Quando lançaram no Brasil o primeiro filme (que era o IV) da série Guerra nas Estrelas, em 1978, fui uma das primeiras a correr para as salas de cinema. Saí maravilhada, encantada, seduzida e deslumbrada por aquela aventura cósmica estelar (e apaixonada por Hans Solo, por supuesto).
Eu era jornalista d'O Globo, fazia cobertura no Congresso e lembro-me de chegar à sala de Imprensa da Câmara dos Deputados contando e falando do filme. Ninguém vai acreditar: quem ousasse gostar de Star Wars era desprezado, discriminado e xingado, por gente da esquerda, de capacho do imperialismo hollywoodiano alienante e manipulador e fantoche do capitalismo fetichista desumano e opressor.
Os militantes revolucionários de esquerda - de que os jornalistas eram a face mais barulhenta e movimentada - olhavam com absoluto desprezo para a cultura pop americana e para a sociedade de massas. Para estes iluminados, filmes como Star Wars consolidavam todos os componentes da narrativa mitológica do Império para subjugar os povos do Terceiro Mundo e os deserdados da Terra.
No meu caso, para piorar eu tinha também assistido - e adorado - Superman - The Movie, com Christopher Reeves como Superman, Marlon Brando no papel de Jor-El, seu pai biológico e Gene Hackman como o vilão Lex Luthor.
Vendo de longe, aqueles foram Anos de Chumbo mental, isto sim.
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