sábado, 27 de abril de 2013

Pérolas russas e bombas em Boston

Estes americanos estão ficando cada dia mais tolos. Oficiais declaram que os EUA precisam dar mais crédito e ser parceiros dos russos no combate ao terrorismo. Melhor este tontos lerem o livro Morte de um Dissidente, de Alexandr Litvinenko. Nele, o agente da KGB/FSB, envenenado em 2006, reproduz declarações de Akhmed Zakaiev, Ministro das Relações Exteriores da Chechênia: "Nós queríamos construir um Estado muçulmano secular, democrático, pró-Ocidente, à semelhança da Turquia, e por fim, ingressar na OTAN. Mas aí, de repente, apareceram todos aqueles wahabitas, com pilhas de dinheiro, e começaram a pregar um tipo de islamismo totalmente estrangeiro. Como acha que eles chegaram por lá. Por Moscou - todos tinham visto russo. (...) Eram todos árabes que falavam russo, quadros da velha KGB no Oriente Médio.E nós sabíamos que seu dinheiro não provinha da Arábia Saudita, mas de Moscou"

"Khalid Sheikh Mohammed, o suposto arquiteto do ataque de 11 de setembro, havia tentado entrar na Chechênia em 1997, antes de trabalhar para Osama bin Laden. Não permitiram que ele passasse pelo Azerbaidjão. O mesmo acontecera com pelo menos quatro dos supostos terroristas do 11 de setembro, incluindo Mohammed Atta. Todos, antes de ir para o Afeganistão, tentaram entrar na Chechênia mas não conseguiram: o lugar estava inteiramente vedado ao estrangeiros.
Então, me explique, por favor, como estes sujeitos que nós apanhamos, com seus passaportes jordanianos, para não mencionar sua aparência árabe, foram até a embaixada russa, obtiveram visto, voaram para Moscou, e depois para o norte do Cáucaso - viagem que exigia permissão especial - sem o FSB notar? Impossível". (Akhmed Zakaiev, Ministro das Relações Exteriores da Chechênia, no livro Morte de um Dissidente, de Alexandr Litvinenko, o agente da KGB/FSB, envenenado em 2006, a mando de Putin, segundo afirmou agente antes de morrer).


"Durante a guerra da Chechênia, o governo russo instalou uma verdadeira indústria de reféns. A prática de pagar resgates só encorajava os chefes renegados e lhes proporcionava recursos substanciais. Os russos pagaram 7 milhões de dólares por um enviado de Ieltsin. Havia uma verdadeira divisão de trabalho: uma gangue criminosa se especializara em tomar reféns, outra em mantê-los, a terceira negociava com os russos. Eles estavam revendendo pessoas por estas cadeias como gado. Os contatos iniciais entre o FSB (nome atual da antiga KGB), os chefes guerrilheiros sequestradores e os radicais wahabitas mais tarde evoluíram para relações mais sólidas. No fim, os serviços secretos russos acabaram 'dirigindo' alguns dos grupos renegeados chechenos. Quando o FSB quis provocar a segunda guerra chechena, sabia a quem recorrer. Exatamente como fazê-lo, demandaria um golpe de mestre do diretor do FSB transformado em primeiro-ministro, Vladimir Putin". (Alexander Litvinenko, no livro Morte de um Dissidente)

'Terrorists, not freedom fighters'. (Terroristas, não guerreiros pela liberdade). Vladimir Putin sempre repete a expressão em seus comentários sobre os radicais extremistas da Chechênia que teriam ligação com as bombas de Boston. Apesar dos militantes chechenos negarem qualquer relação com os irmãos Tsarnaev e de enfatizar que eles lutam contra a Rússia e não contra os EUA, o discurso dos russos é de que a Rússia é vítima dos terroristas islâmicos , que os radicais chechenos agora vão atacar também os EUA e que a solução é os EUA confiar no russos e repartir com eles seus segredos de segurança, em nome do combate ao terrorismo. Então, tá.

"Volodya (como Putin é chamado informalmente) tem uma sorte miserável. Se não houvesse um Bin Laden, ele deveria tê-lo inventado. Fico imaginando se os americanos entendem que ele não é de forma alguma um amigo. Jogará americanos e muçulmanos uns contra os outros, tirando partido de todas as suas fraquezas". (Comentário de Boris Berezovski, magnata russo que se opôs a Putin, e foi encontrado enforcado recentemente, ao agente da ex-KGB, Alexander Litvinenko, envenenado em 2006 depois de denunciar crimes e corrupção no governo Putin.) O livro Morte de um Dissidente, escrito pelo assessor de Boris, Alex Goldfaber, e pela mulher de Litvinenko, Marina, relata a vida e morte do agente da KGB).

"Tornou-se lugar-comum dizer que o 11 de setembro de 2001 mudou tudo, mas para muita coisa na Rússia, que não teve nada a ver com Osama bin Laden, o lugar -comum corresponde à verdade. Em troca de apoio à guerra americana contra o terror, Putin conseguiu o que pode ter salvado sua Presidência: a aquiescência dos Estados Undios à guerra na Chechênia e ao desmantelamento da democracia russa."
(do livro Morte de um Dissidente)

Nenhum comentário:

Postar um comentário