sexta-feira, 29 de abril de 2011

Na real

     Kate Middletton desfilou, em 2002, de calcinha e sutiã transparentes, num evento beneficente em prol de instituições de caridade. Uma futura rainha da Inglaterra em trajes íntimos transparentes não é alvissareiro nem animador, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. 
     O ímpeto de qualificar as monarquias como coisas obsoletas, elitistas e desnecessárias, que  não servem para nada, conferindo automaticamente à República um status de eficiência, evolução e progresso humanos, é desconhecimento, má-fé e ligeireza no julgamento e avaliação dos fatos da realidade, nos moldes da 'profundidade e seriedade' dos acadêmicos, intelectuais e formadores de opinião da atualidade.
     "A Monarquia, personificada na rainha, funciona como um dos contrapesos políticos na Grã-Bretanha e exerce a função de conselheira do primeiro-ministro e de grande árbitra das questões políticas, estando livre da alternância do poder dos membros do Ministério e do Parlamento, que passam, enquanto a Monarquia fica.  

      Livre da obrigação de ir a votos, e com a responsabilidade de preservar as conquistas e garantir o respeito aos modos de vida e a liberdade do povo, a Monarquia, por ser permanente, não pode se arriscar em aventuras políticas e decisões desnecessárias por causa de eventuais clamores contingenciais" (Bruno Garschagen*). 
     É preciso distinguir as coisas: aquelas monarquias absolutistas européias - que foram substituídas, em sua maioria, por repúblicas - não são os únicos modelos monárquicos. É bom lembrar que a libertária e democrática Revolução Francesa, a despeito de ter derrubado um sistema monárquico despótico, instaurou em seu lugar uma República autoritária e sangrenta.
     Nem precisamos ir tão longe. Basta pensar no Brasil Império, com homens públicos da estatura de um José Bonifácio de Andrada e Silva, Ruy Barbosa e Joaquim Nabuco, além do proprio Imperador, Dom Pedro I, homem de cultura e ciência, e compará-los com Delúbio Soares, Silvinho Land Rover, Zé Dirceu e o chefe da quadrilha, o ignorante bestalhão Luis Inácio. Precisa mais?
* http://bit.ly/lEajfH

2 comentários:

  1. Texto muito simpatico, gostei da comparação, na realidade obsoleto é nossos sistema politico.
    Abraços.
    José Eymard

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  2. Excelente artigo. Parabéns !

    José Honorato de Oliveira Junior

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