segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

(Deus me) Livre da cruz

        Muita gente acha que Nosso Senhor Jesus Cristo, quando nos convida a aceitar e carregar cada um a sua cruz, está nos dizendo que cristão tem que ser crucificado. Não, Jesus Cristo não quer ver o homem na cruz. O homem é que O crucificou, foi o homem que escolheu a liberdade para Barrabás e decidiu pela crucificação de Jesus. 

       Aceitar a cruz é curvar-se à realidade de que o sofrimento é atributo do homem. O sofrimento é o que nos salva. Do orgulho, da arrogância, da soberba, do egoísmo. Se o homem não sofresse, de quem ele iria precisar? O homem sofre e só assim ele pode ter compaixão pelo sofrimento do outro. Sofrer é também sofrer pelo outro. Compaixão é sofrer junto, é compadecer-se pela dor do outro. Que mãe não trocaria de lugar com o filho que está sofrendo? "Prova de amor maior não há do que dar a vida pelo irmão". 

       Foi isto que Jesus Cristo fez: imaculado, sem pecado, santo dos santos, aceitou livremente a paixão e se entregou por nós, por amor aos homens. E até Ele, que era Deus, como homem a caminho da cruz, recebeu, e aceitou, a ajuda de Cirineu. O exemplo nos foi dado. 

       Quem se escandaliza com a cruz do cristianismo melhor faria se prestasse atenção ao fim da história. No final, Jesus Cristo ressuscita do mortos. Ele vive.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Coisa de mulherzinha

          Quem ouviu ZéDirceu valorizar perante o juiz Sérgio Moro a sua coragem de entrar no Brasil, armado, clandestino, com documentos falsos, arriscando a vida pelos seus idéias durante a ditadura, até esquece que o bonitão voltou ao Brasil, engabelou Clara Becker, uma moça dona de uma próspera boutique no Paraná, casou-se com ela, tiveram até um filho (Zeca), não abriu a boca sobre não ser quem ele dizia que era (Carlos Henrique Gouveia de Mello) e, quando saiu a anistia, saltou fora, largou a mulher, e voltou a ser José Dirceu, o Grande. 

          Dizem que nos quatro anos em que esteve casado com Clara, ele passava seus dias sentados num aprazível bar da cidade, lendo jornais, enquanto a apaixonada esposa tocava o negócio que sustentava a família. Hoje, mesmo sabendo que foi usada para dar fachada de cidadão comum e insuspeito a ZéDirceu, Clara se derrete em elogios ao ex-marido. Só podia ser mulher.