terça-feira, 31 de agosto de 2010

A volta para Casa*

Criei coragem e vou contar como foi a minha volta para a Casa do Pai depois de quase quarenta anos distante de Deus. Na verdade, eu já tinha pensado em escrever relatando a minha conversão. Depois, desisti. Achei acesso - ou excesso - de vaidade, jornalista gosta de contar a história dos outros. Mas ao ler outros relatos, comoventes, considerei avareza não repartir a minha história.

Peço generosidade e compreensão pelo meu desajeito no trato dos assuntos de Deus. Tantos anos sem rezar fez com que o coração desaprendesse a delicadeza e a reverência necessárias quando falamos das coisas divinas. O cérebro, então, mais frio e prático, só vai aprender a ser doce com o tempo. Mas não posso falar mal da razão: foi também ela que devolveu-me à fé. Eu sou assim, preciso compreender, sem lacunas, "redondo", como se diz no jargão jornalístico. Só seduzem-me e convencem as grandes elaborações, os pensamentos sofisticados. O Mestre ordenou: "Ide e ensinai". Eu confesso: sou aprendiz.

Comecei a fugir, devagarinho, da Igreja quando tinha 14 ou 15 anos. Em casa, meu pai, afastado da Igreja, nada falou. Minha mãe, católica praticante, não gostou, mas não admoestou; depois, se conformou. Menina inteligente, estudiosa, longe de ser "rebelde sem causa", cometi esta rebeldia porque era moderno. No final dos anos 60 e início dos 70, o mundo estava de cabeça para baixo. Eu morava em Brasília, e de lá assisti a guerra do Vietnã, festival de Woodstok, maio de 68 na França, morte de Guevara, Beatles, AI-5, primavera de Praga, Tropicália, festivais... Neste admirável mundo novo, soava velha esta história de Deus e pecado. Religião só se fosse Dom Hélder Câmara. Abaixo as carolas marchadeiras!


Em 72, eu passei no vestibular para jornalismo na Universidade de Brasília; em julho daquele mesmo ano, saí de casa para morar numa república de estudantes. O ambiente da universidade era muito politizado, éramos todos comunistas. Tanto é que, em junho de 73, passei 11 dias no DOI-CODI, entre capuz na cabeça, interrogatórios intermináveis, ameaças (não consumadas) de choques elétricos, empurrões, muito medo e pouco heroísmo. Quando saí, como boa comunista, menti e exagerei, recheando o relato da experiência com palavras fortes - 'gritos assombrosos', 'noites aterrorizantes', 'tortura desumana'. Tudo lorota.

(Depois que saí da 'cana' é que eu soube o que eu era e onde eu estava metida: era militante e integrava uma célula da APML/PC do B, linha maoísta, o mesmo pessoal que fazia a Guerrilha do Araguaia, a turma de José Genoíno e de Honestino Guimarães, da UNE. Eu tinha 19 anos e já estava incumbida de trabalho de aliciamento e conscientização em áreas operárias na periferia de Brasília. Faltou pouco para eu 'cair' fazendo um trabalho deste. As pessoas que me aliciaram e dirigiam a célula a que eu pertencia eram 'putas velhas', como jornalistas se referem aos mais velhos e experientes da profissão. Eles sabiam que eu era 'inocente útil', que eu não tinha a menor idéia do perigo que corria. "Ormai, ero carne bruciata")


Naquela época, Marx explicava tudo: as razões da opressão e o caminho para a libertação. E lá ia eu, vigiada pelos "ômi", assistir às palestras de Dom Pedro Casaldáliga e Dom Tomás Balduíno. A religião era o ópio do povo, mas aqueles eram padres dos bons. Não porque eram padres, mas porque eram comunistas, graças a Deus!


Mas nem só de pão vive o homem. Eu queria também Paz e Amor. Amor livre, claro. Para libertar nossos corpos e nossas mentes, a fórmula era conhecida: sexo, droga, rock'n roll e outros ritmos musicais alternados ou simultâneos.


Tínhamos quase tudo: o som, o fuzil e a maconha. Mas faltava o "algo mais", a espiritualidade. E, assim, num Fiat Lux cósmico, o raio da Nova Era iluminou a nossa existência. E foi um sem-fim de yin, yang, ioga, prana, sutra, maia e karma.O cardápio podia variar, mas era sempre uma combinação de certos ingredientes: um prato de arroz integral com gergelim, um baseado, sair para dançar, ir para cama com mais um ou qualquer um e cumprir o dever revolucionário de derrubar o governo.


Quando me senti no fundo do poço e tudo ia mal - trabalho, convivência com a família, saúde etc  - eu disse 'basta, vou mudar'. Mudei. Parei de beber, de fazer sexo, recolhi-me. Mas, no lugar de voltar para Deus, fui para o analista. Da parte espiritual cuidava a macrobiótica, a que me submeti rigorosamente por sete anos. Ela era suficiente para dar-me Discernimento Superior e harmonizar-me com a Ordem da Natureza. E a "macrô" ainda trazia a vantagem de reforçar a análise dialética e materialista da realidade: afinal yin-yang podia ser traduzido como capital-trabalho ou burguesia-proletariado. Perfeito!

Eu estava com 27 anos quando, no carnaval de 1981, reencontrei em São Paulo um jovem engenheiro paulista (ex-católico, como eu) com quem eu tinha tido um "flerte" tempos antes. Neste reencontro, nós decidimos, em cinco dias, nos casar, completamente apaixonados. Transferí-me de Brasília para São Paulo e passamos a viver juntos. Sem papel e sem padre. Era um casamento moderno, baseado no princípio do prazer e na superação de resquícios da moral pequeno-burguesa.


Como natureba, meu método de controle de natalidade era tabela e período de fertilidade. Falhou, claro, porque o desejo era maior que a preocupação com uma possível gravidez. Para mim, aquela não era a hora de ser mãe, eu achava que nosso relacionamento estava começando e nós podíamos ainda nos divertir muito antes de pensar em filhos. E, afinal, eu era dona do meu corpo. Quanto àquela vida, ela se resumia a um conjunto de células indiferenciadas, sem consciência ou personalidade. A ciência nos garantia isto e 'nossos corpos nos pertenciam', era o lema da liber(t)ação feminista.


Na terceira gravidez, resolvemos assumir e nos casamos, só no civil. Quando meu filho nasceu, troquei as laudas pelas fraldas. Para cuidar dele, larguei uma glamurosa e promissora carreira de jornalista que eu havia retomado em São Paulo com brilhantismo, depois de ter saído daquele fundo de poço e me casado. Mas Deus continuava fora. Tanto é que não batizei meu filho. A mesma decisão foi mantida com as minhas duas filhas.
Diante da insistência da minha mãe, pedi que ela mesma os batizasse. Quando tinha quatro anos, meu filho me perguntou quem era Deus. Respondi-lhe: "É o chefe do Bem".
Penso que acabei de certa maneira criando meus filhos no espírito de que falou João Paulo II. Não acreditava em Deus mas vivia (quase) como se Ele existisse. Só que, em vez de religião, ética. A crítica era à Igreja, e a visão era  marxista: "ópio do povo, instrumento de opressão das classes favorecidas, ideologia mantenedora dos privilégios de classe, aliada do capital na escravização do povo" e outros blá blá blás.


Como me distanciei da Igreja ainda adolescente, fui aos poucos desaprendendo o que sabia da vida de Jesus Cristo e da doutrina da Igreja Católica. A ponte mais próxima com a religião era a minha mãe, mas eu não encontrava nela qualquer desafio às minhas heresias e incredulidades. (Apesar de crer incondicionalmente, minha mãe não se interessa muito em conhecer mais profundamente a doutrina cristã, diz que a Seicho-no-iê a tornou melhor católica, gosta da Igreja "alegre e moderna" da Canção Nova e acha que o Padre Marcelo presta serviço a Deus).

E para meu azar,  a religião desandou numa breguice só quando neo-evangélicos, adeptos da Teologia da Prosperidade, infestaram o mundo e a televisão com aquela enxurrada de gente dando testemunho de que tinha aceitado Jesus no coração. Onde quer que eu pusesse os olhos, lá estavam as frases "Cristo salva", "Deus é fiel" e "Jesus te ama".

O pior é que Igreja Católica, que sempre foi um reduto de decência, achou de se modernizar com o surgimento da Renovação Carismática e começou a trocar os slogans revolucionários da Teologia da Libertação - do prisioneiro político Jesus de Nazaré dos freis Boffs e  Bettos - pelos apelos do "Deus é 10 e o CD é 15".


Quanto ao Papa Woytila, eu valorizava a sua ação política em favor dos pobres, mas achava-o retrógrado e cheio de moralismos antigos, principalmente nas questões sexuais. Já que a religião andava assim, eu preferia continuar sem transcendências, mas -pelo menos - com um pouco de elegância e sofisticação intelectuais.


E logo descobri o que havia de mais avançado no pensamento de esquerda no mundo: o grupo marxista alemão Krisis, liderado pelo ensaísta Robert Kurz. Este grupo, herdeiro da Escola de Frankfurt e adepto da Teoria Crítica, fundamenta a sua análise nos conceitos de forma-mercadoria e trabalho abstrato. Mas, o pulo do gato é outro: ao fazer a crítica radical do sistema mundial produtor de mercadorias, Kurz e seus discípulos conseguiram realizar um verdadeiro milagre: provar que Marx estava errado e certo ao mesmo tempo! Segundo Krisis, já não era a luta de classes que movia a História, como pregava o Marx jovem, mas as relações fetichistas, como concluía o Marx velho. Isto é que era revolução. Marx está morto, viva Marx!


Os novos críticos apontavam o defeito iluminista de Marx em crer que a Razão faria surgir o Homem Novo. Em vez disso, o homem se tornara cada vez mais alienado, egoísta e violento, mesmo quando melhoravam as condições materiais objetivas de sua existência. Estavam aí os Estados Unidos que não os deixavam mentir. Logo - concluíam os marxistas anti-marxistas - a solução dos problemas da humanidade teria de passar pela superação do próprio Iluminismo e sua racionalidade; de fato, o capitalismo é a mais exemplar expressão da racionalidade, o que mais se fala no capitalismo é de racionalização. A saída: mudar a Razão Pura em Razão Sensível, seja lá o que isto for. Como fazer a mudança, o grupo Krisis até hoje não descobriu. Ou seja: ninguém sabe.


O meu desencanto com o marxismo foi acontecendo naturalmente. Um dia, lendo um texto do filósofo, historiador e cientista político alemão radicado nos Estados Unidos, Eric Voegelin, convenci-me de que o marxismo carecia completamente de fundamentação filosófica que o sustentasse. Esta certeza se consolidou com a leitura de análises sobre a obra de Marx, principalmente a Teoria da Mais-Valia, feitas pelo economista austríaco e Ministro das Finanças, Eugen Bohm-Bawerk, no final do sec. XIX.
 Depois, era só ver em que tinha dado o tal do "mundo comunista". Sempre me martelava na cabeça a observação do jornalista Paulo Francis de que a Revolução Russa não podia mesmo ter dado certo. Afinal, tinha começado matando crianças - os filhos do Czar Nicolai.


Engraçado é que nada me fazia imaginar que eu já estava trilhando o caminho de volta a Deus. Certo dia, me caiu nas mãos um livro de um "erudito" judeu, chamado Zecharia Sitchin, que se apresentava como expert em arqueologia, História e línguas antigas (hebraico, sumério, acádio etc). Ele afirmava que as tábuas de argila encontradas na Mesopotâmia, há seis mil anos, não eram mitos, mas relatos factuais da vinda de extraterrestres de um planeta de nome Nibiru.


Estes ETs, chamados de anunakis pelos sumérios, eram os Nefilim da Bíblia. A tradução de "caídos" era errônea: Nefilim queria dizer "os que desceram do Céu para a Terra" ou, mais precisamente, "os homens dos foguetes ou das naves espaciais". Eles teriam colonizado a Terra há 500 mil anos, criado o Homem por manipulação genética. A palavra Elohim, escrita no plural no Gênesis, provava que Deus eram "deuses. Estes, depois de criarem o homem pela fecundação de um óvulo de mulher-macaco e o sêmem de um "deus" anunaki, deram a civilização à raça humana. Voltariam nos próximos anos, completando mais uma órbita de 3600 anos em volta do Sol.


A teoria era absolutamente ousada e desconcertante. Sitchin sugeria que uma Onipotência Universal poderia até existir, mas os que vieram à Terra foram chamados Deus e Anjos equivocadamente. Quem falou a Abraão e a Moisés foram estes viajantes de naves espaciais vindos de Nibiru. Eu pensava comigo: 'então, eu posso estar certa e a religião errada; o que nós chamamos de Deus pode ser apenas um extraterrestre'. Resumindo: não havia nem metafísica nem transcendência.


Não que histórias de ETs me arrebatassem, mas - caramba - eu também tinha lido o livro "Eram os Deuses Astronautas" na adolescência! As evidências intrigantes, as "qualificações" do autor - que incluíam até a de consultor da Nasa - e as numerosas citações de fontes acadêmicas reconhecidas (Samuel Noah Kramer, para citar só um) acabaram  levando-me a ler todos os livros de Sitchin, além de muitos outros sobre pré-história, Mesopotâmia, sumérios, babilônios, assírios, caldeus, egípcios, mitologia grega e hindu, religiões antigas etc etc.
Aproveitei esta história de ET e anunaki para ler ainda, sem qualquer critério, tudo o que encontrei na Internet sobre ufologia, esoterismo, Fraternidade Branca, espiritismo, religiões orientais, calendário maia, teosofia e um sem-fim de assuntos místicos e esotéricos.

Não foi difícil, com o volume de informação que reuni, refutar completamente a teoria maluca dos anunakis. Não tinha sido, afinal, perda de tempo, pois aprendi muito. E mais: trechos do Antigo Testamento, citados por Sitchin, começaram a me fazer pensar. Eu jamais tinha lido a Bíblia e passei a me interessar e ler sobre assunto.


Foi, então, que um amigo emprestou-me um livro de Rudolf Steiner, de quem eu sabia apenas que era o criador das escolas Waldorf e da Antroposofia. Lembro-me que, à época, o Papa João Paulo II já estava muito doente e falava-se abertamente que ele não duraria muito. Eu, de minha parte, mantinha o espírito crítico de velha marxista e teimava em ver a Igreja e o Papa sob o ângulo político, apontando o interesse da instituição em tirar proveito daquele martírio, transformando-o num espetáculo midiático.


Como eu nunca tinha lido qualquer livro de Antroposofia, estranhei a observação deste amigo de que, para Steiner, o caminho era o Cristo. Era verdade, o autor mostrava Jesus Cristo como a maior dimensão de amor que se podia imaginar. Steiner considerava o Cristo como alguém absolutamente fundamental para a evolução espiritual do homem, o próprio Deus encarnado. Espantava-me a minha igorância sobre este Ser tão inigualável e me perguntava como é que eu nada sabia sobre Ele. E fui devorando os livros de Steiner.


Para explicar a encarnação de Jesus Cristo, Steiner monta uma sofisticadíssima teoria que remonta à Atlântida, passa por Zaratustra, faz conexão com Hermes no Egito, engloba Moisés, Abrãao, essênios, budismo, Krishna , dois Jesus, duas Marias, dois Josés até chegar ao Mistério do Gólgota. De quebra, faz uma leitura dos Evangelhos como o mais puro e pedagógico manual de iniciação. Ou seja: a Palavra de Deus não é mais que sabedoria oculta. Miraculosamente, cada palavra dos Evangelhos corresponde a um símbolo com significado na escrita esotérica e na sabedoria dos mistérios. Para entender Steiner, comprei a Bíblia de Jerusalém e, pela primeira vez, li os quatro Evangelhos e o Apocalipse. Steiner escreveu um livro intitulado O Quinto Evangelho (sic).


Mesmo sendo muito fabuloso e surpreendente, Steiner parecia consistente, lógico, sofisticado e verdadeiro. Cheguei até a pensar - na minha ignorância e que Deus me perdoe - que a Igreja Católica sabia de tudo, mas não o podia revelar, pois ainda não tinha chegado a hora, o homem ainda precisaria evoluir mais para compreender esta nova revelaçao.


Mas, de repente, me deu um estalo e eu pensei: "cè qualcosa que non va". É que, para Steiner, Cristo é Deus mas também é uma entidade, um guia da evolução do homem; e Sua passagem pela Terra O teria ajudado a evoluir. Aí, eu achei demais: "Evolução, cara-pálida? Mas Ele é Deus! E Deus evolui?!"


É claro que não foi só a minha 'exuberante e prodigiosa' capacidade intelectual que me fez compreender quem era verdadeiramente Jesus Cristo. Foi o coração que compreendeu, foi o Espírito Santo que agiu. Santo Agostinho, repetindo o salmista, escreveu " Com certeza, louvarão o Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram".


Quando ficou claro para mim que Steiner era uma grande bazófia, lembrei-me do Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry, que dizia ser a linguagem uma fonte de mal-entendidos. E é verdade. Muito do que nos confunde nestes livros esotéricos são as expressões "mundos espirituais", "esferas superiores", "dimensões supra-sensíveis". Automaticamente, nós relacionamos estes termos às coisas de Deus e dos anjos. Mas, na verdade, este é apenas o outro lado do mundo físico, sensorial e, neste outro mundo, também vivem os espíritos que "non provengono da Dio, nonostante venga utilizzato quasi sempre un linguaggio damore e di luce" ('espíritos que não procedem de Deus, ainda que seja utilizada quase sempre uma linguagem de amor e de luz'), nas palavras de um texto do Vaticano.


E foi assim que, através de uma heresia gnóstica como a Antroposofia, eu acabei sendo levada a redescobrir Deus!


Completamente apaixonada por Jesus Cristo, eu quis conhecê-lo. Precisava compreender para crer e crer para compreender. Para isto, fui atrás Dele no lugar certo: a Igreja Católica. Escrevi, brincando, num email para meus irmãos: "Não adianta: quem entende de Deus e Jesus Cristo é a Igreja Católica. É perda de tempo ficar lendo steiners, sitchins e  blavatskis. Melhor bater na porta da firma que tem o direito de texto e imagem e é proprietária da logomarca dos dois. Afinal de contas, a empresa existe há dois mil anos, sem fechar as portas um dia sequer!" A primeira providência foi ler inteiro o documento 'Dominus Iesus'. Lá estava a confirmação da fé.


Pode parecer, contando assim, que acreditar em Deus, para mim, é mero exercício intelectual. Mas o coração sabe que não é. Mesmo quando ainda não tinha voltado a crer, eu gostava sempre de repetir uma frase que ouvi de Leonel Brizola, quando lhe perguntaram, certa vez, se acreditava em Deus. Ele respondeu que era arrogância não acreditar em Deus. Hoje, penso que, se não temos a pureza de coração para simplesmente crer, a razão acabará por nos levar inexoravelmente à Verdade.


Como me parece hoje absurdo não crer! Para mim, é impossível alguém conhecer a Verdade e não se deixar comover pelo amor de Deus por sua criatura nem se maravilhar com a perfeição e sabedoria do plano divino! Como pude viver tanto tempo sem a amizade de Deus!


Acho que o momento definitivo da minha volta para Deus foi aquele em que ouvi pela televisão o anúncio da morte do Papa Woytila; profundamente comovida e chorando, disse para o meu marido: "Este homem está há 25 anos tomando conta de nós". Falo sempre que a minha conversão foi o último milagre de João Paulo II.


Ainda durante o conclave, comecei a conhecer o pensamento e a atuação do cardeal Ratzinger, e torci para que ele fosse o novo Papa. Nunca vou esquecer as suas primeiras palavras já escolhido para ser o sucessor de Pedro: "sono un umile lavoratore della vigna del Signore"('sou um humilde trabalhador da vinha do Senhor'). São Bento será, com certeza, o meu santo protetor, pois, além de ser o nome do novo papa, a minha primeira confissão e comunhão, depois de quase 40 anos de escuridão, eu fiz na Paróquia São Bento do Morumbi,  onde moro. Que Deus ajude o Papa Bento XVI a recuperar a Igreja eterna que tantas deformações tem sofrido nos últimos anos. Que minha família O (re)encontre e que Ele nos abençõe a todos.

*Este texto integral, sem cortes, foi publicado no site católico Associação Cultural Montfort, em outubro de 2005.





quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Satanismo: origem do marxismo?



A origem do marxismo encontra-se no misterioso culto satânico – algo que pouquíssimos marxistas sabem.*

Georgi Marchenko*


"Antes de se tornar um economista e comunista famoso, Marx pagou seu tributo ao humanismo. Hoje, um terço do mundo é marxista. Muitas pessoas do mundo ocidental reconhecem o marxismo de um jeito ou de outro. Há, inclusive, muitos cristãos, alguns altamente reverenciados, que estão convencidos de que se Cristo disse muitas verdades sobre o Reino de Deus, as respostas verdadeiras de como auxiliar os famintos, pobres e oprimidos se encontram nos escritos de Marx.


Temos ouvido que Marx era profundamente humanitário; que ele era possuído pela idéia de ajudar as massas oprimidas. Sua crença: a causa da opressão é o capitalismo. Tão logo esse sistema podre fosse destruído e o poder colocado sob o controle do proletariado, uma nova sociedade surgiria, onde todos trabalhariam e receberiam de acordo com as suas necessidades. Não haveria nenhum Estado que faça repressão aos indivíduos, nem guerras ou revoluções, mas uma fraternidade mundial das nações para sempre...


Eis como os marxistas explicam as suas posições. Há, portanto, até alguns cristãos que sustentam visões similares. Pastor Ostereier da Grã-Bretanha uma vez pregou num sermão: “Comunismo, não importa de que forma, bem ou mal como aparece hoje, é um movimento para a libertação do homem da exploração. Nós, os membros do Corpo de Cristo, humildemente penitentes, deveríamos reconhecer que devemos muito a cada comunista”.


Eu passei muito tempo no esforço de estudar e pesquisar os pensamentos de Karl Marx e tive sorte de encontrar muitas coisas que gostaria de partilhar com os meus leitores.


Na sua juventude, Marx foi cristão. O primeiro trabalho conhecido de Marx se intitula: “Unidade dos crentes em Cristo segundo Evangelho de S. João (15:1,14): Unidade no sentido de necessidade incondicional, influência”. Aqui encontramos as seguintes palavras:


“União com Cristo é encontrado num companheirismo íntimo e vivo com Ele e no fato de sempre O termos diante de nossos olhos e nos nossos corações. E, ao mesmo tempo em que somos possuídos pelo Seu infinito amor, dirigimos os nossos corações aos nossos irmãos, com quem Ele nos une intimamente, por quem Ele Se sacrificou”.
Portanto, Marx estava ciente da maneira pela qual as pessoas podem mostrar o amor fraterno uma à outra, isto é, através do Cristianismo.


Ele continua: “Portanto, a unidade com Cristo exalta interiormente, conforta nas provações e torna o coração aberto para amar as pessoas, não por causa do nosso orgulho ou sede da fama, mas por causa de Cristo”.


Mais ou menos na mesma época, ele escreve no seu trabalho intitulado: “Pensamentos de um jovem diante da escolha de uma profissão”:
“A religião nos ensina o Ideal a Quem nós todos aspiramos. Ele Se sacrificou por toda a humanidade. Quem ousará negar tal afirmação? Se escolhemos uma profissão ao qual podemos dar o melhor de nós pela humanidade, então não devemos hesitar sob o seu peso, porque é um sacrifício por todos”.


Quando ele se formou no colégio, o seu diploma trazia os seguintes dizeres na categoria “Conhecimento religioso”:
“O seu conhecimento de ensinamentos e princípios Cristãos é claro e adequadamente fundamentado. Conhece também em profundidade a história da igreja Cristã”.


Logo após receber o seu diploma, algo muito misterioso aconteceu. Mesmo antes de Moses Gess levar Marx à persuasão socialista em 1841, ele se tornou um ateu zeloso. Esta mudança de caráter pode ser verificada nos seus anos de estudos posteriores.


Num dos seus versos, Marx escreveu: “Anseio vingar-me d’Aquele que dita as regras do alto”, Marx acreditava que “Aquele que dita as regras do alto” de fato existia. Ele O desafiava, embora Deus nunca o tenha prejudicado. Marx provinha de uma família relativamente rica. Ele não passou fome na infância e nos anos de estudante vivia muito melhor que a maioria dos seus amigos. Portanto, o que teria causado esse ódio feroz contra Deus?


Motivos pessoais não nos são disponíveis. Teria sido Marx apenas um porta-voz de alguém nessas afirmações desafiadoras?


Durante este período, as seguintes linhas são encontradas num poema intitulado “Conjuração de alguém caindo em desespero”.
'Estabelecerei o meu trono acima
Frio e terrível será o seu topo
O tremor supersticioso é a sua base
Mestre – agonia mais obscura.
Aquele que olhará com olhares saudáveis
Se retirará, empalidecerá e emudecerá mortalmente
Possuído pela mortandade cega e fria
Preparará um túmulo com sua alegria.'


As palavras “estabelecerei o meu trono” e sua confissão que a agonia e o medo sairão daquele que se senta no alto do trono, nos recorda o brado orgulhoso de Lúcifer: “Hei de subir até o céu e meu trono colocar bem acima das estrelas” (Isaías 14:13).


Por que Marx necessitava de tal trono? A resposta para esta pergunta se encontra no drama infame escrito por ele nos seus anos de estudante. O drama é chamado “Oulanem”. Há uma menção de “Missa Negra” satânica, um ritual conduzido por um sacerdote à meia-noite onde uma Bíblia é queimada. Todos os presentes prometem cometer todos os sete pecados capitais mencionados no Catecismo Católico Romano e nunca praticar o bem. Uma orgia é praticada depois.


A adoração ao Satanás é muito antiga. No Deuteronômio lemos que os judeus “fizeram sacrifícios a demônios” (32:17). Mais tarde, o rei de Israel, Jeroboão, estabeleceu sacerdotes dos lugares altos e dos bezerros que fabricou. (1 Reis 12:25,33).


O “Oulanem” pode ser entendido se lemos com Marx a bizarra confissão feita no verso seguinte:
'Vapores infernais sobem e preenchem o meu cérebro,
Até eu enlouquecer e o meu coração se transformar dramaticamente.
Vê esta espada?
Foi o Rei da escuridão
Quem me vendeu.'


Estas linhas possuem significado especial quando as tomamos tendo em conta que, durante os rituais da mais alta dedicação do culto satânico, uma espada encantada que garante um sucesso é vendida para o candidato. Ele paga por ela assinando com o seu sangue tirado da sua veia o contrato que torna sua alma pertencente a Satanás após a morte.


E agora citarei “Oulanem”:
"Pois ele está marcando o tempo e dando sinais.
Cada vez mais agitado executo a dança da morte.
E eles também: Oulanem, Oulanem.
Este nome soa como a morte,
Soa até não se reter em formas miseráveis.
Alto! Agora o tenho. Ele se ergue da minha alma,
Claro como o ar, duro como os meus ossos.
E, ainda, personifica a humanidade,
Eu poderia tomá-lo pela força das minhas mãos poderosas
e esmagar com força feroz.
No entanto, enquanto o abismo se abre diante de mim e tu na escuridão,
Tu cairás e eu te seguirei.
Rindo e sussurrando em teu ouvido: “Desça comigo, amigo!”


A Sagrada Escritura, que Marx aprendeu no colégio, diz que o demônio foi lançado por um anjo ao Abismo (Apocalipse 20:3). Marx desejava lançar toda a humanidade neste abismo preparado para demônio e seus anjos.


Quem fala por Marx neste drama? É razoável esperar tal coisa de alguém tão jovem – que ele sonhasse que a humanidade caísse no Abismo (“escuridão exterior”, como a Bíblia o chama?), e que ele, mesmo rindo, seguisse aqueles que foram enlaçados na descrença? Em nenhum outro lugar no mundo tal idéia é cultivada, exceto nos rituais de dedicação aos mais altos graus da Igreja Satânica.


O tempo de morrer chegou para Oulanem. Eis as suas palavras:
"Arruinei-me, arruinei-me. O meu tempo se esgotou.
O relógio parou, a pequena construção ruiu.
Logo abraçarei a eternidade, e com um bramido
Ganirei gigantesca maldição para toda a humanidade."


Marx gostava de repetir as palavras de Mefistófeles do “Fausto” de Goethe: “toda a existência é merecedora da destruição”. Toda, inclusive do trabalhador e daqueles que lutaram por comunismo na batalha. Marx gostava de citar estas palavras e Stálin agia de acordo com estas palavras e destruiu até a sua própria família.


Membros do culto de Satanás não são materialistas. Eles acreditam na vida após a morte. Oulanem, a personagem cujo caráter Marx assume, não nega vida após a morte. Mas reconhece-a como uma vida cheia de ódio no mais alto grau. Eu diria que a “eternidade” significa “tortura” para os demônios. Eis a razão porque os demônios reclamaram de Jesus: “Que queres de nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?” (Mateus 8:29).
Marx diz o mesmo:
"Ah, eternidade, nossa dor eterna,
Morte indescritível, imensurável!
Odioso, concebido artificialmente,
Para nos desprezar
Nós, que nós mesmos, como mecanismo do relógio
Cegamente mecânico, criado para ser

Calendários tolos de tempo e espaço,
Sem qualquer finalidade,
Além de manifestação acidental para a destruição."


Começamos a perceber o que aconteceu ao jovem Marx. Ele costumava ter idéias cristãs, mas ele não as aplicava na sua vida. Sua correspondência com seu pai testemunha o gasto de grande quantia de dinheiro para diversão causando infindáveis conflitos com seus pais. Nessa situação, ele possivelmente foi apanhado numa armadilha de culto satânico secreto e realizou o ritual de dedicação. Satanás é visto pelos seus seguidores em alucinações durante as orgias e fala através de suas bocas. Marx é apenas porta-voz de Satanás quando proclama “Quero me vingar d’Aquele que está no alto”.


Vamos ao final do drama “Oulanem”:
"Ah! Torturado sobre a roda de fogo,
Devo dançar alegremente no círculo da eternidade:
Se houvesse algo além disso,
Eu me jogaria, mesmo que tivesse que destruir o mundo para consegui-lo.
Construído entre ele e eu!
Deve ser destruído com maldições.
Eliminarei a existência teimosa pelas minhas mãos.
Abraçando-me, ele calmamente desapareceria.
E então – descer ao lugar nenhum.
Desaparecer completamente, e não ser – isto seria – a vida."


No drama “Oulanem” Marx, de fato, faz a mesma coisa que o demônio. Ele amaldiçoa toda a humanidade.
“Oulanem” é provavelmente o único drama no mundo em que todos os participantes estão cientes da sua perversidade e se divertem nele como numa festa. Não há nem branco nem preto, Cláudio ou Ofélia, Iago ou Desdêmona. Tudo é negro nele, e todos parecem possuir o caráter de Mefistófeles. Todos os seus participantes são demoníacos e destinados a perecer.


Quando Marx estava escrevendo “Oulanem” o jovem gênio estava com 18 anos. Seu plano de vida estava claro naquele momento. Ele não tinha ilusão sobre servir a humanidade, o proletariado ou socialismo. Ele desejava destruir o mundo, estabelecer seu próprio trono baseado nos abalos, espasmos e convulsões do mundo.


Neste estágio, as visões de Marx estavam se desenvolvendo. Algumas coisas misteriosas aparecem na sua correspondência com seu pai. Por exemplo, o filho escreve: “A máscara caiu, o meu Santo dos Santos se esvaziou e houve necessidade de colocar novos deuses ali”. Isto foi escrito em 10 de novembro de 1837 por um jovem que, anteriormente, professava o Cristianismo. Ele costumava dizer que Cristo habitava seu coração. De repente, tudo virou de cabeça para baixo. Que novos deuses tomaram o lugar de Cristo?


O pai de Marx respondeu (10 de fevereiro de 1838): “Não exigi qualquer explicação sobre tal coisa misteriosa, embora pareça controverso”. O que teria sido a coisa misteriosa? Nenhum biógrafo foi capaz de explicar tais palavras enigmáticas.


O que, de repente, levou o pai do jovem Marx a expressar ansiedade pelas influências controversas sobre seu filho?
Num poema, Karl Marx escreveu:
"Perdi o céu,
E o sei com certeza.
Minha alma, outrora bela a Deus,
Está agora destinada ao inferno."
Sem comentários.


Marx se iniciou com uma orgulhosa ambição nas artes. Seu verso e drama foram importantes para o descobrimento de seu mundo interior, mas por causa da falta de talento poético, permaneceram inúteis. Fracasso na pintura e na arquitetura deu ao mundo Hitler, no drama – Goebels; na filosofia – Rosenberg.


Marx era implacável inimigo de todos os deuses, um homem que comprou uma espada do Príncipe das Trevas pelo preço de sua própria alma.
Será que Marx de fato comprou uma espada do Satanás?


Sua filha, Eleonora, escreveu um livro intitulado: “O Mouro e o general – memórias de Marx e Engels”. Ela diz que Karl contava muitas estórias para ela e suas outras filhas quando eram crianças. A estória favorita dela era sobre alguém chamado Hans Rekle. Esta estória continuava por meses a fio e parecia nunca terminar. Hans Rekle era um feiticeiro que tinha uma loja de brinquedo e muita dívida. Embora fosse mágico, ele estava constantemente em débito. Portanto, apesar do seu desejo, ele tinha que vender todos os seus lindos brinquedos um por um ao demônio. Eleonora escreveu que algumas destas aventuras eram tão terríveis que seus cabelos se arrepiavam.


Robert Payne, no seu livro “Marx”, fala também, em detalhe, das palavras de Eleonora, de como o pobre feiticeiro Rekle vendia com relutância seus brinquedos, mantendo-os até o último momento. Mas, como ele tinha um compromisso com o demônio, era incapaz de escapar.


O biógrafo comenta: “Mal podemos duvidar que estas estórias sem fim eram autobiográficas. Algumas vezes parecia como se ele estivesse percebendo que estava realizando o dever do demônio”. Marx não concebeu o socialismo quando estava terminado “Oulanem” e outros trabalhos iniciais nos quais admite ter feito um pacto com Satanás.


Naquele tempo, Marx encontrou Moses Gess, o homem que exerceu a maior influência na sua vida e o levou a aceitar os ideais socialistas.
Numa carta a B. Auerbasch (1841), Gess descreve Marx como “o maior, possivelmente o único filósofo de hoje... Dr. Marx é muito jovem (24 anos no máximo); ele desferirá o golpe final sobre a religião e a filosofia”. Portanto, o primeiro alvo era atingir a religião com um golpe, e não a implantação do socialismo.


É um mito que Marx tenha perseguido o ideal de ajudar a humanidade, que a religião era o obstáculo no caminho para a realização daqueles ideais, e que esta era a razão do por que ele tomou uma posição anti-religião. Pelo contrário, Marx odiava todos os deuses e não suportava ouvir sobre Deus. O socialismo era apenas chamariz para atrair o proletariado e a 'intelligentsia' para a realização de um ideal satânico.


Marx falou muito pouco publicamente sobre metafísica, mas podemos juntar informações sobre suas visões com aqueles que conviveram com ele. Um de seus companheiros na Primeira Internacional era Mikhail Bakunin – um anarquista russo que escreveu que o demônio foi o primeiro pensador livre e salvador do mundo; que o demônio libertou Adão e selou a sua face com o selo do humanismo, tornando-o desobediente.


Bakunin não apenas glorificava Lúcifer, mas tinha um programa concreto de revolução – mas não do tipo capaz de libertar o pobre da opressão. Ele escreveu: “Nesta revolução, devemos despertar o demônio no povo a fim de estimular as suas paixões mais inferiores”.
É importante dar aqui especial ênfase ao fato de que Marx e seus amigos, sendo contra Deus, não eram ateus como os marxistas modernos se denominam. Embora negassem Deus publicamente, odiavam Aquele de cuja existência nunca duvidaram.


Todo satanista ativo tem uma vida pessoal desordenada, Marx não foi uma exceção. Arnold Kunzli, no seu livro, “Marx – Psicografia”, escreveu que Marx era culpado de causar o suicídio de duas filhas e de um genro. Sua filha Laura também enterrou três filhos e depois cometeu suicídio com seu marido.


Marx perdeu muito dinheiro na Bolsa. Embora um economista brilhante, só perdeu dinheiro.
Uma vez que tudo no culto satânico é coberto de segredo, temos apenas suspeita de que Marx teve ligação com ele. Sua vida desleixada poderia ser mais uma pista na corrente de evidência.


Marx era uma pessoa altamente inteligente, como o era também Engels; porém, suas correspondências são cheias de indecências, o que é bastante raro para homens de sua posição social. Cheias de palavras obscenas, porém nunca lemos nas cartas desses ‘idealistas’ qualquer comentário de sonhos humanistas ou socialistas.
Tudo no comportamento de Marx tinha caráter demoníaco. Seu amigo Weitling escreveu: “Assuntos rotineiros de conversa com Marx são ateísmo, guilhotina, Hegel, corda e faca”. Sendo ele mesmo um judeu, escreveu um livro anti-semita chamado “A Questão Judaica”. Ele odiava não apenas judeus. Odiava também alemães e afirmou que “apenas uma bengala pode erguer um alemão”. Costumava falar sobre a “emudecida nação alemã” e o fato de que “o povo alemão, chinês e judeu podem ser comparados aos vendedores ambulantes”. Finalmente, faz menções da “terrível estreiteza da mente dos alemães” (A. Kunzli “Marx – Psicografia”). Contou os russos entre os povos da mais baixa espécie, “uma raça bárbara”, e chamou os eslavos “lixo étnico”.


Assim descrevemos as várias inclinações que nos permitem crer que Marx poderia muito bem ter sido um satanista.


Eis aqui mais um fato interessante. Capitão Reese, um discípulo de Marx, enlutado com a notícia da sua morte, foi à Londres para visitar a casa onde seu amado professor viveu outrora. A família Marx já havia deixado a casa e pôde apenas falar com uma servente que viveu na mesma casa. Ouviu dela o seguinte comentário surpreendente sobre Marx: “Ele era um homem com temor de Deus. Quando estava muito doente, costumava rezar sozinho no seu quarto diante de velas acesas, enrolando sua cabeça com alguma coisa como uma fita”. Isso lembra fitas usadas pelos judeus durante suas orações da manhã.


Mas Marx foi batizado numa igreja cristã. Nunca confessou o Judaísmo e mais tarde se tornou inimigo de Deus. Escrevia livros contra religião e educou todos os seus filhos ateus. Portanto, o que seria aquela cerimônia que a servente inculta entendeu como sendo oração: Os judeus orantes com fitas nas suas cabeças nunca colocam velas enfileiradas diante deles. Não poderia ser algum ritual satânico?


Outra possível pista é uma carta do filho Edgar a Marx, datada de 21 de março de 1854. Ela começa com estas palavras surpreendentes: “Meu Querido Demônio”. Onde um filho cumprimenta seu pai de um modo tão ridículo? Mas os satanistas assim fazem em relação a quem amam. Será que seu filho também estava envolvido?


Outro fato significativo: a esposa de Marx lhe escreveu em agosto de 1844: “Sua carta pastoral, Altíssimo Sacerdote e Possuidor das almas, trouxe paz e tranqüilidade ao seu pobre rebanho”.


Marx expressou claramente o seu sonho de eliminação de todas as religiões no “Manifesto Comunista”. Deveríamos considerar que cultos satânicos fossem incluídos aqui. Mas a sua esposa lhe endereça o título de Altíssimo Sacerdote. Mas, de que religião? A única fé confessada na Europa onde está presente um Altíssimo Sacerdote é o Satanismo. Portanto, que tipo de carta pastoral poderia um homem escrever sendo ele considerado um ateu? Estes são períodos da vida de Marx que permanecem inexplorados.


Marx morreu no desespero, como morrem todos os satanistas. Escreveu a Engels em 25 de março de 1883: “Quão sem sentido e vazia é a vida, no entanto, quão desejada!”


O Culto a Lênin
O marxismo oculta um mistério do qual pouquíssimos marxistas estão cientes. Entretanto, Lênin escreveu meio século depois, que nenhum marxista compreendia Marx.


Há um mistério também na vida de Lênin. Eis aqui o que escreveu sobre o Estado Soviético: “O Estado está em nossas mãos. Será que ele agiu de acordo com a nova política econômica conforme designamos? Não. Não gostaríamos, mas temos que admitir o seguinte: ele não agiu como desejaríamos. Como agiu? A máquina pulou fora das nossas mãos: como se alguma outra pessoa estivesse controlando-a, e a máquina não foi aos lugares em que a direcionamos, mas foi a lugares onde alguma outra pessoa ditou”.


O que eram aquelas forças misteriosas que superaram os antigos líderes bolcheviques? Eles deram vida a uma força, esperando controlá-la, mas ela pareceu ser mais terrível que o esperado. O que fê-las desesperar?


Não tenho a pretensão de ter encontrado evidência perfeita da adesão de Marx a um culto satânico. Creio, porém, que há muito mais indicação que nos aponta para tal conclusão.
Novamente: percebo que a informação dada aqui por mim está longe de ser perfeita. Esta questão deve ser pesquisada em detalhes por mais alguém. Entretanto, daquilo que está escrito aqui, podemos concluir – que o Marx descrito por marxistas não passa de um mito. O Marx que ama todos os povos é um mito criado após sua morte.


O livro de Darwin deixou Marx muito contente. Em sua opinião, era mais um duro golpe que fazia o homem esquecer a sua origem de criatura de Deus e o seu grande destino. Darwin disse que o homem evoluiu do macaco e que não tinha outra coisa a fazer senão sobreviver.
Satanás foi incapaz de trazer abaixo o trono de Deus. Portanto, fez com que os homens se tornassem inúteis. O homem foi representado como escravo do seu estômago e descendente de um animal.


Mais tarde Freud continuou o trabalho daqueles dois gigantes satanistas, reduzindo os seres humanos à base de instintos sexuais que, algumas vezes, dão lugar à política, arte e religião.
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Algo mais antes de terminar. Deixei o mais importante para o fim.


Jesus falou à igreja de Pérgamo algumas palavras intrigantes: “Conheço o lugar onde moras: é onde está o trono de Satanás” (Apocalipse 2:13). Evidentemente, Pérgamo era o centro do culto satânico nos tempos antigos. Um famoso livro turístico de Bedecker menciona, numa seção dedicada a Berlim, que desde 1944, o Altar de Pérgamo foi colocado num dos museus de Berlim, após ter sido escavado pelos arqueólogos alemães.


Mas este não é o fim da história do altar satânico. O jornal sueco “Swenska Dagbladet” noticiou o seguinte fato em 27 de janeiro de 1948:


1. Após capturar Berlim, o Exército Soviético transferiu o altar satânico original a Moscou. (Estranho, mas por um longo tempo o altar não foi mostrado em nenhum museu soviético. Por que foi necessário transferi-lo a Moscou? Mencionei antes que alguns líderes mais altos da hierarquia soviética praticavam rituais satânicos. Será que eles queriam manter o altar de Pérgamo para usos pessoais? Há muitos pontos obscuros aqui. Mesmo fragmentos de tais raridades arqueológicas preciosas não desaparecem simplesmente).


2. O Arquiteto Schusev, que construiu o túmulo de Lênin, tomou o altar de Pérgamo como protótipo do projeto. Foi em 1924. É um fato conhecido que Schusev obteve todas as informações necessárias de Frederic Paulsen – uma autoridade reconhecida na Arqueologia.


O altar de Satanás de Pérgamo era apenas um dos vários. Por que Cristo apontou para ele? Talvez porque ele exercesse um papel de liderança. Suas palavras foram proféticas.


O túmulo de Lênin permanece ainda hoje no centro de Moscou, Praça Vermelha, contendo os restos de uma pessoa que levou a cabo a revolução e a guerra civil mais terrível e custosa da História. Apesar de inúmeras propostas de enterrar o corpo, ele permanece no mesmo local cinco anos após o ‘colapso’ da União Soviética.


 
*http://www.forerunner.com/predvestnik/X0013_Karl_Marx.html
'Karl Marx?'

Escrito por Georgi Marchenko,um dissidente cristão russo da época da União Soviética.
Versão portuguesa de Marcos Tetsuji Morita
Baseado nos livros:
“Marx and Satan” de Richard Wurmbrand, publicado em 1986. O autor, o pastor luterano Richard Wurmbrand, passou 14 anos prisioneiro e foi torturado pelo regime comunista da Romênia. Depois que sua liberdade foi obtida através de um resgate em dinheiro, fundou a organização cristã A Voz dos Mártires.
The Unknown Karl Marx, de Robert Payne, edição 1971 publicada pela Universidade de New York Press
Marx: eine Psicographie, de A. Kunzli, publicado em 1966
Karl Marx: an Illustrated Biography, de Werner Blumenberg, publicado em 1971 pela editora Rowohlt (Alemanha)
Oulanem: inversão de Emanuel, parte do livro “Divina Impaciência“, padre Paul Leonard Kramer