terça-feira, 4 de abril de 2017

Aborto: ser ou não ser

        Direito ao aborto: muitos defensores do aborto lançam mão do argumento de que a ciência não chegou à conclusão de que um zigoto de um segundo de existência, um embrião de poucos dias ou um feto de várias semanas é um ser humano. Mas a mesma ciência também não concluiu - e nunca afirmou - que um zigoto de um segundo de existência, um embrião de poucos dias ou um feto de várias semanas não é um ser humano. Logo, pode ser (todo mundo sabe que é, mas deixemos assim). 

        Se não for ser humano, quem é contra o aborto pagará no máximo um mico de ter defendido um amontoado de células indeterminadas e amorfas, assim como cutículas, cabelo ou calo. Se for ser humano, aí não pode matar. Ponto final. Tem 50% de chance de ser e 50% de chance de não ser. Matar um ser humano inocente e indefeso é assassinato. Crime hediondo. Não dá para justificar sob hipótese alguma. Na dúvida se é ou não um ser humano, não pode matar.

Casa, separa; casa, separa. Ah, para que casar?

           Há uma frase do pregador oficial da Casa Pontifícia e do Papa, o frade franciscano Raniero Cantalamessa, que eu costumo repetir: o mal é mal porque faz mal. Quando o Congresso Nacional aprovou a lei do divórcio, em 77 (eu estava lá, assisti de corpo presente), o seu maior defensor, o senador Nelson Carneiro, repetia insistentemente que a medida não era para os casais felizes no matrimônio. O divórcio seria para os que não tinham conseguido salvar o casamento e eram discriminados - a mulher era 'concubina' e os filhos eram chamados 'naturais, vistos como 'bastardos'. 


           Era, assim, a segunda chance. Permitia-se o divórcio uma única vez. É claro que a coisa não ficou por aí. Ora, se pode uma vez, por que não duas? Se pode duas, por não trinta? E é assim. 
Pior, ninguém se casa mais, nem no civil. As famílias constituídos por núcleo tradicional - pai, mãe e filhos - vão rareando. As composições - meios irmãos, filhos da namorada de meu pai, filho do ex-marido da minha mãe com outra mulher e vai por aí - hoje é a regra. 


           Pois é, o que é que tem, não é? O que importa é o amor. Nunca vi sociedade para se amar mais que a nossa. E (não) espanta e (não) intriga que esta mesma sociedade, em que comprovadamente há menos escassez e muito mais bens à disposição da grande maioria da população (dizer o contrário é mantra de esquerdista desonesto, não há mais pobreza no mundo. Ponto), produza níveis de violência cada vez maiores.


           E o fator determinante -em que a miséria e desigualdade contam como agravantes - é a desestruturação familiar. Lares desfeitos, filhos sem pai, sem noção de autoridade, mães obrigadas a trabalhar para sustentar a casa porque os pais dos filhos abandonam a casa ou nem chegam a formar família porque os filhos são fruto de 'sexo casual', geralmente na adolescência, e outras situações como estas. Filhos são criados pelos avós ou por 'padrastos', estes também casuais, romances efêmeros. É comum notícia de estupro de meninas por 'padrastos' pouco mais velhos que elas, os tais 'namorados de minha mãe'. 


           Hoje, não há mais empenho dos casais em salvar o casamento em vista do bem da família e dos filhos. Mulher não precisa mais de homem, senta-lhe um pé na bunda logo na primeira vez em que alguma coisa não está boa, assim naquela vibe de que "ninguém deva ficar preso em uma relação infeliz se não desejar". 

           E a fila anda. Deixou filhos pelo meio? Problema nenhum. Hoje, é normal, criança não se importa de mudar de mãe, de pai, de casa, de família, de irmãos. Tempos modernos. 

           A Igreja Católica tem dois mil anos. Ela nunca mudou o seu entendimento sobre o matrimônio. É indissolúvel. E ninguém como a Igreja acolhe e ampara os casais que se separam. Mas permissão para casar duas, três, trinta vezes? Não.Só uma perante Deus. 
Por que? Porque a Igreja acredita em Nosso Senhor Jesus Cristo e nas Sagradas Escrituras, onde está escrito que 'o que Deus uniu o homem não separe'. A Igreja tem em vista a eternidade, ela não é moderna, é eterna. 


        Os maus frutos da dissolução do casamento estão aí. Só não vê quem não quer. Hoje, o tal 'amor' justifica aberrações como as mostradas no Fantástico: um filho gerado por um homem vestido de mulher e uma mulher vestida de homem. O 'homem' gerou, pariu e amamenta o filho. Nós estamos ensandecendo? Nós vamos ver coisas assim e dizer que isto é normal, porque o amor é lindo? (to be continued)

quarta-feira, 15 de março de 2017

Feio não é bonito não.

      Quer saber? Vamos parar de endeusar grafiti. Tem é muita coisa medonha, feiúra explícita, monstruosidade estética. Arte no duro não deve passar de pouco mais de qualquer coisa. 
  
      Conheci na sola do pé mais de duzentas cidades da Europa em meados dos anos 80, quando não havia a infestação do grafiti e da pichação. Vi cidades deslumbrantes , maravilhosas, belíssimas. Algumas totalmente acinzentadas. Com mais de mil anos. Alguém jA imaginou a Umbria, a Toscana, a Andaluzia a Baviera 'enriquecidas' pela ação de grafiteiros e pichadores? 

       Claro que arte é arte na rua e no Prado, mas chega de folclore e ares de superioridade moral para falar e defender o que nem sempre é defensável. A feiúra de São Paulo não é falta de cor, é falta de coragem de todos nós para dar jeito nela.

(P)ARTE DA RUA

        É da natureza da street art não ser definitiva. Ela tem esta pegada da arte provisória, temporária, ocasional, que reflete o mo(vi)mento da cidade, as reivindicações de suas tribos, protestos, paixões, vibes. 

   Cada um pode chegar e apagar o que existia ali, pintar por cima, recriar, interferir, além de que um grafiti sofre a degradação e desgaste naturais pelas condições climáticas (mofo, lodo, chuva, poeira etc) e ação humana (pichações, riscos, perfurações). 

   Não é uma arte permanente, mantida em condições ideais de conservação, como num museu ou galeria. Além de que não se pode imaginar que uma cidade seja inteirinha coberta por desenhos e figuras de um mesmo estilo artístico e padrão gráfico, não sendo poupado um único centímetro, seja de espaço público ou privado. Nem se fosse Michelangelo. 

     Quem trabalha na área da cultura, em órgãos governamentais, sabe que 'interferir' numa obra de arte pública é crime, não apenas legal, mas cultural. É permitido pichar, fazer grafitis 'criativos' na Catedral de Brasilia, no Memorial de JK, no Teatro Nacional? Vamos liberar as cúpulas do Congresso Nacional para os 'artistas do povo' exprimirem suas idéias, expressarem seus devaneios? Não. 

   É má-fé acusar João Dória de querer sufocar, oprimir e calar 'o povo'. É obrigação de todo prefeito cuidar da cidade. Marilena Chaui foi Secretaria de Cultura de Luíza Erundina e combateu as pichações, preservando monumentos e espaços públicos. Haddad, o Tranquilão, fez o mesmo. E tinham de fazê-lo. 

      Claro que nesta ação de preservação e limpeza acabam sendo apagados grafitis de valor artístico, coisas que deveriam permanecer. Mas imagina: a cada desenho encontrado, chama-se o crítico de arte para avaliar se este ou aquele grafiti deve ser mantido ou apagado. 

       E muro particular, eu tenho o direito de impedir até Michelangelo de pintar nele o Juízo Final (eu fazia o BO, mas como a burocracia é lenta, quando fosse decidido que ele não podia pintar meu muro, o afresco estava pronto. Aí, eu, magnanimamente, deixava lá no muro. E construía uma museu, com o muro dentro).

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Viva o pixo.

  "Xô, Figueiredo". Brasília lavou a alma quando leu a frase pichada num paredão da Rodoviária da cidade, lá pelo início de 81. Aquelas duas palavras decretaram o fim da ditadura . A Gloriosa acabou ali. 

      Imagina, em pleno regime militar, na cidade mais policiada do Brasil, alguém ter a coragem de cravar aquele grito preso na garganta dos brasileiros num muro branco, em pleno Eixo Monumental, a apenas poucos quilômetros do temido Forte Apache, apelido com que é conhecido o Quartel-General do Comando do Exército Brasileiro, em Brasília. 

        O protesto durou pouco, a pichação sumiu, a parede foi limpa rapidamente, mas quem viu, sorriu. Eu vi. Não existia celular naquela época, mas deve existir uma fotografia daquele "Xô, Figueiredo". Aquilo sim, era protesto. E transgressão.

Bandido não é juiz

       Eu não dou a bandido o direito de fazer justiça. Se os presos que foram decapitados e esquartejados eram criminosos violentos e cruéis, não é outro criminoso igualmente violento e cruel que vai lhes dar o 'castigo merecido'. Que um e outro cumpram a pena que a lei estabeleceu. 

       As cadeias brasileiras são desumanas, nós o sabemos, mas elas são umbrais do inferno também porque a sua clientela é gente que não teme a Deus, para além da desigualdade e injustiça que imperam na sociedade. Gente que acha que quem esquarteja e arranca coração só precisa de oficina de artesanato na cadeia, para a sua 'recuperação', bem merecia uma 'visita' de umas destas 'vítimas da sociedade' à sua casa numa noite em que estivesse sozinha.

PS: não desejo a ninguém, de coração, que receba este tipo de visita, É força de expressão, figura de linguagem.

Dirceu e Marcola são letrados

        Eu prefiro escola a presídio. Mas a oposição não é esta. Marcola leu mais de três mil livros, Nietszche é seu preferido. Por que não largou o crime? Sabe como ele(s) se refere(m) a quem trabalha honestamente? Otário. 

       Não é (falta de) escola que faz alguém optar pelo crime. As razões podem ser enumeradas, não estudar, não frequentar os bancos escolares, tem influência, mas não explica. Quer ver? Pensa em José Dirceu, só para citar um exemplo paradigmático. Virou criminoso porque não estudou? O seu crime não é só colarinho branco e corrupção, seu nome está envolvido, junto a Lula e Gilberto Carvalho, ao assassinato de Celso Daniel. Crime torpe, cruel, premeditado. Celso Daniel foi torturado antes de morrer, sem direito de defesa. Faltou escola para Zé Dirceu?

Vale quanto pesa

          A moda agora é dizer que mulher gorda é fetiche sexual. O foco é o fim da ditadura estética opressora que impõe a magreza curvilínea como padrão de beleza. O combate ao preconceito é radical, ele não se limita à exaltação das gordinhas gostosinhas, plus size, cheias de curvas e recheios e já tem quem garante que obesidade mórbida também é bonito e seduz. Pelo novo padrão, a mulher bonita e sensual vale quanto pesa. 

         O mais engraçado é que a mulherada que combate a coisificação da mulher e denuncia a submissão ao padrão fitness das coxas e peitos perfeitos, barriguinha chapada e bundinha empinada, curte adivinha o quê? Homens sarados que exibem invejáveis abdomens tanquinho, coxas e bíceps rijos e volumosos e tórax musculosos. Mas isto não é coisificar o homem? Manda esta mulherada escolher entre Jô Soares de terno  e David Beckham de cueca. Aí, eu quero ver convicção.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

A lésbica anti-gay: Camille Paglia e a coragem da liberdade.

Giampaolo Rossi (Il Giornale)

         Camille Paglia é uma das pensadoras mais originais do nosso tempo. Americana de ascendência italiana, representa uma das inteligências mais livres, contraditórias e desmistificadoras  da cultura contemporânea

         É feminista, mas despreza o feminismo contemporâneo, que define como "doente, indiscriminado e neurótico" e o persegue com implacável  ironia: "Deixar o sexo para as feministas é como sair de férias deixando o seu cão com  um taxidermista".
Admira as mulheres emancipadas dos anos 20 e 30 dos Novecentos  (como é chamado o século XX)  "porque elas não atacavam os homens, não os insultavam, nem os consideravam a fonte de todos os seus problemas, enquanto que, hoje em dia, as feministas culpam os homens por tudo" .

DE ESQUERDA

        Camille Paglia é de esquerda  mas reconhece que "Democratas, que têm a pretensão de falar em nome dos pobres e desfavorecidos, são sempre cada vez mais o partido de uma elite de intelectuais e acadêmicos."
Ela, ícone de uma cultura radical-chic que vai ao fundo em 68, explica a inutilidade de intelectuais que, "com todas as suas fantasias de esquerda, têm pouco conhecimento prático da vida americana."

ATÉIA
    
        Camille Paglia é atéia, mas ai de quem tocar no papel histórico da religião, especialmente do cristianismo: "Eu tenho um enorme respeito pela religião, que eu considero uma fonte de valor psicológico infinitamente mais rica, ética e cultural que o tolo e mortífero pós-estruturalismo , que foi transformado numa religião secular. "

LÉSBICA

          Camille Paglia é lésbica e, em muitas entrevistas, ela fala de seu comportamento juvenil transexual; no entanto, ela admite que "os códigos morais são a civilização. Sem eles, ela seria esmagada pela barbárie caótica do sexo, da tirania da natureza ".

          Detesta a estupidez das mobilizações gays e a intolerância dos homossexuais, e quando lhe perguntamos "por que nos últimos anos não surgiu nenhum líder gay remotamente semelhante à estatura de Martin Luther King", ela responde: "Porque o ativismo negro inspirou-se nas profundas tradições espirituais da igreja a que a retórica política gay sempre foi hostil de maneira infantil. Estridente, egoísta e doutrinário, o ativismo gay é completamente desprovido de perspectiva filosófica ".
Ela, que afirma ter sido a primeiro estudante lésbica a se assumir como tal na Universidade de Yale, reconhece que "a homossexualidade não é normal; ao contrário, é um desafio à norma".

          E sobre as novas fronteiras da procriação assistida, diz que está "preocupado com a mistura perniciosa entre ativismo gay e ciência que produz mais propaganda do que verdade."

          Ela reconhece que a sua homossexualidade e suas tendências transexuais são uma "disfunção de gênero", porque na natureza "há apenas dois sexos determinados biologicamente", e os casos de androginia efetiva são muito raros ", o resto é fruto de propaganda."

          Quanto àqueles pais que, graças a médicos condescendentes, mudam o sexo das crianças em face de comportamentos aparentemente transexuais, Camille Paglia não admite justificativas: "É uma forma de abuso infantil."

           Fique claro: para Camille Paglia, não está em questão o direito de qualquer homem ou mulher adultos viver a sua sexualidade com liberdade e amor; nem o dever de um Estado de reconhecer os direitos fundamentais de cada indivíduo para alcançar a sua própria auto-realização, mesmo no campo da afetividade e sexualidade; o que está em discussão é pacto mefistofélico que o Ocidente está fazendo com a Técnica para romper a ordem natural: "A natureza existe, goste-se ou não; e na natureza, a procriação é uma regra única e implacável. "

TRANSGÊNEROS E O DECLÍNIO DO OCIDENTE 

           Alguns meses atrás, diante das câmeras dO Roda Viva, o famoso programa de entrevista da emissora  brasileira TV Cultura, ela foi ainda mais clara: "o aumento da homossexualidade e do transexualismo são um sinal do declínio de uma civilização."

           Não há qualquer julgamento moral nesta afirmação (e como poderia haver?), mas uma análise histórica sobre o Ocidente, e que interpreta os sinais do seu  tempo; "Ao contrário das pessoas que elogiam o liberalismo humanitário que permite e incentiva todas estas possibilidades transgêneros, eu estou preocupado sobre como a cultura ocidental é definida no mundo, porque este fenômeno na verdade incentiva os irracionais, eu diria, os psicóticos opositores do Ocidente, como os jihadistas do Isis"

"Nada define melhor a decadência do Ocidente de que a nossa tolerância com a homossexualidade declarada e com o transexualismo".


Palavras de uma  extraordinária e corajosa pensadora lésbica.

http://blog.ilgiornale.it/rossi/2016/01/27/la-lesbica-anti-gay-camille-paglia-e-il-coraggio-della-liberta/

PS: (aqui abaixo, a entrevista no original, em italiano)

La lesbica anti-gay: Camille Paglia e il coraggio della libertà


Camille Paglia è una delle più originali pensatrici del nostro tempo. Americana di origini italiane, rappresenta una delle intelligenze più libere, contraddittorie e dissacranti della cultura contemporanea.


È femminista ma disprezza il femminismo contemporaneo che definisce “malato, indiscriminato e nevrotico” e lo rincorre con spietata ironia: “lasciare il sesso alle femministe è come andare in vacanza lasciando il tuo cane ad un impagliatore”.
Ammira le donne emancipate degli anni ’20 e ’30 del ‘900 “perché non attaccavano gli uomini, non li insultavano, non li ritenevano la fonte di tutti i loro problemi, mentre al giorno d’oggi le femministe incolpano gli uomini di tutto”.

DI SINISTRA
Camille Paglia è di sinistra ma riconosce che “i Democratici che pretendono di parlare ai poveri e ai diseredati, sono sempre più il partito di un’élite fatta d’intellettuali e accademici”.
Lei, icona di una cultura radical-chic che affonda nel ’68, spiega l’inutilità degli intellettuali che “con tutte le loro fantasie di sinistra, hanno poca conoscenza diretta della vita americana”.

ATEA
Camille Paglia è atea ma guai a chi le tocca il ruolo storico della religione e sopratutto del cristianesimo: “ho un rispetto enorme per la religione, che considero una fonte di valore psicologico, etico e culturale infinitamente più ricca dello sciocco e mortifero post-strutturalismo, che è diventato una religione secolarizzata”.

LESBICA
Camille Paglia è lesbica ed in molte interviste ricorda la sua attitudine giovanile transessuale, eppure ammette che “i codici morali sono la civiltà. Senza di essi saremmo sopraffatti dalla caotica barbarie del sesso, dalla tirannia della natura”.

Detesta la stupidità delle mobilitazioni gay e l’intolleranza degli omosessuali e quando le si domanda: “Perché in questi anni non c’è stato nessun leader gay lontanamente vicino alla statura di Martin Luther King?” Lei risponde: “Perché l’attivismo nero si è ispirato alla profonde tradizioni spirituali della chiesa a cui la retorica politica gay è stata ostile in maniera infantile. Stridulo, egoista e dottrinario, l’attivismo gay è completamente privo di prospettiva filosofica”.
Lei, che rivendica di essere stata la prima studentessa lesbica a fare outing all’università di Yale, riconosce che “l’omosessualità non è normale; al contrario si tratta di una sfida alla norma”.

E sulle nuove frontiere della procreazione assistita, si dice “preoccupata dalla mescolanza perniciosa tra attivismo gay e scienza che produce più propaganda che verità”.

Riconosce che la sua omosessualità e le sue tendenze transgender sono una “forma di disfunzione di genere” perché in natura “ci sono solo due sessi determinati biologicamente”; e i casi di effettiva androginia sono rarissimi, “il resto è frutto di propaganda”.

Verso quei genitori che, grazie a medici compiacenti, cambiano il sesso dei figli a fronte di comportamenti apparentemente transessuali, Camille Paglia non ammette giustificazioni: “È una forma di abuso di minori”.

Sia chiaro: per Camille Paglia, in ballo non c’è il diritto di ogni uomo o donna adulti di vivere la propria sessualità con libertà e amore; né il dovere di uno Stato di riconoscere fondamentali diritti di ogni individuo a raggiungere la propria realizzazione di sé, anche in campo affettivo o sessuale; in ballo c’è il patto mefistofelico che l’Occidente sta facendo con la Tecnica per disarticolare l’ordine naturale: “La natura esiste, piaccia o no; e nella natura, la procreazione è una sola,  regola implacabile”.

TRANSGENDER E DECLINO DELL’OCCIDENTE
Qualche mese fa, davanti alle telecamere di Roda Viva, il famoso format televisivo brasiliano di Tv Cultura, è stata ancora più chiara:  “l’aumento dell’omosessualità e del transessualismo sono un segnale del declino di una civiltà”.

Non c’è alcun giudizio morale in questa affermazione (e come potrebbe esserci?) ma un’analisi storica sull’Occidente che interpreta i segni del tempo; “a differenza delle persone che lodano il liberalismo umanitario che permette e incoraggia tutte queste possibilità transgender, io sono preoccupata di come la cultura occidentale viene definita nel mondo, perché questo fenomeno in realtà incoraggia gli irrazionali e, direi, psicotici oppositori dell’Occidente come i jihadisti dell’Isis”.

“Nulla definisce meglio la decadenza dell’Occidente che la nostra tolleranza dell’omosessualità aperta e del transessualismo”.
Parole di una straordinaria e coraggiosa pensatrice lesbica.



quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Viva São Paulo

Quem é que falou que São Paulo não tem vida? É uma cidade fascinante, instigante, criativa, sensual, charmosa, rica (e pobre, eu sei), universal, cosmopolita, chique, louca, tribos e vibes, tem (de) tudo. Tudo o que queremos é falar mal dela, mas vivendo aqui. A primeira coisa quando saímos de São Paulo é ficarmos loucos para voltar. Pichação e grafiti são mesmo a cara de São Paulo, no que tem de bom e mau na pichação e no grafiti.

Idade da Pedra, Idade das Trevas?

A arte é misteriosa e mágica. Basta pensar a quem fez as pinturas rupestres das cavernas de Lascaux, há vinte mil anos, na França. Se estivessem no Museu do Prado, no Louvre, ou MoMa, estariam no lugar certo. E quem as fez não devia estar preocupado com sua perenidade ou transitoriedade.
A dir bene, era um grafiteiro. Depois que ele 'obrou', aquilo lá não era mais dele. Mas sempre será de quem as fez. Ainda que não tenha nome, não tenha assinatura.
As catedrais góticas da Ida
de Média (nos referimos a coisas 'medievais' como primitivas, cruéis, sem racionalidade por desonestidade da Idade das Luzes e por figura de linguagem, hoje sabemos) são o ápice da arte humana, da civilização. E nestas catedrais não havia autoria (O abade Suger, o arquiteto, é impossível desconhecer). Os escultores, pintores e vitralistas (existe o termo?) não assinavam suas obras. Era vaidade, imagina querer que reverenciassem quem as tinham produzido. As obras eram feitas para a glória de Deus.

Para quem quer saber sobre a indústria do aborto nos Estados Unidos: quase 350 mil abortos foram realizados no ano fiscal entre 2013 e 2014. Três de cada quatro mulher que abortou são negras. Para que Ku Klux Klan?
Donald Trump cortou o financiamento das atividades no exterior da principal instituição aborteira dos Estados Unidos - a Planned Parentohood, que recebeu no último ano 530 milhões de dinheiro público. A PP doou $ 30 milhões de dólares para Hillary Clinton, que defendeu o aborto até os nove meses de gravidez. É o chamado partial birth abortion. A criança pronta para nascer é retirada do ventre materno, mantendo apenas a cabeça ligada ao corpo da mãe. Então, o médico enfia uma tesoura na nuca da criança e pelo orifício, suga o seu cérebro. É preciso que a cabeça do bebê fique dentro do corpo da mãe, assim ele não 'nasceu'. A lei não permite o seu assassinato depois de nascer (sic)
Alexandre Borges


De acordo com o relatório anual da Planned Parenthood que acaba de ser divulgado, no último ano fiscal (01/07/2013 a 30/06/2014) a corporação foi responsável por 327.653 abortos nos EUA, ou seja, a cada 1 minuto e meio uma criança foi morta.
O aborto é um grande negócio para a empresa. A bilionária corporação da morte faturou US$ 528,4 milhões do governo americano no período, o que representou 41% de todo seu faturamento.
A Planned Parenthood foi fundada em 1921 pela enfermeira Margaret Sanger, uma ativista filiada à Ku Klux Klan que tinha como objetivo controlar o nascimento de negros e pobres. Ela era uma entusiasta da política de esterilização em massa e do sexo livre. Margaret Sanger chegou a propor que o governo instituísse um sistema de licenças para permitir quem pode ou não gerar filhos, algo como a política chinesa do filho único numa versão ainda mais radical. Ela acreditava nas teorias eugênicas e via no aborto uma maneira de "limpar e purificar" a raça humana.
O conglomerado abortista é presidido desde 2006 por Cecile Richards (foto), 57 anos, filiada ao Partido Democrata e próxima à Nancy Pelosi e Barack Obama. Ela é também conselheira da Fundação Ford, uma das mais importantes financiadoras da esquerda mundial.

sábado, 7 de janeiro de 2017

O homem precisa de beleza

       A degradação de São Paulo, desfigurada pela estupidez e impunidade dos vândalos pichadores (c'mon, arte è tutta un'altra cosa), não começou com Fernando Haddad, mas dizia São Paulo, "as palavras convencem, o exemplo arrasta". 

      O prefeito petista podia, como fez ao sair de spray na mão pintando muros, dar apoio aos grafiteiros talentosos, mas não podia calar-se na condenação explícita ao vandalismo pichador. Com o gesto e o silêncio de Haddad, uz manu entenderam que a farra continuava liberada. Tanto é que não pouparam nem a ponte Estaiada. Nem a pichação ao Monumento das Bandeiras o fez ameaçar cumprir a lei quando infratores profanaram um símbolo da cidade. 

       Sobre as críticas à roupa de gari,  sejamos honestos: se é coisa que João Dória não finge é que é pobre. Ao contrário, reafirma que é rico, muito rico. E ficou rico trabalhando. Vestir roupa de gari é simbólico. Marta Suplicy ia de Yves Saint Laurent visitar as favelas. Ela dizia que as mulheres da periferia a apoiavam e a incentivavam a andar bem vestida, ficavam felizes que ela estivesse sempre elegante. Ela não mentia. O povo gosta de beleza.

Escola ou presídio? Bobagem

       Eu prefiro escola a presídio. Mas a oposição não é esta. Marcola leu mais de três mil livros, Nietszche é seu preferido. Por que não largou o crime? Sabe como ele(s) se refere(m) a quem trabalha honestamente? Otário. 

      Não é (falta de) escola que faz alguém optar pelo crime. As razões podem ser enumeradas, não estudar, não frequentar os bancos escolares, tem influência, mas não explica. 

      Quer ver? Pensa em José Dirceu, só para citar um exemplo paradigmático. Virou criminoso porque não estudou? O seu crime não é só colarinho branco e corrupção, seu nome está envolvido, junto a Lula e Gilberto Carvalho, ao assassinato de Celso Daniel. Crime torpe, cruel, premeditado. Celso Daniel foi torturado antes de morrer, sem direito de defesa. Faltou escola para Zé Dirceu?