quarta-feira, 4 de março de 2020

Doce ilusão



       Papinha doce feita de Leite Ninho não é muito diferente de cocaína. Pode parecer exagero, mas não é. A 'alegria' de infância, representada pela papinha de Leite Ninho em pó, é um perigo muito mais grave do que se pensa: quando se retira a água do leite para fazer o leite em pó, há concentração da lactose, o açúcar do leite. É este sabor docinho que vicia a criança, que desenvolverá 'preferência' por alimentos açucarados.
      A lactose (como todo açúcar/carboidrato) é imediata e rapidamente digerida quando chega ao estômago. Os cientistas descobriram que, neste momento, é enviada ao cérebro uma mensagem para a produção de dopamina, o hormônio da felicidade e do bem estar. Assim, o corpo relaciona a presença do açúcar à 'felicidade'. E vai querer estas substâncias doces.
      A questão é que o cérebro começa a pedir mais quantidade de glicose para produzir a mesma quantidade de dopamina (o mesmo acontece com a cocaína, por isto, açúcar e cocaína viciam mesmo). Daí, a compulsão por chocolate e doces. E até por comida salgada, feita de carboidrato simples, farinhas refinadas (pão, macarrão, bolachas, pizza etc). Tudo vira açúcar/glicose quando chega ao estômago.
     E ainda tem o perigo da diabetes mellitus tipo 2 (adquirida). As bombas de glicose acionam as bombas de insulina e o corpo entra em desequilíbrio metabólico, provocando o que hoje a medicina chama diabesidade, doença que combina a diabetes e a obesidade, a mais grave epidemia mundial, muito mais grave que coronavirus.