terça-feira, 1 de maio de 2012

Clareando as idéias

         No domingo, eu escrevi um  texto de oito linhas a que dei o título de Preto não. Provocador, mas inescapável. Eu, falando em primeira pessoa, antevia o que muito provavelmente vai acontecer (e já está acontecendo). Gente que não se importa(va) com cor da pele  passando a discriminar profissionais negros pelo seu acesso à universidade por cotas, e não por mérito.
      A idéia era mostrar num outro texto que, em breve, pelo andar da carruagem (pressão do movimento negro e a tendência do STF de decidir pelo clamor das ruas),
 acabaria sendo aprovada a cota de notas: alunos negros já teriam garantida, de saída,  nota 2. Se tirasse 3 na prova, já passaria por média 5. 
      Afinal, não seria justo exigir que o preto, oprimido e excluído por 500 anos, atingisse a mesma nota que os filhos da elite branca que estudaram em colégios caros e têm dinheiro para comprar livros e adquirir cultura. Ademais, professor, com esta patrulha toda, não arriscaria a reprovar aluno preto, vai que acham que é racismo e o demitem...).
      Era isto: política de cotas  (políticas afirmativas, de um modo geral) é tiro pela culatra, vai criar 'racismo' onde não tem. Não é desculpa, é explicação, eu escrevi aquelas oito linhas rapidamente e publiquei, não havia ali nada que pudesse dar margem a outro tipo de interpretação. Há um raciocínio lógico que leva a uma conclusão inequívoca.
      A linguagem 'curta e grossa', como um leitor adjetivou, foi, em parte, intencional (para chamar a atenção) e, em parte, fruto da pressa com que foi escrita. Tenho muito pouco tempo para escrever, quando me ocorre uma idéia, escrevo primeiro no Facebook, onde o texto tem de ser preferencialmente curto. Em seguida, copio-colo e publico no blog. Eu não cogitei em nenhum momento que a redação pudesse provocar confusão ou conter ambiqüidade.
      Agora, cá prá nós, a reação foi desproporcional. Basta reler o texto para perceber que, sim,  eu devia estar falando de cotas. Se eu escrevesse " cotista eu não quero', ficava bom, era isto claramente o que meu texto dizia: a mim não faz diferença cor da pele, mas a partir de agora (força de expressão, será daqui a algum tempo, quando os cotistas sairem das universidades e estiverem no mercado de trabalho), qualquer profissional negro pode ser olhado com desconfiança, sua habilitação técnica pode ser questionada e diminuída. 

      Afinal, formar-se não lhe teria custado o mesmo esforço e capacidade intelectual exigidos daqueles que ingressararam nas universidades porque eram, sim, os melhores. Era isto.
      Com toda a confusão e ambiguidade, esta hipótese e interpretação não podiam ser descaratadas. A menos, que houvesse má-fé, ação coordenada de tropa de choque, militância intimidatória.

      Ninguém se deu ao trabalho de ler outros textos meus? Desafio a que me mostrem uma única palavra, dúbia que seja, de conotação racista.
      Não é engraçado que esta mesma racista asquerosa tenha escrito em janeiro de 2011, ao analisar uma apostila do COC, usada por minha filha no colégio onde estudava, as seguintes palavras (meu texto está em azul): http://blogdemirianmacedo.blogspot.com.br/2011/01/pente-fino-1.html
      "Podemos tomar como exemplo a escra
vidão, justificada (por quem?) pela condição de inferioridade do negro, (Bobagem. O negro era, sim, superior. Forte, resistente, saudável, esperto, inteligente, e alegre. Por isto, era boa mercadoria. Além disto, eram os próprios negros africanos que vendiam outros negros escravizados aos comerciantes europeus.)" 
      Neste mesmo texto, eu ainda escrevo:(Tem gente que garante até hoje que a Igreja Católica teria legitimado a escravidão, por considerar o negro um animal desprovido de alma. É mentira. Para  a Igreja, todo ser humano tem alma, "soprada" por Deus no instante da concepção. E a Igreja obedece a Nosso Senhor Jesus Cristo, que ordenou aos apóstolos: "Ide e ensinai a todas as gentes tudo o que eu vos ensinei, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo".  Em 1537, o Papa Paulo III publicou a Bula Veritas Ipsa (também chamada Sublimis Deus), condenando a escravidão dos 'índios e  as mais gentes'. 
      Pois é, a única coisa que os ofendidos viram e leram foram aquelas oito mal traçadas linhas. E meu blog foi invadido por dezenas de almas nobres e sábias acusando-me de ser racista (sic)!
  E mais: recebi ameaças explícitas à minha integridade física: "Sua racista filha da puta...vc não tem noção de humanidade, e de ser jornalista muito menos...seu preconceito é vergonhoso para nossa sociedade! Se você não estiver com medo de sair de casa é bom começar a ter...  Anônimo)"

 Eu estou levando ao conhecimento da polícia, com denúncia formal e processo. É minha resposta ao aviso da tropa de choque: vão me levar às barras dos tribunais. Ui! Quanta valentia. 
     Vamos imaginar: e se eu não quiser me consultar com um médico formado no Paraguai, por não confiar na qualidade de ensino das faculdades de medicina paraguaias, isto é crime de xenofobia? Quer dizer que os meus vizinhos do Cone Sul podem me levar às barras dos tribunais como criminosa?  Eles devem protestar  em passeata com cartazes onde se lê "Paraguaios, uni-vos. Abaixo  Mírian Macedo"?  Parece gracinha, mas não é.
    Eu repito: eu declarei que não me importa a cor da pele das pessoas. Eu não faço diferenciação alguma entre preto, branco ou amarelo. Agora, daquelas pessoas que escolhem profissões em que a formação intelectual e a habilitação técnica são essencial e imprescindível, eu exijo mérito. 
    Minha opinião é que o estudante deve entrar na universidade porque teve as notas mais altas no vestibular e tem que se formar porque passou em todos as avaliações.
    As cotas para pretos nas universidades não são baseadas em mérito, e sim na 'raça'. Se para preto tem cota 'racial', eu não quero preto porque eu não aceito cota, só mérito. É lógica primária. 
    Sou católica, minha religião ensinou-me a agir com caridade, que é amar o próximo por amor a Deus. Não olho para os negros com olhos de coitado. Compaixão e solidariedade nada tem a ver com sentimento de coitadismo.   
    Reconhecer-lhes a herança pesada, cruel e injusta por conta de 400 anos de escravidão (de que são, em grande parte, culpados e responsáveis os próprios negros africanos, próperos e eficientes comerciantes até o século XIX, quando o europeu pôs de fato o pé na África - antes limitavam-se a negociar os escravos nos portos) não significa que eu considere a política afirmativa de cota e outras 'compensações' a melhor solução. Eu acho que  acabam por piorar a situaçaõ econômica do negro e provocar o surgimento de preconceito, como no caso a que me referi dos médicos, dentistas engenheiros etc.
     Basta ouvir o que diz o economista americano negro, Walter Williams, totalmente contrário às politicas afirmativas. Ele demonstra que estas políticas fizeram mal aos negros americanos e aconselha que não se as adote no Brasil. Vale a pena ver a entrevista inteira. http://www.youtube.com/watch?v=zoBpHaayomc

  No que diz respeito ao acesso à universidade, eu não tenho dó de ninguém, nem de negro nem de pobre, naquele diapasão do 'coitadinho'. A dívida e indignação tem que ser com aqueles que querem estudar e não conseguem. Quem disse que todo mundo tem que entrar numa faculdade? Ensino superior é para quem quer estudar e para quem pode (no sentido intelectual da possibilidade).
    Ensino superior tem que ser para poucos (eu disse para poucos, não para ricos). Efeito irradiante. O mundo está cheio de moças e rapazes endinheirados e de moças e rapazes pobres que não dão a menor importância ao saber. Qualquer um dos dois que entrar numa universidade pública é dinheiro de quem paga imposto rasgado e jogado no lixo.

    O Estado tem que garimpar na escola pública os alunos pobres (brancos, pretos, pardos, japoneses, qualquer um) que querem estudar e dar-lhes condições, bolsas e sustento para isto. Com a escola vagabunda que há no Brasil, pública e privada, este demagogismo da 'universidade para todos' e bolsas de Prouni à mancheia só levam ao rebaixamento da já degradada universidade brasileira.
    A universidade ou acaba rebaixando o nível para que o aluno mal formado acompanhe os cursos, ou estes alunos, precariamente educados nas escolas públicas deficientes, acabam por abandonar a universidade por falta de condições de se formar.
 
   No Brasil, o estudo e o esforço para a obtenção de conhecimento é menos valorizado  que a biografia de uma pessoa  como Lula, que não é um pobre analfabeto, é só um rico ignorante. Luis Inácio Lula da Silva é santificado pela maioria dos jornalistas e intelectuais porque eles vêem na condenação da ignorância um preconceito contra o o povo. Lula acha que ele sabe mais porque leu menos. 

    Esta conversa toda em torno da 'democratização do ensino' e da 'universidade para todos', não passa, na minha opinião, de manobras eleitoreiras de um partido que não parece disposto a sair tão cedo do poder.
    Quanto a filho de rico, que vá pagar sua universidade, mesmo que seja universidade pública. Esta tem que atender a quem não tem dinheiro e quer estudar. Quem estudou a vida toda em escolas particulares é porque tem condições de pagar uma faculdade. Elementar.
    No Brasil, a inversão é diabólica: a universidade pública, que é muito concorrida pela qualidade (sabemos que nem é tanto assim) e gratuidade, acaba beneficiando os filhos da elite econômica (negros, inclusive) que estudam em boas escolas particulares e fazem cursinhos caros, enquanto os alunos pobres, oriundos da precária escola pública, só conseguem frequentar faculdades particulares pagas, que são geralmente noturnas e de baixa qualidade.
    A perversidade é dupla: quando não é o próprio aluno que arca com o custo da mensalidade, trabalhando de dia e estudando à noite, é o dinheiro público que, através de PROUNIs, escoam verdadeiros rios para instituições de ensino superior privadas, as famigeradas lojinhas de ensino.

PS: não me subestimem, eu conheço a tecla print screen.



53 comentários:

  1. Miriam, antes de tudo gostaria de dizer que sou negro ou mulato escuro ou mestiço ou crioulo ou preto, como queira.

    Não te conheço e não conhecia seu blog e bati com seu texto que deu origem a este por um destes hoaxs/spans malditos de Facebook e gostaria de compartilhar o comentário que fiz lá no Facebook mesmo, antes mesmo ter a curiosidade de visitar este blog.

    "Cada dia vejo menos justificativa para a existência de cotas (mesmo sociais), na mesma proporção que percebo mais razões para a não existência delas (inclusive sociais).

    Cota racial é um pacote de estupidezes, eu acho que quanto a isso eu nunca pensei diferente. O racismo não é justificável, mas a revolta dela contra o sistema de cotas baseado em etnias tem todas o motivo, e acho bem provável que ela nem sequer seja racista, apenas esteja expressando a revolta com algo que de repente a atingiu (como ter tirado uma boa pontuação num vestibular e não ter se passado ao passo que o vizinho dela, com mesmo tom de pele, passou com nota muito pior por ter se declarado pardo, ou algo do tipo).

    Pra mim soa muito mais como uma expressão de desabafo que como uma expressão de ódio :| Algo como aquele vídeo do cara falando sobre os Nem FDP que ouvem funk no ônibus, lembra? (no caso eu me referia a um vídeo que circulou na internet há alguns meses, em que um cidadão desabafava quanto a pessoas, geralmente funkeiros e/ou pagodeiros e/ou evangélicos, que gostam de ouvir música alta dentro do transporte coletivo, aqui no Rio, e cujo autor também acabou sendo acusado de intolerância...)"

    O motivo de estar enviando esta mensagem? Só para que você saiba que existem pessoas que sabem ler entrelinhas, sabem lidar com opiniões diversas, sabem supor objetivos textuais não explícitos... e que para um tanto de gente que te leu e não te compreendeu há possivelmente um outro tanto de gente que te leu, compreendeu, e talvez até tenha passado a ver esta coisa toda por novos ângulos ou por uma gama maior de ângulos.

    É assim mesmo para quem escolhe dar opiniões próprias sobre temas sobre os quais a maioria preferiu comprar as opiniões pré-fabricadas. Não ligue pra "má repercussão".

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  2. Ainda: acho que criminalizar opiniões, sejam quais forem, inclusive as de cunho racista, é estúpido. E ponto.

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  3. Eu entendi sua posição. Na verdade acredito também que o dia do negro é puramente uma declaração de racismo brasileiro assim como a cota. Perdoe-me então. só estou refletindo o pensamento de alguns do forum de debate para ver no que dá. http://realidade.org/forum/index.php/topic,23309.msg306591.html#msg306591
    a paz

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  4. Ficou claro que o texto se referia às cotas. Tem gente que gosta de buscar ibope mesmo e aproveita pra deturpar tudo... Os negros (nos quais me incluo) somos os mais racistas mesmo.
    Abraço, continue escrevendo e nos proporcionando belas lições como esta e tantas outras que aproveitei pra ler por aqui. Voltarei sempre.
    Sandrinha Grisi
    Salvador-BA

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    1. Só comentando...

      Minha cara,não alimente a ignorância, que o negro não apenas é discriminado mas também discrimina é fato,mas não justifica dizer que nós somos os mais racistas.

      Existem vários estudos que mostram que mulheres,muitas vezes, mesmo tendo mais instrução intelectual que homens ocupam menos cargos de liderança no mercado de trabalho e ainda por cima ganham menos atuando no mesmo setor. Além disso há vários levantamentos de depoimentos de pessoas que vivenciam preconceitos raciais contra negros e índios em processos seletivos,ou seja, não é só o mérito se leva em conta nas seleções (isso tem mudado mas ainda existe)mas também o gênero e o fenótipo (ou etnia se preferir).

      Te pergunto: mesmo sabendo que existe o machismo e o racismo influindo na contratação de pessoas no mercado, será que alguém já parou pra questionar o mérito de um profissional branco do sexo masculino? Porque esse tipo de questionamento só surge quando se fala em ações afirmativas?

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  5. Você CLAREANDO e a gente ESCURECENDO as idéias...rs...

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  6. Olá Mirian. Tenho acompanhado teus comentários há meses. Teu blog está nos meus favoritos. Gostaria que lesse umas considerações que fiz sobre este assunto: http://andreroldao.blogspot.com.br/2012/04/brechas-que-o-stf-nao-fechou.html
    Abraço.

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  7. Cara Mirian,

    Gostaria de expor alguns fatos negligênciados em vosso texto entitulado "Clareando as idéias". Primeiro, os diplomas de medicina obtidos no exterior deve ser revalidados no Brasil, o que consiste na realização de um exame nacional composto de prova teórica e de avaliação de habilidades clínicas (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13059:qual-o-procedimento-necessario-a-revalidacao-dos-diplomas-de-medicina-obtidos-no-exterior&catid=127:educacao-superior). Portanto um profissional que tenha se formado no Paraguai, em tese teria as mesmas condições intelectuais e práticas para exercer sua atividade laboral, como um profissional formado no Brasil.
    Em segundo, o texto redigido por VSa. nos tenta dizer que sua luta não é preconceituosa, apenas que você quer profissionais altamente qualificados em nosso país, ou seja, em plenas condições intelectuais de exercer sua profissão, e que isso só ocorrerá com o ingresso de candidatos ao nível superior via mérito. Entretanto, a verdade é que apenas isso não é o bastante, é preciso laboratórios mais modernos, professores melhores remunerados, mecanismos mais eficientes para monitoramento da qualidade da educação, entre outros. No caso do pobre, uma reestruturação na educação básica. As cotas não são e não serão nem de longe a principal causa da má formação de profissionais no Brasil, pois existem milhares de instituições de ensino superior privadas, cujos níveis são absurdamente de má qualidade. Assim sendo, lenvanto uma questão a Sra., porque não há nesse país, ou melhor porque Vsa. não faz força a um movimento no âmbito de coibir ou erradicar essas IES's?
    O terceiro ponto, é que cansei de ver riquinhos que entraram por mérito em faculdades públicas, inclusive no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) um dos mais concorridos do país, e que não deram valor a oportunidade obtida via mérito, e abandonaram o curso, não se formaram intelectualemnte aptos a exercerem suas profissões, etc. Não só no ITA, mas em várias instituições, como na que me graduei. A questão é cultural também, tem muito aluno se formando apenas em busca de dinheiro e não se preocupam com a bagagem de conhecimento a ser assimilada no curso, alunos esses que ingressaram via mérito.
    Concluindo, sou de origem pobre, não teria condições de cursar uma faculdade, pois estudei a vida toda em escola pública. Mas decidi que iria fazer faculdade, prestei vestibular para uma instituição de ensino pública, e na primeira vez que prestei, passei, e ainda durante o curso obtive bolsa de iniciação científica, que durou três anos. Hoje já estou cursando dois programas de pós-graduação, sendo um pelo ITA, e trabalho em uma instituição de pesquisa auxliando no desenvolviemnto científico e tecnológico do nosso país, eu o pobre, que não teria a condição intelectual de cursar uma faculdade. Creio que todos devem ter a oportunidade de cursar o ensino superior.
    Mais uma pergunta, se o texto foi mal interpretado, porque foi retirado do blog?
    Abaixo segue uma frase que criei ontem, não sei se algum autor já a fez.

    "Inteligentes todos somos, a única diferença é o nível de utilização da mesma".

    Felipe Jean

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  8. Voc~e mesmo 'denegriu' sua imagem.
    Aliás, sabes de onde vem a palavra DENEGRIR?
    Te disseram que coisa ruim, né? Não é não, é coisa boa... Judiar também, é coisa boa....
    Denegrindo, escurecendo - coisa de preto.

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  9. Miriam, observei seus comentários e baseado no fato de que existem algumas falhas de informação no seu discurso, me sinto inclinado a pedir que leia os programas de cotas na sua integra e que faça uma leitura de alguns aportes teóricos que discorrem sobre a idéia de raça no Brasil. Basta fazer uma pesquisa no Google...acho q com toda a evolução mundial, com certeza não há de se fazer um novo racismo, lembrando que esse mesmo processo ocorreu(claro q com suas configurações) nos Estados Unidos e lá não é um exemplo de apartheid. POrém, gostaria de lembrar que só agora há pouco tivemos um negro no Tio Sam. Observe também que há trabalhos sérios sobre o assunto no Brasil, a nível academico, que torna uma gafe qualquer tipo de discurso vazio promulgado por qualquer pessoa sobre o assunto. As dívidas continuam existindo e a ausencia de conhecimento sobre os movimentos que ocorrem sobre ela acentuam ainda mais a existência de uma racismo inócuo, tergiversado, q opera por um discurso marxista de sociedade de classes. Portanto, por favor, respeitem os profissionais e pesquise ou então o chicote muda de configuração para bytes e bits dentro do seu blog. Respeite então a senhora que te amamentou.

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  10. Política de cotas é medida de emergência contra os 500 anos de abusos, estupros e destruição da cultura de um povo que foi SEQUESTRADO e ESCRAVIZADO, depois "libertado" e ABANDONADO sem planejamento ou pudor.

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    1. Desculpa mas cade as marcas nas suas costas, assim como não tem nas costas de minha mulher que por parte de pai tem ascendencia negra mas é tão branca como eu, vc talvez pode ser mais branca do que ela no DNA, ninguem agora tem que pagar e nem resgatar dividas do passado.
      Só devemos cuidar para fazer novas dividas, e vcs não ajudam em nada pois isso vai gerar mais rascimo, até porque quem fala contra sempre é chamado de racista (coisa que ninguem gosta, só racistas gosta), até mesmo quem é negro é chamado de racista.
      Sou Cristão e amo os meu irmãos negros mas eles não são melhores do que eu e eu não sou melhor do que eles.

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  11. Olá, Mirian. Acho o seu discurso muito bem construído, (parabéns pela retórica) mas não me convence. Diferente dos outros que você diz que leram apenas as suas oito linhas de racismo injustificável no outro post, fiz questão de encarar essas muitas linhas de visão fechada e retrógrada. O que mais me incomodou em tudo foi perceber a necessidade que você tem de provar que não é racista. (Não precisa tentar, a gente já sabe que é sim. Esta é a mesma necessidade que se vê em todo o Brasil. Já reparou? Todos querem mostrar que o país é igualitário, mas quem nunca sofreu preconceito pela cor da pele ou pela opção sexual não sabe que isso se trata de um mero discurso de inclusão, que segue os moldes da globalização que nunca atinge todos do globo.

    Sou negra e me formo este ano pela PUC-Rio. Não entrei por cotas, mas entrei pelo ProUni. No meu primeiro período, uma professora repetiu o seu discurso: "Não vamos rebaixar a qualidade por causa de alunos de Enem". E não rebaixaram. E não precisaram. Os alunos "de Enem" se apresentaram muito mais interessados em se destacar na universidade e conquistar o espaço que nunca tiveram. Tiraram notas boas, algumas ótimas, melhores até do que muitos dos pagantes brancos e de boa educação que não precisariam de cotas ou bolsas para entrar. E aí eu te pergunto: devem estes profissionais serem julgados pela oportunidade que tiveram?

    Já não basta a dificuldade de terem estudado em colégios péssimos nos quais os professores faltavam sem nenhuma piedade? Não basta o esforço que foi feito para pagar a passagem para chegar de casa até a faculdade? (Já vi amigos faltando aulas por falta de dinheiro para o transporte). Vale realmente a pessoa se formar com honra, mérito, esforço e coragem para depois de 4, 5 ou 6 anos ouvir que NÃO merece ser levada a sério? Isso é um absurdo.

    Não sou coitadinha, nunca fui. E não quero mesmo ser uma aqui. Consegui tudo com ESFORÇO e AJUDA, meu, da minha família e de amigos que viam que eu merecia e precisava. Acho que para o preto/pobre/excluído, as coisas ficam mais fáceis quando ESFORÇO e AJUDA andam juntas. A cota, o ProUni e as políticas afirmativas funcionam como essa ajuda que outras pessoas não poderiam ter como eu, felizmente, tive.

    Se o ProUni não existisse, eu estaria estudando na UFRJ, na UFF ou na Uerj, afinal fui aprovada no vestibular de todas, em 2008. Na Uerj, entraria por cotas sociais. Na PUC, entrei através do ProUni. Se fosse no ano que vem, entraria em todas por cotas raciais. Mas será que isso muda a minha capacidade intelectual? Pergunto a você. Eu tenho certeza que não.

    O que vale ressaltar é que não se pode comparar EUA e Brasil. São realidades totalmente diferentes, a começar por um preconceito assumido que existe lá e ainda nas diferenças entre o sistema universitário brasileiro e o norte-americano. Enquanto aqui, milhares se esbofeteiam por poucas vagas nas faculdades públicas, lá as universidades mais conceituadas são as particulares.

    Não prevejo futuro e não posso - nem você - dizer que as cotas raciais serão um sucesso ou um fiasco. No entanto, acredito que qualquer política de inclusão é válida, contanto que não seja eterna. Estamos muito acostumados a reclamar do bom só porque ele não é perfeito, mas em se tratando de Brasil o bom é ótimo.

    PS: Não me subestime. Eu sou negra e também sei clarear as ideias.

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  12. Prezada Sra. Mirian, tentando trazer idéias à discussão geral, o fato de ser amamentada por uma negra não livra uma pessoa desta endemia social que é o racismo - vide processo por racismo contra o Tiririca.
    Quanto a discussão mais "profunda" sobre mérito, considero-o, primeiramente que, assim como democracia sólida, três poderes em equilíbrio, é muito bom no ramo das idéias, mas pouco - ou nada - funcional na realidade cotidiana.
    Iniciando pela questão do mérito, essa é uma discussão que as próprias universidades - pelo menos o lado sério delas - já propôs um paralelo à meritocracia. O vestibular, quando propõe questões sobre Vinícius de Moraes, seleciona meritória ou culturalmente?! E os trabalhos propostos, tem por base o pluralismo econômico?! Eu, enquanto filho das classes operárias, realmente não consigo ver como alguém com as minhas condições financeiras, consiga - com cotas ou sem - entrar na universidade e, principalmente, permanecer nela, a não ser que a leve muuuuuito a sério... Qualquer avaliação diferente disso, na minha opinião, é que precisa de provas, não o contrário - como a sra. propõe....
    Quanto as cotas, com várias pesquisas científicas à favor - e nenhuma contra -, está provado - principalmente pela primeira experiência cotista do Brasil, a da UERJ - que os alunos cotistas são, quando com condições financeiras viáveis, melhores alunos que os não cotistas, tendo em vista que, para estes alunos, a faculdade não é local para curtir a juventude, mas sim sua tábua de salvação sócio-financeira. Mais pesquisas indicam como estes mesmos cotistas se tormam profissionais competentes e bastante dedicados em suas áreas de atuação, pelo mesmo motivo....
    Por último - talvez o mais importante -, entendo que o preconceito possa vir de variadas formas - e, em alguns casos, talvez sequer percebamos, o que é o mais preocupante na minha opinião... Quando dizemos que não queremos ter assessoria especializada com um determiado tipo de profissional, nós estamos, no fundo, incutindo nele uma marca que, dependendo das proporções, pode se tornar indelével. Não tenho nada contra fazê-lo, desde que mediante diversas provas da sua incompetência, ou seja, segundo o mérito jurídico, a inocência é uma premissa, não a culpa. A sra. entende que não é este o caso no debate que leva a frente - na verdade, reafirmo, muito pelo contrário, há provas sim de competência... A discussão da sra., portanto, não é mera - ou inocente - discussão, mas sim uma defesa segundo uma corrente bastante ativa no debate... Já pensou que talvez essa discussão, da forma que está sendo feita - o que inclui manifesto de intelectuais - possa, diferente da entrada dos cotistas na universidade - que, leia-se de passagem, não gerou nenhuma manifestação contrária dentro da mesma por parte dos alunos - sucitar pensamentos preconceituosos - e mesmo os racistas! - do qual a sra. busca se desvincular?
    Quanto ao preconceito, sra., ele já está lá... Não sei se a sra. sabe, mas estudante universitário oriundo de escola pública pobre - assim como a maioria dos cotistas - têm um nome específico dentro da academia, que antecede os debates sobre cotas: currículo oculto - que remete à pessoas sem "tradição" escolar...
    Para reflexão... Saudações!

    João Paulo Silva - História/UFRJ

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  13. Cara jornalista.
    Li os seus artigos publicados sobre esse tema e discordo da sua opinião.
    Sou negra, tenho curso superior e possuo alguns conhecimentos sobre racismo, preconceito e regime de cotas.
    Gostaria de realizar algumas perguntas:
    -Para quem foram criadas as universidades?
    -Quando surgiu o sistema de cotas no Brasil?
    -Quantas escolas públicas tem ensino de qualidade?
    1)Se você é instruída sobre isso deve saber que as universidades não surgiram para os escravos e muito menos para seus filhos. Na realidade negros nem precisavam aprender a ler/escrever;
    As universidades eram apenas para os filhos dos senhores e você irá concordar que não haviam senhores negros no Brasil, quando as universidades foram criadas.

    2)O sistema de cotas no Brasil surgiu com a necessidade de ocupar o território nacional com pessoas de origem européia pois os índios eram muitos e, relativamente, os europeus eram poucos. Assim na Europa ofereciam bolsas de estudos para que os jovens europeus viessem para o território brasileiro. Sobre isso poderia discursar muito, mas paro por aqui.

    3)Escolas públicas com qualidade de ensino são pouquíssimas. Eu tive a oportunidade de estudar em uma delas do Sistema Colégio Militar do Brasil. A maioria das escolas com qualidade de ensino são privadas (pagas). Se os negros, os mestiços, enfim, desde o início da história de formação do estado brasileiro, são discriminados, tem poucas oportunidades de instrução e consequentemente os empregos menos remunerados, é obvio que não terão condições de pagar uma instituição de ensino privada.
    Acredito que somente o sistema de cotas não vai resolver o problema. É importante que haja investimento governamental na escola pública, onde está o grupo menos favorecido.

    Todas essas políticas devem andar lado a lado para que ocorra, efetivamente, uma transformação social no nosso país.

    Trago aqui, também, uma citação que julguei interessante para o momento:
    ‎" os resultados do vestibular, ainda que involuntários, são
    discriminatórios, na medida em que favorecem enormemente o
    ingresso de alunos brancos, oriundos de escolas privadas, em detrimento de alunos negros, provenientes das escolas públicas.
    Esta exclusão – especialmente no que diz respeito aos cursos
    mais competitivos – faz com que a Universidade se torne de fato um
    ambiente segregado. Isto gera três problemas distintos:
    Em primeiro lugar, viola o direito dos membros dos grupos
    menos favorecidos de se beneficiar do ‘bem público educação’ em
    igualdade de condições com aqueles que tiveram melhor fortuna
    durante seus anos de formação.
    Esta Universidade predominantemente branca, em segundo
    lugar, falha na sua missão de constituir um ambiente passível de
    favorecer a cidadania, a dignidade humana, a construção de uma
    sociedade livre, justa (...).
    Uma Universidade que não integra todos os grupos sociais
    dificilmente produzirá conhecimento que atenda aos excluídos,
    reforçando apenas a hierarquias e desigualdades que tem marcado
    nossa sociedade desde o início de nossa história.
    Por fim, a terceira consequência está associada ao resultado
    deste investimento público, chamado sistema universitário, em termos
    de erradicação da pobreza e da marginalização. (...) pelos dados do
    MEC, o número de negros que conquistam o diploma universitário
    limita-se a 2%. Isto significa que os postos de comando, seja no setor
    público, seja no setor privado, (...), ficarão necessariamente nas mãos
    dos não negros, confirmando mais uma vez nossa estrutura racial
    estratificada”.....VIEIRA, Oscar Vilhena. Direitos Fundamentais – uma leitura da jurisprudência do STF.
    São Paulo: Direito GV/Malheiros, 2006. p. 376.

    Sei que você é uma pessoa culta e recomendo que realize uma leitura com muita atenção na nossa Carta Magna e também nos livros do sociólogo cubano Drº Carlos Moore. Ele discorre com muita propriedade sobre esse assunto.

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    1. “os resultados do vestibular, ainda que involuntários, são discriminatórios, na medida em que favorecem enormemente o ingresso de alunos brancos, oriundos de escolas privadas, em detrimento de alunos negros, provenientes das escolas públicas”.

      O autor parte da instrução escolar deficitária, que discrimina os menos instruídos, para sustentar a discriminação racial.
      Equivoca-se, pois se esquece dos demais que estão na mesma posição em relação a uma situação de défice educacional e não são negros (eles sempre esquecem, somente Gilmar Mendes lembrou este detalhe em seu voto).
      Falácia!
      Parte dos pressupostos verdadeiros de que a instrução escolar deficitária prejudica os candidatos, e de que os alunos negros oriundos de escolas públicas estão em situação desvantajosa no vestibular, para concluir que negros são discriminados no vestibular por serem negros.

      Atualmente conclui-se discriminação racial em tudo, esse é o problema, para ter uma desculpa para sustentar a cota nas universidades inventaram racismo onde não havia.
      A discriminação é social.

      Mirian Macedo abordou o tema da com bastante precisão ao fazer as contas e prever o óbvio.
      Quem entra em uma universidade tem a expectativa de se tornar um profissional, pois ninguém faz faculdade para ficar olhando o diploma pendurado na parede, daí a importância do mérito na questão.
      Como será quando você ficar sabendo que quem vai lhe operar o coração não foi capaz de entrar na faculdade por mérito próprio?
      Tenho certeza que será a mesma que o senso comum do brasileiro informa a você quando descobre que o médico é formado em uma faculdade particular (ou seja, também não entrou em uma federal por falta de mérito).
      E não venha me dizer que o senso comum não é este!

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  14. Parabéns pelo blog. Vc disse tudo, a tal das cotas é o tiro saindo pela culatra eu tbm sempre disse isso, mas o povo brasileiro é ignorante mesmo, não raciocina, na cabeça de muitos só tem a palavra "racismo" e "homofobia", um coitadismo ridículo e ignorante. Não se pode dizer nada que já acusam de preconceituoso.

    São tão ignorantes que acusam de racismo as pessoas simplesmente por serem contra as cotas. E o mesmo ocorre com a tal "homofobia".

    No mais, o STF é composto por pessoas muito bem intruidas, o propósito intencional deles não deve ter sido favorável para o negro, e sim para promover o racismo e conter a miscigenação que está tornando o Brasil cada vez mais pardo; hoje os brancos são a minoria segundo o IBGE. (eu acredito que a aprovação das cotas teve esse motivo).

    Além do mais, a situação está ficando cada vez pior, no RJ e em Salvador tem cotas para concursos públicos, e estão pedindo cotas para concursos no governo federal.

    Vai chegar um dia que ocorrerá igual na Europa, um homem branco foi preso por racismo por não dizer as horas a um negro.

    O resultado, todos sabemos, os negros serão discriminados, além de muitas empresas vão deixar de contratar os negros.

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    1. Meu Deus,todo mundo teria que ler esse seu comentário. Você está certíssimo "cão do inferno"!

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    2. Na realidade não precisa esperar o resultado das cotas para ver o que as empresas fazem com os negros, basta você entrar no site do william Douglas(Juiz Federal). Neste site tem um artigo dizendo porque o mesmo era contra e hoje é a favor das cotas. Empresas ao receber o currilo de um negro, coloca um X na folha para saberem que é negro. Dê uma olhada:http://www.williamdouglas.com.br/conteudo04.php?id=586

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  15. EXCELENTE. Isso é pra todo mundo que está criticando (com o perdão da palavra)calar a boca!!! Li o post que gerou tudo isso e entendi perfeitamente onde queria se chegar, ou qual informação deveria passar.

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  16. Miriam eu compreendi o que vc quis com o textinho "Preto não", foi mal interpretado e considerado altamente ofensivo...eu discordo do seu ponto de vista, e não vi como racista. Sou contra a cota para negros ou de qualquer tipo pq, sim, vai gerar esse tipo de pensamento na população.

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  17. Miriam, escutei sobre seu texto no True Outspeak, por ter chegado à mesma conclusão que você ao prever que em um futuro próximo negros serão considerados profissionais de segunda tive a curiosidade de vir até seu blogue ler o tal texto. O tilulo era “Preto não”. Porém, não o encontrei. A reação a ele foi tão exagerada ao ponto de retirá-lo? Se for possível, gostaria de ter acesso a ele.

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  18. Olá Mirian, recebi seu post no face e, talvez pela minha criticidade, resolvi visitar seu blog. Resultado: ganhou mais uma seguidora. Assim q li entendi mas acredito mto q nada é por acaso, vc nos trouxe à reflexão um tema polêmico. Embora até mesmo essa polêmica é de interesse do governo vigente. Cotas pra que mesmo? Pra pagar uma eterna divida, como assim? Não consigo conceber esse tipo d argumento. Sou negra, não na cor mas na descendencia, embora não teria qualquer problema se também o fosse na cor. Venho d uma familia pobre onde fui a primeira a chegar ao nivel superior. Sempre estudei em escola pública, hoje sou formada e concursada. Como me orgulho em dizer isso principalmente porque não precisei recorrer a nenhum desses critérios para chegar onde cheguei. Precisei sim de muita disciplina,dedicação e força d vontade. Precisei virar muitas noites debruçada sobre as apostilas e os livros para a realização do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso)e é por isso, também, que sou contra estabelecimento de qualquer "cota". Quero parabenizá-la pela coragem em levantar essa questão pois como escreveu "Ultra Sandrinha" acima, os maiores racistas são os próprios negros com seu eterno sentimento de inferioridade.

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  19. Quanto a igreja romana, uma correção:
    Através da Bula Dum Diversas, de 16 de junho de 1452, o papa Nicolau declara ao Rei de Portugal, Afonso V: "... nós lhe concedemos, por estes presentes documentos, com nossa Autoridade Apostólica, plena e livre permissão de invadir, buscar, capturar e subjugar os
    sarracenos e pagãos e quaisquer outros incrédulos e inimigos de Cristo, onde quer que estejam, como também seus reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades... E REDUZIR SUAS PESSOAS À PERPÉTUA ESCRAVIDÃO, E APROPRIAR E CONVERTER EM SEU USO E PROVEITO E DE SEUS SUCESSORES, os reis de Portugal, em perpétuo, os supramencionados reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades, possessões e bens seme
    lhantes..."(1) Em 8 de janeiro de 1554 estes poderes
    foram estendidos aos reis da Espanha.

    Fonte:
    Batista, Pe. Mauro - Evangelização ou Escravidão? in Vida Pastoral n.º 138/1988, pág 15-19

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    2. Cogito, ergo sum?, não sei em que contexto o Pe. Mauro Batista fez esta citação em seu livro, portanto não farei qualquer observação em relação a isso, bem como também não sei de que contexto foi retirada a citação da Bula Dum Diversas. Entretanto, deveríamos entender em qual contexto está inserida esta realidade da Bula. Para isso, basta conhecermos a história para que possamos conhecer os tempos e os homens desses tempos e sem a julgar. Diferente disso seria anacronismo e pretensão. Pois não somos muitos diferentes, ou melhores, dos homens de todos os outros tempos. As duas Grandes Guerras Mundiais, os horrores do holocausto nazista, as vítimas do comunismo em todos os cantos do mundo, a fome que graça o mundo apesar produzirmos mais alimentos e riquezas nesses últimos 60 anos mais que em toda a história da humanidade, são demonstrações desta realidade. E o mais interessante que produzimos todo esse conjunto de atrocidades em apenas um século. Portanto, quem de nós "modernos" e "civilizados" pode levantar o dedo para falar de atendado à dignidade da pessoa humana e aos direitos humanos promovidos por nossos antepassados quando vivemos em tempos em que a nossa cultura despreza a vida humana desde sua origem? A certeza de que pensamos é o fato de existirmos.

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  20. Tu estás correto (e eu também). Quando analisei a apostila de História do COC, eu fiz uma cuidadosa pesquisa sobre estes documentos da Igreja tratando da escravidão. E encontrei este tipo de 'heresia'. Eles são absolutamente verdadeiros. E eu mesma fiquei intrigada. Há diversas explicações e, a par de que a Igreja estava num contexto histórico e compartilhava a mentalidade da época, a justificativa é de que estas bulas autorizando a escravização de sarracenos, pagão (e índios no Brasil, há documentos tratando disto), devia-se à necessidade de dar um destino aos 'prisioneiros de guerra' e suas posses. O que fazer com eles? A Igreja, naquela época, estava envolvida com o mundo secular de uma forma muito forte (as Cruzadas eram guerras que envolviam financiamento, formação de exércitos, estratégias militares, destinação dos 'butins'etc. A Igreja também teve papel de protagonista na conquista e colonização do Novo Mundo. Os reis da Espanha, Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão, eram chamados de 'reis católicos'. Foram eles que financiaram a expedição de Cristóvão Colombo e expulsaram os mouros da Península Ibérica). No caso do Brasil, havia a realidade dos Tupinambás, índios ferocíssimos, canibais, aguerridos, que ameaçavam a segurança não só da população branca, portuguesa, mas de outros tribos indígenas pacíficas e que conviviam com os colonizadores de forma não-conflituosa. A Igreja acreditava que devia catequizar e evangelizar estes índios, e considerava que mantê-los escravos era uma forma de caridade cristã. Se eles fossem libertados, no caso dos Tupinambás, eles massacrariam seus 'inimigos'. Difícil, hoje, entendermos e aceitarmos estas explicações. Mas se sairmos do contexto, perdemos a honestidade na investigação. E mais: a Igreja é santa (sou católica, creio que ela foi criada por Deus, na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo), mas ela é integrada por homens, pecadores e passíveis de erros graves e de atitudes cruéis. Besteira achar que padre ou sacristão não cometeu pecado de racismo. Ainda assim, foi o cristianismo que acabou com a escravidão, depois da queda do Império Romano. Nos mil anos da cristandade, não houve escravidão na Europa, Ela acabou sem que fosse preciso nenhuma lei abolindo-a. A escravidão só voltou no início da Idade Moderna, quando o poder da Igreja já estava declinante e os valores greco-romanos, que adotavam o paganismo e escravidão, voltaram a ser cultuados. O Renascimento é a volta deste mesmos valores.

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  21. Concordo plenamente com a sua opinião.

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  22. Está bem óbvio que essa turba só precisava de um pretexto para te atacar. Vejo a questão racial quase como secundária nisso tudo. Quem defende o cristianismo sempre é perseguido mesmo.
    Só estavam precisando de um rastilho de pólvora. Essas perseguições acontecem aos montes. A coisa não explode tão rápido sem que já não houvesse um aparato para tal.

    Continue o bom trabalho e que Deus te ajude sempre!

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  23. Fico a imaginar, uma situação quem um paciente morre porque tinha que morrer mesmo ok, mas o médico é um cotista, como será que os parentes do morto vão entender isto?

    Um prédio cai por causa que o construtor economizou no material e o engenheiro é um cotista.

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  24. OLá Nosce te ipson.nos dois casos citados, existe pericia é pra isso.
    não quer dizer que todos os cotistas, ou melhor, os cotistas vão sair despreparados, a sociedade é que vão olhar com desconfiança.
    eu sou contra a politica de cotas, por um simples motivo: todos somos capazes de conseguir o que queremos, conheço muitos negros médicos, advogados, juizes, promotores, e olha que são profissionais reconhecidos a nível nacional. então NA MINHA OPINIÃO, as politicas de cotas só aumentam a discriminação que já existe.

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  25. "Ui! Quanta valentia"... Então Miriam Macedo, fazendo pouco da lei devido a impunidade que predomina no Brasil?

    "Desafio a que me mostrem uma única palavra, dúbia que seja, de conotação racista." Você não usou apenas uma palavra, mas parágrafos. E eu lhes pergunto: Onde está o texto publicado? Se não tratava-se de conteúdo racista, onde está? Ou você não tem caráter de assumir o que escreveu?

    "Eu conheço a tecla print screen". Eu acho que você devia conhecer um pouco mais sobre RESPEITO. Esta tecla de captura de imagem foi a mesma que registrou de forma irrefutável você declarando explicitamente que dará "meia volta e sair" ao ser atendido por um profissional negro!

    Então você quiz "chamar a atenção" (estas são suas palavras)? Procure algo melhor pra fazer e não querer aparecer a qualquer custo, denegrindo os negros. Denegrindo A MINHA COR. A politica de cotas não significa que qualquer pessoa desqualificada entrará e receberá diploma.

    Não seja hipócrita, você sabe muito bem que muito antes disso há testes, durante a universidade há toda a capacitação e avaliação necessária. Nós não somos incompetentes sr. Mirian Macedo. E se como você emsmo disse que já defedeu os negros, isso não mostra nada mais nada menos que sua falta de coesão, de mudar (ou realmente demonstrar) sua opinião.

    E eu lhes pergunto: Onde você guarda seu preconceito?
    E eu lhes advirto: Não guarde, jogue-o fora. A sociedade não precisa de pessoas com este tipo de sentimento.

    (Agora dê um print screen em meu comentário)

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  26. Se vc não quer se consultar com um médio do Paraguai, porque não confia na qualidade do ensino de lá, é uma coisa. Outra é você não querer se consultar com uma pessoa, simplesmente pela cor da pele...

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  27. Hahaha!!! Não pensou antes de escrever. Como se faz para saber se o médico é paraguaio? Como se faz para saber se o médico é cotista? Pela APARÊNCIA. Um por fala portunhol, ou seja, se entregou porque NÃO PARECE BRASILEIRO. Já o outro por ser negro, não é por racismo, mas porque ELE PARECERÁ COTISTA.

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  28. O fato de entrado na faculdade pelo sistema de cotas não significa que não tenha concluído o curso por mérito.

    Na minha faculdade que é particular os bolsistas do Prouni possuem as melhores notas do curso, se isso não é mérito deles de quem é então?!

    É ridículo comparar a qualidade de um profissional pela sua forma de ingresso em uma instituição.

    Mas o que mais acho engraçado é que existe mais de um sistema de costas, porem porque todos que se dizem contra o sistema de costa só falam do como dizem “Sistema de cotas para Negros”?

    Acho que se você não é racista e é contra o sistema de costas o Titulo o do seu texto deveria ser “Cotas Não” Ao invés de “Preto Não”. Já que para ser cotista ou bolsista não necessariamente precisa ser negro...

    Eu também defendo o fim das cotas em conjunto com o fim das faculdades públicas para a burguesia brasileira, com vestibular ou sem vestibular se for comprovado que o individuo pode arcar com os insumos de uma universidade particular, não pode entrar em uma instituição publica.

    Falar de direitos iguais assim fica fácil...

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  29. Eu concordo que o sistema de cotas nao ajuda a diminuir o racismo (aqui nos EUA ou aih no Brasil). No entanto, conhecendo o sistema eletista e segregador que comanda o pais, nao vejo outra forma de garantir acesso ao ensino superior para as pessoas que tem merito mas nasceram "na classe social errada".
    Eu acho, Mirian, que se voce queria mesmo levantar a questao do sistema de cotas e de como esse sistema aumenta a exclusao, talvez voce devesse pausar e pensar melhor sobre a forma de expressar essa opiniao. A pressa eh a inimiga da perfeicao. E a sua justificativa nao justifica a forma.
    O Brasil eh um pais preconceituoso por natureza, apesar da imagem de "melting pot".

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    2. Dani, tu hás de concordar: só má-fé ou muita desatenção para não estabelecer ligação entre a recusa e os motivos da recusa. Se eu não fazia restrições à cor e passo a fazer, o que provocou a mudança? As cotas. Está lá. O texto expõe a possibilidade real de que negros venham a ser (mais)discriminados e - cruel - exatamente por alguém que não é racista. Ou é magia e estalar de dedos? Eu não sou racista, e, num passe de mágica, começo a ser. Ma va! Eu apenas mostrei como uma atitude, baseada em critérios objetivos como a formação profissional e habilitação técnica, pode parecer racista, quando, na verdade, ela pode ser apenas injusta com o profissional negro rejeitado. E argumentam que a cota é para reparar injustiça (sic). No caso imaginado no texto 'Preto não', a rejeição ao profissional negro não se dá porque ele é preto, não é pela sua cor, mas sim pela desconfiança pela formação acadêmica em condições privilegiadas ou protesto contra o próprio sistema de cotas, que afeta os direitos de quem se qualificou nos vestibulares. Afinal, os beneficiários das cotas são negros; logo, quando se critica a cota, o alvo atingido acaba sendo o negro. Não há como escapar da coincidência. Assim dizer' 'cota não' é dizer 'preto não'.

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  31. Eu e muitas outras pessoas apoiamos você. Esses radicais que te ameaçam não entendem de democracia. No fundo, se consideram pessoas justas e bondosas, que defendem os oprimidos, mas não entendem nada de justiça de fato. É mais fácil posar de bonzinho apoiando essa onda de coitadismo, sem refletir se as cotas são realmente solução pra alguma coisa. E nós sabemos que não são. Um abraço.

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  32. Eletista e segregador?
    Fazer uma prova e pontuar o suficiente para garantir a vaga é eletista e segregador? Eu pensei que isso era um sistema meritocrático do mais preparado!!!
    Cada uma!!!

    Veja o meu caso, sou em menos de 4 ou 5 gerações descendente direto de índio, negro e brancos de olhos azuis!!

    E sou o que afrodescendente oprimido? Sou índio oprimido?
    Ou sou branco opressor?Vejam a que situação ridídula e trágica chegou o Brazil nas mãos de comunistas e socialistas!!
    Racistas são vocês comunistas e socialistas que em países como os nosso em que existe integração cultural e racial tratam de atacar a unidade nacional. Já em países onde culturalmente são mais fechados, uniformes tratam de usar a estratégia do multiculturalismo!Basta ver a europa!
    O interesse é um só destruir o sistema!

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  33. Mirian Macedo você está de parabéns pela sua coragem de reagir a esse mar de sabotagens comunistas, socialistas contra a sociedade brasileira.

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  34. Prouni é bolsa! Pra manter uma bolsa é natural que se tenha que estudar mais!

    Agora acesso por cota é uma história totalmente diferente é segregação contra os brasileiros que não estão afim de fazer jogo sujo, se vender para comunistas e seus grupos militantes, os famosos grupos de pressão!

    Como já disse isso não é para reparar "injustiça social" é para cooptar massas, incendiar o país, criar as condições para uma guerra civil.

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  35. Pode até conhecer o print screen, entretanto não pensava que ele seria utilizado na velocidade que foi para “fotografar” o post....

    Dando sequencia, seu texto está cheio de incongruências e preconceitos. Jornalista que é, parece que o imediatismo distorceu sua análise – se é que esta houve.

    Não a considero racista, porém aconselho a você que reflita bem antes de divulgar algum escrito.

    Outro conselho é a pesquisa de campo: já foi numa universidade que utiliza o sistema de cotas para levantar dados sobre o redimento dos cotistas? Procurou saber se existe uma “facilitação” na vida acadêmica de quem egressa ao nível superior por essa porta?

    É muito fácil colocar textos na internet, ou em qualquer outra mídia, baseados no que nós achamos ou pensamos. Entretanto, esse “achismo”, apesar de bem mais cômodo, não tem muita legitimidade. Não acha?

    Vou me ater a somente um trecho do texto: “Ademais, professor, com esta patrulha toda, não arriscaria a reprovar aluno preto, vai que acham que é racismo e o demitem...)”.

    Você acha mesmo que o professor tem tempo de filtrar quem é cotista e quem não é? Porque sabemos que existem “negros” que não ingressam através de cotas e “brancos” que tem acesso a academia mediante a elas. Imagine o professor tendo que fazer “xiszinhos” ou marcando na chamada – quando essa não é trocada pela lista de presença - os alunos cotistas após entrevistas individuais para saber que é ou não é cotista... Professor de faculdade tem muito tempo para isso...

    Por hora está bom, são só alguns conselhos. Admito que na leitura integral do texto observei outros detalhes embebecidos de asserções “achistas”, não obstante paro por aqui e peço que clareie as ideias desse texto e dos que estão por vir.


    Atenciosamente,


    Luiz Espindola

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  36. Polêmico este assunto! Muito polêmico! Trata-se de mexer num vespeiro e sem proteção. A meu ver, considero a política de cotas como um politicagem, uma manobra política para angariar votos da população afro-descendente, que é muito significativa (cerca de 50% da população brasileira). "Mas como assim? Então esse direito não cabe aos negros e seus descendentes?" A questão não é essa. A questão é que isso é tapar o sol com a peneira. Não se resolve a questão da educação da noite para o dia, seja com brancos, negros, índios ou descendentes de asiáticos. A questão é muito mais simples do que parece, apesar de polêmica. E é polêmica simplesmente porque mexe com interesses diversos. O fato é que é necessário uma política de longo prazo, como foi feita na Coreia do Sul. Ou seja, investir durante décadas em educação e que esta seja igual para todos, sem distinção, para que todos (de todas as raças) possam disputar uma vaga em universidade ou no mercado de trabalho em pé de igualdade. Mas como isso demanda muito tempo, a "solução" apresentada é rápida, porém porca. Não tem outra explicação: serve apenas para angariar votos.

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    1. Roberto, tu estás coberto de razão. Eu, ao contrário do que pode parecer, não saí por aí dando a 'minha' opinião. Este assunto é tão complexo que nem a mim interessa a 'minha' opinião. Afinal, ela seria apenas mais uma entre as outras 7 bilhões de opiniões existente no mundo. Eu apenas expressei a minha concordância com a conclusão a que chegaram estudiosos intelectualmente e academicamente credenciados e reconhecidos, que pesquisaram e se debruçaram com seriedade sobre o assunto. Suas análises e reflexões não são 'achismos' apressados e irresponsáveis. Eu não sai por aí dizendo que é cota é bom ou mau. Eu tenho consciência de minhas limitações. Mas também não aceito que me imponham rótulos criminosos apenas porque sou contra cotas e sou da 'elite branca de olhos verdes". Vão se catar!

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    2. Os recorrentes "achismos"... A partir do momento que não ser referencia a opinião, ela é, presumidamente, sua. Além disso, se a sua opinião é só "mais uma entre as outras 7 bilhões de opiniões existente no mundo" e nem a você interessa a "sua" opinião, por que a torna pública?
      Voltando a questão da referência, não se pode referenciar de maneira superficial e vaga dizendo que expressou sua "concordância com a conclusão a que chegaram estudiosos intelectualmente credenciados e reconhecidos, que pesquisaram e se debruçaram com seriedade sobre o assunto". Até porque esses tais intelectuais não são absolutos. Quem são? De qual cátedra fazem parte? Pesquisa por pesquisa pode-se encontrar algumas que enxergam o lado positivo das cotas (um exemplo - http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/7712/7712_7.PDF). E,para reiterar, não a considero preconceituosa nem de "elite branca dos olhos verdes", somente considero que não se atenha no generalizante, mas considere os detalhes, as especificidades.

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    3. http://blogdemirianmacedo.blogspot.com.br/2012/05/vao-estudar.html
      Luiz, no link acima estão as informações que tu pedes no teu comentário.

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  37. Hoje a técnica politicamente correta de atentarmos contra a liberdade de expressão é acusarmos alguém utilizando um bordão que todos abominam. Isso se chama "terrorismo intelectual". Quando há o desejo de desautorizar o argumento ou a opinião do opositor é só chamá-lo de conservador, fascista, retrógrado, homofóbico, católico. Agora surgiu um novo: racista. Quem ousar discordar das políticas de ação afirmativa terá estampado na testa a expressão "racista". A insanidade, a paranoia chegou a tal ponto que estão acusando o cantor Alexandre Pires de racista, sendo ele negro, por discordarem do clipe(de gosto duvidoso) de uma de suas músicas. As pessoas têm o direito de manifestarem suas posições e opiniões, ainda mais quando estão fundamentadas, e assumirem as consequências por elas. Agora, no caso, simplesmente acusá-las de racista por serem contra as cotas é totalitarismo. E o pior é que quem chama o outro de racista se "acha" um democrata, um defensor dos direitos civis e humanos. Na verdade está se igualando aos verdadeiros racistas pela intolerância e tornando irracional um debate que poderia nos fazer crescer como pessoas e sociedade humana. É uma lástima.

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    1. José Antônio, quem leu meu texto "Preto não" poderia chamar-me de grosseira, agressiva, mal-educada, inconveniente, áspera, ríspida ou qualquer outro adjetivo adequado à linguagem direta, dura, contundente e provocativa que eu usei, mas jamais de racista. Não há como torcer a lógica. Algumas pessoas, que, inclusive, concordam com meu ponto de vista sobre cotas, acharam a linguagem pesada e o título péssimo; a mistura iria inevitavelmente ferir melindres, e provocar a ira da militância negra. Era jogar gasolina no fogo, já que o tema das cotas é nitroglicerina pura, principalmente porque serve a interesses ideológicos menos vísiveis (estou falando aqui claramente dos revolucionários que operam a agenda da Nova Ordem globalista). Outras pessoas, que também não viram racismo no texto, reclamaram do uso 'politicamente incorreta', da palavra 'preto' por considerá-la pejorativa. Até aí, nenhum problema. Mas racista?! Ah, não! Para mim cor é, no máximo, indicação de característica física, se eu for descrever Pelé para uma pessoa que não o conhece, é claro que eu direi que ele é preto, negro. Aliás, eu uso a palavra 'preto' até por sentido estético. Acho uma palavra bonita, como negro também o é. Falo de sonoridade, de evocação. Sabe o que eu acho, de verdade? Que tem muito militante do movimento negro que fica 'pê' da vida quando encontra uma pessoa que não é racista. Esvazia o discurso, desarma a tropa de choque. Eu digo isto pelos xingamentos que eu recebi depois de mostrar, demonstrar e provar que eu não era racista e que o que eu escrevi tinha o sentido oposto ao racismo. Que coisa, não é? Deveriam ficar satisfeitos de constatar que houve equívoco, má interpretação ou 'aparência' de racismo. Que o que parecia não era.

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  38. Pode-se entrar na universidade por sistema de cotas, mas não se consegue permanecer nela sem o citado mérito, caso seja realmente esse o seu critério de escolha de um profissional.
    Caso você não saiba, a média que deve ser alcançada para um bolsista do ProUni deve ser MAIOR do que a de um aluno regular, caso contrário a bolsa é revogada, ou seja, é necessário ter competência para se formar, sem bom aluno, ser dedicado e acho que isso ajuda a formar um bom profissional, ou não?

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