sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Não é demissão, é renúncia.

     "É necessário sermos precisos com os termos. O Código de Direito Canônico não fala de 'demissão', mas de 'renúncia'. A demissão pode assumir um significado pejorativo, pode ter conotação de debilidade, de velhacaria e até de recusa da missão que Deus dá. A renúncia, ao contrário, tem tons viris. 

    Essa se fundamenta na força de uma abdicação que é exemplar, que é ainda um ato pontifical, um ato do Vigário de Cristo: ela (a renúncia) é imitação de Cristo que se retira quando querem fazê-Lo Rei na ordem temporal. 

    Outra diferença radical: o papa não entrega uma carta de demissão a um superior, ao cardeal camerlengo ou a um membro superior da Cúria. Não há ninguém acima dele, além de Cristo. 

    Logo, é um ato que há seu fundamento na oração, num cara-a-cara com o Mistério. Pretender julgar o Papa de fora, portanto, corresponde a um desfiguramento e a uma usurpação. Mas os jornalistas não hesitam em se crerem Deus."

Fabrice Hadjadj -Filosofo e escritor,diretor do Istituto europeo di studi antropologici Philanthropos di Friburgo (Suíça))





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