quinta-feira, 31 de maio de 2012

Marcha das Vazias



     Quarenta nos atrás, revolucionário de esquerda chamava 'isto' aí de decadência burguesa. Na década de 70, desbunde como a Marcha das Vadias seria visto pelo pessoal engajado como coisa de burguesinha alienada, privilegiada, desocupada e condenada à extinção (física, em muitos casos) quando florescesse e se realizasse o reino da verdadeira liberdade: o socialismo.

     Quem não se lembra do escárnio com que os comunistas se referiam aos desbundados, aqueles pequenos ratos burgueses que abandonavam a luta pelo socialismo e se rendiam à alienação das drogas, do sexo livre e do rock'n roll?

     Hoje, é revolucionário pedir a legalização das drogas e praticar o sexo livre (promíscuo, é a palavra). Ou seja,  as idéias não têm nenhuma importância. 



       Defender hoje o que combatiam ontem é mera conveniência do projeto de poder totalitário que os guerreiros pela liberdade (libertinagem?) querem implantar no mundo (saibam ou não disto os 'companheiros de viagem' e inocentes (in)úteis da história).

       Antes, as feministas acusavam o 'sistema' de oprimir a mulher, que era obrigada a tornar-se vadia por rejeição da família e para servir de objeto sexual dos machistas chauvinistas. Agora, o must é ser vadia, prostituta virou profissional do sexo, tem registro do Ministério do Trabalho e grife Daspu.

     O que um revolucionário fala é desmentido pela realidade que está à sua frente, é negado pelo que ele está fazendo naquele momento. Não porque o revolucionário não perceba a incoerência, o desvio. Não! A intenção é exatamente esta, praticar a inversão para transformar o mundo em 'algo jamais visto', nas palavras do diabólico chefe da seita, Karl Marx.




     Quer ver? Basta olhar a Marcha das Vadias: a passeata está coalhada de crianças. Mas, convenhamos, só por delírio uma pessoa que diz defender o direito da criança à inocência e que é contra a sua exploração como objeto sexual decide levar o próprio filho (filha, em sua maioria) à Marcha das Vadias, em que mulheres com roupa, atitude e discurso de vagabundas se orgulham de serem vadias, putas e sapatonas. Mulheres de vida fácil, isto sim.

     Agora, experimenta dizer a estas vagabundas (elas não se ofendem de serem assim chamadas, por supuesto) que criança pode, sim, levar palmadas dos pais, para sua educação e disciplina. Avançarão sobre quem o disser com unhas e dentes, berrando Violência! Mas consideram prova de amor pedagógico levar esta mesma criança ao circo de horrores, depravação, vulgaridade e indução à promiscuidade, exatamente o que é a Marcha das Vadias.

     Hoje, a inversão é norma. Todo mundo sabe que mulher 'vadia' não é coisa que preste. E ficamos todas nós a gritar que somos vadias? Ninguém mais acredita nos seus próprios olhos?

       Quando tomou o poder, Fidel Castro pôs na cadeia e mandou para el paredón dezenas de centenas de homossexuais, porque o seu comportamento era 'anti-revolucionário'. Cinquenta anos depois, o mesmo comportamento é aceito, até louvado. 

     Fidel pediu desculpas: "eu errei", referindo-se ao passado. Lorota, ele não acha que errou, acha que estava certo lá atrás e acha que está certo agora. Se for do interesse do projeto revolucionário socialista voltar a perseguir, encarcerar e matar homossexuais, isto será feito. Se, daqui a algum tempo, as 'vadias' não mais interessarem elas serão 'oprimidas' e 'reprimidas'.




     Esta mulherada (a maioria é canhão, doida que alguém lhe jogue pelo menos um gracejo na rua) faria melhor se ficasse em casa estudando, lendo, se instruindo. Ainda nos pouparia deste espetáculo grotesco e bizarro de banhas explodindo, peitos caídos, celulite e pneus. 

     Uma amiga de muitos anos, mulher sensível, culta, criativa, nascida em berço aristocrático de tradicional família mineira e hoje uma distinta senhora e avó de muitos netos, cobra de mim ter mudado, de não ser a mesma pessoa que ela conheceu na juventude. Ela lamenta que eu não apóie a Marcha das Vadias.




     Eu lhe perguntei se ela se orgulharia de ver suas filhas e netas ao lado de gente que porta cartazes onde se lê "A porra da buceta é minha". Ela não respondeu. Eu respondo: as minhas filhas eu quero em outras companhias. 

     Ter feito e defendido coisa semelhante no passado só aumenta a minha obrigação de lutar contra isto agora. Mudar é próprio de quem pensa, de quem busca a verdade. Hoje, eu prefiro ficar com as palavras de São Paulo:"Aspirai às coisas do alto e não às coisas da terra".

     Marcha das Vadias? Eu e minhas filhas não vamos. Porque não somos.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Lesma lerda

     Àqueles que acham que fui injusta atribuindo apenas a Xuxa a responsabilidade pela divulgação do funk e do pancadão informo que obra de tal envergadura e alcance foi também criação de outro iluminado: Gugu Liberato.
      

    Ele, como Xuxa, vivia no Castelo das Pedras, era frequentador assíduo do Furacão 2000, empreendimento-mãe do funk carioca. Igual a Xuxa na TV Globo, Gugu levou os bondes, tchutchucas, poderosas e cachorras para o seu programa no SBT.
      

    O agravante, no caso de Xuxa, é o seu público, constituído por maioria esmagadora de crianças. E mais: a Globo tem uma audiência muito superior ao SBT e os programas de Xuxa são diários, ao contrário do Programa do Gugu, apresentado apenas aos domingos  
      

    Outros luminares de menor brilho também podem ser apontados, entre eles, Regina Casé, aquela moça que  vende a idéia de que qualquer sujeito que bate lata na periferia é artista.
     

    Artista o cazzo! Eu tenho três filhos, todos bem alimentados e alunos das melhores escolas particulares de São Paulo. Não tem nenhum artista. E na favela é só Beethoven, Michelangelo, Nijinsky, Dostoiévski... Sei.



segunda-feira, 28 de maio de 2012

Vadias mesmo

‎"Eu não tenho o privilégio da espiritualidade". As palavras ditas à minha mãe muitos anos atrás era inveja dela. Afastada da Igreja Católica desde meus 15 anos, eu macaqueava a bobagem indigente de que o homem criara Deus, e não o contrário. Mas, no fundo, intuía a verdade; por isto, eu nunca blasfemei. Estas vadias acham que são naturais como as lesmas e as cabritas. São filhas de Dawkins. Eu sou filha de Deus.





‎      
"Oi, papa, vai tomar no cu". "Eu amo homem, eu amo mulher, eu amo quem eu quiser". Estas corajosas e destemidas palavras de ordem foram gritadas diante de uma igreja no Rio. Quero ver a vadiagem ter peito de gritar "Aiatolá, vai tomar no cu", em frente à embaixada do Irã, onde homossexuais são condenados à morte só por que dão o cu.

sábado, 26 de maio de 2012

Xuxa: Freud explica



      A entrevista de Xuxa ao Fantástico foi tiro pela culatra. Em vez de comover, serviu para relembrar. Um sobrevôo na vida pregressa da Rainha do Baixinhos leva inevitavelmente a uma suposição: Xuxa ficou tão traumatizada com o abuso sexual que sofreu quando criança que acabou por assumir a persona de 'suja' e 'sem-vergonha', transformando a sua vida artística num simulacro de Sodoma e Gomorra. Freud explica.

     Convenhamos: se Xuxa foi de fato abusada quando criança, só Freud para explicar a persistência e determinação com que a Rainha dos Baixinhos escolheu e trilhou uma carreira toda calcada em apelos à sensualidade, exploração do sexo e oportunismo carreirista.

    Provam-no as fotos nuas, os filmes com cenas picantes de sexo, os romances com homens mais velhos e famosos, as atrações pornográficas e os convidados vulgares dos programas e shows infantis pilotados pela apresentadora e cantora.

   
      Basta analisar com clareza e objetividade a vida de Xuxa para concluir que sua indignação e revolta por ter sido abusada não guarda qualquer coerência com a figura sexual apelativa com que a Rainha dos Baixinhos se apresenta(va) às crianças que  a idolatravam e a idolatram ainda hoje.

      Tampouco a apregoada campanha de Xuxa para proteger a inocência das crianças contra pedófilos é compatível com o  modelo de virtude que ela ofereceu a estas mesmas inocentes criaturas durante toda a sua vida. 

  
      Ter sido a responsável pela difusão e imposição do pancadão do funk, com suas coreografias e letras grosseiras, chulas, vulgares e inadequadas, aos corações e mentes da infância e juventude do Brasil é só parte do estrago que Xuxa produziu em mais de uma geração de súditos que estiveram sob a influência nefasta desta rainha má.



    A chorosa senhora que apareceu no Fantástico vem cometendo crime de lesa-infância há quase 30 anos, com seus programas 'infantis' recheados de vulgaridades, indecências e pornografias. Foi esta cinquentona, com ares de moça preocupada com a preservação da inocência das crianças, que implantou o funk de norte a sul do Brasil em seus programas da Globo e shows país e mundo afora. 

    A este ponto alto no curriculum da Rainha dos Baixinhos, soma-se à jogada marquetólogica de uma gravidez arranjada através da seleção e escolha de um reprodutor de plantel. Construir uma família - marido, mulher e filhos - nunca foi projeto da moça que diz tanto amar as crianças.  São palavras suas:


    "Estou procurando (um homem). Mas se não aparecer, vou ter essa criança sozinha.(...) Se eu tiver um filho por inseminação, ela vai conhecer ao menos a mãe. Na Espanha, nenhuma clínica tem os genes que eu quero. Na Alemanha e na França tem. Fazendo inseminação, vou ser o pai e a mãe da criança, quero que ela seja o mais parecida possível comigo.". Precisa dizer mais?


    Eu nunca permiti que meus três filhos assistissem ao circo de horrores que Xuxa liderava na TV Globo. Ainda assim, a pequena amostra do que pude ver sempre me levou a achar que esta 'santa' merecia cadeia.


    Qualquer um que assiste às entrevistas e brincadeiras do programa  ou ouve as letras, e confere o significado das palavras da maioria das músicas ali apresentadas, só tem uma alternativa: pedir prisão perpétua para Xuxa. Pena de morte também não seria um exagero. É proporcional à gravidade dos crimes: lesa-infância, lesa-juventude e lesa-pátria.


    No domingo, 19 de maio, Xuxa não foi a televisão defender crianças (ela mesma é a maior ameaça à infância). Se ela confessou sua tragédia pessoal foi para induzir à idéia de que é a família, a intimidade do lar, ou o próprio pai (por omissão ou por má companhia) quem ameaça os filhos.


    Xuxa deu a entrevista e fez as confissões porque ela é quem é e continua a mesma, desde que surgiu para o estrelato com seus 16 anos de idade. Xuxa está aí para corromper e perverter as virtudes e valores morais do povo brasileiro, como pudor, família e alta cultura. É o seu papel. Vale a pena ver o lúcido e sereno comentário de Nivaldo Cordeiro sobre a entrevista de Xuxa. 


   
      Sou cética e crítica. Se, por um  lado, nunca brinquei ou debochei da possibilidade real de que Xuxa tenha sido vítima de abusos, também  não me comoveram as suas lágrimas. Ao contrário, a choramingação sobre os abusos que ela sofreu serviu, antes, para me fazer pensar por que Xuxa não denunciou há mais tempo fato de tamanha gravidade e não deu o nome de seus molestadores.

     Se teve coragem de se expor na televisão, por que não ir atrás de justiça, denunciando quem abusou dela? Xuxa alega que era criança sem malícia, não sabia discernir o errado e tinha medo de denunciar os molestadores. A sua tragédia pessoal aconteceu há 40 anos. 


     Mas, e agora?  Por que escolheu um programa de televisão para fazer uma confissão tão dolorida e íntima?  Ela não sabe diferenciar a esfera pública da vida privada? Se resolveu expor-se desta maneira para alertar sobre os abusos, por que protegeu seus molestadores? É esta a mensagem? "Criança, se abusada, não divulga nunca o nome do criminoso, nem quando chegar a idade adulta. Premia o infame com o anonimadto e a impunidade."


     Quer dizer que patifes (Xuxa diz que foram vários adultos!) cometem crime hediondo de pedofilia e a vítima, nas condições favoráveis de que desfruta Xuxa hoje, não os denuncia e não os submete aos rigores da lei? Se já estão mortos, tanto faz,  não interessa. É preciso fazer justiça, desmascarando e retirando o véu de dignidade que pode recobrir a vida destes monstros. Por que ela não o fez?



   
    Se Xuxa é tão transparente, honesta e virtuosa, por que seu tão corajoso e sincero depoimento ao Fantástico não tocou na sua participação ainda adolescente no concurso de pantera de Ricardo Amaral?  Ela também nada falou de suas fotos nuas (inclusive na capa) para a revista Playboy. Nenhuma referência à tentativa de apagar a sua aparição do filme Amor Estranho Amor, de Walter Hugo Khoury, em que reparte com um menino de 12 anos uma cena de sexo ardente. 


   Por que a versão de que, menor de idade, com 17 anos, era a 'namorada desinteressada' de uma celebridade como Pelé, o homem mais famoso do planeta, à época um quarentão, com idade para ser seu pai?  O próprio Rei reconhecia que Xuxa era apenas uma ninfeta: "Não quis ser o primeiro homem da Xuxa. Quando eu a a conheci, ela tinha 16, 17 anos. Era virgem e tinha um namoradinho com quem estava brigada.(...) Na base da brincadeira, dizia para Xuxa resolver o problema da virgindade."


    Amaury Junior conta que Pelé saía com fotos da modelo no bolso para pedir o apoio da imprensa e que foi abordado pelo ex-jogador, numa festa, com algumas delas nas mãos. "Ele me pediu para dar uma força àquela menina, dizendo que ela um dia faria muito sucesso".


   Pelé confirma: "Ajudei muito ela, fui eu que recolhi todas as fotos que Xuxa tinha feito nua. Todas. Tinha foto dela em cima de um taxi em Nova York com a bunda de fora, e todos foram compreensíveis comigo, afinal, ela era uma menina sem maldade, muito natural, que encarava a nudez com a maior tranquilidade".(Pelé, em entrevista a Playboy)

        Segundo a revista Isto È, "Pelé e Xuxa se conheceram em 1980, num ensaio fotográfico. Pelé ditou os passos de sua carreira nos seis anos de namoro. Em um ano, Xuxa foi capa de mais de 80 revistas. Virou apresentadora de programa infantil na TV Manchete e se tornou a Rainha dos Baixinhos." Quanto amor!

                                       Xuxa, no Clube da Criança, da TV Manchete (1985)

Um balanço frio da carreira de Xuxa nos últimos tempos não deixa distante a hipótese, muito provável, de que a confissão ao Fantástico sobre os abusos, anunciada com sensacionalismo e recheada de emocionalismo piegas, seja puro golpe de marketing, destinado a recuperar a carreira descendente e decadente da apresentadora. Para tanto, ela resolveu  posar de cidadã corajosa e heróina, que sacrifica a própria imagem e se expõe para proteger seus anjinhos inocentes. 

   O tiro pode ter saído pela culatra, Ibope não significa necessariamente  aprovação e admiração. Um número expressivo de pessoas que assistiram e comentaram a entrevista de Xuxa ao Fantástico não teceu loas nem ficou comovido com o 'calvário infantil' da senhora Maria das Graças Meneghel. 


   Muita gente continua achando que já passou a hora desta senhora prestar contas à Justiça por seus crimes contra a infância, adolescência e juventude do Brasil.

       
      

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Xuxa: cadeia é pouco

    
    Qualquer um que lê a letra de "Cerol na mão", e confere o significado das palavras e expressões no dicionário de gírias e termos do funk, só tem uma alternativa: pedir prisão perpétua para Xuxa. Pena de morte também não seria um exagero. Proporcional à gravidade dos crimes: lesa-infância , lesa-juventude e lesa-pátria.







Cerol Na Mão
Bonde do Tigrão

Quer dancar, quer dancar
O tigrao vai te ensinar
Quer dancar, quer dancar
O tigrao vai te ensinar
Vou passar cerol não mão
Assim Assim
Vou cortar você na mão
Vou sim vou sim
Vou aparar pela rabiola
Assim Assim
Vou trazer você pra mim
Vou sim vou sim
Eu vou cortar você na mão
Vou mostrar que eu sou tigrão
Vou te dar muita pressão
Então martela, martela
Martela o martelão
Levante a mãozinha
Na palma da mão
É o bonde do tigrao
Então martela, martela
Martela o martelão
Levante a mãozinha
Na palma da mão
É o bonde do tigrao

Gírias e Termos do Funk
Aparar pela rabiola: Fazer sexo anal.
Bonde: Fileira. Grupo de amigos da mesma comunidade.
Cortar na mão: Tomar a namorada de alguém.
Dar uns cortes: Transar com uma mulher.
Martelão: Pênis
Passar o cerol na mão: Ficar com alguma mulher.
Tá dominado: estar sob controle ou invadido.
Tigrão: Homem de aparência grotesca que consegue namorar mulheres
bonitas.

Dicionário completo:
http://funkmovimento.blogspot.com.br/2011/04/girias-do-funk.html

"Racismo" e "machismo" não pode. Pedofilia pode.



            


        O cantor Thiaguinho está lançando "Vai, novinha". É pura apologia à pedofilia, basta escutar. 'Novinha' é código do funk para falar de menina bem nova, menor de idade. Resumindo: criança. 
       Em vez de se indignar e denunciar este crime nojento, gente sem-o-que-fazer fica acusando de 'racismo' e 'machismo' o pagodeiro Alexandre Pires porque ele vestiu Neymar e Mr Catra de gorilas e despiu umas gostosas de biquini, no clipe (bobo e ruim) 'Dança do Kong'.
       Melhor ouvir os dois e comparar. "Vai, novinha" é caso de polícia.



   

terça-feira, 22 de maio de 2012

Quem é galinha...




Xuxa: quem te viu






    Aquela senhora chorosa que apareceu no Fantástico indignada com os pedófilos aproveitadores de crianças inocentes é a mesma que, anos atrás, rebolava a bunda e gritava extasiada "tá dominado, 'tá tudo dominado', enquanto um homem de torso nu, tatuado e 'boladão', dançava sensual fazendo gestos de 'vem cá, galera' para milhões de crianças que assistiam ao Planeta Xuxa. 
Cínica é o que Xuxa é.



‎"Hoje é dia de mexer o popozão".
 Grito de guerra da defensora da pureza das criancinhas do Brasil.
  


‎"Bate na palma da mão, vai descendo o popozão". 
          Pegagogia superior e alta cultura. Esta é Xuxa.

Xuxa? Na cadeia.

     Eu sempre defendi a tese de que o lugar de Xuxa é na cadeia: crime de lesa-infância. Primeiro, é analfabeta. Quem fala para milhões de crianças não pode cometer 'tu vai' como se estivesse no sofá de casa em Bento Ribeiro, subúrbio do Rio, conversando com os irmãos. Afinal, sua platéia ou legião de fãs é formada quase que exclusivamente por adolescentes e crianças, muitas delas em idade de alfabetização.
   Sobre a formação escolar e bagagem intelectual da Rainha dos Baixinhos, o conteúdo de suas conversas e declarações comprova que Xuxa e livros não têm qualquer intimidade, raramente se encontraram.

     A esta indigência, com as 'atrações' medíocres e inconvenientes com que ela alimentou seus fãs, Xuxa perverteu, corrompeu e erotizou precocemente milhões de crianças, principalmente meninas. 
     O que dizer e como qualificar suas entrevistas vulgares em que convidados baixavam a calça, mostrando o traseiro, e os funks pornográficos e pavorosos que ela impôs ao país, através de seus programas infantis na TVGlobo?
     Agora, Xuxa fica defendendo criancinha, dizendo lutar para que elas não possam levar palmada de pai e mãe. Pater poder não é concessão do Estado. Eu dei palmada na bunda de meus filhos para educá-los e nunca joguei nenhum pela janela. Também nunca os deixei ver Xuxa. Nunca. 
   E mais: o pai de meus filhos é o homem que eu escolhi para viver, construir uma família e amar para sempre.  Não o escolhi como 'reprodutor' de plantel.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Xuxa: Graça sem graça



      Eu assisti à entrevista de Xuxa, nascida Maria das Graças Meneghel, e achei graça. Sem achar graça do fato de que pode mesmo ser verdade o abuso que ela diz ter sofrido (eu não brinco com isto).
     
     Eu achei graça da confissão de abuso sexual na infância ter partido da mesma mulher que, há muitos anos, ensina meninas de oito anos a balançar seus traseiros, de modo sensual e vulgar, dançando ao som de funks de 'cachorras, poderosas e tchutchucas', que ela, Xuxa, divulgou para o Brasil em seus programas 'infantis'.

     Foi Xuxa que lançou o funk para o Brasil inteiro. Ela frequentava o Castelo das Pedras, o tal Furacão 2000 (a mesma turma que animou o aniversário de nove anos da filha Sasha, em 2007). E começou a levar os 'bondes' de funkeiros ao seu programa. A Som Livre, gravadora da Globo, lançou todos os discos do pancadão e, juntos, ganharam milhões de dólares, com a história.

     Eu sempre defendi a tese de que o lugar de Xuxa é na cadeia: crime de lesa-infância. Primeiro, é analfabeta. Quem fala para milhões de crianças não pode cometer 'tu vai' como se estivesse no sofá de casa em Bento Ribeiro, subúrbio do Rio, conversando com os irmãos. Sua platéia inclui crianças em idade de alfabetização. 

      O conteúdo de suas declarações comprovam que ela e livros raramente se encontraram. Depois, com as 'atrações' medíocres e inconvenientes com que ela alimentou a platéia de fãs, Xuxa perverteu, corrompeu e erotizou precocemente milhões de crianças, principalmente meninas. 

     O que dizer e como qualificar suas entrevistas vulgares em que convidados baixavam a calça, mostrando o traseiro e os funks pornográficos e pavorosos que ela impôs ao país, através de seus programas 'infantis' na TVGlobo?

     Agora, Xuxa fica defendendo criancinha, dizendo lutar para que elas não possam levar palmada de pai e mãe. Pater poder não é concessão do Estado. Eu dei palmada na bunda de meus filhos para educá-los e nunca joguei nenhum pela janela. Também nunca os deixei ver Xuxa. Nunca. 

   E mais: o pai de meus filhos é o homem que eu escolhi para viver, construir uma família e amar para sempre.  Não o escolhi como 'reprodutor' de plantel.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

The right black man




      O defeito de Barack Obama não é ser negro, é ser desqualificado. Se era para eleger um negro para a Casa Branca (e o fato em si é significativo e auspicioso) que elegessem o negro certo. Candidato tinha: Alan Keys, que é decente, preparado, corajoso, um homem que ama os Estados Unidos e defende a herança de liberdade e democracia do País. Obama? Ninguém sabe até hoje nem onde ele nasceu.
     O trololó mais ouvido durante a campanha de Obama à Presidência dos Estados Unidos era de que a 'elite branca direitista e racista'  não queria um negro na Casa Branca.  Lorota. Quem conhecia Obama não o queria na Presidência  porque ele é uma fraude, uma fraude perigosa.
     O problema dele não é ser preto, é ser  perigoso e desconhecido. Pior: o que se conhece dele faz tremer quem preza a vida e a liberdade. Basta ler o artigo Milagres da fé obâmica abaixo*.
    Alan Keyes, ao contrário, é um 
conhecido ativista defensor da vida, político conservador americano, escritor e ex-diplomata e candidato a um cargo público permanente. Ele disputou a eleição para  Presidência dos Estados Unidos em 1992, 1996, 2000, e 2008, e era um candidato republicano para o Senado em 1988, 1992 e 2004.    
     Keyes foi nomeado embaixador do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, sob a presidência de Ronald Reagan, e serviu como secretário de Estado adjunto para a Organização Internacional de Negócios 1985-1987.

    Alan Keyes afirma que Obama é um comunista radical e um usurpador, pois não apresentou uma certidão de nascimento original até o momento e que Obama apoia o infanticídio - a matança dos bebês nascidos vivos após abortos malfeitos.
http://www.olavodecarvalho.org/semana/081101msm.html

domingo, 13 de maio de 2012

God bless Michael Jackson


QUINTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2011


God bless Michael Jackson

           Na arte, é preciso conhecer a tradição para superar, transgredir e criar o novo. Michael Jackson aos 18 anos dançava (quase) como Fred Astaire no auge, aos 40. Astaire disse que ia morrer tranqüilo, pois já tinha um sucessor. Ele considerava Michael superior a ele próprio.
    Se quisesse, MJ teria sido o maior bailarino clássico do mundo, junto com Nureyev e Baryshnikov. Este dizia não saber quem podia ser colocado ao lado de MJ.
    "Imitar alguém como Michael Jackson é impossível. Por que se incomodar? Apenas relaxe e admire".  
     MJ foi além: em vez de inventar uma dança que, depois seria imitada nas ruas, transformou a street dance e os movimentos que via nas ruas dos bairros negros pobres dos Estados Unidos em arte em estado puro. Michael Jackson reiventou a dança do Século XX. Não há dançarino que não tenha sido contaminado. 
     God bless him. 

Por quê? Porque o homem é superior



      Os defensores dos bichos, e todos aqueles que são contrários ao consumo de carne e uso de peles, couro e outros componentes animais para a fabricação de vestuário, calçados e cosméticos falam muito em 'natureza' mas, em geral, a desconhecem.

      A bem da verdade, ninguém conseguiu até hoje estabelecer de forma clara o que seja 'natureza'. Cada ciência a define a seu modo. Apesar da dificuldade
, é de natureza que vamos falar. Começemos pela princípio: a experiência ensina que não cometerá pecado de heresia aquele que afirmar que todos os seres vivos se diferenciam pelo fim a que objetivam e todo ser na natureza é ordenado ao melhor, à realização da perfeição. 
    
     Fique claro: ontologicamente, todo ser é completo, nenhum é 'mais ser' que o outro. O uso do termo 'mais ser' aqui é licença poética, deve ser entendido sempre como 'mais perfeição ou dignidade'Com esta ressalva, podemos afirmar que os seres brutos são os que tem menos 'ser', eles tem apenas constituição. (Por ora, deixemos à parte o reino mineral, os chamados seres brutos)

 
  Tratemos do reino dos seres vivos, os vegetais e os animais. A planta realiza duas operações: uma, a de nutrição, retirando da terra e do ar as substâncias minerais para a sua conservação e outra, a de reprodução. Reprodução é superior à nutrição, essa exige mais complexidade e perfeiçao. A reprodução engloba e pressupõe a nutrição. 

      Num vegetal, o máximo de 'perfeição de ser' que ele pode aspirar é reproduzir-se. Para um alface, melhor que ser um alface é ser dois. É o máximo de perfeição e de 'ser' que o vegetal alcança.

    
      Os animais são mais perfeitos que os vegetais; os animais, neste sentido, tem mais 'ser', mais funções, porque - além da nutrição e reprodução - eles têm percepção sensorial. O mundo vegetal é imóvel, frio, silencioso, oposto ao dos animais. 

      A reprodução animal é subordinada à percepção, aos sentidos. O animal só se reproduz quando isto lhe parece agradável. A própria natureza deu-lhe mecanismos de atração (o cio, com seus odores e seduções, vide pavões)
   

      O homem, além da reprodução e da percepção, tem a sua vida ordenada à inteligência. Há mais 'ser' no homem que no animal. Há mais perfeição nele que nos outros seres vivos. Na natureza, o menos é ordenado ao mais. No caso da reprodução, por exemplo: o homem não se acasala, ele escolhe a sua companheira por critérios racionais, afetivos, sociais, intelectuais.
   
      Mesmo quando o homem alega que faz sexo para satisfazer seus instintos decretados biologicamente, ele impõem-se restrições e tabus aceitos e estabelecidos pela sociedade (incesto, pedofilia, necrofilia etc).
      

      É fato que um leão, como o homem, se alimenta de outros animais. Mas, se o rei dos animais estiver diante dos últimos exemplares macho e fêmea do mico-leão-dourado, ele não hesitará em comê-los para saciar a sua fome. Se a espécie vai se extinguir, não lhe importa nada. Leão nem sabe o que é 'extinção'. O homem, pela inteligência, razoabilidade e bom-senso, trataria de preservar os micos-leões-dourados.
    

      Comer animais foi imperativo para a sobrevivência dos homens e dos próprios animais. Se o homem não os caçasse, seja para comer ou para se vestir e aquecer, primeiro ele teria morrido de fome e de frio. 

      E segundo, caso tivesse sobrevivido, seria comido pela superpopulação de animais selvagens famintos, que invadiriam vilas e cidades, devorando os homens e os outros animais para matar a própria fome. Seria um desastre ecológico e uma crueldade com os próprios animais, pois não existiria comida para todos eles.
   

      Quanto a usar peles e couro? Qual é o problema? Ninguém está matando pessoas. "Pessoas' são apenas os seres que têm inteligência, razão, discernimento, escolha, julgamento (lembra do mico-leão dourado?).
    
      Basta recordar: o menos é ordenado ao mais. O inferior é ordenado ao superior. O menos perfeito é ordenado ao mais perfeito. A inteligência é superior à percepção, que é superior à reprodução, que é superior à nutrição. Uma vem antes da outra, a última engloba as anteriores. Mas, para que o de cima não pense que é auto-suficiente e que não precisa de ninguém, a natureza exige que o superior só exista possuindo e exercendo as funções e (im)perfeições do inferior. 
     
     O homem para pensar, escolher, julgar, amar e reinar sobre todos os seres da natureza precisa, antes, ser ' pedra', ser 'pó', átomos de minerais. O ser vivo é feito (também) de matéria bruta.
    

    Que papel cabe ao homem na administração e uso dos bens da natureza colocados à sua disposição? Cuidar, racionalizar, preservar, manter. Os animais e plantas devem ser preservados da extinção. Os bichos, em particular, devem ser abatidos sem crueldade, e podem ser criados em cativeiro, com métodos e técnicas que respeitem o seu bem-estar.
    
     Bicho não tem consciência da morte e não'suspira' nem 'sofre' por não estar correndo livre pelo mato. Animal criado em cativeiro não sabe que existe "mato', ele não sabe o que é 'liberdade'. Um animal sabe que está frio, bicho sente frio. Mas ele não sabe que o inverno é frio.
   
      As pessoas estão abrindo mão da inteligência (não é por ela que somos mais perfeitos?) para se submeter aos mantras sem originalidade do politicamente chinfrim. Afinal, até os animais conseguem perceber a beleza (o pavão exibe a sua cauda maravilhosa para atrair a fêmea).
    
      Por que nós não podemos nos fascinar pela beleza de um vison e querer fazer com a pele da foca um belíssimo casaco para enfeitar e aquecer? A pele da foca tem mais 'ser', mais perfeição que a pele de uma lagartixa, porque tem beleza, maciez e brilho.
   
     Repito: o que não pode é extinguir a espécie (no caso, a foca) só para satisfazer um capricho, nem pode tratar e matar com crueldade ou por diversão, como no caso da çaça a ursos. No caso das focas, convém lembrar que, além da proteção dos 'santuários", foi a criação destes animais em cativeiro, para a fabricação de casacos, que salvou a espécie da extinção.
    
      As pessoas não percebem que elas já fazem na prática a diferenciação entre os seres. Por que oferecemos uma rosa a quem amamos? Por que não oferecer um repolho? Porque a rosa é mais bela, tem perfume e é carregada de simbolismo, Dante Alighieri mostrou.
     
      Dizer que o repolho é comestível é só argumento (de) pobre. A finalidade da flor não é matar a fome da mulher amada. É dizer que a ama. Para matar a fome, aí, sim, melhor o repolho. Pensando bem, eu prefiro um filé de salmão, com ervas finas, amêndoas e vinho branco. Francês.



Che Guevara fede


    
    Ernesto Che Guevara fede. Do ponto de vista (ou do nariz) de qualquer ser humano, este porco assassino fede. Aquela aura de herói, de guerreiro pela liberdade contra as injustiças, faz parte da mentira medonha desta figura nefasta. 
    
    Enganou muita gente, mas não se pode alegar em defesa de seus seguidores (eu incluída, durante muitos anos) que fôssemos completamente inocentes. Comunista faz ouvidos de mercador quando se contam os horrores que se cometem e os cadáveres que se empilham em nome da luta pelo paraíso na terra, a utopia do socialismo.
    

    Guevara era um assassino frio, um impostor. A prova é que ele, um 'homem do povo', tão logo triunfou a Revolução dos barbudos, escolheu para si uma belíssima casa de praia, 'expropriada' dos burgueses cubanos.
    

    Ele ali se instalou sob a desculpa de que praticamente lhe tinham imposto a ocupação pela sua importância como chefe da revolução. E também porque ele, asmático, precisava da brisa fresca de beira-mar.
    

    Che ordenou (e executou) pessoalmente diversos fuzilamentos de inocentes e desafetos depois da revolução. Quem o conheceu conta que ele tinha um prazer mórbido em ver cair aqueles em quem ele atirava. Matou um companheiro porque este roubou comida. Ele descreve a entrada e a saída da bala na fronte ensanguentado do seu soldado. 
     
   Outro ato de coragem e senso de justiça do Porco Assassino: um camponês chamado Eumidio Guerra, que lutava com os guerrilheiros em Sierra Maestra, tornou-se suspeito de ser espião do tiranete cubano Fulgêncio Batista. 

   Uma boa parte dos companheiros de guerrilha, porém, não tinha certeza e consideravam o indivíduo inocente. Discordando da maioria, Che executou sumariamente o camponês. E ainda disse: “em caso de dúvida, matem”.    
     
   "Fusilamientos, sí. Hemos fusilado. Fusilamos y seguiremos fusilando mientras sea necesario.", discursou Che Guevara na ONU, logo depois de tomar o poder em Cuba.
         
   Che Guevara deve estar no inferno. É onde ele sempre quis estar. Tanto que ajudou a transformar Cuba em um.

   "O ódio eficaz que faz do homem uma eficaz, violenta, seletiva e fria maquina de matar" (Che Guevara)

sábado, 12 de maio de 2012

Mitos da escravidão: panfletos abolicionistas


Mitos da escravidão em Minas são derrubados por pesquisadorEstudioso derruba imagem de que os negros eram sempre os humilhados e revela: em Minas, mais de 30% deles tinham posses, eram proprietários de terras e até de outros escravos



Publicação: 12/05/2012 06:00 Atualização: 12/05/2012 07:59

 (Aquarela de Carlos Julião)
Nas novelas de tv, ambientadas nos tempos da escravidão, os negros têm destino certo: quando não ficam amarrados no tronco apanhando feito cachorro, estão presos aos grilhões nas senzalas ou preparando quitutes na cozinha da fazenda. Já na literatura do século 19, comem o pão que o diabo amassou – se é que havia pão! – no porão das embarcações, encarando “tanto horror perante os céus” – como escreveu o baiano Castro Alves (1847-1871) no poema Navio Negreiro. Ganhou força, então, no imaginário popular, a imagem de homens e mulheres humilhados, vítimas de olhos baixos e impotentes para levantar a voz contra o seu senhor. Mas novos estudos mostram que a trajetória dos escravos africanos no Brasil tem muitos mitos e que eles foram, sim, agentes da história e nem sempre submissos.

Estudioso de tema tão polêmico há mais de 20 anos e autor de vários livros, o professor de história da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Eduardo França Paiva conta que os escravos desenvolveram autonomia e até ajuizaram ações contra os seus proprietários, quando se sentiam lesados. Muitas vezes levaram a melhor no tribunal, ao defender, por exemplo, que já haviam pago todas as parcelas de compra de sua liberdade, algo que o senhor contestava. “O equívoco maior é pensar que os cativos foram vítimas o tempo todo. O 13 de maio de 1888, lembrado amanhã, data em que a Princesa Isabel (1847-1871) assinou a Lei Áurea e extinguiu a escravidão no Brasil, serve para discutir o assunto e corrigir uma série de distorções, muitas delas construídas pelos abolicionistas”, diz o professor, que segue na próxima semana para Sevilha, Espanha, onde fará o segundo pós-doutorado, desta vez sobre as Américas portuguesa e espanhola. 

Nas suas pesquisas, o professor Eduardo, que atua nas áreas da história da escravidão e das mestiçagens, vem fazendo descobertas surpreendentes. Uma das mais importantes se refere aos senhores de escravos que, ao contrário do que se aprende na escola e nos livros didáticos, nem sempre eram brancos. Em Minas, do início do século 18 a meados do 19, mais de 30% desses proprietários eram ex-escravos ou descendentes de escravos. Em 1776, conforme as estimativas, havia na capitania de Minas, então a mais rica e populosa da colônia, com um comércio conectado com o mundo e efervescência social e cultural, cerca de 300 mil habitantes, sendo 130 mil forros (ex-escravos), 110 mil escravos e 60 mil brancos. 

“Havia em Minas mais ex-escravos do que escravos, a maior parte mulheres”, afirma o professor, explicando que somente a partir da segunda metade do século 19, a escravidão passou a ser condenada. “Até então, era legal e legítima, e os cativos prezavam dois valores fundamentais: queriam ser livres e proprietários de escravos. Os castigos físicos eram comuns nesses tempos de patriarcado, em que os pais batiam muito nos filhos”, diz o autor de vários livros, entre eles Escravidão e universo cultural na colônia, editado pela UFMG, e Escravos e libertos nas Minas Gerais do século 18, da coleção Olhares/UFMG/Annablume. 

FortunaEntre as personagens mais importantes encontradas nas pesquisas está Bárbara Aleluia –negra filha de africanos, nascida no Brasil –, uma pernambucana que viveu em Sabará. “Ela foi uma das mulheres mais ricas da época, acumulou fortuna com o comércio e outras atividades”, revela. Pinturas ainda desconhecidas da maioria dos brasileiros mostram negras cobertas de joias e usando trajes típicos, a exemplo das mulheres africanas, ou andando pelas ruas com seu séquito. Num livro, Eduardo mostra o retrato de uma baiana, uma negra enriquecida, que posa em estúdio com seus colares de ouro. 
Em Minas, com uma sociedade mais urbana, a situação era bem diferente da encontrada ao Norte da América Portuguesa. “Aqui havia muitos senhores de poucos escravos, em média cinco para cada um, bem diferente de Pernambuco e Bahia, com 30 por um. Outro diferencial mineiro é que nem todos os proprietários eram ricos”, diz o professor, explicando que, por volta de 1730, a mineração de ouro já estava em decadência, embora a economia se mantivesse forte e dinâmica, com um comércio influente e produção agrícola em ascensão. Esse quadro favorecia a compra da liberdade. 

Para conseguir o seu objetivo, o cativo tinha que ser, antes de mais nada, um bom negociador, o que significava um acordo com o seu dono sobre a forma de pagamento. Quem não ganhava a alforria em testamento ou na pia batismal, podia pagá-la parceladamente, num período de quatro a cinco anos, em prestações semestrais, num sistema denominado coartação –nesse tempo, o chamado coartado ficava longe do domínio cotidiano de seu proprietário. Outra forma de ficar livre era pagando à vista. “O dinheiro para saldar o débito era obtido de diversas formas. As mulheres dominavam o pequeno comércio, vendendo, nas ruas, doces, sucos, carnes e outros produtos. Eram muito comuns, nessa época, as ‘negras de tabuleiro’, que, como mostram também gravuras antigas, saíam pelas vilas e arraiais vendendo comidas. A prostituição era outro caminho para alcançar a liberdade”, conta. O artista italiano Carlos Julião (1740-1811) pintou aquarelas retratando a vida dos recém-chegados da África – e chamados de boçais por não saberem falar a língua portuguesa – e dos enriquecidos.

Um dos objetivos do professor é tirar dos escravos e forros o perfil exclusivo de vítimas e dar-lhes a dignidade de quem construiu sua liberdade e ajudou na edificação do país. “No Brasil, o cenário de escravos amarrados ao tronco, sendo chicoteados, é fortemente panfletário, embora o castigo físico tenha existido em toda a colônia. Enquanto os escravos foram efetivamente agentes da história, a historiografia brasileira contemporânea continua repetindo discursos abolicionistas, o que significa exagerar no grau de violência praticado pelos senhores”, diz o professor, convicto da necessidade de maior aprofundamento das pesquisas.

Primeiras leis
Para quem pensa que todo negro na colônia era escravo, o professor esclarece que nem todo escravo era negro”. Mulatos, pardos e cabras (descendentes de negros e índios também eram escravos. E por que essa diferença? Eduardo conta que, no século 18, os “negros de corte”, a exemplo de alguns nobres do reino do Congo, iam estudar em Lisboa, Portugal, ou Salvador, na Bahia. Igualmente livres eram também alguns africanos que trabalhavam nos chamados navios negreiros que cruzavam o Oceano Atlântico. Em 1830, surgem as primeiras leis que proibiam o tráfico de negros determinando que todo africano que pusesse os pés no território brasileiro deveria ser considerado livre.

“O equívoco maior é pensar que os cativos foram vítimas o tempo todo. O 13 de maio serve para discutir o assunto e corrigir uma série de distorções, muitas delas construídas pelos abolicionistas” Eduardo França Paiva, professor de história da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Artigo publicado aqui: http://bit.ly/KXNYCG
Linha do tempo
Século 16 – Começa a escravidão no Brasil e os índios são os primeiros a trabalhar nesse sistema. Os negros africanos chegam à colônia na segunda metade do século
Século 18 – O sistema começa em Minas, sendo escravos os negros, mulatos, pardos e cabras (filhos de negros com índios)
1830 – Entram em vigor as primeiras leis proibindo o tráfico atlântico de escravos. Todo africano que chegasse ao território brasileiro deveria ser considerado livre
1850 – Em 4 de setembro, é aprovada a Lei Eusébio de Queirós, que põe fim ao tráfico negreiro
1871 – Em 28 de setembro, é promulgada a Lei do Ventre Livre, que considerava livres todos os filhos de escravas nascidos a partir daquela data
1885 – Em 28 de setembro, é promulgada a Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-Cotegipe, que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos
1882 e 1885 – Em Minas, são criadas a Sociedade Abolicionista de Ouro Preto e a Beneficente Associação Marianense Redentora dos Cativos, que promoviam a emancipação dos escravos _
1888 – Em 13 de maio, a Princesa Isabel sanciona a Lei Áurea, que extingue a escravidão no Brasil
 (Júnia Garrido/Divulgação - 4/2/2011)


Arturos em festa

A tradicional comunidade dos Arturos, de Contagem, na Grande BH, celebra neste fim de semana a Festa da Abolição. Hoje, às 18h, tem concentração das guardas de Congo e Moçambique, na Rua da Capelinha, 50, no Bairro Jardim Vera Cruz. Às 18h30, haverá cortejo das guardas em direção à Matriz de Nossa Senhora do Rosário, no Bairro Alvorada, seguindo-se celebração eucarística (19h30) e levantamento de mastros na Casa da Cultura/Museu Histórico, na matriz e na comunidade (20h30). Amanhã, a programação começa às 4h, com a Festa da Matina ou Dança que chama o sol , na Rua Capelinha, 50, e segue até as 22h com desfiles, missas, encenações e celebrações. A comunidade negra Arturos descende de Camilo Silvério da Silva, que, em meados do século 19, chegou ao Brasil num navio negreiro vindo de Angola. Em Minas, trabalhou num povoado na Mata do Macuco, antigo município de Santa Quitéria, hoje Esmeraldas.