sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Luta sem classe

Publicado no site Escola Sem Partido, em março de 2007 - (http://bit.ly/h5Dfux)
   
           "Acabei de tirar minha filha, de 14 anos, do Colégio Pentágono/COC (unidade Morumbi - São Paulo) em protesto contra o método pedagógico "porno-marxista" adotado pela escola no ensino médio este ano. O sistema COC, que começou como cursinho pré-vestibular há cerca de 40 anos em Ribeirão Preto-SP, está implantado hoje em mais de 150 escolas em todo o Brasil, atingindo cerca de 200 mil alunos. O Pentágono - que, além do Morumbi, tem colégios em Alphaville e Perdizes - é é uma das escolas-parceiras.
    

         As provas de desvio moral-ideológico são incontáveis. Numa apostila de redação, a escola ensina "como se conjuga um empresário" e, para tanto, fornece uma seqüência de verbos retratando a rotina diária deste profissional:
   
        "acordou, barbeou-se...beijou, saiu, entrou... despachou...vendeu, ganhou,lucrou, lesou,         explorou, burlou... convocou, elogiou, bolinou, estimulou, beijou, convidou...despiu-            se...deitou-se, mexeu, gemeu, fungou, babou, antecipou, frustrou...saiu... chegou, beijou, negou etc etc".
     
         A página 4 da apostila de Gramática ostenta a letra de uma música de Charlie Brown Jr, intitulada Papo Reto (Prazer É Sexo O Resto É Negócio) - assim mesmo, tudo em maiúscula, sem vírgula. Está escrito: 
    
        "Otário, eu vou te avisar:
    o teu intelecto é de mosca de bar
    (...) Então já era,  
    Eu vou fazer de um jeito que ela não vai esquecer".

       Noutro exemplo, uma letra de Vitor Martins, da música Vitoriosa:
    
      "Quero sua alegria escandalosa
    vitoriosa por não ter vergonha
    de aprender como se goza"

       As apostilas de História e Geografia, pontilhadas de frases-epígrafes de Karl Marx e escritas  em 'português ruim', contêm gravíssimos erros de informação e falsificação de dados históricos. Não passam, na verdade, de escancarados panfletos 'esquerdejosos' que as frases abaixo, copiadas literalmente, exemplificam bem:
    

      "Sabemos que a história é escrita pelo vencedor; daí o derrotado sempre ser apresentado como culpado ou condições de inferioridade (sic). Podemos tomar como exemplo a escravidão no Brasil, justificada pela condição de inferioridade do negro, colocado (sic) como animal, pois era " desprovido de alma". Como catequizar um animal? Além da Igreja, que legitimou tal sandice, a quem mais interessava tamanha besteira? Aos comerciantes  do tráfico de escravos e aos proprietários rurais. Assim, o negro dava lucro ao comerciante, como mercadoria, e ao latifundiário, como trabalhador. A história pode, dessa forma, ser manipulada para justificar e legitimar os interesses das camadas dominantes em uma determinada época".

      (Sandice é dizer que a Igreja legitimou a escravidão. Em l537, o Papa Paulo III publicou a Bula Veritas Ipsa (também chamada Sublimis Deus), condenando a escravidão dos 'índios e  as mais gentes'. Dizia o documento, aqui transcrito em português da época, que "com authoridade Apostolica, pello teor das presentes, determinamos, & declaramos, que os ditos Indios, & todas as mais gentes que daqui em diante vierem á noticia dos Christãos, ainda que estejão fóra da Fé de Christo, não estão privados, nem devem sello, de sua liberdade, nem do dominio de seus bens, & que não devem ser reduzidos a servidão").  
   

      Outra pérola do samba do crioulo doido, extraída da apostila de História:
    

      "O progresso técnico aplicado à agricultura (...) levou o homem a estabelecer seu domínio sobre a produção agrícola em detrimento da mulher".

      (OK, feministas. Agora, tratem de explicar a importância e o poder das inúmeras deusas na mitologia dos povos mesopotâmicos, especialmente Inana/Ishtar, chamada de Rainha do Céu e da Terra, Alta Sacerdotisa dos Céus, Estrela Matutina e Vespertina e que integrava, com igual poder,  a Assembléia dos Deuses, ao lado de Anu, Enlil, Enki, Ninhursag, Nana e Shamash. Na Suméria,"tanto deuses quanto deusas eram patronos da cultura; forças tanto femininas quanto masculinas estavam envolvidas com a criação da civilização. A realidade dos papéis das mulheres dentro de casa estava em perfeito acordo com a projeção destes papéis no mundo divino". (Tikva Frymer-Kensky em seu livro de 1992, In the Wake of Goddesses: Women, Culture and Transformation of Pagan Myth. Fawcet-Columbine, New York). 

       Mais delírio marxista de viés esquerdológico: "Estas transformações provocaram a dissolução das comunidades neolíticas, como também da propriedade coletiva, dando lugar à propriedade privada e à formação das classes sociais, isto é, a propriedade privada deu origem às desigualdades sociais - daí as classes sociais - e a um poder teoricamente colocado acima delas, como árbitro dos antagonismos e contradições, mas que, no final de tudo, é o legitimador e sustentáculo disso: o Estado". 
       
       (Definição de propriedade privada, classes sociais e de Estado, em sentido marxista, no neolítico, nem Marx!).   

       Calma, não acabou:
        

       No capítulo sobre a Mesopotâmia, a apostila informa que o deus Marduk (grafado Manduque) ordenou a 'Gilgamés' que construísse uma arca para escapar do dilúvio. 

      (Gilgamesh é, na verdade, descendente do Noé caldeu/sumério, chamado Utnapishtin/Ziusudra. É Utnapishtin que conta a Gilgamesh a história da arca e do dilúvio. Há versões em que Ubaretut, filho de Enki, é que é o verdadeiro Noé, Utnapishtin apenas revela a história do dilúvio a Gilgamesh).

       Outro trecho informa que o "dilúvio  seria enviado por Deus, como castigo às cidades de Sodoma e Gomorra". (Em Genesis (19,24), lê-se: "O Senhor fez então chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra". Além disto, a destruição de Sodoma e Gomorra nada tem a ver com Noé, e sim, com o patriarca Abraão e seu sobrinho Ló).
    
      Outros achados:
    

      "Diz a tradição que Sargão era filho de um jardineiro, o que nos faz pensar que, nesta época, como era possível alguém das chamadas camadas baixas da sociedade, ter acesso ao poder?".(Que reflexão revolucionária! E que estilo!) 
    
      No  capítulo " Geografia das contradições" lê-se:
 

      "Uma das graves contradições relaciona-se à economia: na sociedade capitalista quase todos trabalham para gerar riquezas, mas apenas uma minoria burguesa se apropria dela(sic)" (...)Por outro lado, é necessário compreender que a sociedade foi e é organizada por meio das relacões sociais de produção. Entre nós, e na maioria dos países, temos o modo de produção capitalista em que a relação básica é representada pelo trabalho. Nele encontram-se os proprietários dos meios de produção e os trabalhadores que, não possuindo os meios de produção, vendem sua força de trabalho". (Marxismo  puro, simples assim)
 
      O mais grave é que estas apostilas, de viés ideológico explícito, vêm sendo adotadas por um número cada vez maior de escolas no País. Além das escolas próprias, o COC faz parcerias com quem queira adotar o sistema, como aconteceu este ano com o Colégio Pentágono, onde minha filha estuda desde o primário. Estas apostilas têm de ser proibidas e as escolas-parceiras e o COC têm de ser responsabilizados.
  
    É a escuridão reinante".

    Mírian Macedo é jornalista e mãe.

PS: Dias depois de exercer o direito de resposta, o Sistema COC de Ensino ajuizou ação judicial, objetivando a condenação do coordenador do EscolasemPartido.org, Miguel Nagib, e da jornalista Mírian Macedo, ao pagamento de indenização por danos morais alegadamente causados pelo artigo.

2 comentários:

  1. PARABÉNS, MIRIAM.

    A parte pior é que eles são considerados intelectuais, educadores etc

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  2. Parabéns!

    A verdade sempre vence!

    Esquerdopatas estão com os dias contados.

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