sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Orlando Fedeli e eu


       Quando, no final de 2004/início de 2005, a empulhação marxista começou a ficar nítida e a transcendência voltava a fazer sentido, eu fui atrás de qualquer informação que me apontasse para Deus. Eu estava tateando à procura do caminho de volta para a Casa do Pai.
      
     Eu não erraria se dissesse que eu encontrei o caminho, no dia 2 de abril de 2005, ainda que não me desse conta inteiramente do que estava acontecendo comigo. Quando eu ouvi o anúncio da morte do Papa João Paulo II, naquele 2 de abril, eu disse, chorando, ao meu marido:"Este homem está há 25 anos tomando conta de nós".

     Dizem que as coisas não acontecem assim (acontecem assim, sim) mas naquele dia 
algo profundo aconteceu. Foi, ali, o "instante" da conversão. Hoje, eu costumo dizer que eu sou o último milagre de João Paulo II, eu tenho certeza de que ele rezou por mim. 
      
      Um mês depois da morte do papa, em maio, numa destas buscas pela internet, acabei caindo no site da Montfort, do professor Orlando Fedeli. Gostei. Era uma coisa totalmente oposta à igreja modernosa e horrorosa dos padres-vedetes e das missas cheias de graça. Entrei e fui devorando o que encontrava. Li tudo.

      Em outubro de 2005, já radicalmente de volta à fé da Igreja, reconciliada com Deus e santificada pelos sacramentos da confissão e Eucaristia, eu resolvi escrever um relato da minha conversão, a que dei o título "A Volta para Casa" * e, como não tinha nem blog para publicar, resolvi mandar para o site da Montfort. Não cogitei que fosse ser publicado.   

      Para minha surpresa, o próprio professor Orlando ligou para a minha casa, chorando, comovido com o meu relato, querendo minha permissão para publicar a carta. Eu mal acreditei. Fiquei lisonjeada.

      Começamos a trocar emails e, em fevereiro de 2006, ele veio até a minha casa com a sua esposa, Ivone, para que nos conhecéssemos. Ivone é uma mulher admirável, estudiosa, muito culta, preparada, e que tratava o professor com doçura, respeito e firmeza. Nos tornamos grandes amigos. 

      Como meus filhos não eram batizados, ele se ofereceu para ensinar-lhes o catecismo e, durante seis meses, ele veio toda quarta-feira à tarde para as aulas de religião. E conversávamos muito, eu o  ouvia falar com prazer. Aprendi muito com o professor. 
   
      O professor sabia tudo da história da Igreja e da doutrina católica. Ele tinha um memória prodigiosa e era uma das pessoas mais divertidas com quem se podia conviver. E se doava com uma generosidade rara.
      
      Em maio daquele ano, eu completaria 25 anos de casamento e decidi me casar no religioso, eu era casada apenas no civil. Foi uma cerimônia singela, mas comovente. Convidei o professor Fedeli e Ivone para serem meus padrinhos. O coral de música sacra da Associação Montfort cantou na cerimônia, foi muito bonito. Entrei na igreja com meu filho, ao som de "Jesus, alegria dos homens".

      A minha convivência com os Fedeli e o pessoal da Montfort   era cordial e prazeirosa, eu ia aos domingos assistir à missa em latim,  na paróquia São Carlos Borromeu, na Moóca (onde o professor morava) e participava dos excelentes cursos e palestras  promovidos pela Montfort, sempre ligados ao cristianismo,  Igreja, cultura do período conhecido como 'cristandade, arte sacra,  Idade Média, doutrina católica. 

      Depois dos cursos, os alunos e participantes costumavam se reunir em animados e divertidos almoços em trattorias paulistanas. Era um ambiente e clima muito acolhedores, de conversa elevada, pessoas educadas e elegantes. Eu adorava.
          

      Eu era tratada com muita deferência, tanto pelo próprio Orlando Fedeli quanto pelo pessoal que fazia parte, vamos dizer assim, de seu apostolado, o pessoal da Associação Montfort. Todos demonstravam sinceramente admiração pela forma honesta com que eu relatei a minha conversão, pela minha adesão ao grupo, sem arrogância elitista ou pedantismo intelectual e, não raro, ouvi confissões, verdadeiras, de pessoas que disseram-me ter se convertido depois de ler meu testemunho no site da Montfort. Todo mundo conhecia e se referia à "jornalista que escreveu A Volta para Casa"

      Mas, a certa altura, sem que eu pudesse imaginar, as coisas sairam do eixo e o rompimento - inevitável - aconteceu. É que, apesar de tratar o professor Fedeli com absoluta reverência e respeito, eu comecei a fazer questionamentos sobre certos 'dogmas' fedelianos. A sua obsessão pela gnose o fazia ver heresias gnósticas em toda a parte, em qualquer coisa. Eu não sabia quase nada, mas sempre queria saber 'por que', 'como', o quê... 


     Nunca houve, contudo, qualquer desentendimento sério ou conversa ríspida entre nós. Até que, certo dia, ele me telefonou, dizendo que nós precisávamos conversar sobre um email que eu lhe enviara. Nele, eu me referia a um texto do então cardeal Joseph Ratzinger sobre protestantismo, que a mim parecia uma análise mais correta do que a de um aluno seu, que escrevera um artigo sobre Lutero no site da Montfort. No email, eu dizia:

     
     "Professor Orlando, lendo a análise de Marcos Libório sobre "Os três princípios protestantes", lembrei-me de um texto escrito pelo cardeal Ratzinger, em 1986 - http://www.ratzinger.it/modules.php?name=News&file=article&sid=216 - em que ele fala do protestantismo numa perspectiva diametralmente oposta à do texto publicado no site da Montfort. 

    "Para Ratzinger, o protestantismo é cristianismo e é a partir do que ele tem em comum com o catolicismo - e tem muito - que deve se dar o diálogo com vista à unidade dos cristãos. Quando li este texto, achei-o muito rico e pensei mostrá-lo e discutí-lo com o senhor. Por qualquer motivo, acabei esquecendo."
     
     "Este tipo de análise feita por Marcos Libório não faz muito sentido para mim. Dizer que todos os protestantes do mundo são, velada ou abertamente, adoradores do demônio e que servem à Satanás é evidentemente um absurdo. É uma idéia que, na minha opinião, não se sustenta nem teológica nem doutrinariamente." 

    "Pode existir - e existem - adoradores do diabo em todo lugar; agora, dizer que a doutrina protestante é pura gnose - aquela mesma, explicada em termos bem simples - é uma  simplificação. Com o tipo de argumentação e raciocínio utilizados, Libório prova  que até rótulo de xampu é gnóstico."

     "Non sono intenditore, o que li sobre doutrina católica e o protestantismo não me habilita a desafios intelectuais maiores. Mas, pelo pouco que compreendi, fico com a análise apresentada pelo cardeal Ratzinger. O que o senhor acha?"


             Na verdade, o professor Orlando Fedeli não queria conversar, ele queria que eu aceitasse, sem discutir, o seu ponto de vista, o mesmo defendido por Marcos Libório no artigo: os protestantes são todos hereges satânicos a caminho do inferno. 

     Quanto à posição de Raztinger centrada na crença em Cristo como plataforma comum inicial para o diálogo com os protestantes, o professor Fedeli insistiu que Joseph Ratzinger tinha mudado de opinião e não pensava mais como no artigo por mim citado (I progressi dell'ecumenismo/86). 

     O professor Orlando sabia que isto não era verdade. Eu lhe recordei que o Papa Ratzinger tinha reafirmado, palavra por palavra, o artigo de 86, num encontro com protestantes na Alemanha, durante a XX Jornada Mundial da Juventude, em 2005. Nem assim, ele admitiu seu equívoco. 

     Quanto aos comentários à enciclica Gaudium et Spes, que Ratzinger qualificou como 'uma espécie de Antisyllabus', observei que eles eram de 85, portanto, anteriores ao artigo citado. (Fedeli tinha feito referência a isto na conversa)

     Como o professor Fedeli tinha uma memória prodigiosa para fatos e datas, cometer aqueles 'erros' eram, na verdade, um 'excesso de zelo' pelo que o professor Orlando considerava a verdadeira ortodoxia católica.  Ele como que ficou cego de amor a Deus

     A conversa desandou quando eu lhe perguntei: "Onde é que o senhor acha que Buda está?" Ele disse " Isto eu não vou lhe responder". E encerrou a conversa dizendo que, se eu não aceitava o que ele tinha me ensinado, deveríamos parar por ali. Respondi: "Reze por mim". Foi a última vez que conversamos.
   
     Eu fiquei muito triste com o afastamento, foi abrupto, rápido, sem motivo. Hoje, eu vejo que eu não cabia no seu grupo, eu não poderia fazer parte de seu apostolado. As pessoas à sua volta não ousavam fazer qualquer questionamento, objeção ou pergunta incômoda. Era uma reverência submissa. 

     Não que ele estivesse cercado de gente ignorante, seus alunos eram gente simpática, educada, afetuosos. Todos estudavam muito, liam, eram cultos. Mas, em alguns meses de convivência com o pessoal da Montfort, não vi ninguém questionar ou debater criticamente as idéias do professor. Melhor: ninguém questionava a Idéia, a sua teoria sobre a gnose, assunto de sua polêmica-batalha com Olavo de Carvalho.

     Eu sempre tive uma atitude de absoluto respeito pelo professor Orlando Fedeli. Sempre deixei clara minha gratidão pela paciência e generosidade com que me ensinava e respondia às minhas perguntas e questionamentos. E eram tantos, porque eu era uma analfabeta de Deus. Completamente. 

    Além de seu invejável saber, impressionavam também a sua  fidelidade à Igreja, a devoção à Virgem Maria e a dedicação ao ensinamento da doutrina católica . Ele era uma pessoa boa, amava a Deus e  reconhecia, sem falsificações, que  era pecador e precisava da misericórdia divina.
     Mas, Orlando Fedeli, no fundo, talvez fosse vaidoso. Não é à toa que dizem ser a vaidade o pecado humano preferido do diabo. Com todo o respeito, afeto e gratidão que tenho pelo professor, acho que ele não vivia sem aquele apostolado submisso e reverente à sua volta. 

     Eu penso que, assim como o meu brilho intelectual o atraiu e o lisonjeou, por reconhecê-lo como um homem culto, crítico e erudito, foi também isto que o fez sentir-se de alguma forma desconfortável com a minha presença. Afinal, ele tinha em mim alguém que perguntava demais.

     Ironia: de certa forma, o professor Fedeli contribuiu enormemente para a minha descoberta de Olavo de Carvalho. Na época em que eu achei o site da Montfort e conheci Orlando Fedeli, eu já lia Olavo e me maravilhava. Quando o professor Fedeli me apresentou à sua teoria da gnose, ele também me contou que aquele homem a quem eu atribuía idéias sofisticadas, brilhantes, originais, surpreendentes, chamado Olavo de Carvalho, de quem eu não parava de falar, era gnóstico! 

     Interessante é que eu falava com ele sobre coisas de Olavo de Carvalho, que eu tinha lido e gostado, e ele concordava comigo! Mas - o alerta - Olavo de Carvalho é gnóstico, Olavo de Carvalho é maçom! Era sempre o mesmo bordão.

     Ora, se gnose é coisa do diabo, do diabo é preciso distância. Só que eu lia, lia, lia e não descobria onde diabos estava a gnose de Olavo de Carvalho! O que devia ser isto exatamente? eu me perguntava. 

     Então, resolvi fazer a lição de casa: li inteira a polêmica Orlando Fedeli X Olavo de Carvalho. Para ser sincera, na época fiquei (quase) na mesma, eu estava muito aquém daquela discussão. Eu estava engatinhando no catecismo, não ia arbitrar teologia ou filosofia!

     Só tempos depois, quando acumulei mais leituras sobre o assunto, eu pude situar definitivamente a aplicação do conceito de gnose pelo professor Fedeli. E entender que ele queria dar uma seqüencia histórica às idéias gnósticas, que Olavo de Carvalho afirmava não existir. Eu acho que o enfoque de Orlando Fedeli faz sentido apenas quando se toma a gnose como a 'heresia eterna', termo que li num texto do próprio Cardeal Ratzinger.

     (Ironia
: quando eu estava no 'apostolado' de Orlando Fedeli, mesmo sem saber quase nada, eu inclinava-me à idéia de que ele vencera o debate; quando passei para as hostes olavianas, convenci-me de que, ao contrário, Olavo de Carvalho é que saiu-se vencedor. Só agora, ao me afastar do círculo de alunos de Olavo e em face do volume de informações sobre seu passado de tariqueiro, estou me dando conta de que, pelo menos, parte da verdade pode ter voltado a estar com Orlando Fedeli)

     Eu nunca tive qualquer intenção de desafiar, constranger ou fazer-me de sabichona perante Orlando Fedeli. Eu o respeitava muito e sei que ele gostava sinceramente de mim. Tinha admiração por mim, valorizava o meu interesse genuíno em aprender. 

     Mas eu perguntava demais. Vício de ofício: jornalista não sabe as respostas, sabe as perguntas. Até hoje, penso nele, lembro dele e rezo por ele. Quando o professor Orlando Fedeli morreu em 9 de junho de 2010, eu liguei para Ivone, deixei um recado com a empregada de que eu tinha ligado. Quando retornei a ligação (muitas), ela não estava, não podia atender, etc. Desisti de ligar. 


    Escrevi uma comovida carta de pesar pela morte dele e enviei ao site Montfort. Nunca foi publicada. Eu sei que Orlando Fedeli está no céu, esperando para darmos boas risadas. E ainda vou aprender muito com ele. Será sempre meu professor. 


    Que Deus o recompense pelo bem que fez a mim e a tantas almas.

http://blogdemirianmacedo.blogspot.com.br/2011/12/volta-para-casa_8006.html



10 comentários:

  1. Muito belo texto, Mírian. Só não entendi muito bem seu pensamento com relação ao protestantismo. Se é uma heresia, não pode ser Cristianismo. Não quis dizer isso Nosso Senhor no Evangelho de São Lucas (11,23)? Ora, estar com Nosso Senhor é estar com sua Igreja. Não li o texto do Marcos Libório, mas se ele realmente diz ser os protestantes no fundo adoradores do demônio e que estes caminham para o inferno, como podemos discordar? Mesmo que o Santo Padre discorde. Pois não é isso que sempre ensinou a Igreja?

    Sobre a vaidade, lembrei-me de um trecho do livro do Gustavo Corção (Lições de Abismo) em que ele escreve:

    "- A vaidade!... quer que lhe diga? Fala-se hoje demais nos desajustes econômicos e sexuais, mas o fundamental desajuste, que persegue o homem até a beira da morte, está no foco do amor-próprio. É aí que se falsifica tudo. E quer que lhe diga onde é, em que meio, em que grupo de homens é mais visível a vaidade? Eu lhe digo: é nos grupos de homens virtuosos, bem-intencionados, bem comportados, que se unem para salvaguardar a sã doutrina e os bons costumes. É na sua Ação Católica, nas congregações religiosas, nas salas de capítulo. Lá fora, os outros homens estão à vontade. A vegetação dos vícios é viçosa e copada. Dominam o Dinheiro e o Sexo. O pecado é gordo e corado. É folgazão, compreensivo, tolerante, simpático, e quase diria que tem a beleza das coisas bem crescidas.Veja o homem que vitaliza indústrias, que distribui esmolas, que tem largueza de vistas e amenidades de maneiras. Dizem dele que tem duas ou três mulheres de aluguel. Donde os moralistas e reformadores concluem que o dinheiro e o sexo são as duas grandes forças que é preciso retificar, com novas estruturas sociais e com novos métodos psicológicos. Eles não vêem, debaixo da grossa enxúndia, a mesma raiz essencial de amor-próprio, i.e., aquilo que torna o pecado não só odioso como também ridículo. Mas nas salas de capítulo, nos claustros, nas associações paroquiais, os homens se despojam dos vícios gordos e coloridos. Destaca-se então a raiz; vê-se em toda a sua triste pureza, em toda a sua desnutrida fealdade, essa coisa torcida, magra, lívida, mesquinha, que é o amor-próprio. desdo o pobre leigo que se multiplica na Ação Católica, até o monge que passa vestido de penitência, são esses os verdadeiros especialistas da vaidade. Têm-na em estado puro. Sem os guizos da futilidade. Sem os alardes do prestígio. Sem o dramático interesse dos desencontros do amor. Vaidade essencial. Amor-próprio com nervo exposto..."

    Para mim, Corção disse tudo em tão poucas linhas. :)

    Abraço,
    L.

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  2. Olá Miriam saudações, Viva nosso Senhor Jesus Cristo!

    Bem, também já enviei uma carta ao professor Orlando Fedeli contando minha trajetória em busca de Deus.

    Encontrei o site da Montfort por acaso, realizando um trabalho acadêmico, o qual também me ajudou muito em entender várias questões da fé, utilizei vários artigos para debater com protestantes, principalmente para com aqueles que dizer a Igreja ser a Babilônia, pois bem.

    Um pouco de mim, tenho 38 anos, e aos 14 conheci a Umbanda, passei pelo espiritismo, fiz curso para ser membro da igreja messiânica (seita oriental), tive uma breve, bem breve passagem pelo budismo e pelo candomblé.

    Várias foram as fontes para que eu começasse a questionar o caminho da fé. Entre elas, até mesmo os livros do injustamente chacotado pela mídia, Padre Oscar Gonzales Quevedo. E vários outros livros de religião e fé católica.

    Não sou Fedelista e nem Quevediano, sou católico, onde há o único depósito da verdade e sabedoria e é tão complexa que penso não ser algo tão fácil de se desvendar apenas em artigos, livros e palestras, que por vezes podem ser tendenciosas.

    Cara Miriam, sou pecador, um grande e miserável. Mas sei que dentro da Igreja há o verdadeiro, real e necessário caminho para a salvação.

    Contudo contar com a misericórdia divina é dever do cristão.

    Sobre as questões do protestantismo eu penso que o documento
    Dominus Iesus, que suponho ser de seu conhecimento, seja a resposta.

    Espero que você e sua família tenha guardado os ensinamentos do Prof. como meios para continuarem a ser católicos. Gostaria muito de trocar e-mails com você, um grande e abraço cordial de um miserável.

    Marcelo

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    1. Marcelo, só agora li teu comentário, acredita? Escreve para mim, terei muita alegria em trocar idéias contigo. Meu email é mirianmacedo@globo.com. Deus te abençoe.

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  3. Eu fui um de inúmeros leitores que leram o seu testemunho no site da Montfort. Você foi sincera no que escreveu e isso demonstra que de facto Deus toca o coração de todos: basta nós querermos que assim seja.

    O protestantismo é de base católica e é desse prisma que falou Bento XVI, que eles herdam algo bom e que é por aí que devemos pegar. Mas na sua essência é gnóstica sim, porque é pseudo-cristã, os verdadeiros idólatras são os protestantes porque eles se consideram salvos simplesmente por aceitarem Jesus (o slogan preferido deles), mas esquecem-se que é preciso seguir Jesus como Ele quer ser seguido e não como entendem que O devem seguir. Já São Paulo dizia que mesmo aceitando a Verdade pode-se mesmo assim perder a salvação, pois é preciso trabalhar para ela com temor e tremor. E já São João se referia aos hereges, dizendo que eles não são dos nossos (católicos) porque se o fossem jamais nos teriam deixado.

    Aprendi imenso com o Orlando Fedeli. Aliás, devo a ele a minha reconversão ao Catolicismo. É claro que ele não era perfeito, pois nenhum homem o é, e também reparei no seu diferendo com o Olavo de Carvalho. Nesse assunto não me meto porque também não vale a pena. O que importa é que a Igreja Católica esteja por cima de tudo porque no final Cristo triunfará.

    Tudo de bom para si e para os seus.

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  4. Primeiro de tudo, sou muito grato ao Prof. Fedeli, aprendi muito com ele e sua Montfort. Eu conheci o Prof Orlando pessoalmente a quase 6 anos. Também foi em busca pela verdade, motivado pela curiosidade, que conheci o site Montfort.

    Creio que a diferença entre Olavo de Carvalho e o Orlando Fedeli é indiscutível no que toca às idéias. Olavo é mais voltado para o campo politico ideológico. É um grande crítico da esquerda, mais perde muito com seu palavreado chulo e vulgar. O Orlando Fedeli, ao contrário, evitava de passar certas informações que pudesse transmitir alguma malícia por pensamento.

    Prof. Fedeli tinha seus defeitos sim, e como tinha..não concordava com ele em tudo, particulamente sobre suas opiniões contra a FSSPX. Mais eu era do tipo que discordava em silêncio, pois sabia que discutir com o Prof. Orlando não era lá uma boa idéia. Tenho certeza também que Olavo de Carvalho não admite questionamentos sobre seus alguns pontos de vista.



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  5. Desculpe-me, mas só nos sonhos Olavo ganhou alguma coisa do Professor Fedeli naquele debate.

    Aliás, nem nos sonhos.

    O debate está na internet pra quem quiser ver, que Professor Orlando ensinou até mesmo línguas que Olavo dizia dominar...



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  6. Se lei o debate entre Orlando Fedeli e Olavo de Carvalho e acha que o entendeu concluindo que o segundo tinha razão, aí há uma incongruência cabal que demonstra que nada entendeste. Sua fala viciada me faz crer ainda se tratar antes de uma olavete do que de uma católica. É esse o objetivo e causa última das heresias: desviar os olhares dos fiéis de Deus aos mundanos, qual seja nesse caso, Olavo e suas heresias.

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    1. O Mega G, eu decidi, por dever de honestidade, retirar aquele adjetivo 'perdida' de meu texto. É preciso mais que uma leitura ou outra para arbitrar a favor ou contra um dos contendores. Eu fui aluna dos dois e repito: ninguém sabe mais doutrina e história da Igreja Católica que Orlando Fedeli; Olavo de Carvalho é incomparavelmente superior no domínio filosófico. O que não quero é fazer de conta que sei o que não sei. Vou reler toda a discussão dos dois, para aprender e discernir melhor. É mais honesto.

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  7. Que bom que você acordou agora, Mírian. Agora parece que concorda que Olavão é gnóstico, né?

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  8. Fui aluno do Professor Fedeli entre 1966 e 1970.
    O homem era uma sumidade em História Medieval.
    Mas era um fanático perigoso no campo das idéias religiosas e filosóficas.
    E como todo fanático, totalmente cego.
    Pensando um pouco à respeito, concordo que era possivelmente vaidoso, dono daquela vaidade com aparência de humildade.
    Mas não posso julgá-lo, e nem quero.

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