segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Aborto não mata mulheres, mata bebês.

       As clínicas de aborto não matam 'milhares de mulheres'. Matam milhares de crianças, fetos, bebês, ou embriões (estes últimos, a ciência não sabe dizer se são ou não são seres humanos; logo, podem ser. Todos nós sabemos que são). O aborto não pode ser escolha individual. Se há dúvida sobre ser o embrião vida humana, temos de contemplar a possibilidade de ser. Logo, não se pode abortá-lo.
    
     Todos sabem que um número expressivo de abortos são de bebês completamente fomados, e é por esta realidade chocante e indiscutível que os abortistas detestam quando se exibem fotos e vídeos de bebês perfeitos completamente estraçalhados, prontos para descarte, nas clínicas de aborto.

     
     Pelo menos, este consenso a civilização já atingiu: a lei, a moral, o senso comum não admitem e punem o assassinato de ser humano inocente. Quanto ao raciocínio torto - 'quem é contra o aborto é a favor de clínicas clandestinas' - , eu pergunto: quem é contra a impunidade de assaltantes, implicitamente é a favor da superlotação carcerária?
     

     A exibição propagandística de números astronômicos de' mulheres pobres que morrem por causa de abortos mal-feitos" só faz parte da má-fé e desonestidade de quem só quer matar. Dados oficiais do SUS, de 2002 a 2007, informam que, no período, morrerram 845 mulheres em decorrência de abortos, incluídos aí os abortos espontâneos, gravidez tubáreas e outras complicações. Logo, o número de mulheres mortas por causa de abortos mal feitos é muito abaixo das milhares que são acenadas por defensores do aborto.
     

    Quanto ao uso da camisinha, autoridades mundiais de saúde reconhecem que a ação da Igreja Católica de estimular a abstinência e a fidelidade tem sido a grande responsável pela redução dos alarmantes índices de doenças sexualmente transmissíveis (a pior delas, a AIDS) principalmente na África. Quanto ao cuidado com órfãos, doentes e desvalidos, a Igreja Católica faz isto há 2 mil anos. Usar ou não camisinha é orientação que a Igreja dá a quem é católico, Quem não é, não precisa nem prestar atenção.
    
    Sobre livre-arbítrio/escolha individual, dizer que, numa sociedade democrática, as pessoas são livres porque podem escolher o que lhes parece melhor é dizer que todos os atos, numa sociedade democrática, são passíveis de escolha livre: nenhum ato, por mais criminoso que seja, pode ser retirado à livre escolha de cada um. Mas, sabemos que não é bem assim. Há decisões que a sociedade deixa à livre escolha de cada um (por exemplo, ir à praia ou ao cinema) e há atos que a sociedade não deixa à livre escolha de cada um (por exemplo, matar o vizinho numa reunião de condomínio).
    

     No aborto, estão em causa os direitos de uma pessoa e os direitos de um feto (ou, como dizem alguns cientista e juristas, uma 'coisa', ou' um não se sabe bem o quê'). Já expliquei lá atrás: se a ciência não pode provar que o feto não é ser humano, o aborto não pode ser permitido. É crime.


     O aborto não deixa de ser imoral, inaceitável e vergonhoso só porque a 'civilização' decidiu legalizar o genocídio de seres humanos indefesos dentro da barriga da própria mãe. Quem defende o aborto quer liberdade para matar. Ponto.
     

      Em países democráticos como os EUA e o Brasil, a maioria da população, de formação cristã, é contra o aborto. O Brasil é cristão desde o seu surgimento, o país desaparece culturalmente se forem retiradas as bases e influências do cristianismo. A democracia americana é fruto essencialmente da formação cristã de seus fundadores e do fato de não ter se implantado ali uma 'Igreja de Estado', como ocorria com a igreja protestante/anglicana na Inglaterra. 

      Quanto ao laicismo, o Estado não pode ser confessional. E legisladores e governantes, sendo representantes do povo, não deveriam aprovar e defender leis contrárias à opinião e crenças da maioria que eles representam. A opinião da maioria da população destes países contra o aborto é fato documentado.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

'É a moral, estúpido' ou 'Mais isto muda mais isto é a mesma coisa'

                                  (Artigo escrito no dia 11 agosto de 2006, às vésperas da eleição para Presidente da República, com os candidatos Lula e Geraldo Alckmin. Basta trocar Lula por Dilma e Alckmin por Serra, continua atual)

"Lula mostrou na entrevista ao Jornal Nacional o que ele realmente é: Precário Imoral. O candidato Geraldo Alckmin esteja atento: a questão central desta eleição não é a economia, é a moral. Claro, há que se dar um jeito na economia; existem outras maneiras mais competentes, mais eficientes e mais experientes de se conduzir a política econômica, com resultados mais justos para os trabalhadores e produtores. Mas, numa economia globalizada como a de hoje, não é possível mudar rápido nem produzir resultados diferentes e assombrosos de uma administração para outra. Todos sabemos disto. Lula manteve, em linhas gerais, a política econômica de FHC, não foi?  Logo, o grande diferencial é no aspecto moral e ético.
    Antes de mais nada, a honestidade. É simples: não roubar e não deixar roubar”, aquela máxima que José Dirceu, na maior sem-vergonhice e cara-de-pau, ousou bradar como marca do governo Lula quando foi confrontado com as provas de que estava metido no 'valerioduto' e no esquema podre do mensalão.
    Chega de leniência e de flacidez moral com qualquer desonestidade, muito menos com "aquelas coisas" que os políticos e homens públicos sempre fazem: caixa dois, licitação viciada para favorecer financiadores de campanha, propinas y otras cositas más. Quando se toleram "estas coisas de sempre", chega a hora em que um sujeitinho sem escrúpulos como Lula rompe os limites e dá o salto qualitativo, partindo de vez para a obscenidade moral. Com Lula, foi demais. Foi além da conveniência. Paulo Honório, a personagem de São Bernardo, de Graciliano Ramos, dizia que tinha aprendido aritmética para não ser roubado além da conveniência. Pois é, Lula quis e deixou roubar além da conveniência.   
    Tem mais. Não adianta empurrar com a barriga e fazer de conta que "certos assuntos" serão discutidos "depois". Durante a campanha, Alckmin terá de assumir claramente o que pensa, por exemplo, sobre o aborto. Dizer que é contra o aborto, exceto "nos casos previstos pela lei" (estupro e risco para a vida da mãe) equivale a ser a favor! Não existe NENHUM caso em que o aborto seja admissível. É assassinato de um inocente, ponto final.
     Até aquela besta - o australiano Peter Singer, pai do 'especismo', que considera um tipo de 'racismo' afirmar que o homem é superior a outras espécies - não vê "nenhum problema em dizer que, a partir do momento da concepção, um embrião é um ser humano vivo. Singer pergunta:
     "O que mais poderia ser? O erro que muitas pessoas fazem é supor que 'porque' ele é um ser humano ele tem o direito à vida, ou que é errado destruí-lo".
    É com gente desta laia que Geraldo Alckmin vai se aliar?
    Li que, além dos "casos previstos", o candidato tucano acha possível estender a permissão do aborto para casos de anencefalia. Vai ser assim mesmo? Pouco a pouco? Até, quem sabe, chegarmos a permitir aborto porque a decoração da casa foi afetada pela colocação de um beliche no quarto para acomodar mais um filho. Sabem como é, Mulheres pelo Direito de Decidir! Se "elas" decidirem que a decoração da casa não deve mudar, o Estado tem de garantir o seu direito de abortar.
     Geraldo Alckim vive enfatizando que não é igual a Lula. Eu também acho que não é. Mas o candidato tem de mostrar que não é. Lula eu sei o que vai fazer. Basta ler documento do PT,  intitulado “Diretrizes para a Elaboração do Programa de Governo do Partido dos Trabalhadores (Eleição presidencial de 2006)”, aprovado no dia 22 de maio de 2005, em seu 13º Encontro Nacional. Trata-se de um documento oficial, e não apenas da opinião particular de um ou outro membro do Partido. Diz o documento:
    "O segundo Governo deve consolidar e avançar na implementação de políticas afirmativas e de combate aos preconceitos, à discriminação, ao machismo, racismo e homofobia. As políticas de igualdade racial e de gênero e de promoção dos direitos e cidadania de gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais receberão mais recursos. A Secretaria Especial de Mulheres, a Secretaria de Promoção de Políticas para a Igualdade Racial e o Programa Brasil sem Homofobia serão fortalecidos, influenciando e dialogando transversalmente com o conjunto das políticas públicas. O Governo Federal se empenhará na agenda legislativa que contemple as demandas desses segmentos da sociedade, como o Estatuto da Igualdade Racial, a descriminalização do aborto e a criminalização da homofobia" [destaque nosso].
Como afirma o Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, em artigo intitulado a "A reeleição e o aborto", "o governo Lula compromete-se explicitamente, caso haja um segundo mandato, a descriminalizar o aborto. Aliás, trata-se do compromisso de dar continuidade àquilo que atualmente já tem feito, com esforço descomunal, desde janeiro de 2003. Nunca houve na história de nosso país um governo que tenha feito tanto para legalizar, oficializar  e favorecer a prática do aborto".
Outro assunto que não pode ser deixado para depois é a união civil de homossexuais, ou o 'casamento gay'. É preciso lembrar que, na Espanha, as mudanças na legislação já aboliram a família. Desapareceu juridicamente a figura do pai e da mãe. O casal não é mais "marido e  mulher". Tudo começa com um contrato, até chegar à abolição da família.
    Será que o católico Geraldo Alckmin vai subir em cima de trens elétricos em parada gay, imaginando que a família brasileira  acha "irrelevante" ter um filho homossexual? Ou pensando, por acaso, que os pais brasileiros darão "o maior apoio" à opção sexual de seus filhos por parceiros do mesmo sexo, sob a alegação que "o importante é o amor?" 
    Quanto à bandidagem, melhor reexaminar o Estatuto da Criança e do Adolescente, adequando as punições previstas à gravidade dos delitos cometidos pelos menores infratores. Outros Champinhas e Batorés? Never again, mai più, de novo, não! 
    Enfim, não adianta querer resolver a crise moral do Brasil decidindo se libera a taxa de juros ou controla a inflação. É só prestar atenção, a discussão da campanha presidencial é (quase) só essa. Papo de superavit, de meta inflacionária, número de dívida pública, taxa de juros, geração de emprego etc etc. Cá para nós, hoje o presidente da República é praticamente o ministro do dinheiro. Ele (ad)ministra um orçamento. O resto é mídia e metáfora.    
    Parafraseando a célebre frase "É a economia, estúpido!" da campanha vitoriosa de Clinton contra Bush pai, só nos resta bradar a plenos pulmões: "É a moral, estupido" 

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Cara feia, fala fina e lero-lero.

     O discurso de Osmarina Silva é recheado de 'veja bem', 'no que concerne', 'crise ambiental' e 'pensamento estratégico'. Puro lero-lero e conversa oca que não conseguem esconder o (des)preparo da candidata do PV para ocupar a Presidência da República. 

     É bom lembrar que Osmarina foi analfabeta até os 16 anos, quando fez o Mobral e dois supletivos, antes de entrar para a Universidade Federal do Acre. 
   
      O repórter Lúcio Flávio Pinto, do jornal O Estado de São Paulo, escreveu um artigo quando a senadorinha da fala fina foi escolhida por Lula para ocupar o Ministério do Meio Ambiente. Ele disse:
   
      "Para vários auditórios qualificados regionais, Marina Silva é uma referência distante. Mais ainda do que isso: em relação a diversas faces do caleidoscópio amazônico, não há uma manifestação da ministra que traduza um conhecimento de causa a respeito. Para uma região tão ampla e complexa, o saber de Marina pode estar perigosamente especializado em Acre. Ou estar enviesado, como se diz, pelo tipo de interlocução internacional que tem tido.
   
       "Ela passou a ser interlocutora freqüente de ONGs de amplitude mundial e de agências multilaterais, como o Banco Mundial e a ONU, ou mesmo de outros governos, como a Usaid, a agência de cooperação internacional dos Estados Unidos, de passado atribulado, que tem tido participação destacada no Acre. O Estado do Acre é pequeno e específico demais, e suas saídas precárias demais, para ser um modelo aplicável a toda a Amazônia."
   
       "O valor da nova ministra do Meio Ambiente deve ser relativizado por esse seu universo de experiência. Além do mais, ainda que a Amazônia seja item essencial na agenda do seu ministério, os temas que vão exigir a atenção da Marina possuem uma transcendência notavelmente maior do que a região, que ocupa 60% do território nacional, numa fronteira de biodiversidade natural que abriga pouco mais de 10% da população brasileira, hoje fortemente concentrada em cidades que se consolidam sobre a agressão ao ambiente em torno delas. Um dos terrenos pioneiros para a ministra será justamente o urbano, para o qual será pressionada a se interessar com atenção cada vez maior – e impaciência crescente".