sexta-feira, 12 de abril de 2013

Papa Francisco: nada de pauperismo.

                                                     MONSenhOR GARCIA COm o PAPA


      "Então, nada de 'pauperismo'?


      -'Absolutamente nada. Nada ideológico. A época ideologizada passou. Bergoglio superou a ideologia com o Evangelho, a sua foi uma iniciativa com profunda base eclesial: somos todos povo de Deus, inclusive os que vivem nas 'villas' (favelas). O pobre não é o 'irmão pobre' que devemos colocar ou colocamos lá no alto de um monumento como 'pobre'.

      'Mesmo ele pode nos ajudar e fazer alguma coisa por nós. Também ele participa plenamente na vida da Igreja, recebe a graça dos sacramentos e toma parte como protagonista em sua missão. Nesta integração, existe a solidariedade, a comunhão, a dignidade. Os pobres das 'villas' estão inseridos na vida pastoral e tornam-se missionários nos outros bairros.'


        'Durante muito tempo, existiu uma pastoral à parte para as favelas, que corriam o risco de tornarem-se um gueto, merecendo uma atenção particular, uma eclesiologia dedicada aos pobres. Eu acredito que o grande mérito do cardeal Quarracino primeiro, e depois Bergoglio, foi o de integrar as 'villas' na pastoral ordinária. Elas são parte da Igreja, não estão fora.'

       'O verdadeiro tratamento especial para os moradores das 'villas' é serem tratados como os outros. São uma paróquia a mais, com todas as suas características particulares, mas os seus habitantes fazem parte do povo santo de Deus, não são separados. Partilham tudo conosco.' 
                
       'Com Bergoglio, começamos a fazer uma grande Procissão de Ramos com as crianças de toda a cidade. E este ano foi muito bonita, porque tinham crianças das 'villas miserias' que estavam juntas aos meninos de uma das escolas mais importantes de Buenos Aires". 

(Dom Eduardo Horacio García, bispo auxiliar de Buenos Aires, que trabalhou vinte anos com Papa Francisco).





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                         CARDEAL BERGOGLIO E PADRE PEPE

"Os primeiros sacerdotes, muitos dos quais estrangeiros, que nos anos 70 dedicaram-se à gente das "Villas', acreditava que o modelo certo fosse aquele do padre operário. Queriam dividir o trabalho dos operários e lutar pelo resgaste dos pobres. 

     Pouco a pouco, porém, e para sua grande surpresa, eles descobriram que as pessoas queriam que eles fossem padres, que as igrejas permanecessem abertas, que fossem presentes e assistissem às famílias, enquanto os operários trabalhavam.
     Não buscavam o padre político ou revolucionário, mas o padre que fosse padre. Aqui, há uma devoção popular muito forte. Na área da paróquia, além da igreja, existem seis capelas: nós celebramos a missa e os sacramentos, fazemos orações, rezamos o rosário. E procuramos tomar iniciativas que ajudem a melhorar a vida dos pobres".
     São em numero de 45 mil as almas de que Padre Pepe toma conta, com outros sacerdotes e muitos voluntários.. A paróquia gerencia uma escola, um centro para adolescentes, dois círculos para jovens e velhos, um centro para recuperação de toxicodependentes.
      "Falta a presença do Estado entre estas pessoas, a Igreja tornou-se um elemento central", diz Padre Pepe.


       (Depoimento, feito em 2010, pelo Padre Pepe di Paola, um dos padres que trabalham nas favelas de Buenos Aires, lançando luz sobre o trabalho pastoral nas 'villas' da cidade.

"http://vaticaninsider.lastampa.it/vaticano/dettaglio-articolo/articolo/papa-el-papa-pope-bergoglio-buenos-aires-24012/

Um comentário:

  1. Suas traduções têm sido uma bênção para quem não lê italiano.
    Mil gracias, querida!
    Beijos
    MG

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