Em 2009, apareceu a tal gripe suína. Prontamente, o diabo tomou suas providências, era a oportunidade para profanar ainda mais a Sagrada Eucaristia: a Arquidiocese de São Paulo 'recomendou' que os fiéis comungassem apenas na mão, que não fosse dada a hóstia na boca.
Eu nunca comunguei na mão. Para protestar, fui reclamar ao bispo. Mandei a Dom Odilo Scherer o email abaixo:
"Dom Odilo Scherer,
venho a Vossa Eminência protestar
contra a recomendação da Arquidiocese de São Paulo para que a comunhão seja
recebida na mão, e não na boca, como medida preventiva à propagação do vírus da
gripe suína.
A que ponto chegamos! No momento em que Sua Santidade, o Papa Bento
XVI, quer restabelecer a reverência e o respeito pela sacralidade da
Eucaristia e recuperar a tradição da Igreja Católica - a comunhão na boca de
joelhos - a Arquidiocese de São Paulo recomenda que se receba a comunhão
preferencialmente na mão porque há no país um surto de gripe que nem o próprio
Ministério da Saúde considera alarmante, a ponto do Ministro José Gomes Temporão
criticar publicamente o adiamento do início das aulas!
Todo sacerdote sabe que suas mãos
consagradas não devem tocar a língua ou lábios daquele que recebe a
comunhão. Quem vai comungar deve colocar a língua para fora e o
sacerdote (ou ministro leigo da Eucaristia, esta invenção desastrosa) segura a
hóstia por uma extremidade e deposita a outra extremidade sobre a língua da
pessoa que está recebendo a comunhão. Basta redobrar o cuidado e pedir aos
fiéis que procedam da forma correta.
Do ponto de vista sanitário, receber a
hostia na mão e levá-la à boca favorece muito mais a propagação do vírus do que
receber a comunhão na boca. Afinal, as mãos não estão lavadas e provavelmente
tocaram assentos de automóveis e ônibus, bancos de igrejas, objetos diversos e
outras pessoas antes da comunhão.
Quanto ao aspecto religioso, certamente Nosso
Senhor Jesus Cristo pedirá contas no Juízo Final da permisão indevida para que
mãos profanas toquem o Seu Corpo Santo, com o risco de partículas da Santíssima
Eucaristia caírem no chão e serem pisadas. Alguém terá de ser responsabilizado
por tê-lo permitido.
A Arquidiocese de São Paulo, com
sua boa intenção de prevenir a propagação do vírus, acabou por agravar ainda
mais o desrespeito às instruções da Igreja relativas à Sagrada
Eucaristia*, pois esta recomendação acabou equivalendo, na
prática, à proibição ao recebimento da comunhão na boca.
Saiba o senhor que um diácono da minha paróquia - a São Bento, do Morumbi
- recusou-se a dar-me a comunhão na boca, alegando que estava cumprindo ordens
superiores. Fui obrigada a sair da fila e ir próximo ao altar pedir ao sacerdote
- que estava celebrando a missa, mas não distribuindo a comunhão - para que me
fosse dada a hóstia na boca.
O sacerdote reforçou a negativa, insistindo para que eu "obedecesse a Igreja,"
citando a recomendação da Arquidiocese. Eu lhe disse que eu não recebo, nunca
recebi, a comunhão na mão. O sacerdote, a contragosto, mas sabendo que não mo
podia impedir, autorizou a comunhão na boca. Voltei à fila e
comunguei.
Não fosse a comunhão na mão e em
pé contrária à Tradição de quase dois mil anos da Igreja - além de ser uma
exceção que se tornou regra por tibieza das autoridades eclesiásticas -,
recomendar esta prática é um rebaixamento da dignidade e santidade da
Sagrada Eucaristia.
Como pode a Arquidiocese de São Paulo, na esteira da
histeria admitida pela própria carta circular sobre a gripe suína, submeter o
que representa "a fonte e o ápice" da Igreja - a Santa Eucaristia - , a uma
situação sanitária momentânea?
"A liturgia nunca é propriedade privada de alguém, nem do
celebrante, nem da comunidade onde são celebrados os santos mistérios. A ninguém
é permitido aviltar este mistério que está confiado às nossas mãos: é demasiado
grande para que alguém possa permitir-se de tratá-lo a seu livre arbítrio, não
respeitando o seu carácter sagrado nem a sua dimensão
universal."(Carta Encíclica ECCLESIA
DE EUCHARISTIA do Sumo Pontífice João Paulo
II)
Por que não
se viu a mesma rapidez para informar aos católicos que a comunhão na boca é a
forma aprovada e praticada pela Igreja ao longo de sua história e que temos o
direito - melhor dizendo, o dever! - de comungar ajoelhados, como ensina, com o
seu exemplo, o Papa Bento XVI?
Por que não informar aos católicos que a comunhão
na mão foi uma das primeiras mudanças introduzidas pelos protestantes
reformados, há mais de 400 anos, exatamente para demonstrar que a hóstia
consagrada não era o Corpo de Cristo e que o sacerdote não passava de um homem
igual a outro qualquer?
A comunhão na mão sempre foi utilizada entre hereges
como modo de negação da Presença Real de Cristo nas espécies consagradas, e isto
desde os arianos do século IV.
O Vaticano é frequentado por turistas
do mundo inteiro, sendo portanto, um lugar onde o risco de contaminação pelo
vírus da gripe suína é grande. A Santa Sé não desconhece os perigos da doença.
Não se viu, no entanto, qualquer recomendação de mudança na forma de
distribuição da comunhão nas missas ali celebradas. Roma locuta, causa
finita.
Peço vossa benção,
respeitosamente.
Mírian Macedo
* Redemptionis Sacramentum
Dominicae Cenae
Memoriale Domini
Missal Romano
Nossa,Mírian,que atitude bonita!
ResponderExcluirAcho que poucos fariam como você.
Parabéns.
Muito bom!
ResponderExcluir