terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Latim, por que não?


       Eu não sou contra a missa rezada em português, acho que o vernáculo permite a celebração de uma liturgia solene, correta, santa. O problema maior não é a língua, são os abusos litúrgicos desfigurantes; além disso, hoje, não há (quase) sombra da missa que a Igreja sempre celebrou durante dois mil anos. 

      Os mais jovens precisam aprender e vivenciar a missa em latim. Não precisa rezar a missa inteira, mas cantar de vez em quando o Pater Noster, intercalar como Pai-Nosso. Como um católico pode não saber cantar o Pater Noster, a oração que Jesus nos ensinou, ou a Ave Maria? São orações fáceis de decorar, a melodia é a mesma há muitos séculos.

      As línguas antigas, como grego, latim, hebraico, são muito ricas, concisas, precisas. Os conceitos são perfeitos em seus significados e elas quase não mudam. Um texto de dois mil anos é atual. 

      Eu me lembro da explicação de João Paulo II sobre o uso do latim pela Igreja: primeiro, pela solenidade, a Igreja é uma realeza, Nosso Senhor Jesus Cristo é o Rei do Universo. Segundo, a permanência da língua, quase imutável, assim como o que a Igreja ensina e que não muda. Por último, o latim é a língua do império que perseguiu o cristianismo. O império romano ruiu, acabou e a Igreja Católica não vai acabar. As portas do inferno não prevalecerão sobre ela. Promessa de Seu criador.

Pó? Pô!

Pode florear, enfeitar, colocar poesia, mas se o homem fosse só poeira, ainda que de estrelas, ele não seria muito diferente do resto. Pedra, lesma ou chimpanzé não têm sede de Absoluto. O homem tem. É toda a diferença.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Anjos encapetados

          Cid Benjamin deu entrevista à Globo News, eu não vi. Mas recordar é preciso. Estes rebeldes angelicais, incensados e idolatrados por defen$ore$ do$ direito$ humano$ da Comi$$ão da Verdade como mártires pela democracia, não são o que parecem. 

          Vera Sílvia Magalhães pertencia à mesma organização de Cid Benjamin, a Dissidência Comunista da Guanabara, que, junto à ALN de Marighela, seqüestrou o embaixador americano. Ela e Cid eram companheiros de Franklin Martins, o autor da idéia do seqüestro. Adivinhem o que a organização deles (e de Franklin Martins) defendia? Vera Sílvia explica aos 13 min (vídeo abaixo)

           "A tomada do poder - era isto que nós queríamos - para a transformação daquilo em socialismo. Nós não éramos exatamente contra a ditadura. Nós éramos contra a ditadura militar burguesa, mas nós éramos a favor da ditadura do proletariado. Isto ninguém diz, mas tem que dizer. Isto faz parte de nossa história".

           A entrevista completa vale a pena. A abertura do programa, produzido e divulgado pela TV Câmara, é um primor de doçura. Vera Sílvia Magalhães - diz o texto - "ainda procura seu lugar no mundo e se pergunta o que fazer de tanta ousadia e de tanta generosidade, de tanta coragem e de tanta ternura". 

          Estranha maneira de ser terna, Vera Sílvia mesmo conta que, com ela, a conversa era à bala. Ao ser presa, escolheu uma tática (em suas próprias palavras) suicida: agredia seus inquisidores que, em troca, segundo Vera ela, devolveram a 'gentileza' submetendo-a a torturas pesadíssimas na PE do Rio de Janeiro. 

          Saiu do Brasil de cadeira de rodas. Vera Sílvia estava na lista de terroristas presos cuja libertação era exigida pelos seqüestradores do embaixador alemão Von Holleben (entre eles, Eduardo Leite, o Bacuri, e Alfredo Sirkis, aquele mesmo, que foi Secretário do Meio Ambiente do Rio de Janeiro. Terrorista só se dá bem).

          Vera Sílvia foi para a Argélia, casou com Gabeira, também trocado pelo embaixador alemão, se tratou e voou para Cuba, onde fez um ano e meio de treinamento militar em guerrilha. Não voltou para o Brasil, acabou ficando pela Europa, retornou com a anistia. 

          A moça nunca abriu a boca para condenar o comunismo ou criticar a ditadura cubana. E, até morrer de câncer em 2007, recebia R$ 4 mil por mês como vítima de torturas. Recebeu uma indenização de R$ 60 mil reais, bem menor que outras que ultrapassaram a casa do milhão, porque, segundo a Comissão da Anistia, na época em que foi perseguida, Vera era estudante.

          "Mas os estudantes interromperam a sua vida, muitos morreram e suas famílias não pleitearam a indenização. Existe um problema muito sério nessa indenização porque os critérios não correspondem. Saí em 1970, mas fui perseguida muito antes disso. Não quero reivindicar mais nada em relação a isso, porque acho um desgaste muito violento e não sei se vale a pena. Mas a minha indenização não correspondeu ao que eu precisava para ter uma segurança no futuro" ", diz ela.

http://www.youtube.com/watch?v=q8fUe7vsj2s

sábado, 7 de dezembro de 2013

O dedo que faltava: o dedo-duro


          Faz sentido. Lula sempre alardeou a amizade e gratidão que devota a Romeu Tuma, principalmente pelo tratamento que o xerifão do DOPS lhe dispensou na prisão. O Sapo Barbudo foi preso em 19 de Abril de 1980 e libertado um mês depois, em 20 de maio de 1980. 

          Na prisão, Tuma lhe levava sanduíches, providenciou dentista para tratar sua dor de dente, mandou instalar uma TV para Lula assistir aos jogos do Corinthians e, contra toda norma e regra de cadeia, principalmente por se tratar de preso acusado de ameaçar a segurança nacional, Romeu Tuma permitiu que Luis Inácio fosse ao velório de sua mãe.

          Aquele mês em que ficou preso, aos cuidados de tão gentil e carinhoso carcereiro, rendeu a Lula uma pensão vitalícia como 'perseguido pela ditadura'. Há dois anos, o delinqüente moral recebia R$ 6 mil reais por mês.

O codinome de Lula como informante da ditadura era "Barba". Os arquivos no Dops comprovam, segundo Romeu Tuma Jr.

De colega para colega:

http://www.youtube.com/watch?v=9B1VT-z5kyc