terça-feira, 31 de maio de 2011

Papo(sem pé nem)-cabeça

      Ney Matogrosso disse, no Roda Viva, que LSD lhe abriu as portas da percepção. Na primeira 'viagem', Ney 'sacou' que ele valia o mesmo que pedra, grão de areia ou arbusto de flores azuis. "Vi que tudo tinha o mesmo valor". 
      Tolinho. Se LSD abrisse as portas da percepção, Ney não diria uma asneira desta e perceberia que o homem não é igual a pedra, grão de areia ou arbusto. Coisa não sabe que é coisa. Só o homem, com a razão, sabe que (não) é coisa.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Erva danadinha

     No Brasil, é crime fazer a apologia de drogas e a Constituição garante a liberdade de expressão. As frases "maconha é uma delícia" e "legalize já, uma erva natural não pode te prejudicar" é apologia da droga ou liberdade de expressão? Com'on! 
      Se são as duas coisas, uma delas é crime, o juiz proibiu, a polícia reprimiu. Querer que, numa manifestação proibida pela lei onde a polícia vai para reprimir, as coisas sejam na base do 'por favor', é cinismo. Pela lei, o Estado tem o monopólio da violência, e, quando precisa, tem de ser usada. Maconheiro tem de parar de pensar que só ele é sabido. "Ah, agora, é ato pela liberdade de expressão". Então, tá.
     Claro que não se pode esperar sentado e se deve lutar pela revogação de leis equivocadas. Mas defender a idéia besta de que toda manifestação pacífica é válida? Que dizer que se  formos para a rua pacífica e ordeiramente defender que os judeus sejam mandados para os fornos crematórios, belê? Quem sabe, também podemos defender pacificamente o assalto à mão armada, a pedofilia (esta não deve demorar a ser legalizada no país, espere). 
      O fato de existir quem cometa crime só prova que há impunidade. Sobre este ideal romântico de maconheiros agricultores de subsistência, difícil imaginar maconheiro esperando a safra caseira vingar: planta, colhe, seca, dichava e fuma? Lorota. Em qualquer lugar, maconha está dando sopa, baratinho. É só estender a mão e cai um fino prontinho para fazer a cabeça. 
Se alguém é capaz de dispensar o produto 'industrial' - por ser mercadoria do narcotráfico (pelo que entendi, todos dizem que se recusam a isto) -  a pessoa não precisa fumar maconha e nem de plantação caseira.Já teria dispensado este ato de coragem tão original que é fumar maconha. Ninguém tem todo este trabalhão, toda esta espera para fumar um baseado! Só se proporcionasse experiência mística, iluminação búdica ou orgasmo cósmico. Para ficar xarope, escornado, rindo de otário, sem vontade, lerdo? Vixe. 
     Maconha funciona assim( todos o sabemos): quando 'bate', nós nos tornamos geniais, sacamos coisa que ninguém sacou, nosso humor fica tinindo, nos tornamos pessoas espirituosas, cheias das frases engraçadas e criativas. Ah, é? Escreve um texto doidão e relê quando estiveres careta. É cesta página, bicho. É lixo. E quanto mais tora, quanto mais narguilé, e quanto mais chábon, mais o efeito vai embora rápido. 
Eu fumei uma mata atlântica da erva danadinha, até os 30 anos. E durante muitos anos, eventualmente, para manter a velha chama transgressora, dava um ou outro 'tapinha'. Mentia para mim dizendo que eu fumava porque queria, se quisesse não fumava. Mentira.
      Aquela fumaça besta é o diabo, difícil de largar como quê. Era fácil juntar as duas coisas: de um lado, continuar fumando para manter a pose de 'eu não me rendo', e continuar a cometer transgressão pela transgressão; de outro lado, não ter que vencer o que é, sim, um vício. 
Só tomei vergonha na cara quando descobri que era cúmplice de Fernandinho Beira Mar e das Farc, e era responsável pelos filhos dos pobres que iam para a cadeia para eu manter minha diversão burguesa, a salvo da polícia, e se quisesse, até com delivery.
      Jererê ,diamba, peyote , ayauasca sempre existiram, para uso ritual de pajés, pais-de-santo,xamãs e feiticeiros. Depois, pequenos grupos marginais e excêntricos (artistas, dândis) passaram a consumir ópio, cocaína e mescalina. Mas sociedade nenhuma, em tempo algum, experimentou ou permitiu o uso indiscriminado e em larga escala da droga, como se quer hoje em dia. 
      Não é intrigante que o comunista Mao tenha estatizado e implantado o consumo do ópio, que os moralistas talibãs controlem a heróina e as revolucionárias Farc's sejam os donos da cocaína no mundo?

domingo, 22 de maio de 2011

Ecomaníacos: nazistas foram os pioneiros*


  *(trecho do artigo "As raízes anti-humanas  do movimento ambientalista, de Lee Rockwell)

        "Sempre soubemos que, em termos econômicos, os nazistas eram esquerdistas (Nazi vem de Nationalsozialismus ou Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães), mas hoje — graças aos estudos de Robert N. Proctor, que os compilou em seu livro Racial Hygiene: Medicine Under the Nazis (Higiene Racial: a Medicina dos Nazistas) — sabemos que eles eram fanáticos por saúde, maníacos por exercícios físicos, ecologistas radicais, entusiastas de comidas orgânicas e defensores ferrenhos dos direitos dos animais, além de nutrirem profundo menosprezo por álcool e tabaco.
        Como os ambientalistas de hoje, que colocam qualquer percevejo ou erva daninha acima dos seres humanos, os nazistas eram ardorosos conservacionistas.  Eles implantaram uma série de leis com o objetivo de proteger "a natureza e seus animais", especialmente as plantas e os animais "ameaçados".
        Os nazistas proibiram pesquisas médicas com animais, e o simpático Hermann Göring ameaçou "deportar para um campo de concentração" qualquer um que se atrevesse a desobedecer à lei.  Ele encarcerou um pescador por seis meses apenas porque este cortou a cabeça de um sapo — que seria utilizado como isca — quando o batráquio ainda estava vivo.  A revista alemã de humor Simplissimus publicou um desenho no qual um pelotão de sapos fazia a saudação nazista para Göring.
        Como crentes da "medicina orgânica", os nazistas conclamaram o povo alemão a comer apenas frutas e vegetais crus, uma vez que a conservação, esterilização e pasteurização dos alimentos significavam sua "alienação da natureza".
        Eles odiavam até mesmo o pão branco.  "Em 1935, o Führer da Saúde, Gerhard Wagner, empreendeu uma luta contra a recente mudança de hábito, que havia abandonado o pão integral natural em prol do pão branco altamente refinado", diz Proctor.  Denunciando o pão branco como sendo um "produto químico", Wagner fez relacionou a "questão do pão" a uma "ampla necessidade de retornarmos a uma dieta com menos carne e gordura, mais frutas e vegetais, e mais pão integral".
        Em 1935, Wagner criou o Comitê do Pão Integral do Reich, cujo objetivo era pressionar as padarias a não mais produzirem pão branco; e Goebbels criou cartazes propagandísticos relacionando o arianismo ao pão integral.  Em 1935, apenas 1% das padarias alemãs vendia alimentos naturais.  Já em 1943, esse percentual era de 23%.
        Os nazistas também eram rigorosamente anti-pesticidas, sendo que o médico pessoal de Hitler, Theodore Morell, declarou que o DDT (DicloroDifenilTricloroetano) era "inútil e perigoso".  Ele proibiu sua comercialização.Os nazistas financiaram várias pesquisas sobre os perigos ambientais da radiação de fundo (radiação fraca existente em todo planeta terra), do chumbo, do asbesto e do mercúrio.                 Fizeram campanha contra os corantes alimentares e os conservantes, e exigiram mais uso de "farmacêuticos orgânicos, cosméticos orgânicos, fertilizantes orgânicos e alimentos orgânicos".  Os jornais do governo apontavam a carne vermelha e os conservantes químicos como os culpados pelo câncer.
        Bebidas alcoólicas eram diligentemente desestimuladas, e havia severas penalidades para quem fosse pego dirigindo embriagado.  A polícia, pela primeira vez, ganhou poderes para fazer testes sanguíneos obrigatórios para conferir o nível de álcool no sangue das pessoas.
Hitler, um vegetariano fanático e entusiasta dos alimentos naturais, era também um abstêmio.  Heinrich Himmlercompartilhava do ódio de Hitler por álcool, e ordenou que a SS promovesse a produção de sucos de frutas e água mineral como substitutos.
        Entretanto, o principal ódio de Hitler era dirigido ao cigarro, e ele não tolerava que absolutamente ninguém fumasse em sua presença.  Quando o estado da Saxônia criou o Instituto para a Luta contra o Tabaco na Universidade de Jena em 1942, ele doou 100.000 RM (Reichsmark) de seu próprio dinheiro.  Ele também proibiu o fumo nos trens e ônibus das cidades.
        Os nazistas acreditavam apenas em parto natural, obstetrícia e amamentação, e as mulheres que amamentassem seus filhos, ao invés de utilizarem "fórmulas artificiais", recebiam subsídios do estado.  Já em meados da década de 1930, os nazistas haviam proibido partos assistidos por médicos.  Apenas parteiras podiam realizar o serviço.
        Os nazistas também promoviam a fitoterapia, e as fazendas da SS em Dachau foram rotuladas como "o maior instituto de pesquisa de plantas medicinais da Europa".
Não é de se estranhar que nossos eco-esquerdistas possuam aquele brilho faiscante em seus olhos.  De agora em diante, vou checar se eles usam braçadeiras também.

Continuação aqui

Lew Rockwell 
é o presidente do Ludwig von Mises Institute, em Auburn, Alabama, editor do website LewRockwell.com, e autor dos livros Speaking of Liberty e The Left, the Right, and the State.


Tradução de Leandro Augusto Gomes Roque

quinta-feira, 5 de maio de 2011

George Bush não é Bin Laden

     Um amigo e professor de Jornalismo da UnB escreveu em seu Facebook:
     "Nem o terror nem Guantânamo se justificam num mundo que se queira humano." Eu comentei: "É Cuba de Fidel que não se justifica num mundo que se queira humano."
     Quanto a Guantânamo, o que  querem? Tribunal de Nuremberg para a Al Qaeda e similares? É injusto. Hitler era da laia de Bin Laden, um criminoso monstruoso. Mas, espera lá. A Alemanha tinha um Exército uniformizado, com hierarquia, todos sabiam onde era o 'teatro de guerra', prisioneiro de guerra era prisioneiro de guerra. Era guerra convencional, exército contra exército. Mesmo os campos de concentração obedeciam a regras militares.
     Ali, naquela  frase,  'terror' e "Guantânamo' estão equiparados. Faz parte do raciocínio dos que querem igualar Bush a Bin Laden, como se fossem faces diferentes de uma mesma realidade. O grande trunfo alardeado é sempre a invasão do Iraque e do Afeganistão. Acham que o argumento é irrespondível.  Não é.
     Os Estados Unidos são uma democracia, o Congresso americano aprovou a invasão aos dois países. No Iraque, com todos os erros que foram cometidos, os EUA tiraram do poder um ditador que matou (comprovadamente, com nome e sobrenome) 300 mil civis iraquianos em 20 anos no poder - é bom lembrar que o país não estava em guerra civil, foi o governo que matou seu próprio povo. Outra ressalva: os mortos da Guerra Irã-Iraque não estão incluídos neste número)
     Sobre a inexistência de armas químicas, ela é só meia verdade (há provas de movimentação de aviões russos e caminhões indo e vindo para a Síria, certamente transportando o material procurado) e os 'milhões' de civis que a Guerra do Iraque teria  matado não ultrapassam 125 mil na estimativa mais alta, feita pela Wikileaks .
     A mais respeitável Ong do setor, a Iraqi Body Count (http://www.iraqbodycount.org/) aponta 110 mil de 2003 até hoje e grande parte das vítimas foi morta em atentados suicidas praticados por terroristas islâmicos que agem do país. Saddam Hussein matava 15 mil por ano.
    E não adianta dourar a pílula, toda guerra é horror. A do Iraque também.
     O mundo reclama que em Guatânamo não se  respeita a Convenção de Genebra, que terrorista também é gente, que merece benefícios e regalias das leis e dos tribunais, que os EUA colocam-se acima do direito internacional etcetcetc. Quem sabe os soldados teriam até a obrigação de recitar o texto da Quinta Emenda, lembrando aos terroristas que eles têm o direito de ficar calado.
     Mas, aí fica bom só para uma das partes. Convenção de Genebra é para soldado que pertence a um exército regular, que luta uniformizado, num campo de batalha e não vestido com roupas civis, explodindo bomba amarrada na cintura em feira livre ou em mesquitas.

     A tática do terrorismo de matar civis não visa sequer tomar o poder para a implantação de um governo legítimo e democrático. O terrorrismo quer só aterrorizar. Bin Laden e seus seguidores não têm aspirações à implantação de uma democracia com partidos políticos, parlamento, Judiciário e outros instrumentos democráticos.
    Isto é guerra assimétrica, e a desvantagem é nossa. O terrorista pode tudo, pode botar bomba no metrô em Madri, em ônibus de Londres, entrar livremente no EUA, sequestrar aviões civis, jogá-los sobre as Torres Gêmeas, Pentágono, Casa Branca (quase conseguiram), matar 3 mil pessoas (queriam 50 mil) e os mandantes e planejadores do crime devem ter seus direitos humanos respeitados. "Só falo na presença de meu advogado".
     Quanto aos métodos pouco ortodoxos usados nos interrogatórios, eu repito: em princípio, sou contra a tortura, mas imagina Khalid Sheikh Mohammed sentado, respondendo perguntas que lhe são feitas, em voz baixa e educada, as quais ele poderá negar-se a responder. Nós estamos falando de quem planejou o 11 de setembro. O gajo não  é exatamente um sacristão.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Tadinho de Bin Laden

      Os puros estão indignados porque os Estados Unidos mataram o pobrezinho do Bin Laden desarmado e na frente dos filhinhos. Ô, dó. O mundo agora corre perigo. Já pensaram eu, dentro de casa, desprotegida, e us monstro amêricano por aí soltos, invadindo casas de gente de bem e atirando em cidadãos desarmados?
      É o raciosímio da petista cretina Maria Aparecida de Aquino: "agora, o EUA podem entrar na minha casa e dizer que estão procurando terrorista e sair metralhando".
      É mesmo? Não diga. Mesmo Hitler, monstro da mesma laia de Bin Laden, fazia a guerra aos moldes tradicionais. Tinha exército uniformizado, ia para o campo de batalha e, ainda que atos terroristas existam numa guerra, os nazistas não praticavam unicamente esta 'especialidade', como é o caso do terrorismo islâmico, de que Bin Laden é paradigma e mentor espiritual.     
      Que história é esta de Convenção de Genebra para terrorista? Desde quando eles são soldados? Não são. Misturam-se usando roupas convencionais às populações civis, seus alvos, e matam inocentes, porque este é o objetivo do terror: aterrorizar. Ninguém está a salvo.
     Eu, em princípio, sou contra tortura e a favor dos rituais da Justiça formal. Agora, pergunte a Bin Laden se ele oferece isto a suas vítimas?
      Dizer que nós nos igualamos a ele quando o executamos com um tiro na cabeça é esquecer que ele retalharia a frio se pussesse as mãos numa autoridade do lado de cá. Não se pode julgar e agir com imparcialidade Deve-se agir com justiça. Não existe o 'meu' lado e o 'outro' lado. Existe o lado certo. Justiça implica senso de proporção. O mal que Bin Laden fez, faz e queria fazer exige o que foi feito: execução sumária.
      Não há mais o que ele possa dizer, é legítima defesa de uma civilização que foi atacada.