domingo, 4 de setembro de 2016

Santa Madre Tereza: quanto custa um banho a um leproso

Reflexão do sacerdote do Altíssimo, Dom Mauro Lorian, sobre a canonização de Santa Madre Tereza de Calcutá.

SANTA MADRE TEREZA DE CALCUTÁ, Ora pro Nobis ad Deum!!

Hodie haec dies fecit pro nobis Dómino! Et cum eo Laudemus et superexaltemus in saecula.....!

            O hoje sempre fez parte de uma teologia profunda do cristianismo, o Hoje de Deus, o Hoje do Homem! Hoje, portanto, a Igreja Universal Católica Apostólica Romana declara pelas virtudes heróicas, pela sua imitação a Cristo, pelo seu coração generoso que soube ouvir e não apenas escutar a vontade de Deus, SANTA MADRE TEREZA DE CALCUTÁ! Uma religiosa simples que, como nos diz a Sagrada Escritura, soube ser uma anawim (pequena) de Deus, assim como fez Maria!

           Não se pode pensar em Madre Tereza simplesmente na dimensão antropológica do próprio Ser Humano, mas, acima de tudo no transcender a uma vocação, o que nem todos são capazes de fazer! Cuidar dos pobres, dos enfermos, dos moribundos e dos infantes! Justo aqueles que a sociedade quer e tenta com tanta força descartar!

            No Hoje de Tereza, na sua vida, ela enfrentou afrontas, discussões, a escória, a difamação! Nada diferente de Cristo! Certamente, podemos pensar que seu trabalho, antes de ser doação ou até mesmo chamado de vocação, tenha aos olhos humanos precariedades, como instalações desajustadas, exacerbado número de enfermos em um único lugar, precariedade de finanças e de trabalho humano. Mas jamais podemos afirmar que o sofrimento, a doença e a miséria sejam sinais de cristianismo (mas nem também que flagelações e penitências sejam contrários a ele).

             Nosso Senhor Jesus Cristo, quando nasceu, veio ao mundo em uma estrebaria, condições péssimas para um recém-nascido. Quando curou tantas enfermos, não estava em hospitais, mas nas ruas e praças! Suas condições eram semelhantes ou piores que as de Madre Tereza!! Nossa religião, o Cristianismo Católico, não é a religião do sacrifício, ou seja, não precisamos nos sacrificar
de forma cruenta (com derramamento de sangue - Jesus já o fez) para aplacarmos a ira de Deus. Isso quem faz é o paganismo, que deveria sacrificar vidas para aplacar a ira dos deuses!  A nossa religião é aquela que Madre Tereza viveu, a religião da Santidade: sermos santos!! "SEDE SANTOS COMO VOSSO PAI DO CÉU É SANTO...SEDE PERFEITOS COMO VOSSO PAI DO CÉU É PERFEITO"!

            Nosso Senhor não se auto-flagelava, não se auto-penitenciava...apenas vivia o seu judaísmo e sua intimidade com o Pai. Como nós não conseguimos nos aproximar de Deus, como Jesus nos ensina, nem conseguimos viver santamente o Evangelho, nos penitenciamos para mudarmos de vida; isso sim, sacrificamos nossas vidas para mudá-la, mudando-a para sermos imagens perfeitas de Cristo que crescia em graça e sabedoria! O espinho na carne de Paulo, também está em nós!! E certamente como dói....."Deixo de fazer o bem que quero, e faço o mal que não quero...!" 

           A beleza da santidade não está nos atos heróicos e incompreendidos pelo mundo, como diz Paulo: "A cruz sempre será sinal de loucura para o mundo!".  A beleza da santidade está em que aquele homem e aquela mulher deixem Deus agir em seu próprio ser! Mais do que questionar Deus a respeito de quem Ele seja, os santos vivem o agir de Deus em eles próprios! Assim como Platão, quando não consegue responder as questões inerentes ao homem joga-as ao mundo das idéias, nós temos a sabedoria, o logos encarnado em nosso meio, que nos ensina como devemos agir, ele que fora um carpinteiro! 

           Madre Tereza não dá a dignidade a nenhum daqueles de que cuidou, mas ao contrário, pode ela reconhecer neles a dignidade que Deus lhes confiou desde seu nascimento! Sendo assim - diz-nos a antífona deste domingo - “JUSTUS ES DOMINE, ET RECTUM IUDICIUM TUUM: FAC CUM SERVO TUO SECUNDUM MISERICORDIAM TUAM.” (Justo é o Senhor, e reto seu modo de agir: o que faz com seu servo é segundo a Sua misericórdia!”)! 
      
            O amor por Cristo não exclui os demais amores, mas que os guarda. E mais, Nele todo amor genuíno encontra seu fundamento, seu apoio e a graça necessária para ser vivido até o final. Este é o sentido da «graça de estado» que confere o sacramento do matrimônio aos cônjuges cristãos. Assegura que, em seu amor, serão apoiados e guiados pelo amor que Cristo teve por sua esposa, a Igreja. Jesus não dá ilusões a ninguém, mas tampouco desilude; pede tudo porque quer dar tudo; e mais, já o deu todo.

          Alguém poderia perguntar-se: mas como pode este homem, que viveu há vinte séculos em um lugar perdido do planeta pedir-nos este amor absoluto? A resposta, sem necessidade de remontar-nos muito longe, se encontra em sua vida terrena que conhecemos pela história: ele foi o primeiro a dar tudo pelo homem: «Cristo nos amou e se entregou por nós» (Cf. Efésios 5, 2)

          Nesta mesma passagem do Evangelho, Jesus nos recorda também qual é o teste e a prova do verdadeiro amor por ele: «carregar a própria cruz». Carregar a própria cruz não significa buscar sofrimentos. Cristo tampouco se pôs a buscar sua cruz; em obediência à vontade do Pai, carregou-a sobre si quando os homens se lhe puseram em suas costas, transformando-a com seu amor obediente de instrumento de suplício em sinal de redenção e de glória. Jesus não veio para aumentar as cruzes humanas, mas para dar-lhes um sentido. Com razão, se disse que «quem busca Jesus sem a cruz, encontrará a cruz sem Jesus», ou seja, de todos os modos encontrará a cruz, mas sem a força para carregá-la.

           Madre Tereza, SANTA MADRE TEREZA DE CALCUTÁ, fez isso! Carregou sua Cruz e carregou, assim como Cristo, as demais cruzes de seus irmãos e não encontrou a Cruz vazia, mas preenchida do Amor, preenchida do próprio Cristo!!! A nossa Cruz nunca está vazia, está sempre cheia, cheia do Amor!!
Afinal, DEUS CÁRITAS EST! Deus é Amor!
"O senhor não daria banho a um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também não. Só por amor se pode dar banho a um leproso"
Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão."
A falta de amor é a maior de todas as pobrezas.
O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá.
FRASE DE SANTA MADRE TEREZA DE CALCUTÁ!!!!
hodie dies anno Domini: 04/ 09/ 2016.