domingo, 10 de junho de 2012

Chico Buarque e o diabo que o carregue

 ‎'' When people stop believing in God...they don't believe in nothing - they believe in anything''. GK Chesterton.
 (Quando as pessoas não acreditam em Deus, não é que elas não acreditam em nada, elas acreditam em qualquer coisa)



Você assume que não acredita em Deus, mas existem trechos nas suas músicas como “dias iguais, avareza de Deus” ou “eu, que não creio, peço a Deus”. No Brasil, é complicado não acreditar em Deus?

Chico Buarque:  - Eu não tenho crença. Eu fui criado na Igreja Católica, fui educado em colégio de padre. Eu simplesmente perdi a fé. Mas não faço disso uma bandeira. Eu sou ateu como o meu tipo sanguíneo é esse.
    
      Hoje há uma volta de certos valores religiosos muito forte, acho que no mundo inteiro. O que é perigoso quando passa para posições integristas e dá lugar ao fanatismo. O Brasil talvez seja o pais mais católico do mundo, mas isso é um pouco de fachada. Conheço muitos católicos que vão à umbanda, fazem despacho. 
    
     E fica essa coisa de Deus, que entra no vocabulário mais recente, que me incomoda um pouquinho. Essa coisa de “vai com Deus”, “fica com Deus”. Escuta, eu não posso ir com o diabo que me carregue? (Risos). Tem até um samba que fala algo como “é Deus pra lá, Deus pra cá – e canta – Deus já está de saco cheio” (risos).

Você já foi em umbanda, candomblé, algo do tipo?

Chico Buarque - Já, eu sou muito curioso. A mulher jogou umas pipocas na minha cabeça, sangue, disse que eu estava cheio de encosto. Eu fui porque me falaram “vai lá que vai ser bom”. 

     Passei também por espíritas mais ortodoxos, do tipo que encarnava um médico que me receitou um remédio para o aparelho digestivo. Aí eu fui procurar o remédio e ele não existia mais. O remédio era do tempo do médico que ele encarnava (risos).
   
    Já tive também um bruxo de confiança, que fez coisas incríveis. Aquela música do Caetano dizia isso muito bem, “quem é ateu, e viu milagres como eu, sabe que os deuses sem Deus não cessam de brotar.” 
   
    Eu vi cirurgias com gilete suja, sem a menor assepsia, e a pessoa saía curada. Estava com o joelho ferrado e saía andando. Eu fui anestesista dessa cirurgia. A anestesia era a música. O próprio Tom Jobim tocava durante as cirurgias. Eu toquei para uma dançarina que estava com problema no joelho. Ela tinha uma estreia, mas o ortopedista disse “você rompeu o menisco”. Ela estreou na semana seguinte, e na primeira fila estavam o ortopedista e o bruxo (risos).

    Uma vez, estava com um problema e fui ao médico. Ele me tocou e não viu nada. Aí eu disse “olha, meu bruxo, meu feiticeiro, quando ele apertava aqui, doía”. Ele começou a dizer “mas essa coisa de feitiçaria…” e atrás dele tinha um crucifixo com o Cristo. Daí eu perguntei “como você duvida da feitiçaria, mas acredita na ressurreição de Cristo?”. 

    Eu acho isso uma incongruência. Gosto de acreditar um pouco nisso, um pouco naquilo, porque eu vejo coisas inacreditáveis. Eu não acredito em Deus, acredito que há coisas inacreditáveis.

http://www.chicobuarque.com.br/texto/mestre.asp?pg=entrevistas/entre_brazuca_0410.htm

13 comentários:

  1. PQP! Que lixo! Quando eu era jovem adorava as músicas deles. Ainda o acho um letrista como poucos. Mas como ser humano, que desastre!
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    Tive o desprazer de conhecer inúmeras pessoas assim e lembro-em então do grande G.K. Chesterton:
    "o problema de quem deixa de acreditar em Deus, não é não crer em mais nada. É acreditar em tudo!".
    (o que não presta, acrescentaria eu).

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  2. pois então, quem não compartilha da sua opinião que o diabo carregue? QUE EXEMPLO DE CRISTÃ!

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    1. Vinicius, é Chico que quer que o diabo o carregue. Eu só usei as suas palavras. Tu leste a entrevista? Está lá.

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      Ler...ler...como você é exigente, menina, com os analfabetos funcionais e de profundidade igual à de um pires. Menos, pô, menos!
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      Mas que o bobão poderia ter ido dormir sem que você tivesse lhe esquentado as orelhas, poderia, né?!

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    3. Sim, Mírian, eu li a entrevista. Não disse apenas pelo Chico, não. Todo esse aparente ódio que vc leva dentro de si contra ateus não me parece uma atitude de cristã.
      Richard, não me referi a vc, não me interesso nem um pouco em entrar numa discussão com vc, não foste chamado aqui, portanto, vá usar sua sabedoria de wikipédia e seus xingamentos à outra pessoa q não seja eu. Porque eu estou pouco me lixando pra sua opinião. Estou aberto a uma conversa com a autora do texto, não com vc! Pelo o q li em outros comentários, vc já deveria ter colocado o rabinho entre as pernas e calado a boca, já que se intromete aonde NÃO é chamado todas vezes que alguém expõe sua opinião contrária. Vá pastar em outro lugar.

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    4. Ódio? Não, Vinicius, eu não odeio ateus. Por que eu os odiaria? Eu já descri em Deus, fiquei afastada por quase 40 anos da Igreja Católica, para onde retornei em 2005. Quando debocho de 'ateus' é por saber que pouquíssimos deles conseguem definir ainda que precariamente o objeto que eles mesmos negam. A argumentação da maioria deles não resiste a meia dúzia de perguntas. Quanto a Chico Buarque, é, no mínimo, rídiculo, que um 'ateu' ande por terreiros e centros espíritas participando de 'cirurgias espirituais (mas ele não é ateu?!), ingerindo beberragens e recebendo orientações de 'bruxos'. Chico Buarque é aquele tipo que eu descrevo no texto "Por Pachamama".

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    5. .
      Caro amigo Bobão:
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      Eu não tinha falado COM você, mas SOBRE você e ainda indiretamente!
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      E até prova em contrário, o espaço da blogueira é aberto a todos e a qualquer tipo de comentário que mantenha um mínimo de decôro, coisa a qual procuro fazer, bem ao contrário de alguns(mas), que você considera inclusive, com capacidade para dar-me lições. Fazer o quê?
      .
      Depois, na sua ira pouco santa, você efetivamente incorreu numa gafe ao imputar malícia e maldade à blogueira em querer mandar o bravo "bi-jaboti" para o inferno. Que dele nos livre Deus a todos!
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      Só que pego no flagrante e recebendo um chiste o mais bem-humorado possível nas circunstâncias, preferiu desferir coices desvairados na sua báia! Resultado: derrubou o cocho com toda a aveia e a água e agora terá de ir dormir com fome! Que chato!

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    6. Richard, vc perdeu toda a credibilidade quando começou seu texto que NÃO tem o mínimo de decoro, quando se referiu a mim como "bobão". Sabe quem me parece o bobão dessa história? vc, além de um PUTA puxa-saco e pé-no-saco! Não tem um blog pra postar tbm? Ou vc precisa vir aqui rebater questões levantadas de acordo com o texto da MÍRIAN. Ou vc se chama Mírian e eu estou enganado? Não queria nem deveria lhe dar lições e se eu sou ou não capacitado para isso, não cabe a vc dizer. Vc não tem respeito, e agora eu vou te dar uma pequena lição: Não se meta aonde não foi chamado, sabe pq? pq o insuportável e intrometido será sempre vc. E com toda a sua conduta, fica difícil levar a sério esse blog, já que em todos os comentários existe um panaca pra defender uma opinião que nem foi ele mesmo que expôs. Tome vergonha nessa cara. Eu me recuso a voltar a te responder. Pode xingar, dizer que sou "bobão", pq esse é o seu único argumento, eu já reparei em outros comentários. Se policie e não seja mais inconveniente. ;)
      E esse blog perdeu todo o respeito.

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    7. Vinicius, eu te confesso, eu não sabia que arbitrar comentários era também complicado. Richard Smith é 'comentarista' habitual no blog e geralmente polemiza com quem faz comenários aqui. Prefiro que os comentários não sejam ofensivos, mas também não quero censurá-los. Não publico aqueles que são chulos ou escrito por gente que invade o blog para fazer proselitismo ou militância. Quanto a perder o respeito pelo blog (logo, por mim), seja justo, tu não podes confundir-me com Richard Smith. Eu sei que ele vai entender do que estás falando e vai discernir, moderando o comentários que faz aqui. Eu não vou censurá-lo, não posso fazer isto. Eu sei que também vais compreender o que estou pedindo.

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    8. Eu sei q é Mírian, pois eu já tive um blog de notícias, diferente do objetivo do seu. Eu entendo perfeitamente q ele seja um habitual comentarista e até acho isso muito bom, contando que não se refira a mim com ofensas e xingamentos. Não, não perdi o respeito a vc, deveria ter sido mais específico, bem, eu perdi o respeito ou incentivo por comentar e me senti ofendido ao ler os comentários do Richard. Entenda bem, quando vamos a um blog(eu pelo menos), espero, quando faço comentários, q o autor venha ter, no mínimo, uma conversa comigo. mas entenda, O AUTOR. Se for um leitor assíduo, um admirador, etc., eu espero que seja respeitoso. Mírian, eu posso não concordar com a sua opinião, e por mais que me pareça absurda, não iria vir aqui me referir a vc com xingamentos.

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    9. Vinícius, tu não imaginas como eu gostaria de discutir, rebater, discordar, concordar, interagir, enfim, com muitos dos leitores que deixam comentários no blog. Não o faço por absoluta e imperiosa falta de tempo. Eu, na verdade, sou 'rainha do lar'. Cuido pessoalmente de minha casa e de minha família (marido e três filhos). No tempo que resta, eu (finjo que) estudo), (finjo que) escrevo, (finjo que) leio. Tu podes ver que os textos não obedecem a qualquer periodicidade, saem aos trancos e barrancos, quando dá. Não some não, ainda teremos tempo de conversar.

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  3. .
    Cara Mirian, poderia sim, como não? Foi o que o Brizolla Neto fez no seu blog, o "Tijolaço".
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    Depois, acho que se o comentador Vinicius, fez papel de "bobão", não deveria ficar assim tão achacado. Eu, de minha parte, aceito os rótulos que me perpegam, tais como "casca grossa", "reacionário", "fanático", "sem-noção", "atrasado", etc., raz~es pela qual, certamente jamais alguém confundiria a sua doce personalidade com a minha, de "faca-na-boca" para com os idiotas prepotentes e maliciosos, que formam uma militância muito agressiva e de cunho quase religioso, para os quais, somos hereges, que os escandalizam e ofendem muito e, portanto, demandamos imediata conversão, ou "fogueira"...Se pudessem (e, creio, não falta muito tempo para isto), partiriam para a nossa liminar supressão, fisica até, se possível.
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    Mas, peço-lhe desculpas, pois não quis impôr-lhe evidente constrangimento. Não tenho mesmo o direito de querer impor o MEU entendimento sobre as coisas no SEU blog. Não acontecerá novamente.

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    1. Richard, tu não estás impondo constrangimento. Eu gosto dos comentários tanto teus quanto de Vinicius. Nao quero perder nenhum dos dois. Fiquem.

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