quinta-feira, 4 de junho de 2015

Bom é ser gay

          O comercial da Gol - e agora o do Boticário - foi só o começo. É claro que o "mercado" vai tratar bem e não vai arrumar treta com um publico consumidor para lá de especial: é gente de nível econômico bom, com renda extra (pois são, em geral, solteiros, e, se 'casados', não têm filhos), são festeiros, gostam de sair à noite, viajar. Enfim, um consumidor nota dez.

          Daqui a pouco, vai dar até inveja e remorso não ser homossexual, de tanto mimo e paparico com os gays. Da conde
nação e rejeição, passou-se, radicalmente, à exaltação e elogiação do 'amor' gay. O amor gay é lindo, é puro, é sublime.

          Vai vendo, apareceu foto de 'casal' gay no Facebook, e é uma inundação de suspiros e arroubos pela lindeza do amor do par, a despeito das estatísticas que mostram ser muita baixa a permanência e duração de relacionamentos homossexuais. A separação é muito maior que entre héteros (que já não é pequena, é um casa-descasa que não dá nem tempo de decorar os nomes)

          Chamando as coisas pelo nome: a promiscuidade entre homossexuais é notória. Quem não conhece as histórias de Cazuza e Freddie Mercury, que costumavam fazer sexo com inúmeros parceiros numa mesma noite?

          O decano dos homossexuais no Brasil, o presidente 
do GGB - Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, se jacta de ter tido mais de 500 parceiros. E tem um texto onde ele, um quase setentão, confessa sua paixão por moleques (o texto é nojento, mas estamos entre adultos. Quando escreveu Meu Moleque Ideal, Mott ainda estava 'casado'. Já se separou do 'marido' ou 'mulher'). Aí vai:

Para relembrar quem é o gay Luiz Mott



QUARTA-FEIRA, 2 DE FEVEREIRO DE 2011


Meu moleque ideal (Luiz Mott)*

  
              "Gosto não se discute, diz a sabedoria popular, e se assim não fosse, seríamos iguais a carneiros, todo mundo igual, sem nenhuma originalidade, gostando todos da mesma coisa. E a realidade comprova o contrário, que em matéria de gosto ou preferência sexual, nossa imaginação e desejos não têm limites. 
     
       Basta entrar numa destas lojas de produtos eróticos ou folhear as páginas desta nossa querida revista, e veremos que tem gosto para tudo: os que curtem gente gorda, aqueles que preferem peludos, outras que querem sem pelo, muitos que adoram suruba, outros que sentem o maior tesão em se exibir, etc, etc.   
     
       Em sexo, tudo é lindo e maravilhoso, e desde que as pessoas estejam de acordo e maiores de 18 anos segundo a lei em vigor, ninguém tem nada a ver com as preferências alheias. Cada qual no seu cada qual e fim de papo. Ou melhor, começo de papo!
     

       Considero-me um gay felizardo pois amo e sou amado por um homem maravilhoso que preenche plenamente minhas fantasias e desejos sexuais, afetivos e de companheirismo. 
     
       Nos gostamos tanto um do outro que várias vezes manifestamos o desejo de morrer juntos, pois só de imaginar a tristeza e solidão do desaparecimento da outra metade, isto nos provoca enorme tristeza e medo. 
     
       Ainda existem casais gays românticos em plena época do divórcio, do amor livre e do sexo descartável. Caretice para alguns, felicidade para outros. Afinal, também em questão de afeto, gosto não se discute.
     

       Analisando friamente as razões que levariam dois homens (ou duas mulheres, ou um homem e uma mulher) a viver com exclusividade uma paixão afetiva e erótica, creio que esta fidelidade poderia ser explicada quando menos por uma motivação bastante prática e mesmo oportunista: a dificuldade de encontrar um substituto melhor. 
     
        Essa regra, constrangedora de ser constatada e verbalizada, parece ser universal: no dia em que a gente encontrar alguém que ofereça mais tesão, amizade e companheirismo do que a transa atual, ninguém é besta de continuar na mesmice em vez de optar pelo que promete ser muito melhor. 
     
        Os que continuam fiéis a uma velha paixão só não mudam porque ainda não encontraram alguém que valha mais a pena. Ou porque não investem em novas procuras, ou porque não existe outro alguém que represente tão perfeitamente o que idealizamos como sendo nossa alma gêmea ou cara metade.
    

        No fundo, todos nós, gays (e não gays) alimentamos em nossa imaginação um tipo ideal do homem que gostaríamos de amar e ter do lado. E que nem sempre é igual à nossa paixão atual. O ideal pode ser alto e branco, o real, baixo e preto. 
     
        No meu caso, para dizer a verdade, se pudesse escolher livremente, o que eu queria mesmo não era um "homem" e sim um meninão. Um "efebo" do tipo daqueles que os nobres da Grécia antiga diziam que era a coisa mais fofa e gostosa para se amar e foder.
    

       Se nossas leis permitissem, e se os santos e santas me ajudassem, adoraria encontrar um moleque maior de idade mas aparentando 15-16 anos, já com os pentelhos do saco aparecendo, a pica taludinha, não me importava a cor: adoraria se fosse negro como aquele moleque da boca carnuda da novela Terra Nostra; amaria se fosse moreninho miniatura do Xandi; gostaria também se fosse loirinho do tipo Leonardo di Caprio. 
    
       Queria mesmo um moleque no frescor da juventude, malhadinho, com a voz esganiçada de adolescente em formação. De preferência inexperiente de sexo, melhor ainda se fosse completamente virgem e que descobrisse nos meus braços o gosto inebriante do erotismo. Sonho é sonho, e qual é o problema de querer demais?!
  

       Queria que esse meu príncipezinho encantado fosse apaixonado pela vida, interessado em aprender comigo tudo o que de melhor eu mesmo aprendi nestes 50 e poucos anos de caminhada. Que gostasse de me ouvir, que se encantasse com tudo que sei fazer (desde pudim de leite e construir uma estante de madeira, a cuidar do jardim e navegar na internet), querendo tudo aprender para me superar em todas minhas limitações. 
    
       Que acordasse de manhã com um sorriso lindo, me chamando de painho, que me fizesse massagem quando a dor na perna atacar. Honesto, carinhoso, alegre e amigo. Que me respondesse sempre ao primeiro chamado, contente de ser minha cara metade.
   

       Quero um moleque fogoso, que fique logo com a pica dura e latejando ao menor toque de minha mão. Que se contorça todo de prazer, de olho fechado, quando lambo seu caralho, devagarinho, da cabeça até o talo. 
    
       Que fique com o cuzinho piscando, fisgando, se abrindo e fechando, quando massageio delicadamente seu furico. Cuzinho bem limpo, piscando na ponta do dedo molhado com um pouquinho de cuspe é das sensações mais sacanas que um homem pode sentir: o moleque querendo meu cacete, se abrindo, excitado para engolir a manjuba toda. Gostosura assim, só dois homens podem sentir!
    

       Assim é como imagino meu moleque ideal: pode ser machudinho, parrudo, metido a bofe. Pode ser levemente efeminado, manhoso, delicado. Traço os dois! Tendo pica é o que basta: grossa ou fina, grande ou pequena, torta ou reta, tanto faz. Se tiver catinguinha no sovaco, uma delícia! Se for descarado na cama e no começo da transa quiser chupar meu furico, melhor ainda. Sem pudor, sem tabu.
   

      Ah, meu menino lindo! Se você existir, se você algum dia me aparecer, que seja logo, pois quero estar ainda com tudo em cima e dar conta do recado, pois do jeito que quero te amar e que vamos foder, vou precisar de muito mocotó ou viagra para dar conta do rojão...."

Fonte: http://br.oocities.com/luizmottbr/cronica6.html

             *O autor, Luiz Mott, nasceu em 6 de maio de 1946, tem 65 anos, fundou o Grupo Gay da Bahia e é o decano do movimento homossexual no Brasil. É professor de Antropologia aposentado da Universidade Federal da Bahia.         
    
    Em dezembro de 2007, o Presidente Lula concedeu a Luiz Mott a mais elevada condecoração do Ministério da Cultura, a Medalha de Comendador da Ordem do Mérito Cultural.
    
    O Presidente Fernando Henrique Cardoso condecorou Luiz Mott com a medalha de Comendador da Ordem do Rio Branco.
    

    Luiz Mott recebeu duas vezes o Prêmio Direitos Humanos, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República.

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