-wrap;">Vendo de longe, aqueles foram Anos de C</span><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "courier new" , "courier" , monospace; white-space: pre-wrap;">humbo mental, isto sim.</span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3309323883960928835.post-59586741098385759162017-03-18T19:12:00.001-07:002017-03-26T08:00:01.405-07:00Dória e Ciro: sorte nossa<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Eu não misturo muito as coisas. Ser prefeito não é o mesmo que ser Presidente da República. João Dória é o prefeito de São Paulo, e eu gosto. Quando falo que daria meu voto a João Doria para Presidente é mais para declarar a alegria de ver a minha cidade sendo cuidada, voltando a ser bem tratada por quem tem a obrigação de cuidar dela. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;"> Eu, por vício de ofício, sou sempre do contra. Não existe jornalismo a favor; logo, sou crítica e fico com um pé atrás com as 'autoridades co</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;">nstituídas'. Mesmo votando em Dória, eu não esperava que ele fosse tão eficiente, dinâmico, criativo como tem demonstrado.</span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Eu gosto dele. Ele é topetudo. Podia ter amarelado diante do bombardeio que sofreu por aumentar velocidade nas marginais e enquadrar os pichadores, por exemplo. Que nada, João Dória não se intimidou, bateu de frente com o 'povo do bem', e manteve a posição. E resolveu problemas sérios como exames de saúde atrasados etc.</span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Só está há dois meses à frente da Prefeitura. Deixemo-lo prefeitar. Não sei em que ele é farsante ou papo furado.</span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Sobre Ciro Gomes, eu presto atenção nele desde quando foi governador do Ceará, em 1990. Em 1998, ele disputou a eleição para Presidente da República e era meu candidato. às vezes, ele se mostra uma pessoa preparada, lúcida, visão ampla, corajoso. Noutra ocasião, desata a dizer inconsistências, ofensas, idéias desamarradas, garganteios irresponsáveis. É muito complicado e faz o gênero tough guy (mas acho que é por isto que eu gosto dele hehe).</span></span><br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> Gostei que Doria respondeu de bate-pronto à pecha de 'farsante' e 'papo furado, não fez de conta que não foi com ele. E Ciro, claro, está batendo em Dória porque está de olho em 2018. Seria instigante e animador se os dois concorressem à Presidente da República. Eu, claro, votaria em João Dória Jr.</span></span>Mirian Macedohttp://www.blogger.com/profile/04122925935273179270noreply@blogger.com0