terça-feira, 26 de junho de 2012

Brasil: a Meca da Mediocridade

 (ENTREVISTA DO POETA E FILÓSOFO ÂNGELO MONTEIRO AO DIÁRIO DE PERNAMBUCO (24/06/2012)


Por que a arte se tornou um desastre? 

     Ângelo Monteiro - Estamos vivendo o império da antiarte. Em todos os setores. A maior parte do que se faz hoje em arte interessa mais à polícia de costumes do que ao domínio dela na cultura. Como o caso do costarriquenho Habacuc Vargas que, numa exposição, fez de um vira-lata uma instalação perecível. Até a morte do animal. Ou da artista plástica, acho que pernambucana, que fez de sua masturbação pública um ato de criação estética.


 A arte virou uma mescla delinquente de sua debilidade mental. Dentro desse quadro especial, no Brasil, você verifica que não há lugar para poesia dentro da cultura. Por quê? Se no âmbito internacional, isso ocorre, no Brasil, que é uma cultura periférica, a coisa é muito mais grave. O Brasil reflete e exporta o que há de pior. É a Meca da mediocridade.

Quem seriam os ideólogos do vazio?

AM - Por trás dessa teoria, existe uma tremenda doutrinação marxista. A ênfase na coletivização em detrimento do indivíduo. Ao mesmo tempo em que isso ocorre, enfatiza-se muito a celebridade. Acaba o indivíduo, mas cresce a celebridade. Parece contraditório, mas penso se tratar de uma compensação pela destruição da individualidade. 



Nem no romantismo tivemos uma valorização tão grande da figura do artista, porque tínhamos ainda a inspiração. Quando você evoca a inspiração, você admite algo que extrapola essa figura. É mais importante o artista enquanto instrumento da criação e não uma projeção de sua vaidade, de sua autossuficiência. Teóricos como (Gilles) Deleuze, (Jacques) Derrida e Michel Foucault passam a levar a sério tudo aquilo que não alcançou, até então, qualquer status na história da cultura. 


O exemplo típico é o urinol de Duchamp (obra intitulada A fonte), que está na capa do livro Arte e desastre. O urinol de Duchamp provocou mais questões teóricas que toda a história artística do ocidente. É um mistério, e nós sabemos qual é a função do urinol. Não me parece que tenha nenhuma função estética.

É o que o senhor chama de mania de desconstrução. A universidade tem lá sua responsabilidade nisso, não tem?

AM - É a transgressão erigida em norma, em valor. Qualquer transgressão passa a ter valor pela sua capacidade de desconstruir toda criação valiosa. Ora, o que está por trás dessa desconstrução? Obviamente, trata-se de um tentativa séria de legitimar a erradicação do indivíduo do cenário estético e proclamar o coletivismo. Significa, do ponto de vista ético, a ausência de responsabilidade de cada artista particular. O que ele faz tem a sanção do coletivo logo é bom. 



Essa visão compromete a ética e a estética ao mesmo tempo. Isso é ensinado e doutrinado nas universidades. Você tem que entrar na cartilha, estudar tudo isso e fingir que está gostando. O ambiente da universidade é deletério, tornou-se assim. Deixou de ser aquilo que fez parte de sua fundação. Carlos Magno procurou sábios, gostava de se cercar deles. Ao passo que hoje a turma procura técnicos de ignorância, pessoas ignorantes de qualquer tipo de humanismo. 


A verdade é essa. Eu vivi lá e vi o lance. A lembrança que eu tenho é de três ou quatro professores valiosos, apenas. Maria do Carmo Tavares de Miranda, que criou o departamento de filosofia, Nelson Saldanha, Leônidas Câmara, Ariano Suassuna. São poucos. Dominantemente, o clima favorece mais a busca de cargos, de verbas.

O senhor sempre fala da figura do cachorro. Por quê?

AM - Você olha para certo tipo de cachorro e vê nele mais filosofia do que em muitos colegas da universidade. Alguns cachorros têm aquele olhar melancólico de Heráclito de Éfeso, da escola do devir. Outros são heideggerianos. Eu tenho uma certa afinidade com os cachorros, apesar de não ser daquele escola grega dos cínicos, que é uma palavra que vem de cão (kynikos é adjetivo de kynon, que significa “cão”). Por que é que eu passei a identificar cachorros com filósofos? Porque Platão, que era um gozador emérito, declara em A República que o cão é o verdadeiro filósofo. O cão sabe distinguir o dono do estranho que está chegando. Qual a função da filosofia senão a guarda do ser? O filósofo é o cão de guarda do ser. E não é por acaso que, em Curitiba, uma cachorra se apaixonou por mim. Quando me viu ficou doida.

O senhor afirma que mesmo os ateus marxistas deveriam frequentar uma missa. Por quê?

AM - Eu não tenho lembrança de nenhum cara de esquerda ético. A ética não existia em nenhuma relação humana marcada pelo marxismo. Ética é coisa da burguesia. Toda ética era burguesa. No convívio com esse pessoal, eu não via nenhuma preocupação ética. 



Agora imagine o que acontece num regime totalitário de esquerda. Ninguém é responsável por nada. Você pode matar à vontade à serviço da revolução. Tanto que eles são vampiros. Pegam uma figura como Nietzsche e vampirizam a serviço da causa. Não tem figura mais antimarxista que Nietzsche. Aliás, uma figura que é colocada como mestre da suspeita. Tudo é suspeita. Como é que você pode ter uma visão crítica se você não passa pelo estágio mítico? Isso é ideologia pura. O cara já sai vacinado contra tudo.


 Nunca esqueci de um espanhol que disse que a missa é uma tourada. Como? Tem ofertório, consagração e comunhão (risos). Ele queria dizer que a tourada é um espetáculo estético. Mas a missa é um espetáculo obviamente muito mais refinado que uma tourada. Você tem toda a encenação. É um auto. Então, se o cara não aprender a ter fé, ele aprende pelo menos a gostar de estética. O ateísmo é um péssimo conselheiro em arte. Por exemplo, 90% do que Pablo Neruda escreveu não vale nada, porque ele leu Marx.


 Nós somos um país jovem, mas já demos padre José Maurício (Nunes Garcia), Villa-Lobos, Jorge de Lima, Drummond, Gilberto Freyre. Eis o problema. O meu medo é que a classe média brasileira domine o mundo, porque ela vai acabar com a cultura universal. Uma classe média que paga para ver Roberto Carlos vestido de marinheiro dentro de um navio é uma classe média que não tem nada na cabeça. Isso é brincadeira para menino de 8 anos. A classe média brasileira é isso. Nela, não há lugar para a arte.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Projeto Matar e o Projeto Tamar: o Aborto


Cícero Harada 

     Desde 1980, o Projeto Tamar protege a vida das tartarugas marinhas. É um esforço louvável em prol da vida. Nas áreas de desova, são monitorados 1.100 km de praias todas as noites durante os meses de setembro a março, no litoral, e de janeiro a junho, nas ilhas oceânicas, por pescadores contratados pelo TAMAR. 


     São chamados tartarugueiros, estagiários e executores de bases. São feitas a marcação e a biometria das fêmeas, a contagem de ninhos e ovos. A cada temporada, são protegidos cerca de catorze mil ninhos e 650.000 filhotes. 

     Se alguém destruir algum desses ninhos ou apenas um único ovo de tartaruga, sim, unzinho só, comete crime contra a fauna, espécie de crime contra o meio ambiente (Lei nº 9.605/93). 

     Já, na Câmara dos Deputados, tramita o importante Projeto de lei nº 1.135/91 que pretende legalizar o aborto do nascituro, em qualquer fase, até o nascimento. Sim, até o nascimento, porque apesar de o substitutivo falar em direito ao aborto até a 12ª semana, o seu último artigo revoga os artigos 124, 126, 127 e 128 do Código Penal, ou seja, é um verdadeiro Projeto Matar.


     A decretação da morte sem culpa do ser humano em um momento de maior fragilidade, sem que se lhe dê o direito à defesa, é um dos maiores absurdos que esta “civilização” pode perpetrar. 

     Digo absurdo, mas poderia dizer burrice cavalar, má-fé assassina, egoísmo desenfreado, hedonismo perverso, eugenia imperial e vai por aí. 

     Não será preciso estudar embriologia para saber que, desde 1827, graças a Karl Ernest von Baer, ficou assentado que, a partir da concepção, existe uma nova vida. 


     Uma criança que, em sua simplicidade e pureza encanta-se com as novas vidas que estão nos ovos das tartarugas tão protegidos nos ninhos pelo Projeto Tamar, encanta-se ao saber que em breve virá à luz seu irmãozinho ou irmãzinha, ainda no ventre materno. 


     Mas não importa a ciência, não importa o direito, não importa o encanto de uma nova vida. Importa a frustração, o medo do sofrimento, em geral, futuro, os traumas, a perfeição eugenista, a liberdade de matar o próprio filho ainda no ventre. 

     Quando uma “civilização”, em nome da liberdade e do puro positivismo jurídico, sobrepõe a liberdade ao direito à vida, tem início um perigoso processo. A esse filme nós já assistimos no século XX. A maioria decidindo quando, como e em que circunstância uma minoria pode morrer. 

   
     É a liberdade para o holocausto. Se o seu país não quiser, não o faça, mas não impeça que outros o façam. Em Nuremberg, todos se defenderam escudados no direito positivo. É por isso que o Papa João Paulo II sentenciou, em seu último livro, que o direito à vida é um limite da democracia. 

     O Projeto nº 1.135/91, que legaliza o aborto, é inconstitucional, pois, atropela o princípio da inviolabilidade da vida, prescrito pelo artigo 5º da Constituição Federal, ao legalizar o assassinato de crianças no ventre da mãe. É, reitero, um verdadeiro Projeto Matar. 


      Mas, dirão os defensores do aborto: a ciência não sabe quando começa a vida. Respondo: é imprescindível comunicar o Projeto Tamar desse fato, assim, não será preciso gastar tanto dinheiro do contribuinte à toa, defendendo ovos de tartaruga. Será necessário descriminalizar o aborto de ovos de tartaruga. 

      Será que alguém terá, ainda, a coragem de objetar que, no caso das tartarugas, é diferente porque elas não têm liberdade de escolha? Então, viva a liberdade! 


Cícero Harada - Procurador do Estado de São Paulo; conselheiro e presidente daComissão de Defesa da República e da Democracia da OAB SP

Bebê-ovo




                      «Vejo que todos os que defendem o aborto, já nasceram.» Ronald Reagan.


        Não é irônico que um 'direitista e fascista" defenda a vida, enquanto socialista e esquerdista, todos santos e superiores, lutem pela matança dos fetos, em nome do 'direito' da mulher sobre o seu corpo?


         E o ser humano dentro de sua barriga, é o quê? Ovo de tartaruga? Antes fosse, estaria salvo.

sábado, 16 de junho de 2012

Coisa feia

    "Num shopping da avenida Paulista, saiu do sanitário FEMININO o cartunista e drag queen Laerte. Saia curtíssima em jeans e demais acessórios."


    
     Laerte quer romper com a convenção de que tem roupa de homem e roupa de mulher e que isto define o sexo da pessoa. Elx quer se libertar destes estereótipos opressivos e faz isto se vestindo de...mulher!

Aborto e escravidão: (quase) a mesma coisa

Quem é contra a escravidão não pode ser a favor do aborto.
Martin Luther King disse.





Escravidão e aborto: argumentos iguais para iniqüidades iguais (aborto é pior, é morte, mãe matando filho):

1) O negro não é uma pessoa humana e pertence a seu dono. 
2) Não é pessoa perante a lei, mesmo que seja tido por ser humano. 
3) Só adquire personalidade perante a lei ao ser liberto, não havendo antes qualquer preocupação com sua vida. 
4) Quem julgar a escravidão um mal, que não tenha escravos, mas não deve impor essa maneira de pensar aos     outros, pois a escravidão (é legal.
5) O homem tem o direito de fazer o que quiser com o que lhe pertence, inclusive com seu escravo (bebê).
6) A escravidão é melhor do que deixar o negro enfrentar o mundo.


Em 1973, no caso Roe vs. Wae, os argumentos utilizados, naquele país, para hospedar o aborto foram os seguintes:
 

1) o nascituro não é pessoa e pertence à sua mãe;
2) não é pessoa perante a lei, mesmo que seja tido por ser humano;
3) só adquire personalidade ao nascer; 

4) quem julgar o aborto mau, não o faça, mas não deve impor essa maneira de pensar aos outros; 
5) toda mulher tem o direito de fazer o que quiser com o seu corpo; 
6) é melhor o aborto, do que deixar uma criança malformada enfrentar a vida
 (Roberto Martins, Aborto no Direito Comparado , in A Vida dos Direitos Humanos

E Dilma, é o quê?

         Quando militantes da luta armada fazem lista, com nome, sobrenome, patente e função, eles dizem que são 'torturadores' todos os envolvidos DIRETA OU INDIRETAMENTE com a tortura. Até os encarregados da limpeza dos banheiros do DOI-CODI o são.


       Mas não pode chamar Dilma de 'terrorista' porque - alegam - ela não pegou em armas. E sua participação DIRETA nas decisões da VAR-Palmares sobre ações terroristas, incluindo assassinatos? É o quê?

Paulo Freire? É assim que se faz

         O livro 'Pedagogia do Oprimido', de Paulo Freire, foi banido das escolas públicas do Arizona, nos Estados Unidos, em cumprimento à lei estadual, que considerou o livro de Freire , e os de Elizabeth Martinez, Rodolfo Corky Gonzales, Arturo Rosales, Rodolfo Acuna e Bill Bigelow, “doutrinadores” e “portadores de um único ponto de vista”.


         O secretário da Educação do Arizona, John Huppenthal, decidiu proibir os livros ao notar, numa visita a uma escola em Tucson, que Che Guevara era tratado como um herói, inclusive com direito a pôster numa das salas de aula, enquanto que Benjamin Franklin era considerado racista pela turma. 


         Huppenthal julgou intolerável que o termo “oprimido” do livro de Paulo Freire fosse inspirado no Manifesto Comunista de Marx e Engels, “que considera a inteira história da humanidade uma batalha entre opressores e oprimidos”.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Gente ruim

A propósito de meu texto "Feminismo mata", a leitora Rosa  comentou (abaixo em vermelho). Eu respondi (em azul)
  

Ai, Rosa... tem tantas asneiras, lógica tosca e crueldade intrínseca em teu texto que nem sei por onde começar, mas vamos lá: 


no meu texto fica claro que eu estou falando da feminista que defende o aborto, precisa desenhar?


Como ninguém é a favor do aborto? Tu és a favor do aborto. Aborto é "não gerar um feto", é interromper voluntariamente a vida do feto, é matar o feto. Estás com medo de assumir que o feto, estando vivo, é preciso matá-lo para que ele não continue crescendo dentro da barriga da mãe?


 Tu escreves "Porque quando nasce um filho a vida que muda é a da mãe." Muda mesmo. Ela tem um filho de quem ela deve cuidar. Agora, quando ele é abortado, a vida que muda é a do bebê. A vida passa a ser morte. De ser vivo ele é um bebê morto. Ele não vai dormir nem acordar. 


Você é tão precária intelectualmente e tão desprezível moralmente que escreve que 'primeiro o direito da mãe, depois o direito do feto." Pelo teu raciocínio, a tua mãe teria o direito à vida, tu não, poderias ter sido morta se ela assim o quisesse. Até que não era má idéia. (Viu como cristão também é gente ruim?)


rosa14 de junho de 2012 05:43


ai, Mirian...
tem tantas coisas erradas com esse textinho de poucas linhas que nem sei por onde começar, e, sabendo que você nem vai prestar atenção nem sei se deveria, mas vamos lá:
feminismo e aborto são DUAS coisas. Nem toda feminista defende o direito ao aborto e nem toda mulher que defende o direito de fazer aborto é feminista. 


Ninguém é a favor do aborto, isso não existe. Há pessoas que são a favor de que a mulher tenha o direito de escolher se quer ou não gerar um feto. Os motivos não importam. Porque quando nasce um filho a vida que muda é a da mãe. QUem se sacrifica é a mãe, quem fica acordada é a mãe, e se a mãe não quer ela deve sim ter todo direito de abortar. Primeiro o direito da mãe, depois o direito do feto. Você não deveria sair passando julgamento por aí que isso é muito feio e ppouco cristão.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Por Pachamama! Só Deus.

    Libertários, ateus, agnósticos ou revolucionários que odeiam Deus, o cristianismo e a Igreja Católica, consideram ascensão a um patamar superior de espiritualidade virar budista, clamar por Pachamama, oferecer flor a Iemanjá, cultuar Mãe Gaia, fazer o santo no terreiro, invocar 'espírito de luz', incensar Mestre Ascenso, conectar energia cósmica em ritual de feitiçaria Wicca, entoar mantras de sabedoria transcendental de Mestre Osho e atingir o sétimo céu pela ingestão de gosma cor de lama nas igrejas do santo daime.
  
    Estes iluminados adoram caluniar de modo especial a Igreja Católica, mas geralmente se esquecem que, ao lado da moral judaico-cristã e do direito romano, o cristianismo é o fundamento da civilização ocidental e eles só podem sair por aí xingando o Todo-Poderoso porque a democracia garante  a sua liberdade de expressão e de consciência. Queria ver estes valentes gritar que Alá (não) é vencedor na praia dos aiatolás.


     Hoje em dia, todo mundo tem 'uma espiritualidade independente de religiões". Paradoxalmente, quando alguém diz que acredita em Deus, parece que a pessoa está confessando a fé num ser totalmente desconhecido, que caiu de pára-quedas no mundo e de quem nunca ninguém antes ouviu falar sequer remotamente. 


     É como se a humanidade, pela primeira vez, estivesse sendo comunicada da existência de 'um tal Deus'. Falta perguntar: "De onde é que este cara apareceu?"
    
     Na verdade, é exatamente o contrário. Quem conhece a obra de Mircea Eliade(definitiva e imprescindível para quem quer falar de religião) sabe: o homem desde os primórdios da humanidade  busca, conhece e adora a divindade. 

     A literatura e mitologia mesopotâmica (principalmente da Suméria, uma das mais antigas da humanidade) são rico manancial de conhecimento sobre deus(es). AN(u) lembra Um, OM, não é coincidência. A Índia e a China são berço de tradições religiosas milenares, com suas doutrinas e mitologias que sobrevivem até os dias atuais
     
     A fé no Deus de Abrão - Deus Todo-Poderoso criador do céu e da terra - vem dos tempos imemoriais, antes de Noé, remete ao próprio Jardim do Éden, aos tempos adâmicos. 


    Durante dois mil anos, a Terra (quase) inteira  - aqui compreendida a civilização ocidental - acreditou que Jesus Cristo morreu e ressuscitou. Nos primeiros 1500 anos da era cristã, a Igreja Católica foi a única igreja de Cristo e o cristianismo a religião da maioria dos grandes filósofos e gênios da arte que a humanidade produziu até hoje. 

     Não crer em Deus era quase inimaginável no milênio que ficou conhecido como a cristandade - entre o fim do Império Romano (por volta do ano 500) e a início da Idade Moderna (em 1500).  


      Neste período, predominaram escolas filosóficas da exuberância e grandeza do tomismo aristotélico, que defendia que a existência de Deus é uma verdade filosófica, a que se chega fazendo uso da razão, da lógica (logos).   
     
       Os milhares de milagres se encarregavam de mostrar os estreitos limites da ciência diante do 'inexplicável', do 'impossível'. Milagre é 'fato miraculoso'. Só Deus

      Na Antiguidade, filósofos como Lucrecio, Epicuro, e Demócrito defenderam idéias que poderiam ser consideradas 'ateístas'. Do ateísmo na antiguidade, passando pelo Iluminismo, a idéia da negação da existência de Deus foi descambando e se deterioranado até converter-se no tipo rasteiro e dominante nos tempos atuais, que pede que Deus apareça e proclame 'eis-me aqui"  ou que  prove a sua existência submetendo-se a testes científicos num laboratório de pesquisa. Os sabichões não são capazes de perceber que um Deus que se prova 'cientificamente' não é Deus.


   Ateísmo desde tipo nunca foi levado muito a sério, em outros tempos. Não era considerado sequer hipótese séria sobre a qual valesse a pena se debruçar, seja pela indigência de fundamentos  como pela evidência de falta de inteligência. 


       Hoje, qualquer mané se autoproclama 'ateu'. Perguntado sobre o seu conceito de Deus, engrola um embromation, se enrola todo e ainda te olha com ares de superioridade, pois, afinal, tu és apenas um fraco, tosco, fundamentalista ignorante e intelectualmente desprezível que acredita - vejam só - em Deus!


     E foi assim que, de repente, em menos de 200 anos, o mundo primeiro, afirmou que era impossível conhecer a Deus (o agnosticismo fenomenológico à la Kant); em seguida, sem explicar como nem baseado em quê, o pensamento moderno decretou que Deus não existia. Ponto final.
    
     Deus? Está morto, assim  falou Nietzsche. A divindade de Jesus Cristo? Ah, foi uma invenção do apóstolo Paulo. A ressureição? Ora, tudo não passou de um transe místico. A igreja como corpo místico de Cristo, cabeça da Igreja? Tudo 171. A Igreja não passa(va) de ópio do povo. Marx falou e disse.
     
     Bento XVI, em seu livro "Jesus de Nazaré - do Batismo no Jordão à Transfiguração", propõe uma reflexão. Como poderia o cristianismo ter durado até hoje se não tivesse havido algo grandioso lá no início?


     Basta analisar os fatores desfavoráveis ao cristianismo nos seus tempos iniciais: Jesus de Nazaré, nascido no judaísmo, era mal visto pelos sumos sacerdotes e doutores da lei, que o perseguiram e o fizeram crucificar. 

     A pregação de Jesus desmascarava a hipocrisia dos fariseus, seus milagres arrebanhavam cada vez mais seguidores e - blasfêmia - Ele se dizia Deus. Além de confrontar o poder dos sacerdotes do Templo, Jesus Cristo não poderia ser o Messias esperado, o povo judeu esperava por um rei de poderosos exércitos que o libertaria  do domínio dos romanos. 
     
     A propósito do Messias esperado, apareceram muitos deles no tempo anunciado pelos profetas. Arrebatavam seguidores, diziam ser o cumprimento das profecias, mas o tempo se encarregava de desfazer suas pretensões. A seita e sua doutrina simplesmente desapareciam devido a perseguições, morte do líder, desentendimentos ou desinteresses.


    Sobre Jesus Cristo, pairavam desconfianças ainda mais sólidas. O Messias anunciado pelos profetas era descendente da casa real de Davi, pai do Rei Salomão. Logo, Jesus não poderia ser aquele pobretão, filho de carpinteiro, nascido na Galiléia, região má afamada e pior, de Nazaré, cidade que não gozava de melhor fama. 


     Já o Império Romano não queria saber de 'rei dos judeus'. O rei era Cesar. Quem fosse governador romano na província da Judéia iria, certamente, preferir assegurar a boa relação com o Sinédrio a facilitar a propagação da fama de um 'profeta' ou Messias que nada signficava para Roma na esfera religiosa e que poderia trazer-lhe problemas na manutenção da ordem na província.


     Prova desta camaradagem entre Pilatos e os Sumos Sacerdotes são os soldados romanos que foram enviados ao Horto das Oliveiras para prender Jesus Cristo.


    Como poderia ser rei alguém que tinha como seguidores homens simples do povo, pescadores e coletores de impostos, gente ignorante e de má-fama? Além do que, a crucificação era a morte mais infamante a que se podia ser submetido naquele tempo. Era tão infamante que um romano não podia ser crucificado (Paulo, judeu romano, foi decapitado). 


     Morrer na cruz implicava o total esquecimento do condenado. Era proibido que o nome da pessoa fosse pronunciado depois de sua morte na cruz. Quando Jesus Cristo foi crucificado, os seus discípulos esconderam-se apavorados, temendo ser perseguidos.


     Como seria possível que, contra todas estas adversidades, os discípulos de Jesus Cristo tenham enfrentado desassombradamente os poderosos do sinédrio e do Império Romano e tenham saído para o mundo a pregar o Evangelho, enfrentando o martírio e as perseguições  e acabando por ver ruir o maior império jamais visto sobre a terra? 


       Não é ainda mais intrigante que os gregos, que criaram os mais sofisticados pensamentos filosóficos tenham sido convencidos e se convertido ao cristianismo, este conjunto de lero-lero de gente fraca e sem lustro, que precisa criar uma fábula para não sucumbir diante das grandes questões e das vissiscitudes da vida?
        
       Bento XVI faz a pergunta: Como é possível que grupos de pessoas desconhecidas, anônimos, pudessem ser tão criativos e convincentes? Como estas tais pessoas conseguiram se impor?


      "Não é mais lógico, até do ponto de vista histórico, que o grandioso se coloque no início e que a figura de Cristo tenha rompido na prática todas as categorias disponíveis, podendo ser compreendido somente a partir do mistério de Deus?"


      Naqueles primórdios, logo depois da morte e ressureição de Jesus Cristo, a Igreja era pequena, perseguida, pobre. Não era a instituição poderosa e influente, que subsituiu o Império Romano, criou a civilização ocidental e reinou durante mil anos (a cristandade) até perder seu imenso poder no início da Era Moderna.      
      
      Ora, é balela grossa que a Idade Média tenha sido a Idade das Trevas. Eu também pensei que fosse. Fui saber, era mentira. No tempo de Santo Tomás de Aquino - em pleno século XIII! - era comum  o povo  ir às praças assistir aos grandes debates e embates teológicos. Se discutia em praça pública sobre a existência de Deus! E ninguém ia para a fogueira.
     
      É claro, e inegável, que houve abusos, a Igreja nunca os negou. Mas os que alardeiam a crueldade dos 'milhões' de vítimas da Inquisição (foram cerca de 25 mil) ignoram que a Revolução Francesa matou dez vezes mais gente em um ano que a Inquisição em quatro séculos. Isto é fato histórico comprovado. 


      Outra pérola é dizer que o Renascimento aconteceu apesar da Idade Média. Fazer esta afirmação é confessar ignorância absoluta. O Renascimento aconteceu, sim, por causa da Idade Média. Todo aquele renascer do conhecimento e das artes só foi possível porque a Igreja criou as universidade e preservou e aprimorou todo o conhecimento da humanidade, principalmente grego e árabe, salvando este conhecimento da destruição das hordas bárbaras que invadiram o império romano após a sua queda. 


     Não é à toa que São Bento é o patrono da Europa. Os monges beneditinos foram os principais guardiões deste saber, os seus mosteiros são famosos até hoje.

     Como toda a xaropada revolucionária, não acreditar em Deus parece inteligente e coisa de iluminado. Transgressivo, sacou? É como a Marcha das Vaias. Mulheres que jamais aceitariam ser confundida com uma mulher da vida ficam pelas redes sociais aplaudindo esta putaria só porque é transgressão. Trangressão por transgressão. Nada mais.
     

     Melhor que sair por aí mostrando a bunda, esta gente poderia gastar seu tempo procurando saber o que é o Milagre do Sol.


     Só Deus.





    • * Não é ofensa ao budismo.  Refiro-me tão somente à incoerência dos avessos à religião, que só não aceitam o cristianismo e a fé católica. Eu experimentei isto na minha família. 
      Hoje, todo mundo é budista. 'Virar budista' é aquela adesão rasa, sem qualquer profundidade. Não sabem nem direito quem é Buda. Acham que ele é japonês. 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Pároco?!

       O nome é Marcelo e o comentário foi feito ao texto Marcha das Vazias*. Se o tal Marcelo é mesmo 'pároco' (eu não acredito, não quero acreditar), ele é prova viva de que a Igreja Católica está sofrendo um dos seus piores ataques em dois mil anos de história.

      Padre Paulo Ricardo tem razão, Satanás não desiste, ele quer destruir a Igreja a todo custo. Não vai conseguir, Nosso Senhor Jesus Cristo garantiu que as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Vamos ao 'pároco':

    "Bom, Sou um Pároco estudioso do livro dos livros e lido com muita gente entre elas pessoas que se consideram simples e outras que se auto-denominam "cultas" como se isso fosse o passaporte de limousine para o céu. 


     Ao ouvir falar sobre a marcha também fiquei com maus olhares para a mesma, e resolvi então participar mais de perto do que apenas fixar ideias preconcebidas. (O que confesso seria muito fácil) 
     O que pude perceber nesta manifestação é que ela foi como um grito para essas mulheres e homens que tanto quanto elas também sofrem com o ideal machista da sociedade. Obviamente pela quantidade de pessoas envolvidas, não tinha como ter uma só voz e era recorrente alguns comentários um pouco infeliz ou não muito bem explicitado .


 Mas isso só fere quem quer ser ferido, quem realmente acompanhou a marcha pode ver de perto que ela quase não aspirava nenhum ar sexual e que tanto as crianças quanto os transeuntes não se sentiam incomodados. (ao menos na minha cidade onde isso ocorreu) 


     Fico perplexo ao ler comentário de pessoas que se dizem cristãs, escreverem com ironismo grosseiro e uma arrogância extrema que demostra quem realmente são. 

     Li vários comentários do Sr. Richard Smith, e ele quase nunca rebate o assunto da marcha mas sempre responde arrogantemente só procurando algum erro na escrita ou alguma forma de ironizar a escrita de alguém. Velha tática de sofistas e de políticos."


*(http://blogdemirianmacedo.blogspot.com.br/2012/05/marcha-das-vazias.html).

O Teorema da Incompletude de Gödel

O Teorema da Incompletude de Gödel: A Descoberta Matemática Nº 1 do Século XX


Em 1931, Kurt Gödel desferiu um golpe devastador nos matemáticos de sua época
Em 1931, o jovem matemático Kurt Gödel fez uma descoberta-marco, tão poderosa quanto qualquer coisa que Albert Einstein desenvolveu.
A descoberta de Gödel não se aplica somente à matemática, mas literalmente a todos os ramos da ciência, lógica e conhecimento humano. Ela tem verdadeiramente implicações que abalam a Terra.
Estranhamente, poucas pessoas sabem qualquer coisa sobre ela.
Permita-me contar-lhe a história.
Os matemáticos adoram provas. Eles estavam furiosos e chateados por séculos, porque eles eram incapazes de PROVAR algumas das coisas que eles sabiam que era verdade.
Por exemplo: se você estudou geometria no colégio, você fez os exercícios onde você prova todos os tipos de coisas sobre os triângulos, baseado em uma lista de teoremas.
Aquele livro de geometria do colégio é feito sobre os cinco postulados de Euclides. Todos sabem que os postulados são verdadeiros, mas em 2500 anos ninguém imaginou um meio de prová-los.
Sim, parece sim perfeitamente razoável que uma linha possa ser estendida infinitamente em ambas as direções, mas ninguém tem sido capaz de PROVAR isso. Nós só podemos demonstrar que eles são um conjunto de 5 suposições razoáveis e de fato necessárias.
Grandes gênios matemáticos estavam frustrados por mais de 2000 anos porque eles não podiam provar todos os seus teoremas. Havia muitas coisas que eram “obviamente” verdade, mas ninguém conseguia imaginar um meio de prová-los.
No início dos anos 1900, entretanto, um tremendo senso de otimismo começou a crescer nos círculos matemáticos. Os matemáticos mais brilhantes do mundo (como Bertrand Russell, David Hilbert e Ludwig Wittgenstein) estavam convencidos que estavam rapidamente se aproximando de uma síntese final.
Uma “Teoria de Tudo” unificada, que finalmente amarraria todos os pontos soltos. A matemática seria completa, à prova de balas, hermética, triunfante.
Em 1931, este jovem matemático austríaco, Kurt Gödel, publicou um artigo que de uma vez por todas PROVOU que uma única Teoria de Tudo é realmente impossível.
A descoberta de Gödel foi chamada de “O Teorema da Incompletude”.
Se você me der alguns minutos, eu lhe explicarei o que ele diz, como Gödel o descobriu e o que ele significa – em português simples e direto que qualquer um pode entender.
O Teorema da Incompletude de Gödel diz:
“Qualquer coisa em que você pode desenhar um círculo ao redor não pode ser explicada por si mesma sem se referir a algo fora do círculo – algo que você tem que assumir mas não pode provar.”
Expresso em Linguagem Formal:
O teorema de Gödel diz: “Qualquer teoria efetivamente gerada capaz de expressar aritmética elementar não pode ser tanto consistente quanto completa. Em particular, para qualquer teoria formal consistente e efetivamente gerada que prova certas verdades aritméticas básicas, existe uma afirmação aritmética que é verdadeira, mas que não pode ser provada em teoria.”
Tese de Church-Turing diz que um sistema físico pode expressar aritmética elementar assim como um humano pode, e que a aritmética de uma Máquina de Turing (um computador) não pode ser provado dentro do sistema e é igualmente sujeito à incompletude.
Qualquer sistema físico sujeito a medição é capaz de expressar aritmética elementar. (Em outras palavras, crianças podem fazer matemática contando em seus dedos, uma água fluindo para um balde faz integração e sistemas físicos sempre dão a resposta certa.)
Portanto, o Universo é capaz de expressar aritmética elementar e, tanto como a própria matemática e uma máquina de Turing, é incompleto.
Silogismo:
1. Todos os sistemas computacionais não-triviais são incompletos.
2. O Universo é um sistema computacional não-trivial.
3. Portanto, o Universo é incompleto.
Você pode desenhar um círculo ao redor de todos os conceitos no seu livro de geometria do colégio. Mas eles são todos feitos sobre os 5 postulados de Euclides que claramente são verdade mas que não podem ser provados. Esses 5 postulados estão fora do livro, fora do círculo.
Você pode desenhar um círculo ao redor de uma bicicleta, mas a existência dessa bicicleta depende de uma fábrica que está fora do círculo. A bicicleta não pode explicar a si mesma.
Gödel provou que há SEMPRE mais coisas que são verdadeiras do que você pode provar. Qualquer sistema de lógica ou números que os matemáticos possam trazersempre se baseará em pelo menos umas poucas suposições que não podem ser provadas.
O Teorema da Incompletude de Gödel não se aplica somente à matemática, mas a tudo que está sujeito às leis da lógica. A incompletude é verdade na matemática, e é igualmente verdade na ciência, na linguagem ou na filosofia.
E, se o Universo é matemático e lógico, a Incompletude também se aplica ao Universo.
Gödel criou sua prova começando com o “Paradoxo do Mentiroso” — que é a afirmação:
“Eu estou mentindo.”
“Eu estou mentindo” é autocontraditória, já que, se é verdade, eu não sou um mentiroso, e, se é falsa, eu sou um mentiroso, então é verdade.
Então Gödel, em um dos movimentos mais engenhosos da história da matemática, converteu o Paradoxo do Mentiroso em uma fórmula matemática. Ele provou que qualquer afirmação requer um observador externo.
Nenhuma afirmação sozinha pode completamente provar a si mesma como verdadeira.
O seu Teorema da Incompletude foi um golpe devastador no “positivismo” da época. Gödel provou o seu teorema preto no branco, e ninguém podia discutir com a sua lógica.
Ainda assim, alguns de seus amigos matemáticos foram para o túmulo negando, acreditando que de alguma forma ou outra Gödel deveria certamente estar errado.
Ele não estava errado. Era mesmo verdade. Existem mais coisas que são verdade do que você pode provar.
Uma “teoria de tudo” – seja na matemática, na física ou na filosofia – nunca será encontrada. Porque é impossível.
OK, o que isso então realmente significa? Por que isso é superimportante, e não apenas um factoide geek?
Isso é o que significa:
  • Fé e Razão não são inimigas. Na verdade, o exato oposto é verdade! Uma é absolutamente necessária para que a outra exista. Todo o raciocínio ao final leva de volta à fé em algo que você não pode provar.
  • Todos os sistemas fechados dependem de algo fora do sistema.
  • Você pode sempre desenhar um círculo maior, mas existirá sempre algo fora do círculo.
  • O raciocínio de um círculo maior para um menor é “raciocínio dedutivo.”
Exemplo de um raciocínio dedutivo:
1. Todos os homens são mortais
2. Sócrates é um homem
3. Portanto, Sócrates é mortal
  • O raciocínio de um círculo menor para um maior é “raciocínio indutivo.”
Exemplos de raciocínio indutivo:
1. Todos os homens que conheço são mortais
2. Portanto, todos os homens são mortais
1. Quando eu largo objetos, eles caem
2. Portanto, há uma lei da gravidade que governa objetos de caem
Note que quando você se move do círculo menor para o maior, você tem que fazer suposições que não pode provar 100%.
Por exemplo: você não pode PROVAR que a gravidade sempre será consistente todas as vezes. Você só pode observar que ela é consistentemente verdadeira toda vez. Você não pode provar que o Universo é racional. Você só pode observar que fórmulas matemáticas como E = mc² parecem sim descrever perfeitamente o que o Universo faz.
Praticamente todas as leis científicas estão baseadas no raciocínio indutivo. Estas leis apoiam-se em uma afirmação de que o Universo é lógico e baseado em leis fixas que podem ser descobertas.
Você não pode PROVAR isto. (Você não pode provar que o sol virá amanhã de manhã também.) Você literalmente tem que usar a fé. Na verdade, a maioria das pessoas não sabem que além do círculo da ciência existe um círculo da filosofia. A ciência está baseada em suposições filosóficas que você não pode provar cientificamente. Realmente, o método científico não pode provar, só pode inferir.
(A ciência originalmente surgiu da ideia de que Deus fez um Universo ordenado que observa leis fixas e que podem ser descobertas.)

Agora por favor considere o que acontece quando desenhamos o maior círculo possível – ao redor de todo o Universo.
 (Se existem múltiplos universos, nós estamos desenhando um círculo ao redor deles todos também.):
  • Tem que existir algo fora desse círculo. Algo que nós temos que assumir mas não podemos provar.
  • O Universo como nós conhecemos é finito – matéria finita, energia finita, espaço finito e 13,7 bilhões de anos de idade.
  • O Universo é matemático. Qualquer sistema físico sujeito a medição executa a aritmética. (Você não precisa conhecer matemática para fazer uma adição – você pode usar um ábaco em vez disso e ele lhe dará a resposta certa todas as vezes.)
  • O Universo (toda a matéria, energia, espaço e tempo) não pode explicar a si mesmo.
  • O que quer que esteja fora do maior círculo não tem limites. Por definição, não é possível desenhar um círculo ao redor dele.
  • Se desenharmos um círculo ao redor de toda a matéria, energia, espaço e tempo e aplicar o teorema de Gödel, então saberemos que o que está fora desse círculo não é matéria, não é energia, não é espaço e não é tempo. É imaterial.
  • O que quer que esteja fora do maior círculo não é um sistema – i.e. não é um conjunto de partes. De outra forma poderíamos desenhar um círculo ao redor delas. A coisa fora do maior círculo é indivisível.
  • O que quer que esteja fora do maior círculo é uma causa não-causada, porque você sempre pode desenhar um círculo ao redor de um efeito.
Nós podemos aplicar o mesmo raciocínio indutivo à origem da informação:
  • Na história do Universo, nós também podemos ver a introdução da informação, cerca de 3,5 bilhões de anos atrás. Ela veio na forma do código genético, que é simbólico e imaterial.
  • A informação teve que vir de fora, já que a informação não é conhecida por ser uma propriedade inerente da matéria, energia, espaço ou tempo.
  • Todos os códigos cuja origem conhecemos são projetadospor seres conscientes.
  • Portanto, o que quer que esteja fora do círculo maior é um ser consciente.
Em outras palavras, quando adicionamos a informação à equação, concluímos que a coisa fora do maior círculo não só é infinita e imaterial, como também é consciente.
Não é interessante como todas estas coisas soam suspeitamente similar a como os teólogos têm descrito Deus por milhares de anos?
Então é dificilmente surpreendente que entre 80 e 90% das pessoas do mundo acreditam em algum conceito de Deus. Sim, é intuitivo para a maioria do pessoal. Mas o teorema de Gödel indica que é também supremamente lógico. De fato, é a única posição que alguém pode tomar e ficar nos domínios da razão e da lógica.
A pessoa que orgulhosamente proclama: “Você é um homem da fé, mas eu sou um homem da ciência” não entende as raízes da ciência e a natureza do conhecimento!
Interessantemente à parte…
Se você visitar o maior website ateu do mundo, Infidels, na página inicial você encontrará a seguinte declaração:
“O Naturalismo é a hipótese que o mundo natural é um sistema fechado, o que significa que nada que não seja parte do mundo natural o afeta.”
Se você conhece o teorema de Gödel, você sabe que todos os sistemas lógicos devem contar com algo fora do sistema. Então, de acordo com o Teorema da Incompletude de Gödel, o Infidels não pode estar correto. Se o Universo é lógico, ele tem uma causa externa.
Assim, o ateísmo viola as leis a razão e da lógica.
O Teorema da Incompletude de Gödel prova definitivamente que a ciência não pode jamais preencher suas próprias lacunas. Nós não temos escolha a não ser procurar fora da ciência por respostas.
A Incompletude do Universo não é a prova que Deus existe. Mas… É a prova de, para se construir um modelo racional e científico do Universo, a crença em Deus não é somente 100% lógica… ela é necessária.
Os 5 postulados de Euclides não podem ser formalmente provados e Deus também não pode ser formalmente provado. Mas… assim como você não pode construir um sistema coerente de geometria sem os 5 postulados de Euclides, você também não pode construir uma descrição coerente do Universo sem uma Primeira Causa e uma Fonte de ordem.
Assim, fé e ciência não são inimigas, mas aliadas. Tem sido verdade por centenas de anos, mas em 1931 este jovem magricelo matemático austríaco chamado Kurt Gödel provou.
Em nenhuma época na história da humanidade a fé em Deus tem sido mais razoável, mais lógica ou mais amplamente apoiada pela ciência e pela matemática.
Perry Marshall (traduzido para o português por Mateus Scherer Cardoso)
“Sem matemática nós não podemos penetrar profundamente na filosofia.
Sem filosofia nós não podemos penetrar profundamente na matemática.
Sem ambas nós não podemos penetrar profundamente em nada.”
Leibniz
“A matemática é a linguagem pela qual Deus escreveu o Universo”
Galileu


Leitura adicional:
Incompleteness: The Proof and Paradox of Kurt Gödel” (em inglês) por Rebecca Goldstein – biografia fantástica e uma grande leitura
Uma coleção de citações e notas sobre a prova de Gödel’s da Miskatonic University Press (em inglês)
A descrição formal do Teorema da Incompletude de Gödel’s na Wikipédia(em inglês)
Ciência vs. Fé na CoffeehouseTheology.com (em inglês)
Teoria da Informação: “If you can read this, I can prove God exists” (em inglês)http://www.cosmicfingerprints.com/o-teorema-da-incompletude-de-godel-a-descoberta-matematica-n%C2%BA-1-do-seculo-xx/

Feminismo mata

      Feminismo também mata, não é só machismo que mata. Feminista mata o próprio filho (e filha) quando ela faz aborto . Feminista defende o assassinato do filho (e filha) de outras mulheres. 

     Quem vai defender o direito à vida da menina, do bebê de sexo feminino, quando sua mãe - reivindicando ter direito sobre o próprio corpo -  decidir matá-la, abortando-a? 


     Lembrai-vos: o lugar em que o bebê deve(ria) se sentir mais seguro é o útero materno.

domingo, 10 de junho de 2012

Chico Buarque e o diabo que o carregue

 ‎'' When people stop believing in God...they don't believe in nothing - they believe in anything''. GK Chesterton.
 (Quando as pessoas não acreditam em Deus, não é que elas não acreditam em nada, elas acreditam em qualquer coisa)



Você assume que não acredita em Deus, mas existem trechos nas suas músicas como “dias iguais, avareza de Deus” ou “eu, que não creio, peço a Deus”. No Brasil, é complicado não acreditar em Deus?

Chico Buarque:  - Eu não tenho crença. Eu fui criado na Igreja Católica, fui educado em colégio de padre. Eu simplesmente perdi a fé. Mas não faço disso uma bandeira. Eu sou ateu como o meu tipo sanguíneo é esse.
    
      Hoje há uma volta de certos valores religiosos muito forte, acho que no mundo inteiro. O que é perigoso quando passa para posições integristas e dá lugar ao fanatismo. O Brasil talvez seja o pais mais católico do mundo, mas isso é um pouco de fachada. Conheço muitos católicos que vão à umbanda, fazem despacho. 
    
     E fica essa coisa de Deus, que entra no vocabulário mais recente, que me incomoda um pouquinho. Essa coisa de “vai com Deus”, “fica com Deus”. Escuta, eu não posso ir com o diabo que me carregue? (Risos). Tem até um samba que fala algo como “é Deus pra lá, Deus pra cá – e canta – Deus já está de saco cheio” (risos).

Você já foi em umbanda, candomblé, algo do tipo?

Chico Buarque - Já, eu sou muito curioso. A mulher jogou umas pipocas na minha cabeça, sangue, disse que eu estava cheio de encosto. Eu fui porque me falaram “vai lá que vai ser bom”. 

     Passei também por espíritas mais ortodoxos, do tipo que encarnava um médico que me receitou um remédio para o aparelho digestivo. Aí eu fui procurar o remédio e ele não existia mais. O remédio era do tempo do médico que ele encarnava (risos).
   
    Já tive também um bruxo de confiança, que fez coisas incríveis. Aquela música do Caetano dizia isso muito bem, “quem é ateu, e viu milagres como eu, sabe que os deuses sem Deus não cessam de brotar.” 
   
    Eu vi cirurgias com gilete suja, sem a menor assepsia, e a pessoa saía curada. Estava com o joelho ferrado e saía andando. Eu fui anestesista dessa cirurgia. A anestesia era a música. O próprio Tom Jobim tocava durante as cirurgias. Eu toquei para uma dançarina que estava com problema no joelho. Ela tinha uma estreia, mas o ortopedista disse “você rompeu o menisco”. Ela estreou na semana seguinte, e na primeira fila estavam o ortopedista e o bruxo (risos).

    Uma vez, estava com um problema e fui ao médico. Ele me tocou e não viu nada. Aí eu disse “olha, meu bruxo, meu feiticeiro, quando ele apertava aqui, doía”. Ele começou a dizer “mas essa coisa de feitiçaria…” e atrás dele tinha um crucifixo com o Cristo. Daí eu perguntei “como você duvida da feitiçaria, mas acredita na ressurreição de Cristo?”. 

    Eu acho isso uma incongruência. Gosto de acreditar um pouco nisso, um pouco naquilo, porque eu vejo coisas inacreditáveis. Eu não acredito em Deus, acredito que há coisas inacreditáveis.

http://www.chicobuarque.com.br/texto/mestre.asp?pg=entrevistas/entre_brazuca_0410.htm