Cuba de Fidel que não se justifica num mundo que se queira humano."
Quanto a Guantânamo, o que querem? Tribunal de Nuremberg para a Al Qaeda e similares? É injusto. Hitler era da laia de Bin Laden, um criminoso monstruoso. Mas, espera lá. A Alemanha tinha um Exército uniformizado, com hierarquia, todos sabiam onde era o 'teatro de guerra', prisioneiro de guerra era prisioneiro de guerra. Era guerra convencional, exército contra exército. Mesmo os campos de concentração obedeciam a regras militares.
Ali, naquela frase, 'terror' e "Guantânamo' estão equiparados. Faz parte do raciocínio dos que querem igualar Bush a Bin Laden, como se fossem faces diferentes de uma mesma realidade. O grande trunfo alardeado é sempre a invasão do Iraque e do Afeganistão. Acham que o argumento é irrespondível. Não é.
Os Estados Unidos são uma democracia, o Congresso americano aprovou a invasão aos dois países. No Iraque, com todos os erros que foram cometidos, os EUA tiraram do poder um ditador que matou (comprovadamente, com nome e sobrenome) 300 mil civis iraquianos em 20 anos no poder - é bom lembrar que o país não estava em guerra civil, foi o governo que matou seu próprio povo. Outra ressalva: os mortos da Guerra Irã-Iraque não estão incluídos neste número)
Sobre a inexistência de armas químicas, ela é só meia verdade (há provas de movimentação de aviões russos e caminhões indo e vindo para a Síria, certamente transportando o material procurado) e os 'milhões' de civis que a Guerra do Iraque teria matado não ultrapassam 125 mil na estimativa mais alta, feita pela Wikileaks .
A mais respeitável Ong do setor, a Iraqi Body Count (http://www.iraqbodycount.o
E não adianta dourar a pílula, toda guerra é horror. A do Iraque também.
O mundo reclama que em Guatânamo não se respeita a Convenção de Genebra, que terrorista também é gente, que merece benefícios e regalias das leis e dos tribunais, que os EUA colocam-se acima do direito internacional etcetcetc. Quem sabe os soldados teriam até a obrigação de recitar o texto da Quinta Emenda, lembrando aos terroristas que eles têm o direito de ficar calado.
Mas, aí fica bom só para uma das partes. Convenção de Genebra é para soldado que pertence a um exército regular, que luta uniformizado, num campo de batalha e não vestido com roupas civis, explodindo bomba amarrada na cintura em feira livre ou em mesquitas.
A tática do terrorismo de matar civis não visa sequer tomar o poder para a implantação de um governo legítimo e democrático. O terrorrismo quer só aterrorizar. Bin Laden e seus seguidores não têm aspirações à implantação de uma democracia com partidos políticos, parlamento, Judiciário e outros instrumentos democráticos.
Isto é guerra assimétrica, e a desvantagem é nossa. O terrorista pode tudo, pode botar bomba no metrô em Madri, em ônibus de Londres, entrar livremente no EUA, sequestrar aviões civis, jogá-los sobre as Torres Gêmeas, Pentágono, Casa Branca (quase conseguiram), matar 3 mil pessoas (queriam 50 mil) e os mandantes e planejadores do crime devem ter seus direitos humanos respeitados. "Só falo na presença de meu advogado".
Quanto aos métodos pouco ortodoxos usados nos interrogatórios, eu repito: em princípio, sou contra a tortura, mas imagina Khalid Sheikh Mohammed sentado, respondendo perguntas que lhe são feitas, em voz baixa e educada, as quais ele poderá negar-se a responder. Nós estamos falando de quem planejou o 11 de setembro. O gajo não é exatamente um sacristão.
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