quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Bobagens sobre índio.
A noção rudimentar de que, até o Descobrimento, os índios viviam na Terra Brasilis como se fossem Adão e Eva no Éden, antes da Queda, e que a vida era tal qual o filme Pocahontas, dos estúdios Disney, carece só de um pouco de leitura.
O que havia aqui antes - e depois - de 1500 era a história humana em sua plenitude. Índio é ser humano. Muitas tribos que habitavam o território brasileiro há milhares de anos já não existiam quando aqui chegaram os primeiros colonizadores.
Elas simplemente desapareceram e a explicação para a extinção de etnias inteiras foram as guerras tribais, disputas por território, guerras de extermínio, domínio de uma tribo sobre a outra, escravização etc. Tudo isto aconteceu, ao lado e dentro de culturas material e ideologicamente sofisticadas, com organização social, política e religiosa desenvolvidas.
A propósito dos índios do Mato Grosso, nestes tempos de tanto 'guarani-kaiowá de butique, cabe referência a Darcy Ribeiro em seu livro "Os índios e a civilização - A integração das populações indígenas no Brasil moderno". Diz o antropólogo:
"Já antes dos primeiros contatos com os brancos, os grupos guaykuru manifestavam tendências para o domínio de outras tribos de caçadores e coletores e sobre os lavradores guaná. Estas tendências iriam crescer nos séculos seguintes, graças à adoção do cavalo e seu uso na caça e na guerra"
O cavalo, introduzido pelos espanhóis, foi utilizado pelos guaykuru como montaria e como arma de guerra, através da qual puderam entrar em contato com tribos distantes e lhes impor vassalagem. Os Mbayá-Guaykuru atacavam e saqueavam não somente grupos indígenas, mas também povoados espanhóis e portugueses, e missões jesuítas, fazendo cativos em todos eles.
Uma das fontes de crescimentno destes índios era o preamento (captura e 'domesticação' de crianças). Os guaykuru, por vezes, se aliavam aos espanhóis contra os portugueses; noutro momento, tornavam-se aliados de portugueses, contra os espanhóis.
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Infelizmente o ocidental tem essa péssima mania de pensar no índio como o "bom selvagem", que ele não desmata, que ele respeita a natureza e que é bonzinho por natureza. Daí resulta nesses parque temáticos que são as rservas indígenas, os tais defensores do índio não deixam eles pensarem e agirem como gente, mas sim como animais.
ResponderExcluirParabéns pelos seus textos! Eu lia seus artigos no Escola sem Partido e no Midia sem Máscara, mas nunca atentei que a senhora tinha um blog. Irei acompanhar.
Abraço
É, difícil ler esse blog sem ter vontade de vomitar.
ResponderExcluirEm vez de vomitar, responde, constesta, rebate, discorda, desmente.
ExcluirTome PLASIL que passa!... E um pouquinho de cultura e tirar os antolhos diante dos olhos pode ajudar...e muito!
ResponderExcluirDepois, pense quem está sendo preconceituosa!
ResponderExcluir.
Índio não quer apito nem verba da FUNAI! Índio quer TV em HD e filho "doutor"! E para quem gosta de "silvícolas" e o seu modo "puro" e "desinteressado" de vida, existiam antigamente no Museu do Ipiranga umas representações cênicas interessantes. Acho que já devem bastar, não?!
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ÍNDIO É GENTE E BRASILEIRO!